Algumas noites não passam nunca, nuncaEstou ainda numa quarta-feira, Janeiro 2002Acordado e doente de Maio de um ano sinistroNoites cicatrizes, manchas, traumatismosNoites que são falta de ar no peito, no corpoescuro a crescer, comendo, correndo a sangueNoites em que se morre de todas as vezes as muitas madrugadas que não viram o solEspera, delírio, amores que não cumpriram(são nocturnos os amores que não se cumprem)É raro dormir, como é raro estar despertoLeio, mexo em mim, grito, (não, não grito)E sobra-me sempre tanto do que é escuroE tenho muitas mais noites do que dias
Published on November 10, 2014 17:44