Fundador da comédia de costumes no Brasil, Martins Pena caracterizou pioneiramente e com humor as desventuras da sociedade brasileira. Nesta edição foram reunidas três grandes peças do O juiz de paz da roça (1838) faz uma sátira em torno dos tipos e situações de uma pequena cidade; Quem casa quer casa (1845) é uma peça de fino humor, que retrata uma mãe que apela para que seus filhos tenham suas próprias casas com seus cônjuges, os quais a tiram do sério. E por fim, O noviço (1845), uma das peças mais célebres do autor e da época, em que narra o oportunismo de Ambrósio e as peripécias de Carlos para salvar a família das garras do aproveitador. As peças de Martins Pena nos transportam ao início da dramaturgia brasileira e nos encantam com sua riqueza, uma leitura essencial.
Luís Carlos Martins Pena (Rio de Janeiro, 5 de novembro de 1815 — Lisboa, 7 de dezembro de 1848) foi dramaturgo, diplomata e introdutor da comédia de costumes no Brasil, tendo sido considerado o Molière brasileiro.
Sua obra caracterizou pioneiramente, com ironia e humor, as graças e desventuras da sociedade brasileira e de suas instituições. É patrono da cadeira 29 na Academia Brasileira de Letras.
A obra de Martins Pena reúne quase 30 peças, dentre comédias, sátiras, farsas e dramas. Destacou-se especialmente por suas comédias, nas quais imprimiu caráter brasileiro, fundando o gênero da comédia de costumes no Brasil, mas foi criticado pela baixa qualidade de seus dramas. No geral, produziu peças curtas e superficiais, contidas em um único ato, apenas esboçando a natureza das personagens e criando tramas, por vezes, com pouca verossimilhança e coerência. Ainda assim, construiu muitas passagens de grande vivacidade e situações surpreendentes e é constantemente elogiado pela espontaneidade dos diálogos e pela perspicácia no registro dos costumes brasileiros, mesmo que quase sempre satirizados