Resenhas de Aliens, Alien Convenant: Origins e Alien Convenant de Allan Dean Foster e Resposta a Jó de Carl Jung | NITROLEITURAS #dicadelivro
No post de hoje, trago um mix de resenhas que exploram universos completamente distintos: o terror e a ficção científica da franquia Alien e a profundidade psicológica e teológica de Resposta a Jó, de Carl Jung.
Aliens é a novelização do clássico filme de James Cameron.Alien: Covenant Origins é uma introdução ao universo do filme, mas que fica aquém do esperado.Já Alien: Covenant expande a experiência do longa com detalhes e profundidade, tornando-se uma adaptação envolvente.Por fim, Resposta a Jó apresenta uma análise provocativa da relação entre humanidade e divindade, desafiando as interpretações tradicionais da Bíblia.Prepare-se para explorar o medo, o desconhecido e os mistérios da existência humana! Confira as resenhas completas e descubra qual desses livros pode ser sua próxima leitura.
Aliens by Alan Dean Foster
My rating: 4 of 5 stars
Aliens – A Novelização Oficial
A novelização de Aliens (1986), escrita por Alan Dean Foster, oferece uma experiência familiar para os fãs do filme clássico de James Cameron, mas com diversas expansões e modificações sutis que enriquecem a história. Como muitas novelizações, ela foi baseada no roteiro original – incluindo cenas que acabaram cortadas da versão cinematográfica.
Por isso, o livro funciona quase como uma “edição estendida” de Aliens: logo de cara, temos a sequência inicial em Hadley’s Hope (a colônia em LV-426) antes da infestação xenomorfa, mostrando a vida dos colonos e, em especial, a família da pequena Newt. Essa cena, que só apareceu no Special Edition do filme anos depois, aqui está integrada, dando um contexto mais amplo ao desastre que levou ao sumiço dos colonos.
Ficamos sabendo, por exemplo, da expedição dos pais de Newt até a nave alienígena abandonada – o que culmina em eles trazerem um abraçador de rosto para dentro da colônia, desencadeando a infestação. No livro, essa antecipação dos eventos torna ainda mais palpável a tragédia e faz com que, quando Ripley e os fuzileiros chegam ao planeta, o leitor já tenha uma noção do horror que se abateu ali.
Outra expansão interessante está nos detalhes tecnológicos e de cenário. Foster descreve com mais profundidade a atmosfera inóspita de LV-426 – frio extremo, ventos cortantes – o que leva personagens humanos a usarem trajes ambientais em certas cenas, algo pouco destacado no filme. As armas e equipamentos dos fuzileiros também ganham nuances: há menção de armaduras mais avançadas, quase como power armor, lembrando as descrições de Tropas Estelares. No cinema isso não é visível, mas no livro sim. Essas adições dão um tempero de ficção científica literária maior à trama.
Uma das vantagens claras da novelização é permitir acesso aos pensamentos e ao passado dos personagens, aprofundando-os além do que o ritmo frenético do filme permitiu. A protagonista Ellen Ripley, por exemplo, tem um arco emocional mais detalhado.
No livro acompanhamos melhor seu trauma após os eventos do primeiro Alien – sonhos ruins, ansiedade, a dor de descobrir que sua filha morreu de velhice enquanto ela derivava no espaço. Foster consegue transmitir a solidão e a determinação de Ripley de uma forma muito íntima. Sua relação maternal com Newt é construída gradualmente em trechos introspectivos, o que torna ainda mais tocante a ligação das duas (algo que no filme já era forte, mas aqui ganha reflexões internas de Ripley sobre a perda da filha e como Newt preenche esse vazio emocional).
Os fuzileiros coloniais também se beneficiam. No filme, temos personalidades marcantes (Hicks, Hudson, Vasquez, etc.), mas a novela nos deixa “ouvir” seus pensamentos e entender melhor suas reações. Um exemplo bacana: o soldado Hudson, alívio cômico no cinema com suas bravatas seguidas de pânico, no livro ganha um momento em que ele reflete sobre seu próprio medo e tenta compensá-lo com humor – essa camada dá mais humanidade a ele. O androide Bishop, por sua vez, tem trechos descrevendo sua curiosidade quase infantil sobre o comportamento humano e também explicando suas diretivas. Sabemos que ele fica acordado durante a viagem enquanto os humanos estão em hibernação, cuidando da nave, algo apenas sugerido no filme. Pequenos detalhes como esse aproximam o leitor dos personagens.
Além disso, a novela traz personagens coadjuvantes que no filme mal aparecem, como os colonos de Hadley’s Hope. Passagens do ponto de vista do administrador da colônia durante o caos da infestação, ou de Newt se escondendo sozinha após perder tudo, adicionam novas perspectivas. Especialmente emocionante é vivenciar o terror de Newt quando ela era apenas uma menininha de seis anos (no livro, Newt tem 6 anos, mais nova que no filme, onde aparenta uns 10, o que torna suas façanhas de sobrevivência ainda mais impressionantes).
Foster manteve o tom tenso de ação e horror do filme, porém a narrativa escrita permite um ritmo levemente diferente – por vezes mais contemplativo entre as set-pieces de ação. O leitor pode sentir um suspense maior em certas cenas, já que o autor prolonga descrições ou apresenta a cena pelos olhos de um personagem aterrorizado.
Por exemplo, o confronto inicial com os xenomorfos na colmeia tem algumas mudanças: no livro, a cena das torres automáticas (sentry guns) está presente – aqueles robôs metralhadores automáticos que disparam nos túneis, que no filme só aparecem na edição especial. Isso cria uma tensão extra enquanto a munição acaba e os personagens monitoram o avanço implacável dos aliens. Quando enfim ocorre o embate na sala da colmeia, Foster descreve os detalhes de forma ligeiramente diversa: alguns fuzileiros morrem de outra maneira (Crowe, por exemplo, não morre instantaneamente numa explosão como no filme, mas é arrastado vivo pelos aliens para ser hospedeiro, o que é ainda mais aterrador).
Aliás, os xenomorfos no livro têm uma habilidade adicional – eles podem ferroar com a cauda e paralisar suas vítimas, uma pequena adaptação criativa que Foster introduziu. Isso explica de forma diferente como alguns soldados ficam imobilizados, e é uma ideia inspirada em insetos que não aparece no filme.
Outro detalhe curioso: a icônica máquina Power Loader que Ripley usa no final para enfrentar a rainha alien tem um design diferente na novelização – em vez de um exoesqueleto humanoide bípede, Foster a descreve como uma espécie de veículo quadrúpede parecido com um “elefante mecânico”. É uma imagem bem distinta e nos faz imaginar como seria aquela batalha final com Ripley pilotando uma máquina de quatro patas! Provavelmente derivado de algum conceito inicial, isso mostra como a novelização às vezes preserva ideias descartadas na produção do filme.
A cena final, aliás, tem diferenças marcantes: na versão escrita, o confronto no hangar da nave Sulaco é mais prolongado e dramático.
A Rainha Alien chega a destruir completamente o Power Loader de Ripley, despedaçando a máquina – deixando Ripley vulnerável. Há um momento de desespero em que Ripley, encurralada com Newt, considera até pular do hangar para uma morte rápida em vez de serem capturadas pela criatura. A resolução também diverge um pouco: a Rainha acaba sendo lançada ao espaço, porém Foster descreve que, em vez de simplesmente flutuar pelo vácuo, ela é puxada pela gravidade de LV-426 e cai de volta no planeta. Esses desfechos alternativos dão ao leitor veterano do filme pequenas surpresas – mesmo sabendo em linhas gerais como a história termina, os detalhes novos mantêm a atenção e a sensação de perigo.
No geral, o tom da narrativa escrita é respeitoso ao original: muita ação acelerada, diálogos fiéis (você consegue “ouvir” as falas icônicas dos atores ao lê-las), mas também um pouco mais de explicações aqui e ali. A escrita de Alan Dean Foster é direta e visual, facilitando a imaginação das cenas – ele não floreia demais, o que combina com o estilo militar e tenso de Aliens. Há, talvez, um ligeiro aumento na sensação de horror psicológico, porque podemos acompanhar o medo dos personagens por dentro.
Quando Ripley desce sozinha para resgatar Newt no ninho da Rainha, no livro sentimos o coração dela acelerado, lembranças da filha falecida passando pela mente, a adrenalina pura sustentando-a – elementos internos que reforçam a coragem extraordinária daquela ação.
A novelização de Aliens expande o universo do filme de maneira satisfatória: preenche lacunas, adiciona contexto histórico e científico e aprofunda relações. Foster consegue manter o clima de terror e ação, ao mesmo tempo em que nos dá um pouco mais de cada personagem. Para fãs do filme, é um complemento delicioso – quase como ver um “director’s cut” em forma literária. Para quem nunca viu o filme, a novela se sustenta como uma aventura sci-fi de ritmo eletrizante.
Alien: Covenant Origins by Alan Dean Foster
My rating: 2 of 5 stars
Alien: Covenant Origins tenta preencher a lacuna entre os filmes Prometheus e Alien: Covenant, explorando os eventos que levaram à partida da nave Covenant para sua fatídica missão. A premissa é promissora, especialmente para os fãs da franquia Alien, mas o resultado é uma narrativa que, embora tecnicamente bem escrita, carece de tensão e impacto.
A história se concentra nos preparativos para a missão, com foco em personagens secundários e em ameaças de sabotagem por um grupo anti-colonização na Terra. Apesar de abordar temas como os desafios éticos da expansão espacial e o conflito entre progresso e resistência, o enredo falha em criar uma conexão emocional com os personagens ou em gerar a atmosfera de suspense característico da franquia.
O maior problema do livro é a falta de urgência. Embora algumas subtramas tenham potencial, como as questões de segurança e os bastidores políticos da Weyland-Yutani, elas não avançam o suficiente para capturar o interesse do leitor. Além disso, a ausência de qualquer envolvimento significativo com os icônicos xenomorfos ou com o terror psicológico esperado na franquia faz com que o livro pareça desconectado do espírito da série.
Por outro lado, a escrita de Alan Dean Foster é competente, como sempre, com descrições detalhadas e diálogos funcionais. Fãs mais dedicados à mitologia Alien podem apreciar o esforço em expandir o contexto da missão Covenant e o retrato de um futuro dividido entre esperança e desconfiança. Contudo, mesmo esses leitores podem se sentir frustrados pela falta de desenvolvimento significativo na trama.
Alien: Covenant Origins é um complemento dispensável à franquia. Embora bem escrito, falta à história o suspense, a tensão e a relevância que tornaram Alien uma saga icônica. Recomendado apenas para fãs hardcore que desejam explorar todos os detalhes do universo Alien, mas não oferece muito para leitores casuais ou fãs que buscam o terror e o mistério característicos da série.
Alien: Covenant by Alan Dean Foster
My rating: 4 of 5 stars
Alien: Covenant, a novelização do filme homônimo, escrita por Alan Dean Foster, é uma leitura sólida que oferece uma experiência mais rica e detalhada do que a apresentada na tela. Foster expande a narrativa com nuances adicionais e desenvolve os personagens de forma mais satisfatória, tornando a história mais envolvente para os fãs da franquia Alien.
A trama segue a nave colonizadora Covenant, que, após um evento inesperado, desvia sua rota e encontra um planeta aparentemente habitável. No entanto, o paraíso inicial se transforma em um pesadelo mortal, com os tripulantes enfrentando ameaças alienígenas brutais e descobrindo os horrores deixados para trás por David, o androide do filme anterior, Prometheus.
Foster faz um trabalho notável ao adicionar profundidade aos personagens, algo que faltou no filme. Figuras como Daniels, Oram e Tennessee ganham mais camadas, tornando suas decisões e reações mais compreensíveis e emocionalmente impactantes. Os pensamentos internos e as motivações dos personagens enriquecem a trama, criando uma conexão maior com o leitor.
Além disso, a escrita de Foster captura bem a tensão e o terror que são marcas registradas da franquia Alien. As descrições dos ambientes, as cenas de confronto com os xenomorfos e o crescente sentimento de paranoia são habilmente construídos. A narrativa consegue equilibrar ação, suspense e momentos de reflexão, ampliando o impacto emocional da história.
Por outro lado, como se trata de uma novelização, o livro segue de perto os eventos do filme, o que pode limitar sua capacidade de surpreender os leitores que já conhecem a trama. Apesar das adições valiosas, não há mudanças significativas no enredo, o que pode frustrar aqueles que esperam algo completamente novo. Além disso, embora Foster faça o possível para explicar algumas lacunas do filme, certas questões permanecem sem resposta.
Alien: Covenant é uma excelente novelização que expande e melhora a experiência do filme. Alan Dean Foster consegue explorar mais profundamente os personagens e o mundo ao seu redor, criando uma leitura imersiva que agrada tanto aos fãs da franquia quanto aos entusiastas de ficção científica e terror. Apesar de seguir de perto a trama original, o livro se destaca pela habilidade narrativa de Foster.
Answer to Job by C.G. Jung
My rating: 4 of 5 stars
Answer to Job (Resposta a Jó) é uma das obras mais provocativas e profundas de C.G. Jung, onde o autor analisa o livro bíblico de Jó sob a perspectiva da psicologia analítica. Neste ensaio, Jung combina teologia, simbolismo e psicologia para explorar o relacionamento entre Deus e a humanidade, apresentando uma interpretação que desafia tanto a ortodoxia religiosa quanto a visão tradicional da espiritualidade.
A principal tese de Jung é que o sofrimento de Jó representa um marco no desenvolvimento da consciência divina. Ele argumenta que Deus, em sua onipotência e perfeição, é confrontado pela integridade moral de Jó, o que leva a uma espécie de autorreflexão divina. Para Jung, esse evento simboliza o início de uma transformação psicológica no próprio Deus, que culmina na encarnação de Cristo como um ato de redenção não apenas para a humanidade, mas também para a divindade.
A escrita de Jung é densa, mas fascinante, rica em insights que conectam a narrativa de Jó a temas arquetípicos universais, como a luta entre luz e sombra e a necessidade de integrar aspectos opostos da psique. Ele também traça paralelos entre o simbolismo bíblico e o inconsciente coletivo, ampliando o significado do texto bíblico para além de suas raízes religiosas.
Por outro lado, o livro não é uma leitura fácil. A linguagem técnica e as referências teológicas e mitológicas podem ser desafiadoras, especialmente para leitores que não estão familiarizados com a psicologia analítica ou com os textos bíblicos. Além disso, a abordagem de Jung pode ser vista como controversa ou até mesmo ofensiva por aqueles que têm uma visão mais literal ou tradicional da Bíblia.
Apesar dessas dificuldades, Answer to Job é uma obra profundamente reflexiva e original, que convida o leitor a repensar a relação entre o divino e o humano. A coragem de Jung em abordar um tema tão delicado com tanta franqueza e criatividade é digna de reconhecimento.
Answer to Job é uma leitura essencial para quem deseja explorar a interseção entre psicologia, religião e mitologia. Embora denso e desafiador, o livro oferece insights únicos sobre a psique humana e divina, consolidando-se como uma das obras mais importantes de Jung.
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