Josué Marques Guimarães (São Jerônimo, 7 de janeiro de 1921 — Porto Alegre, 23 de março de 1986) foi um escritor brasileiro.
Tornou-se famoso nacionalmente pelos seus romances, mas iniciou sua vida como jornalista muito cedo. Já no jornal do colégio, escrevia cerca de seis artigos por edição e apresentava, nos finais de ano, peças teatrais de sua autoria. Antes de completar vinte anos de idade, mudou-se para São Paulo, à procura de um emprego. Começou como ilustrador e redator, simultaneamente.
A longo de sua vida, desempenhou mais de dez profissões, como repórter, redator, redator-chefe, cronista, comentarista, diagramador e ilustrador.
Em 1951, foi eleito o vereador mais votado do município de Porto Alegre, pelo PTB, onde atuava com mais frequência nas obras públicas, que beneficiavam o povo. Foi chefe de gabinete de João Goulart na Secretaria de Justiça do Rio Grande do Sul e depois foi nomeado diretor da Agência Nacional, onde permaneceu até o golpe militar de 1964.[2]
Trabalhou em periódicos nacionais como Folha de S.Paulo,[3] Jornal do Brasil, e em jornais gaúchos como Zero Hora e Correio do Povo. Cobriu a Revolução dos Cravos, em Portugal, e as consequentes independências, na África. Consagrou-se com suas crônicas de cunho político, sempre muito críticas e irônicas.
Josué Guimarães faleceu vítima de câncer intestinal.
Esse é um clássico da literatura gaúcha, considerado um grande romance histórico que trata da imigração alemã no Brasil, especificamente na região do Rio Grande do Sul. A narrativa começa em 1824, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães à cidade de São Leopoldo, uma localidade que recebeu esse nome em homenagem à Imperatriz Leopoldina, que teve papel importante na facilitação da imigração.
A trama acompanha famílias como Daniel e Catarina, que deixam suas terras na Alemanha e enfrentam condições precárias e promessas não cumpridas ao chegarem ao Brasil. Um personagem central na história é Grudlin, um alemão que consegue tirar vantagem do momento, usando suas conexões com o império para beneficiar-se, enquanto manipula os imigrantes. A narrativa retrata a difícil realidade enfrentada pelos imigrantes, incluindo a convivência com indígenas e escravos, e a esperança de uma vida melhor que, muitas vezes, se mostra ilusória.
O enredo se intensifica com o conflito da Guerra da Cisplatina, que causa um impacto devastador na vida dos protagonistas, levando-os a esconderijos, perdas e transformações profundas. Catarina emerge como uma personagem forte, que passa por uma evolução significativa, tornando-se uma mulher de coragem, capaz de proteger sua família e de buscar vingança contra as injustiças sofridas. A narrativa também aborda temas de resistência, solidariedade e as tensões culturais na formação da identidade da região.
O livro é uma obra de grande valor histórico e literário, que explora as complexidades das relações humanas em tempos de conflito, além de refletir sobre a formação do sul do Brasil. Seu final é marcado por uma cena poderosa, que surpreende e emociona, deixando um forte impacto no leitor e abrindo espaço para uma possível continuação na trilogia que o autor pretendia completar. A obra é recomendada para quem aprecia romances históricos bem fundamentados, com personagens fortes e uma narrativa que combina realismo com poesia, valorizando a cultura e a história do Rio Grande do Sul.