Neil Gaiman é um dos maiores escritores de ficção em atividade, reconhecido pelos seus romances (Lugar Nenhum, Filhos de Anansi) e pelo seu trabalho em quadrinhos (Sandman). Em Coisas Frágeis, Gaiman mostra que seu talento como contador de histórias funciona perfeitamente no reino das narrativas curtas. Neil Gaiman escreve com desenvoltura sobre os mais diversos universos - sejam criados por outros autores (com contos que aludem aos mundos de Sherlock Holmes, Matrix e Nárnia) quanto seus próprios, como no conto "O Monarca do Vale", que tem como protagonista o personagem Shadow, de Deuses Americanos.
Os nove contos de Coisas Frágeis trazem Gaiman abordando os mais diversos temas, misturando puberdade, punk rock e ficção científica em "Como Conversar com Garotas nas Festas"; combinando o Sherlock Holmes de sir Arthur Conan Doyle com o terror de H. P. Lovecraft em "Um Estudo em Esmeralda"; extrapolando o mundo de Matrix em "Golias", inspirado no roteiro original do primeiro filme; ou mesmo presenteando a filha mais velha com um conto fantástico sobre um clube de epicuristas em "O Pássaro-do-Sol". Coisas Frágeis é um tratado prático de como escrever boas histórias - histórias que, como diz a introdução do livro, "duram mais que todas as pessoas que as contaram, e algumas duram muito mais que as próprias terras onde elas foram criadas".
A cada conto que eu lia, só conseguia pensar “meu Deus, que cara doido”. Daí vim pra internet e li uma crítica que dizia “talvez ele se encontre com um demônio ou um judeu erante a cada 100 anos e eles lhe contam essas histórias”, e eu achei bem provável que seja isso mesmo. No mais, achei alguns contos arrastados que me fizeram parar a leitura por dias. Já outros são MUITO bons e você deseja que não fosse um conto e que pudesse continuar lendo mais sobre aquilo. Enfim, é isso.
Meus amigos, acho que estava mesmo a precisar ler algo assim. Apesar de estar com outro livro do autor entre mãos, foi a primeira vez que li Gaiman. Gostei da escrita dele, bem torneada, fluída e elegante. Um estilo dark que me agrada bastante. O que me agradou mais foi a diversidade deles, o que gostei menos foi um ou outro conto sem um conteúdo que me cativasse.
O primeiro conto, Um Estudo em Esmeralda, foi escrito para a antologia Shadows Over Baker Street e ganhou o Prémio Hugo em 2004. O objetivo era ser uma mistura de Sherlock Holmes com o terror de Lovecraft, mas posso arriscar dizer que é, acima de tudo, Gaiman. Fala-nos da investigação de um crime contra um membro da realeza britânica. Quando o li, senti que faltava algo ali, o final foi meio estranho. Mas agora percebo que, se fosse diferente, caíria no cliché. O segundo conto, A Vez de Outubro, foi ao mesmo tempo divertido e arrepiante. Os meses do ano (de uma forma humanizada) resolveram juntar-se para contar histórias. Quando chegou “a vez de Outubro”, ele contou uma história digna do mês de Halloween, a interação entre um menino exageradamente pequeno que é humilhado por todos e a alma de um menino que está morto. O final dessa história apenas sugere coisas sinistras. Venceu o prémio Locus de Melhor Conto em 2003. O conto Lembranças e Tesouros deu-me muita vontade de rir. Foi originalmente uma história de banda desenhada, e depois transformada em conto para a antologia 999. Aqui conhecemos Smith e o senhor Alice, e também um outro homem muito bonito. Cada personagem é mais tarado do que o outro e voltamos a ver estes personagens num outro conto, mais à frente. Os Fatos no Caso da Partida da Senhorita Finch fez-me lembrar a série American Horror Story: Freak Show. Fala sobre a participação de um grupo numa espécie de Casa de Horrores de Feira Popular. E sobre um desaparecimento misterioso. E sobre tigres-dentre de sabre. Acabou por ser um conto que me passou um pouco despercebido, porque tudo girou à volta disso. O Problema de Susan é um conto delicioso. Ele mostra-nos o que terá acontecido à personagem Susan das Crónicas de Narnia. Onde ela estaria nos dias de hoje? Não é um conto para crianças e ainda inclui uma cena erótica entre o leão Aslan e Jadis, a terrível feiticeira branca. Ri muito, apesar de ser um conto que também nos fala de temas bem sérios, como a velhice, a perda de familiares e a guerra. O conto Golias foi escrito para o lançamento do filme Matrix e passa-se nesse universo, porém, de um outro ângulo. Ele nos faz pensar realmente se a relação homem-máquina é como aparenta. O conto é bom mas não me cativou por aí além. Como Falar Com Garotas em Festas passa-se em 1977, em pleno movimento punk. Fala-nos de dois amigos de 15 anos que tentam perceber quem se desenrasca melhor a engatar miúdas, até que surge uma surpresa “de outro mundo”. Está bem escrito mas até ao clímax final achei aborrecido. O Pássaro-do-Sol foi escrito por Gaiman para dar à sua filha quando fez 18 anos, e fala sobre um grupo de epicuristas que, farto dos prazeres do dia-a-dia, decide rumar ao Egito para capturar o mítico Pássaro-do-Sol, para o cozinhar. Pois, eles fazem dele um grande banquete, pena que nunca ouviram falar na lenda. Um conto muito bom, com um final arrasador, gostei sobretudo das descrições do autor. O livro termina com o maior conto do livro: O Monarca do Vale. Inspirado num filme que Gaiman escreveu em co-autoria, a longa-metragem de animação Beowulf, este magnífico conto é protagonizado por Shadow, personagem do seu livro Deuses Americanos, e pelos personagens Smith e Senhor Alice do outro conto desta coletânea, Lembranças e Tesouros. Uma roupagem muito moderna para a lenda de Beowulf, com uma conclusão que me agradou. Os meus contos preferidos foram O Problema de Susan, seguido de O Pássaro-do-Sol, Lembranças e Tesouros, O Monarca do Vale e Um Estudo em Esmeralda. Recomendo vivamente, como é óbvio.
I'm completely in love with Neil Gaiman's writing. Some stories can be disturbing, but there are truly magic stories in this book that I'll always remember.
3,5/5,0 uma coletânea de textos muito bons, clássicas narrativas de contos. mas o que mais me apeteceu foi o último, que faz parte do universo de “deuses americanos”.
Certamente não foi a coisa mais legal do Gaiman, ele tem uma certa semelhança com o Bradbury, mas não no seu melhor estilo. Essa mania de colocar o nome das personagens como meses do ano ou características como Shadow ou Door (Lugar nenhum) me irrita um pouco. O bizarro nisso tudo é que li o livro em 2 dias, ou seja, não é tão ruim assim, mesmo não sendo algo avassalador.
Uma pessoa que eu gosto muito me emprestou esse e acredito que o carinho se estendeu ao livro.
Meus contos preferidos: - Um Estudo em Esmeralda: de tão autêntico me fez sentir saudade de ler Sherlock Holmes; - Lembranças e Tesouros: visceral, consegue-se ter empatia por um personagem inescrupuloso em uma história repugnante, arte no sentido de impressionar e gerar sentimentos; - Os Fatos no Caso da Partida da Senhorita Finch: acredito que seja meu best of the best, adoro um bom enredo não-linear, gosto do ar despretensioso (de "causo") e da pitada kafkaesca; - Como Conversar com Garotas em Festa: é lindo! Poético e com a estética punk que gostamos. Realmente, pode-se perceber que escreveu com a força do ódio, o título poderia ser "Se eu sou tudo isso que falam? Leia isso aqui"; - O Monarca do Vale: esse foi o que mais me prendeu, quase gritei ":0 nããão" quando li "Esse é o Senhor Alice" hehe. Adorei a mensagem sobre a força dos seres frágeis pela ótica mundana, por motivos óbvios :) Merecia uma adaptação.
Em resumo, autor ridiculamente talentoso.
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🔮 esse não me pegou tanto, achei chatinho! um ou outro conto são legais, como os “a vez de outubro” (que se tornaria futuramente o romance “o livro do cemitério”), “lembranças e tesouros” e “o monarca do vale” (legaizinhos). porém o melhor e mais consistente da coleção é o “como conversar com garotas em festas”, que tomou vida e ganhou versões pro cinema, pelo john cameron mitchell, e pros quadrinhos, pelos irmãos bá e moon.
🔮 no geral, o livro me pareceu isso mesmo, um compilado de rascunhos de histórias a serem melhor desenvolvidas em outros formatos, um livro de experiências. tenho a impressão que gaiman consegue ser muito mais preciso, imersivo e amável nas narrativas mais longas. vamos ver, já estou com o “alerta de risco”, outra coletânea dele de histórias curtas.
🔮 pra quem deseja começar a ler gaiman, acredito que os contos não sejam o melhor caminho, deixa esses pra mais tarde, quando já estiver familiarizado, ou só deixa pra lá mesmo.
O Washington Post não exagerou ao nomear Gaiman como "mestre do fantástico". Aqui em Coisas Frágeis o autor reúne 9 contos brilhantes e perturbadores, escritos de maneira singular.
Gostei de todos, o que é raro de acontecer, mas todos os contos são interessantes e conseguem deixar suas marcas no leitor.
Meus favoritos foram O Monarca do Vale, principalmente por ser no universo de Deuses Americanos, Lembranças e Tesouros, que apresenta dois personagens bem peculiariares, A Vez de Outubro, que me deixou com muita vontade de ler O Livro do Cemitério e o tão conhecido Como Conversar com Garotas em Festas.
Primeira obra que li de Gaiman por indicação de uma amiga. A não ser pela dica de que é um grande contador de histórias e ser o autor de Sandman (uma história em quadrinhos), não sabia muito o que esperar. Fácil de ler por ser um livro de contos curtos e envolventes, o que mais me agradou é a criatividade do autor. Faz a gente acreditar no ser humano pela arte. E que arte. A linha centra é um quê de fantasia em todos os contos (talvez em toda obra dele?). Criatividade transbordando. A mente humana é definitivamente uma maravilha. Agora estou mais curioso para ler mais de Neil Gaiman.
Em alguns momentos eu fiquei com raiva deste livro. Deixe-o de lado pelo simples fato de que alguns contos colidiram diretamente com meu senso moral. Depois de fazer algumas auto reflexões resolvi continuar a leitura. Não me arrependo. Neil é o melhor.
Lendo estes contos deu para ter uma boa ideia de como é a escrita do Neil Gaiman e sobre quais temas ele escreve. Meus contos favoritos foram: Um estudo em Esmeralda, A vez de Outubro e O problema de Susan.
Gaiman tem uma excelente qualidade: ele sabe contar uma boa história. Mesmo que a história que está sendo contada seja extremamente absurda ou deveras irrelevante. Achei um livro bom, mas não amei. Achei a reunião de contos meio bagunçada, discrepante.
Histórico de leitura 30/01/2013 87% (180 de 208) 29/01/2013 83% (172 de 208) 26/01/2013 46% (95 de 208) 25/01/2013 22% (45 de 208) "Se os outros contos forem como o primeiro esse livro promete..."
Ótima seleção de contos! Tem uma releitura do romance "Um estudo em vermelho" de Arthur Conan Doyle, aqui transformado em conto que se passa no universo de H.P. Lovecraft. Muito bom! Tem também um conto com o personagem Shadow de "Deuses Americanos" e outro que é uma prévia do "O Livro do Cemitério" do próprio Gaiman. Espero que a Editora Intrínseca relance em nova edição, pois minha edição da Conrad está velhinha! ;-)
Coisas Frágeis foi dividido em dois volumes e é uma seleção de contos que Gaiman escreveu e publicou em outras antologias ou que ele tenha escrito avulsos e tenha deixado em sua gaveta. Este volume conta com 9 contos e é ligeiramente mais grosso que o segundo volume. Há uma introdução do próprio autor apresentando cada conto, como e porque ele escreveu. E alguns detalhes de seu processo criativo. Acho que este livro de contos é um exemplo ótimo de como este autor pode ser criativo e eclético em sua linha narrativa. Há contos fantásticos, estilo que o consagrou, contos de suspenses e contos com uma linguagem crua e sem frescuras que realmente me surpreendeu. Nunca pensei que ele, um autor que muitas vezes escreves fantasias para crianças, pudesse utilizar-se de uma linguagem muito mais dura e sem eufemismos como nos contos de Lembranças e Tesouros e O problema de Susan,por exemplo. Este último, por utilizar uma personagem injustiçada de As crônicas de Nárnia - e acredito que muitos ficaram também descontentes e revoltados com seu destino na última crônica - achei que seria muito mais voltado para a fantasia e purpurinas e coisa e tal. Mas me enganei totalmente. Aliás, vale um conselho: nunca se deixe enganar por Neil Gaiman. Você pode cair em um erro bobo como este. O conto mescla certas passagens da infância para a vida madura, e como elas se interligam, e há sexo, e há culpa, e também uma discussão sobre literatura infantil. Fiquei um tempo refletindo sobre as coisas que aparecem neste conto, e cheguei a conclusão que um dia preciso reler As crônicas de Nárnia, principalmente esta última história. Um de meus contos favoritos é O Pássaro-do-Sol que ele escreveu - segundo palavras do próprio autor - para sua filha mais velha, Holly. Este sim, é um conto de fantasia no sentido mais literal da palavra. Não leio muito contos, sou uma pessoa que fica meio com raiva com os seus finais, que por não serem romances, normalmente ficam em aberto ou muito menos claros do que deveriam ser. Tenho um pouco de raiva de finais em aberto. Minha cabeça sempre fica imaginando milhões de possibilidades e eu sempre meio que enlouqueço com isto. (O que na verdade era meio que a intenção do autor). O conto, sem sombra de dúvida, deve ser uma das fantasias mais gostosas que já li e acho que ela merecia ser transposta pra outra mídia, como os quadrinhos ou então se fizessem um curta-metragem eu não acharia ruim. Aprendemos um nome também que devemos colocar na nossa listinha de autores a conhecer: R.A. Lafferty. De acordo com Gaiman este conto tem grande influência do escritor, então mais do que motivo pra se procurar tudo o que se puder saber sobre o cara. Há outros contos como Golias, uma ficção-científica, baseada no universo do filme Matrix e que foi lançado como uma promoção para o filme. Gaiman pega um acontecimento isolado do filme, que pouco tem importância no filme, mas que é o mote central deste conto. É demais. Os personagens não são os mesmos do filme, mas é muito bom mesmo assim. Um estudo em esmeralda também um conto de mistério que reúne a racionalidade da histórias de Sherlock Holmes e o fantasiosa das histórias de Lovecraft. Dois contos também fazem referência a outros livros de Gaiman, como A vez de Outubro, uma espécie de ensaio para O livro do cemitério. E O monarca do vale. Não posso dizer que pude aproveitar muito este, pois ele é uma sequência de Deuses Americanos, e teve influências também do roteiro para o filme Beowulf. Como não li o livro, acho que não pude me identificar muito com Shadow a personagem principal. Quando ler o livro, vou reler este conto. Não vou especificar conto a conto aqui, eu não sei muito bem como fazer resenha de livros de contos. Mas acho que deo dizer, que este meu reencontro com Gaiman foi ótimo e confirmou minha admiração pelo cara.
Talvez você assista novela, esteja casado e no sábado vai comer pizza com as crianças. Chega seu aniversário e você fica emocionado por ter ganhado a biografia do Jimmy Page, porque seus melhores amigos se lembraram do quanto você gostava do Led nos tempos de faculdade. Sua filha, curiosa, agarra a biografia de suas mãos e quando olha a capa diz argh! Porque você ama seu sorrisinho, concorda que o livro que ela ganhou do One Direction é bem mais legal.
Meu amigo, se sua prateleira está causando reações repulsivas em DNAs mais jovens, você precisa imediatamente acrescentar-lhe um fator hype: Neil Gaiman.
A primeira vez em que ouvi falar de Neil Gaiman foi numa oficina de crítica literária em que me sentei ao lado de universitários de jornalismo. Eles falavam o tempo todo de fanfictions e de Sandman. Para mim, Sandman era apenas o nome de uma música do Metallica (Enter Sandman, 1990), uma das que meu irmão ouvia ininterruptamente no quarto, a portas fechadas, quando tínhamos lá nossos dezessete anos. (Aliás, o Metallica também lançou um biografia.)
Na segunda vez, eu estava no lançamento de um livro de contos. Reencontrei os mesmos universitários e eles falavam apaixonadamente da edição especial da Sandman. Então eu já sabia que se tratava de uma história em quadrinhosgraphic novel, criada em 1988, que tinha sido lançada no Brasil, numa edição especial, há dois anos atrás. Mas o nome de seu autor ainda me escapava e perguntei: “É do Neil… Como é mesmo o nome todo?” A resposta que ouvi, espontânea, ipsis literis, foi “Neil Gaiman, ele é bem hype.” Ok, mensagem captada.
Aí, fuçando nos novos livros que a Biblioteca Pública do Paraná adquiriu, topei com este Coisas Frágeis do hypado Neil Gaiman. Emprestei na hora.
Coisas Frágeis é um livro de contos que reúne parte das histórias compiladas no volume original Fragile Things, lançado em 2006 por um selo da HarperCollins. (No Brasil, a Editora Conrad resolveu dividir o livro original em dois volumes. O Coisas Frágeis 2 também está disponível na BPP.)
E lá estavam, espalhados pela cama; camadas de vida deitadas como bastões – largados, imóveis, caídos. Impossíveis em sua própria queda, mortos ao se mexerem.
Então, eu estou com uma tendinite chata no pulso esquerdo, e ela meio que reclamou demais da versão volume único que eu estava carregando para cima e para baixo das "Crônicas de Nárnia". Conclusão: as crônicas estão em casa, sendo lidas a passo de tartaruga e eu precisava de algo para ler na rua que fosse mais leve. Achei que "Coisas frágeis" fosse leve o suficiente, e de um autor que eu tinha certeza que iria me ajudar a esquecer a chatice de Nárnia.
Fico feliz que eu tenha conseguido acertar em cheio! Neil Gaiman é sempre uma aposta certa para bons momentos de leitura. Em "Coisas frágeis" ele vem num formato inédito para mim: contos. Foi meu primeiro livro de contos dele, e eu adorei!
Que ele é meio ensandecido eu já sabia, mas acho que ele se sente ainda mais à vontade para surtar quando a história é curta. São 9 histórias muito interessantes (e loucas), incluindo também um prefácio sensacional do autor, onde ele não só explica a razão de ser do título do livro, como também conta a origem de cada conto que compõe o livro.
Os temas são extremamente variados, e vão desde H.P. Lovecraft encontra Sherlock Holmes, alienígenas, Matrix e até um conto baseado nos personagens de "Deuses Americanos" (o meu conto favorito, que, aliás, só deve ser lido depois do livro original para evitar spoilers). E a variedade não é só dos temas, mas de estilos também. Tem contos bizarros, outros engraçados, outros tristes, e outros que misturam um pouco de tudo. E tem aqueles contos que você acha que bem que poderiam ter virado um romance, de tão cativantes. Tem até personagem que aparece mais de uma vez, o que é muito interessante e dá um senso de unidade ao livro.
Vale muito a leitura, e deixa um gostinho de quero mais no final. Ainda bem que existe um segundo volume, e mais algumas coletâneas dele disponíveis por aí para matar a vontade ("M de magia" e "Fumaça e espelhos" são apenas mais duas opções).
Apesar do meu esposo dizer que enjoou do Gaiman por ser sempre mais do mesmo, o mesmo me traz conforto e alegria. O mesmo me é familiar... e traz segurança. Certeza de que ao final eu termino a história feliz e satisfeita.
Esse é um livro que foi dividido em duas partes para ser publicado aqui no Brasil. Estou lendo a primeira e nem preciso falar que a leitura tem progredido muito bem e estou muito feliz.
Ele é diferente dos outros livros que li de Gaiman, porque não são quadrinhos e nem romances, são contos. É um apanhado de coisas que ele escreveu sob encomenda ou porque simplesmente teve vontade. No início do livro ele conta a história de cada conto (o motivo pelo qual ele o escreveu) e isso torna as coisas muito especiais.
Vou com ele por enquanto, porque acho que como o título, no momento, sou uma das "Coisas Frágeis".
PS: Acabei de ler este livro que me ajudou muito a retomar esse gosto que tenho pela leitura. Por serem contos, facilitou a minha vida, devido a minha falta de concentração transitória (espero). Ah, sem palavras também para descrever a sensação de matar saudades de Gaiman e de algumas de suas histórias que ele meio que retoma aqui. Enfim, prontinha para começar a Parte 2.
Levei um tempo para terminar a leitura desse livro. Neil Gaiman escreve diferentes narrativas tentando reproduzir com a sua própria impressão os estilos de outros escritores (Sir Arthur Conan Doyle, H.P. Lovecraft, R. A. Lafferty). Alguns contos s��o inquietantes e repulsivos, outros são simplesmente geniais. O primeiro, "Um estudo em Esmeralda", é uma mistura dos universos de dois grandes autores que escreveram histórias fantásticas de aventura e mistério, e resultou numa narrativa espetacular (detentora do Prêmio Hugo de 2004 de melhor conto) com um final surpreendente. Um outro grande destaque deste tomo é o conto "O Monarca do Vale", que carrega uma atmosfera misteriosa e mitológica. Apesar de utilizar alguns dos personagens do filme Beowulf, cujo roteiro foi uma pareceria entre Roger Avary e o próprio Neil gaiman, aqui eles aparecem numa versão bem diferente e interessante.
Coletânea de nove contos com os ingredientes habituais do autor: fantasia, non-sense e sabe-se lá mais o quê. Entra-se num mundo em que tudo é permitido e entre os contos que nos fazem rir, os que são desagradáveis ao máximo e aqueles que nos deixam num estado de encantamento há de tudo. Há um prefácio do autor em que explica parte da génese de cada conto e nos deixa pistas das suas influências. Lê-se num instante e fica-se a querer ler mais...
Nesses contos, Gaiman nos faz ouvir outras vozes vindas de escritores que admira. Impressiona a variedade de temas e situaçōes e a delicadeza no trato com cada uma das tramas. A narrativa flui e nos envolve de um jeito preciso e terno. No final, você sorri e pode estar mais atento a você mesmo e a quem está por perto. Ou longe.
O conto de abertura, Um Estudo em Esmeralda, é sensacional. Une o universo de H. P. Lovecraft com o de Sherlock Holmes. Incrível. Os outros contos? Não gostei de nenhum. Não sei o que dizer. Não funcionaram para mim. Eu daria nota 5 para o conto que citei acima, mas como se trata de um livro, reduzi a nota em razão dos demais não terem me agradado.
Algumas das histórias são um tanto viajadas demais. Não tão viajadas, mas parece que falta alguma coisa. Em compensação, voltar a acompanhar Shadow, de Deuses Americanos, mesmo que por um fim de semana, é excelente.
Uma série de belos contos de Neil Gaiman que nos leva por uma viagem fantástica e onírica, sem perder o bom humor e a pitada de cinismo tão característica do outros. Leitura rápida e leve. Recomendo demais.