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O agora, agora e mais agora de vários passados sucessivos talvez ajude a iluminar melhor o presente (e o futuro?) do que saturarmo‑nos de tudo aquilo que nos acontece hoje. Esta colecção de livros, que foi também um podcast, recupera seis memórias do último milénio — uma história alternativa da modernidade, e dos conceitos que confluíram na noção de dignidade e direitos humanos, através dos agoras dos nossos antepassados.

Um homem é preso pela Inquisição e é forçado a recordar conversas e amizades tidas 40 anos antes. De que seria culpado? Quem o teria denunciado? Outro homem hesita. Como escrever sobre um amigo decapitado? Uma mulher escreve as suas 72 novelas e há quem pense que ela poderá reconciliar um continente desavindo. Um jovem inca atravessa o oceano, naufraga, viaja entre continentes e descobre nuns diálogos amorosos que está num jogo que pode perder. Este é um tempo em que o mundo se descobre uno, a cristandade se divide em dois e aparece uma nova ideia de Europa. O tempo da primeira geração da Utopia, do primeiro programa Erasmus, de uma revolução tecnológica e comunicacional, de uma viagem da abertura para o fechamento — mas não é o nosso tempo.

Esta é a memória terceira de Agora, Agora e mais Agora: Seis memórias do último milénio. Fala de globalização.

88 pages, Paperback

First published March 2, 2023

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Rui Tavares

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Displaying 1 - 8 of 8 reviews
847 reviews
April 19, 2023
Mais um ensaio estimulante e pertinente, desta vez situado no século XVI, esse tempo em que ao humanismo da curiosidade e do amor pelo conhecimento foi rapidamente substituída pelas reformas, contra-reformas e outros fundamentalismos. Apesar disso, um grupo de homens e mulheres, como Damião de Góis, Margarida de Navarra ou Erasmo, contactaram entre si e deixaram pistas de entendimento e luminosidade para quem veio a seguir. Acha esperança para nós, poeira engaiolada em ecrãs...

«Mas enquanto o mundo se tornava apenas um, a cristandade na Europa começou a encontrar formas de se disseminar, dividindo-se em bons e maus cristãos, falsos e verdadeiros crentes.» P. 39
Profile Image for Douglas.
111 reviews3 followers
January 22, 2024
Esta memória já um pouco menos impressionante que as anteriores, talvez por me revelar menos algo que sempre esteve ali e eu nunca havia visto. Ainda assim repleto de indagações interessantes.
Profile Image for Beatriz Baptista.
169 reviews83 followers
October 29, 2025
3.5/5 ⭐️

não me interpretem mal !! amei ler mais um volume que, de uma forma tão simples e acessível, resume diversos factos que interligam história, política, religião e filosofia. graças à escrita descontraída de rui tavares, mesmo aqueles que, como eu, seguiram áreas científicas e podem achar que não têm as bases necessárias para apreciar este tipo de leitura, conseguem aprender e preencher algumas lacunas de cultura geral. dito isto, achei esta memória menos surpreendente que as 2 anteriores, talvez por ter criado expetativas demasiado altas em relação ao tema da globalização .

200 anos depois da última conversa, sobre polarização , esta memória fala de damião de góis e a inquisição de lisboa, erasmo de roterdão, a utopia de thomas more, as 95 teses de martim lutero, a presença comercial de Portugal nos flandres, a circum-navegação ao globo do português fernão de magalhães e do espanhol juan sebastian elcano, o calvinismo de joão calvino, pico della mirandola, isaac abranavel e a perseguição de judeus em portugal, garcia de horta, margarida de navarra, rousseau e voltaire, vasco da gama, leonardo davinci, boticelli, jan van Eyck, leão hebreu, inca garcilaso de la vega, william shakespeare, miguel de cervantes.

Inca Garcilaso de la Vega morreu a 23 de abril de 1616; William Shakespeare morreu a 23 de abril de 1616; e Miguel de Cervantes morreu entre 15 de abril e 22, mas talvez aqui neste último dia se deva incluir também a noite entre 22 e 23 de abril de 1616. Morreram, portanto, os três na mesma semana ou talvez até no mesmo dia do mesmo mês do mesmo ano.

Em 1995 a UNESCO decidiu que, por isso, em 23 de abril passaria a ser comemorado o Dia Internacional do Livro.”


✧˖°˖ in english ─────── ☾•

"Inca Garcilaso de la Vega died on April 23, 1616; William Shakespeare died on April 23, 1616; and Miguel de Cervantes died between April 15 and 22, but perhaps here, on this last day, the night between April 22 and 23, 1616, should also be included. All three died, therefore, in the same week or perhaps even on the same day of the same month of the same year.

In 1995, UNESCO decided that April 23 would be celebrated as International Book Day."


✧˖°˖ boas leituras ! ─────── ☾•
Profile Image for Manuel Pinto.
148 reviews7 followers
August 15, 2023
"A ideia de Utopia surgiu como surgem muitas ideias a jovens longe do seu país: numa ocasião de conversa, comida e bebida com amigos. À mesa estavam pelo menos Thomas More, Erasmo de Roterdão e um Português, ou seja, a ideia de Utopia nasceu numa noite de copos em Antuérpia"
Profile Image for Francisca.
22 reviews2 followers
August 5, 2025
Uma vez mais, Rui Tavares não desilude na sua escrita histórica, tornando a História longínqua em eventos próximos relevantes, fazendo o seu leitor pensar na natureza do ser humano, na proximidade histórica e, curiosamente, no efeito borboleta que são a existência e os sistemas humanos.
Profile Image for R.B..
Author 1 book6 followers
February 27, 2024
No início da memória sobre a polarização, Rui Tavares pergunta-nos "o que acontecerá às nossas polémicas quando já ninguém se lembrar delas?". Retomo a pergunta nesta terceira memória, sobre a globalização para perguntar, que acontecerá ao que dizemos quando o seu contexto tiver passado? O motivo para esta pergunta é a conversa primeira (A Casa das Perguntas) da terceira memória, dedicada a Damião de Góis.
A primeira conversa vai, sem nos apercebermos, servir um pouco de sumário para toda a memória da globalização. Não que se cinja à globalização. Mais uma vez o tema da memória parece servir apenas de pano de fundo para outra coisa, no caso para uma polarização. Uma polarização que faz com que Damião de Góis seja preso por coisas que disse décadas antes, uma polarização que leva a decapitamentos e a guerras, que sendo fáceis de começar, são difíceis de acabar. Tudo isto movido por um Mundo que se expande e com um novo meio de comunicação, no caso a imprensa escrita.
É de "uma realidade interconectada, com gente curiosa, sedenta de comunicação e conhecimento" o mundo que é recordado nesta memória. Mas não é um mundo totalmente polarizado. Nela há também gente da dimensão de Erasmus ou Thomas Moore, "críticos da Igreja Católica, mas críticos também daqueles que rompem com a Igreja Católica".
O que leva então a essa polarização? No fundo é um choque profundo entre crença e realidade. E desse choque surge a necessidade de defender com força a crença antiga, mesmo face a uma realidade que a desmente, ou de elevar uma nova realidade a píncaros que não merece, como forma de ganhar destaque e protagonismo face ao velho. Tudo isto catalisado por um novo meio de partilhar notícias. E se há quem concilie a crítica à Igreja Católica com a crítica a quem abandona a Igreja Católica, entre estes que a abandonam, há também ferozes críticas entre as diferentes partes. O mundo polarizado de então, não era um mundo bipolar. "Homens que partindo do mesmo ponto de ruptura, seguem caminhos de pensamento diferentes".
Será na terceira conversa que Rui Tavares diz ao que vem com esta memória. O interesse aqui é da intersecção de três coisa: memória, media e medo.
O autor fala da "falta de memória" sobre os efeitos perniciosos da polarização, fazendo uma ponte com chacinas de Guelfos e Gibelinos e denota que os media, no caso desta Terceira Memória a imprensa em particular, podem levar "ideias a quem não muito interessado em debates ... sofisticados", mas é também um meio de preservar a memória. E isso leva-nos ao medo. Medo que não tanto aquele que cada um sente, mas sim o "frémito de poder que parece enloquecer algumas pessoas quando metem medo aos outros".
Conquanto a conclusão possa ser interessante, ela parece-me incompleta. Não é a falta de memória que nos leva aos conflitos. Tal como na primeira conversa, terá sido por muito boa memória dos Inquisidores que Damião acabou no cácere por uma denúncia décadas antes. Quantas vezes não vimos alguém a ser chamado à pedra por coisas que publicou nas redes sociais há vários anos, noutra fase do desenvolvimento, e responsabilizámos essa pessoa sem questionar se se revia nesse seu eu mais antigo?
A quarta conversa, sobre os extremismos será aquela que, na prática encerra a memória. Vai focar-se nos extremistas que manifestaram um ódio sagrado ao mundo e segue-se de uma conversa sobre várias figuras que são, no fundo, projecções do autor. Gente que quer mudar as Instituições por dentro, como Margarida de Navarra, gente que se vê como Europeu; como Damião de Góis; gente que é uma minoria num mundo em turbulência, e o que nem sempre lhe é amável, como Leão Hebreu.
Apesar de todo o discuros positivo da última conversa, é no entanto uma frase da quarta que não me sai da memória. Uma frase que resume tempos de memória, medo e media e que diz respeito às multidões que seguiam Savonarola. É essa frase "Muitos dos que notaram tudo isto, gostaram de tudo isto.", sendo o isto a rigidez de Savonarola. Uma rigidez tão rígida, que levaria Savonarola ao cadafalso.
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