Ao longo dos últimos 30 anos, a jornalista Maria João Avillez travou um curioso diálogo com Álvaro Cunhal, o mais marcante líder do PCP e figura incontornável do século XX português. Embora fossem adversários políticos, Cunhal sempre exerceu um grande fascínio em Maria João Avillez, que o considera, a par de Francisco Sá-Carneiro e Mário Soares, um dos três rostos fundadores da democracia portuguesa. E com este livro que agora publica, MJA conclui um tríptico desse "panteão": "O principal motivo de orgulho e de felicidade que sinto neste momento é ter conseguido deixar escritos testemunhos sobre esses três homens que marcaram a nossa democracia." (Visão, 20/5/04) Cunhal sempre foi avesso a expor a sua vida privada, assumia sempre e exclusivamente a sua dimensão política. MJA lá ia tentando nas entrevistas, com alguma persistência, querer também saber dessas coisas. Mas o líder do PCP recusava-se, de forma elegante. O livro reúne vários elementos desse diálogo ao longo dos anos: entrevistas, crónicas, excertos de diários, bilhetes trocados entre os dois.
MARIA JOÃO AVILLEZ iniciou a sua actividade profissional ainda estudante, na Rádio televisão Portuguesa. Desde então, não mais parou de fazer jornalismo: na televisão, na rádio e nos jornais. Tem nove livros publicados. Em 1992 recebeu o Prémio EFE de Jornalismo, pelo trabalho intitulado Sá Carneiro - O Último Retrato, considerado como o melhor trabalho de reportagem surgida nesse ano e escolhido de entre cerca de 350 outros trabalhos publicados em todos os países de língua latina. Actualmente, trabalha na revista Sábado e colabora com os jornais i e Observador, sendo com frequência chamada a comentar a actualidade nas televisões e nas rádios.