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A Noite das Mulheres Cantoras

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Há uma pergunta que percorre este romance de Lídia Jorge, da primeira à última página: Quantas vítimas se deixa pelo caminho para se perseguir um objectivo? A acção do romance decorre no final dos anos 80 do século XX e invoca um tema de inesperada audácia - o da força da idolatria e a construção do êxito - visto a partir do interior de um grupo, narrado 21 anos mais tarde, na forma de um monólogo.
Como é habitual na obra da autora, a questão social é relevante - a força do todo e a aniquilação do indivíduo perante o colectivo são temas presentes neste livro. Mas aqui, tratando-se de um grupo fechado e dominado pela música, a parábola social submerge perante a descrição de um ambiente de grande envolvimento humano e de densidade poética.
Servido por uma narrativa ao mesmo tempo rude e mágica, A Noite das Mulheres Cantoras propõe a quem o lê a história de seis figuras que passam a viver para sempre no nosso imaginário.
A história de amor comovente que une as duas personagens principais, Solange de Matos e João de Lucena, é, por certo, um daqueles episódios que iluminam a realidade e tornam indispensáveis a grande literatura sobre a vida de hoje, com os ingredientes próprios da cultura dos nossos dias.

317 pages, Paperback

First published January 1, 2011

3 people are currently reading
167 people want to read

About the author

Lídia Jorge

80 books243 followers
LÍDIA GUERREIRO JORGE nasceu em Boliqueime, Loulé a 18 de Junho de 1946. Concluído o curso de Filologia Românica, dedicou-se ao ensino liceal (Angola, Moçambique e Lisboa). Publicou os romances O Dia dos Prodígios (1980, Prémio Ricardo Malheiros), O Cais das Merendas (1982, Prémio Literário Município de Lisboa), Notícia da Cidade Silvestre (1984, Prémio Literário Município de Lisboa), A Costa dos Murmúrios (1988), A Última Dona (1992), O Jardim Sem Limites (Prémio Bordalo, 1995), O Vale da Paixão (Prémio D. Dinis, 1998), O Vento Assobiando nas Grutas (2002, Grande Prémio do Romance e Novela da APE/DGLB), Combateremos a Sombra (2005, Prémio Charles Bisset) e A Noite das Mulheres Cantoras (2011); os livros de contos A Instrumentalina (1992), Marido e Outros Contos (1997), O Belo Adormecido (2004) e Praça de Londres (2005); a peça de teatro A Maçon (1993) e o ensaio Contrato Sentimental (2009). Os seus romances são constituídos por vários planos narrativos, onde o fantástico coexiste com o real, e os problemas sociais colectivos são postos em relevo através de figuras humanas com dimensão metafórica e mítica. Foi condecorada, pela Presidência da República, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 2005.

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35 (16%)
1 star
19 (9%)
Displaying 1 - 18 of 18 reviews
Profile Image for Deyse .
290 reviews26 followers
May 28, 2016
Oh my god, I finally finished this, I can't believe how long it took me! I tough this would be a easy and quick read between my mandatory readings but I hated it, I didn't cared about this story or its characters and the writing annoyed when it tried to be lyrical and there was too much walls of text.
Profile Image for David Pimenta.
373 reviews19 followers
December 1, 2013
Crítica escrita virada para a vertente de copywriter que podem ler aqui: http://www.arteseartes.info/nao-sabe-...

Acontece-me demasiadas vezes não saber o que começar a ler no meio de tantas escolhas que uma biblioteca ou livraria proporciona. Há demasiados livros para escolher, há demasiada confusão na minha cabeça nesse momento. Mas acabei por optar por começar a minha leitura da obra A Noite das Mulheres Cantoras de Lídia Jorge. Quer fazer uma viagem até aos anos 80 em Portugal?

Lídia Jorge abre uma porta, com A Noite das Mulheres Cantoras, aos mais novos. A paixão e perseguição pela fama, trespassada para as redes sociais e para as imagens tiradas pelos telemóveis, existiu desde sempre e o novo livro mostra que a liberdade artística dos anos 80 portugueses não está tão distante da atualidade.

Se o seu problema é gastar alguns euros passe numa biblioteca e leve o livro para casa, tal como eu fiz. Apanho o elétrico para a sala de leitura do Centro Cultural de Belém e não gasto qualquer dinheiro em livros. Mas porque é que deve seguir o meu conselho e começar a ler a obra da Lídia Jorge?

Diria que a ideia de fama está em todas as páginas deste romance da Lídia Jorge. Lembra-se da época das Doce, tal como li na crítica do Ípsilon, em que houve uma terrível liberdade artística e tal como a escritora disse “preparou para a época em que estamos hoje”? É a forte inspiração por detrás de A Noite das Mulheres Cantoras.

Não foi ao acaso que esta obra se realçou em todas as outras da biblioteca do CCB. O universo da música e do feminino sempre me atraiu, apesar de já ter tido uma desilusão com o Vento Assobiando nas Gruas. Para não correr o risco de gastar dinheiro à toa com mais um livro da Lídia Jorge decidi requisitá-lo. Pode ser um crime dizer que se gasta dinheiro à toa com um livro desta senhora mas não é por ter estatuto que a deixo de tratar como uma escritora como todas as outras.

A história é contada segundo o ponto de vista da Solange de Matos, ao ser convidada pela chamada maestrina Gisela Batista para fazer parte da banda que pretende formar. Toda a experiência da protagonista está envolta de um sentimento profundo, já notado na personagem principal do livro anterior que tentei ler da Lídia Jorge. Numa sociedade tão virada para os 15 minutos de fama nas redes sociais, na maioria das vezes por motivos insólitos, a escritora oferece aos leitores um retrato dos anos 80 completamente atual não fossem algumas passagens tão familiares às minhas vivências.

Solange começa a lutar pelo sonho de se tornar conhecida com o seu grupo sob a condição de letrista, a que lhe enche o coração, e também de cantora ao mesmo tempo que se envolve com João de Lucena, o coreógrafo do grupo. Há subtileza na forma como é contada a história do livro, em vários aspetos: quer seja na dúvida da sexualidade do coreógrafo a determinada altura quer seja no facto de Gisela se envolver com o padrasto e orientar as raparigas para não darem asas ao romance e se dedicarem ao projeto musical.

A Noite das Mulheres Cantoras não é um livro fácil, com as palavras simplesmente colocadas na folha branca para serem entendidas à primeira. Desenganem-se os leitores, habituados às obras fáceis e expostas na primeira banca de uma livraria. Exige-se concentração, longe do barulho do banco de um autocarro, e dedicação para se entender a poesia de Lídia Jorge.

É a quase poesia presente neste livro sobre a fama que apaixona qualquer leitor. Apaixonou-me a mim e aposto que vai apaixonar qualquer um. Compre-o ou se não quiser gastar dinheiro vá à biblioteca mais próxima da sua casa!

4/5
Profile Image for Mariana Veloso.
8 reviews
December 1, 2025
“ E aqui terminam as minhas memórias. Mas o meu monólogo, que ninguém ouve, continua.” (página 11)

“…Não te deslumbres, filha, lembra-te que nesta vida não somos nada. Somos apenas o bem que fizermos aos outros, o resto não vale coisa nenhuma…” (página 259)

“ A credulidade é um estado de alma que não se adquire e raramente se perde. Quando se é viciado nessa espécie de não prudência, ela se desfaz e logo se recompõe, persistindo sob a forma de uma natureza intrínseca.” (página 302)



Profile Image for Cristina Torrão.
Author 9 books24 followers
July 3, 2014
Lídia Jorge dedica-se, neste romance, ao tema do passado, mais propriamente, ao embelezar do passado. O ser humano tem uma enorme capacidade de apagar as partes dolorosas, realçando o agradável. Enganamo-nos a nós mesmos, passamos a vida a idealizar. Idealizamos a nossa infância, a nossa juventude e tudo o resto que já passou. Falamos dos «bons velhos tempos», esquecendo que, se fôssemos mais honestos connosco próprios, admitiríamos que não foram tão bons assim. Em muitos casos, pouco tiveram de bom.

Num espetáculo de verão, reunem-se quatro mulheres que haviam pertencido a uma banda de cinco. Cantavam e dançavam, 21 anos antes, gravando um disco e obtendo um sucesso retumbante. Gisela Batista, a líder do grupo, apelidade de maestrina, recorda, frente às câmaras, aqueles tempos gloriosos, de cinco jovens unidas no amor à música e à dança. Solange Matos, a narradora, não a desmente, para não lhe estragar a noite, mas sabe que a relidade não foi bem assim. E vai desfiando a história, contada em flashback, numa espécie de confissão.

Nada se consegue sem disciplina nem trabalho duro. E Gisela Batista, a maestrina, impõe um regime ditatorial ao resto do grupo, que inclui pesagens diárias para controlar o peso e proibição de namoros. As infrações são castigadas com chantagens emocionais e a consequente criação de profundos sentimentos de culpa. Quem mais sofre é Madalena Micaia, uma africana, com uma voz de exceção, mas mais volumosa do que a maestrina permite. Por uma qualquer razão (que se revela mais tarde), ela não consegue emagrecer. E, depois do disco gravado, já não faz parte do grupo, nem participa nas tournées. O seu desaparecimento nunca foi explicado publicamente e Gisela Batista diz, no espetáculo que as reúne 21 anos depois, que Madalena Micaia não resisitiu ao chamamento da terra-natal e abalou para África. Solange de Matos sabe que isso não corresponde à verdade. O sumiço da africana implica um segredo terrível que lhe ensombra a vida.

Lídia Jorge escreve do alto do seu talento e da sua experiência, revelados am cada cena, cada parágrafo, cada frase, cada palavra. O valor literário do romance é indiscutível. A meu ver, só terá um defeito: dificilmente interessará ao público masculino. É daqueles romances que só podia ter sido escrito por uma mulher, (quase) só para mulheres. Empolgou-me particularmente, pois houve uma altura da minha vida em que também andava envolvida em ensaios de canto e dança. Claro que os grupos a que pertenci nunca atingiram sucesso, mas revi-me em muitos momentos dos ensaios do grupo da maestrina. Para quem não teve essa experiência, mesmo sendo mulher, poderá ser difícil de "agarrar".

Uma nota desfavorável para a textura aveludada da capa, a imitar as cortinas do teatro, mas, na minha opinião, desagradável ao toque.
Profile Image for Luan Dalmas.
157 reviews
November 14, 2021
a daisy jones colonizadora e exploradora

Sabe aqueles livros que a gente tem vontade de ler por algum motivo meio desconhecido, mas que a gente sempre deixa pra depois e pra depois, e finalmente lê e se surpreende? "A noite das mulheres cantoras" é um desses.

Depois de uma apresentação de seu grupo de cantoras (tais quais Maísa apresentadora do bom dia & cia), a narradora Solange de Matos reencontra um amigo e volta 21 anos em sua vida para nos contar sobre sua entrada no grupo, quem eram/são suas companheiras, como foi sua vida etc etc.

Com uma escrita lenta, que repete informações várias vezes, descobrimos as paixões de Solange, suas amizades, seu ingresso no grupo e na escrita das músicas na década de 1980, seus namoros e suas outras aventuras.

Como é um livro no qual a personagem relembra seu passado, pulamos do que já aconteceu para pensamentos da Solange no presente, há saltos no tempo, momentos cansativos, passagens poéticas, e uma homenagem à juventude.

Enquanto que a história é sobre o início do grupo, os ensaios e gravações das músicas, as escolhas do final da adolescência, as ansiedades da vida a ser desbravada e os desejos juvenis, o livro me agradou. Talvez porque eu esteja vivendo essa fase e me identifiquei com muitas coisas a respeito das personagens, ou talvez porque a autora saiba passar os sentimentos de maneira eficaz.
Depois, quando Solange já se estabeleceu melhor e passou a ter novas experiências, eu achei que o livro decaiu. E aqui não sei se é porque parei de me identificar com os acontecimentos da história ou porque a qualidade da narrativa diminuiu. Isso é lá pelos 60 ou 70% do livro, e ocorre algumas cenas gigantes com pouca importância e saltos temporais que poderiam ter sido feito de maneira mais interessante.

E também teve algumas coisas que, para mim, foram desnecessárias. O final foi um pouco apressado, com muita coisa a ser contada e pouca página. Podia ter tirado um pouco de várias cenas ou até se alongado mais para não causar essa mudança brusca, mas isso não chega a estragar o livro.

Tirando o final não-tão-satisfatório, o que resta é uma história envolvente que trata sobre escolhas, amizades, sonhos, relacionamentos, recordações e saudade. Nas palavras de Solange, "Como nos adeuses da juventude, uma pessoa diz Adeus, e só passados muitos anos a nossa mão estremece e acena".
E é isso que ela faz: 21 anos depois, ela olha para sua juventude e acena.

[aproveitem que tá no kindle unlimited!! porém é em português de portugal que chamam churros de porra]
Profile Image for Alina Girnet.
18 reviews1 follower
October 10, 2021
Am căutat-o pe Lidia Jorge prin librăriile din Lisabona, dar nu am găsit vreo traducere în engleză, iar când am ajuns acasă i-am comandat cea mai recentă carte tradusă în română. Eram curioasă cum scrie, ce teme abordează. Ce pot să zic e că povestea începea să prindă contur și interes pentru mine cam pe la final, când vocea naratoarei a început să reflecteze analitic întâmplările, trăirile, și mai puțin m-a convins în prima parte - cea descriptivă. Povestea e una neobișnuită față de ce am adunat până acum în colecție, însă. Să citești despre un grup de cântărețe și dilemele parcursului lor către celebritate, amestecate cu idile de iubire, dar și aventuri strecurate confuz - e destul de unic ca fir narativ. Mi-au plăcut versurile strecurate pe ici-colo și m-am bucurat să găsesc apoi unele piese complete, versuri pe melodii pe YouTube, ascultându-le m-am simțit mai aproape de povestea din carte.

Pe de altă parte, cred că în viața fiecăruia, orice parcurs avem, intervine câte o Gisela Batista, care mai întâi ne fascinează ca mentoră, apoi ne dezamăgește odată ce îi descoperim vulnerabilitățile (cred că un mentor încetează să mai fie unul, după ce îi cunoști slăbiciunile) și care poate deveni ulterior toxică, o toxicitate pe care însă o avem nevoie în apropiere pentru validarea propriei evoluții.

Trei steluțe cu încredere! O să mai citesc ceva scris de ea.
99 reviews
June 25, 2024
Apaixonei-me por ele... Nunca tinha lido Lídia Jorge e entrou para a minha lista de escritores do coração... Se este é o mau livro, não sei como serão os bons.
Profile Image for Ana Vial.
71 reviews4 followers
December 24, 2014
O mais legal desse livro é que a narradora era praticamente minha vizinha em Lisboa!
"Havia três carros, e não dois. Eu até poderia entrar em qualquer um deles. Afinal, todos os ocupantes viviam para as bandas do Campo Pequeno e nunca tínhamos dado por tal. Eles não tinham dado por mim, eu não tinha dado por eles, e o mundo era tão pequeno e o Campo Pequeno, pequeníssimo. Uma rua ali, a outra acolá, e tudo tão perto. O Munumental tão próximo, o Galeto junto, o Apolo 70 pertíssimo, a Universidade Nova era mesmo junto de toda a gente, e a Gulbenkian? Meu Deus, os jardins da Gulbenkian viam-se de todas as varandas e quintais daqueles que seguiam no carro. Eles iam ao estrangeiro, regressavam, e encontravam tudo sempre tão igual, tudo tão próximo, tão imóvel uma aldeiazinha, com os sinos da igreja de Fátima a fazerem tlim, tlão, a acordarem toda a gente à mesma hora, logo pela manhã." (p. 158)
Profile Image for Maria Silva.
243 reviews2 followers
June 27, 2016
A história decorre nos anos 80: seis mulheres procuram o êxito, e trabalham sem descanso sob a liderança da maestrina Gisela Batista. Prosa bem escrita, pormenores cuidados que nos levam até uma sociedade em que as mulheres têm muito que lutar, e convém ter figuras masculinas por perto para ser credíveis.
Ensaios, sacrifícios, desilusões, sexualidade dúbia. O projeto é mais forte que os protagonistas pois nem a morte consegue parar uma alma determinada. Os namorados não pisam o chão! A traição pode espreitar em qualquer lugar. A sexualidade pode não ser o que parece. Há sempre algo mais escondido numa pessoa... Vinte e um anos depois, numa escrita intensa, Solange de Matos conta-nos tudo!
Profile Image for António Ganhão.
Author 2 books28 followers
Read
June 25, 2012
Na noite mágica, surge o momento perfeito com o voo de João Lucena em direção a Solange, “lembras-te de mim?”. O livro nasce aqui. Toda a narrativa serve este único propósito, o de explicar a magia desse encontro, todas as emoções, o segredo que começa por se insinuar e termina em traição, a descoberta do amor. O império minuto.

Ler mais aqui
Profile Image for Filipa Silva.
Author 13 books400 followers
June 9, 2025
Talvez uma estrela seja demasiado pesado, sobretudo para um livro bem escrito, mas realmente não gostei nada da história. Não me identifiquei com as personagens, achei algumas situações pouco verosímeis e em dados momentos senti necessidade de saltar parágrafos. Estava muito curiosa quando o comprei e acabei decepcionada.
Profile Image for ClaudiaBiEnne.
207 reviews8 followers
July 16, 2022
J’avoue être passée complètement à côté de l’histoire.
Un histoire décousue et faites de sursauts. On attends pendant les 200 premières pages que l’histoire a commence et, quand il se passe enfin quelque-chose, soudain la narration vire vers un tout autre domaine qui n’a plus rien à voir avec les femmes qui chantent.
Cette hauteur n’est définitivement pas pour moi.
Profile Image for Bela.
33 reviews
August 29, 2013
Gostei.
"[...] passámos pela Terra e vivemos mergulhados no fluxo do mesmo tempo. Talvez essa coincidência seja a maior intimidade que se possa ter neste mundo. E essa tivemo-la nós."
Displaying 1 - 18 of 18 reviews

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