João Pinto Coelho
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in Londres, The United Kingdom
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April 2015
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https://www.goodreads.com/joopintocoelho
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João Pinto Coelho
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Popular Answered Questions
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Perguntem a Sarah Gross
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published
2015
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12 editions
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Os Loucos da Rua Mazur
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published
2017
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5 editions
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Mãe, Doce Mar
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published
2022
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4 editions
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Um Tempo a Fingir
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published
2020
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3 editions
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Biblioteca: narrativas
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A Insurreição do Gueto de Varsóvia 1943
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Iria Freitas's review
of
Mãe, Doce Mar (Portuguese Edition):
"Quando comecei a procurar livros de autores portugueses, nunca imaginei que esta obra-prima me encontraria assim.
"Mãe, Doce Mar" apanhou-me totalmente desprevenida - tanto pela escrita, ao mesmo tempo desafiante e envolvente, como pela história lind" Read more of this review » |
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"В момента мога само да остана безмълвна"
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"4.5✨
grata à minha amiga Inês por me ter falado tão bem deste livro. tal como ela, apaixonei-me pela exímia escrita de João Pinto Coelho. o enredo prendeu-me — especialmente, quando comecei a perceber as «invisible strings» entre os capítulos e as pe" Read more of this review » |
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João Pinto Coelho
rated a book it was amazing
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“- A memória de um homem tem as suas cicatrizes, meu amigo - sussurrou Wlodek, olhando o vazio. - Há que aprender a viver com elas.”
― Perguntem a Sarah Gross
― Perguntem a Sarah Gross
“«Mudar regulamentos não é difícil; transformar alguns hábitos por ecreto também se consegue. O pior são as resistências e o desgaste que provocam, ao fim de tantos anos. Se os atores não se renovam, tudo se torna mais complicado.”
― Perguntem a Sarah Gross
― Perguntem a Sarah Gross
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Diz-me o que lês, dir-te-ei quem és
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Leituras Partilhadas
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Este é um grupo para amantes de livros e que se querem divertir a ler. Vão estar presentes maratonas e desafios literários e leituras conjuntas.
Leituras do Pepita Mágica
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Grupo de maratonas literárias e outras actividades do blog Pepita Mágica. Este será um local para discutirmos e comentarmos as nossas leituras e uma e ...more
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Leitores Portugueses
— 662 members
— last activity Jul 21, 2025 03:03AM
Para todos os leitores portugueses que adorem ler.
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Os Loucos da Rua Mazur - João Pinto CoelhoMais do que um livro que se insere na temática da II Guerra Mundial, mais do que um romance de amor, de ciúme e de traição que tem o antissemitismo como pano de fundo, esta obra de João Pinto Coelho, que ganhou, com toda a justiça, o Prémio Leya 2017, fica certamente como um marco na literatura portuguesa, pela mestria na abordagem de acontecimentos tão trágicos como incómodos quer para os cristãos em particular quer, de um modo geral, para qualquer pessoa que preze os direitos humanos e o valor universal da dignidade da vida.
Em nota do autor, ficamos a saber que a história do livro, embora ficcionada, se baseia nos acontecimentos históricos ocorridos no dia 10 de julho de 1941, na pequena cidade de Jedwabne, no nordeste da Polónia, onde “um grupo de cidadãos, na sua maioria cristãos, reuniram à força os seus vizinhos judeus na praça principal e, num festim de violência, conduziram-nos até um celeiro próximo que incendiaram, queimando vivas centenas de pessoas, incluindo muitas crianças.”
A delicadeza do tema não assustou João Pinto Coelho que, já no seu primeiro romance, “Perguntem a Sarah Gross”, se tinha ocupado do holocausto. Embora a questão dos perpetradores esteja presente em ambos, é no segundo que mais me parece evidente. São pessoas comuns, como qualquer um de nós, que estão na origem desse mal radical, universal, que transforma qualquer ser humano em carrasco do outro. Falo na primeira pessoa do plural, exatamente porque penso que ninguém se pode autoexcluir à priori, na ilusão de uma superioridade moral, que apenas no confronto com circunstâncias extremas e muito particulares pode ser comprovada. Aqui, é a comunidade cristã, vizinha secular, da judaica que, num “ápice”, (o tempo medido tragicamente) comete os crimes mais hediondos, contra esta última, com a qual diariamente convivia.
Este é um espantoso romance, magistralmente escrito a dois tempos, (o passado, da guerra, e o presente) em espaços geograficamente tão diversos, como a Polónia, a Rússia, a Itália e a França, com recursos estilísticos pouco comuns na nossa literatura recente, um domínio perfeito da língua portuguesa, da ironia e da poética, que me fizeram, frequentemente, voltar atrás e reler, pelo puro prazer da leitura. Tudo é extremamente cuidado e burilado. A vívida caracterização das personagens dá-nos uma paleta colorida de vultos humanos, recortados em luzes e sombras, que não se limita aos três principais: um judeu cego, um cristão e a filha de uma cigana considerada bruxa.
Os sentimentos e as emoções são traduzidos sobriamente, numa linguagem poética, de inegável beleza, particularmente quando tocam o amor. Quase se sente um certo pudor na sua transmissão. A bonita amizade que une Yankel, judeu, Erik, cristão, e a cigana Shionka, que perdeu a voz na infância, parece indissolúvel, desde que travam conhecimento, ainda meninos, mas à medida que o tempo passa naquela cidadezinha perdida no nordeste da Polónia ocupada, surgem o amor e, com ele, a rivalidade, o ciúme, a traição e a mentira. Até àquele dia fatídico em que homens vulgares, normalmente insuspeitos, honrados, “tidos por pacatos”, frequentadores da igreja perdem toda a humanidade e se transformam em bestas.
É para essa realidade, de tal forma excessiva que se torna quase inenarrável, que João Pinto Coelho encaminha progressivamente o leitor. A narrativa, já de si cinematográfica, desde o início, adquire um ritmo acelerado, deixa-nos suspensos do momento seguinte. João Pinto Coelho tem essa proficiência, essa capacidade de nos surpreender sendo, não obstante, enigmático. Vai tecendo a filigrana da história numa tensão em crescendo até ao clímax do drama, quando todos os judeus são encaminhados para o manicómio, onde se consumará toda a loucura.
Furtando-se à arrogância intelectual, não formula juízos de valor. Não precisa. Os factos excedem tudo o que se poderia esperar. São descritos com crueza, sem apelo nem agravo, sem sobrecarga de adjetivos num capítulo. O pathos lhe basta. Porque o sabe criar de forma exímia. Podemos transbordar em lágrimas, ser forçados a parar, pela intensidade da emoção, mas voltamos pouco depois com a mesma ânsia de tudo ler até ao fim. Porque existem exceções entre a maior desumanidade: o padre Kazimierz e as irmãs franciscanas de um mosteiro polaco.
No final, são os laços de amizade entre os três sobreviventes que perduram até à contemporaneidade em Paris e é o amor que surge como esperança e redenção, ainda que à beira do fim dos seus dias.
Inevitavelmente, pelo menos para mim, fui levada a “recordar” a histórica “matança da Páscoa”, que ocorreu em Lisboa, em Abril de 1506. Segundo Garcia de Resende e conforme reportado por Damião de Góis uma multidão de cristãos, instigada por frades dominicanos, torturou, massacrou e queimou vivos, em fogueiras improvisadas no Rossio, mais de quatro mil judeus. Seguiu-se a Inquisição que duraria de 1580 a 1821 em Portugal.
O antissemitismo, a crendice, o ódio mais irracional não têm, infelizmente, idade nem localização geográfica delimitada. O ser humano é capaz do melhor e do pior. É essa humanidade extrema, esse “humano, demasiado humano”, que João Pinto Coelho foi capaz mostrar numa obra maior.
2018-01-16
Maria Teresa Sampaio

















































