Jump to ratings and reviews
Rate this book

Os Sertões - Volume II

Rate this book
(Clássicos Abril Coleções, #30)

381 pages, Hardcover

Published September 11, 2010

2 people are currently reading
146 people want to read

About the author

Euclides da Cunha

69 books65 followers
Euclides (archaic spelling Euclydes) da Cunha (January 20, 1866 – August 15, 1909) was a Brazilian writer, sociologist and engineer. His most important work is Os Sertões (Rebellion in the backlands), a non-fictional account of the military expeditions promoted by the Brazilian government against the rebellious village of Canudos, known as the War of Canudos. This book was a favorite of Robert Lowell, who put it above Tolstoy, the Russian writer.

Euclides da Cunha was also heavily influenced by Naturalism and its Darwinian proponents. Os Sertões characterised the coast of Brazil as a chain of civilisations while the interior was more primitively influenced.

Euclides da Cunha was the basis for the character of The Journalist in Mario Vargas Llosa's The War of the End of the World.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
18 (35%)
4 stars
17 (33%)
3 stars
12 (23%)
2 stars
1 (1%)
1 star
3 (5%)
Displaying 1 - 3 of 3 reviews
Profile Image for Monica.
122 reviews13 followers
April 9, 2019
Esta é a segunda vez que leio este livro transformador, que me agita a mente e o coração como poucos outros. Não é uma leitura fácil, por causa do seu estilo antiquado e muitas vezes rebuscado, cheio de palavras incompreensíveis para a maioria dos brasileiros de hoje (pelo menos para mim). Mas à medida que a leitura avança, as dificuldades iniciais vão dando lugar a uma espécie de musicalidade estilística que deixam o texto cada vez mais fluido, sem perder seu lado jornalístico, escrito por uma testemunha ocular desta terrível página da nossa história, já bastante conhecida, mas sempre surpreendente. Minha sugestão aos que ainda não se animaram a ler este grande épico brasileiro: comecem a ler o livro pela terceira e última parte (A Luta), onde se concentram os eventos da Guerra de Canudos. Somente depois, se assim o desejarem (e é o que geralmente acontece) leiam as outras duas partes iniciais (A Terra e O Homem), que descrevem a geografia da região e o caráter do povo nordestino. Fica a dica para a leitura desta incrível obra-prima da literatura brasileira. Desde já, entretanto, um aviso: respirem fundo e preparem o seu coração, pois este não é um livro para os que buscam diversão ou entretenimento. É, antes, um convite à reflexão sobre a nossa brasilidade e até mesmo às forças desconhecidas que que habitam dentro de cada um de nós, moldando a nossa própria humanidade.
Profile Image for Lorrayne.
45 reviews11 followers
January 13, 2016
An epic insight into one of the greatest crimes in the making of the Republic of Brazil.
Profile Image for Tamir Einhorn Salem.
55 reviews1 follower
April 28, 2023
Não é a primeira vez que tento ler Os Sertões, mas é a primeira vez que eu de fato consigo tankar esse começo que é dezenas de páginas sobre geologia e nada mais. Continua bastante difícil de tankar, e eu fiquei na dúvida se era válido ou não pular. Provavelmente é, mas eu queria me testar e foi um bom sonífero. Eu não imaginava que ia passar a gostar e ver mérito em tudo, e menos ainda que esse livro inspirou livros do Sandor Marai, Llosa, entre outros. Quero ler o do llosa ao menos, é dos 1001.
É até difícil classificar esse livro como qualquer coisa, porque ele não chega a ser uma biografia nem uma tese. É essencialmente o livro de um jornalista tentando explicar como se chegou ao ponto que se chegou em Canudos. Ao longo do livro, que é dividido em três partes, Euclides expõe a história que não pode escrever quando era correspondente e adido do Estado Maior na última expedição à Canudos. Euclides é claramente muito inteligente, estudado e um PORRE. Ele usa um vocabulário que eu nunca vi na minha vida em qualquer livro do português antigo, e foi inclusive criticado na pelo Verissimo por isso. É o estilo do cabra? É, mas é pedante. E piadas à parte, talvez seja a maneira dele dar um verniz de credibilidade pra um livro que era uma espécie de confissão de que a verdade foi omitida por ele.
Vamos aos fatos: a República é decretada por meio de um golpe militar, e começam a surgir alguns focos pra lá e pra cá de resistência, como no Sul. A figura messiânica de Antonio Conselheiro vai surgindo nos sertões do NE como um andarilho extremamente cristão, que anda arrebanhando fiéis e realizando obras em igrejas. Ele inspira medo no poder oficial por sempre se declarar contra a República, o que encaixa um pouco na narrativa de que ‘o povo assistiu àquilo [proclamação] bestializado’. Como católico fervoroso, ele e seus seguidores não se afeiçoaram ao ideal secularista que a República trazia, como casamento civil e afins, e pareciam preferir a monarquia, mas não do jeito revolucionário que outros grupos traziam. Não é exatamente um culto louco porém inocente, por que muitos bandidos se juntavam ao grupo e saqueavam vilas perto. Vai crescendo esse incômodo, a Igreja tenta dar uma segurada nele porque eles tavam já oficiando casamento e afins, invadindo lugares pra pregar, então um conflito vai se avizinhando. Com a proclamação da República, a tensão se acirra com uns impostos novos em tabuletas que ele retira. Conselheiro chega a ser preso ao longos desses vários anos, mas pós Proclamação, ele diz que não vai mais se entregar desse jeito porque não reconhece o novo governo. Aí pronto. Ao fim, a tensão explode quando um acordo comercial legítimo onde madeira lhe seria entregue simplesmente é segurada por um juiz local que tinha tido que fugir quando o bando do Conselheiro invadiu. Aí pronto, começam os rumores de que a turma vem aí meu deus do céu, e o governo baiano é forçado a intervir. Começam assim as expedições pra derrotar Canudos, e eventualmente elas se transmutam de lidar com uma ameaça à segurança local para uma guerra heróica onde o país enfrentaria o reacionarismo dos sertanejos, numa espécie de inimigo comum que unificava a República e que caso não fosse debelado levaria à novos focos de revolta. É muito importante isso aqui: isso foi propaganda PURA do governo e exército com ajuda da imprensa e opinião pública. A farsa começa aí.
Euclides era um militar que queria ser escritor e era politicamente ativo, chegando à ter alguns entreveros disciplinares. Seu sogro era militar e também participava de reuniões, movimentos, etc. O combo de ler isso com Poder camuflado foi absolutamente não intencional mas meu deus do céu, a nossa república é tutelada pela farda desde sempre, é impressionante. Nessa ideia positivista, são os militares que se outorgam a ideia de trazer a república, a civilização, o secularismo e o raio que o parta. Eles seguem embebidos disso em pleno 2023 mesmo se aliando com um anti-democrata, e aí entra a tese de que esse discurso é a mentira conveniente. As motivações são sempre muito mais torpes, e esmagam os próprios militares de baixa patente. Euclides é eventualmente chamado como jornalista para última expedição, que o país acompanhava já com muito ardor. Note-se que foram QUATRO, então nessa altura a coisa já se elevou e vão tipo 6k homens porque tudo mais falhou repetidamente. Euclides como correspondente não vai ao fundo do que ele chama posteriormente de crime, e aí ele ao voltar escreve Os Sertões como uma denúncia. O país ama seu livro e meio que percebe o merdelê que foi feito. Puxando sardinha pra minha questão com os militares, fica evidente o fracasso COMPLETO das campanhas. Soldados afoitos por glória ignoram instruções, comandantes ineptos e arrogantes bolam estratégias pífias (que o Euclides critica e sugere melhor, nerdola). É inadmissível que um exército que de fato tinha experiência de combate, munições, tudo, perca tantas vidas para ao fim massacrar todo mundo, que é o que é feito. Humilhados, inclusive, os soldados tornam-se extremamente cruéis. Massacram prisioneiros, botam fogo no arraial todo, e, de novo, morrem como moscas por ignorarem o cerco e esperarem a desistência. Isso com apoio do tosco oficialato. E é impressionante que o exercicio de memória que o Brasil moderno faz sobre isso é quase zero e depois de 25 MIL MORTOS E UM MASSACRE o Exército siga outorgando-se tutor e moderador da República. Como diz Sobral Pinto, ‘os militares nunca aceitaram não ser os donos da República’.
E como diz Euclides no seu livro: ‘Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo"
Displaying 1 - 3 of 3 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.