Em A Conquista de Tavira propomos um itinerário crítico pelo Algarve, pela sua história e pelo seu presente ao longo das suas páginas ilustradas com fotografias e postais. O destino da viagem é Tavira e o seu entorno, cuja descrição e passado ocupam vários capítulos deste livro de viagem e de divulgação científica onde se entretece a poesia e a ficção. Assim, antes de chegarmos à «Pérola do Gilão», passamos sobre carris e séculos por Faro e Olhão, resumindo o que se sabe acerca dos «primeiros abencerragens da Península Ibérica» (‘Os primeiros abencerragens’, ‘A vã ambição dos Mahfuz’ e ‘Vozes abafadas’), evocando as primeiras vítimas do esclavagismo europeu (‘Dormia uma moça em sossego…’), aludindo à guerrilha miguelista do Remexido e a uma estadia de Vladimir Nabokov na região (‘A caminho de Faro’) ou comentando os primeiros (e conturbados) séculos da história de Olhão (‘Ó Vila de Olhão’). Mas é em Tavira que nos demoramos, decrevendo-a (‘Tavira – bela e velada’, ‘A arte de construir’ e ‘Os nevões de pétalas de Rumaikiyya’), evocando a sua história ao percorrê-la (‘A conquista de Tavira segundo a dona Guilhermina e outros cronistas’, ‘A jornada de el rei dom Sebastião’, ‘Balsa’, ‘Na alcáçova de Tavira’, ‘O Alto de São Brás’, ‘Subindo ao Alto de Santana’, ‘Um fio de sombra’ e ‘Tabîra: de peão a torre’), visitando os seus arredores (como Cacela Velha, em ‘Abrem-se os véus’), as suas aldeias piscatórias (‘Cabanas, companhas e redes’ e ‘Santa Luzia, a polveira’), as suas praias (‘Terra Estreita’), ou revisitando a memória da pesca do atum (‘Os últimos arraiais do atum’). Finalmente, entretecemos no comentário perambulante da cidade de Tavira um conto infanto-juvenil de temática ecológica e anti-racista (‘A Visita de Estudo’) e apresentamos, ainda, a desconhecida «Aventura de Sancho Pança, o fiel escudeiro de Dom Quixote, o Cavaleiro da Triste Figura, no Reino do Algarve», vertida para Português pelo autor a partir do original de Cide Hamete Benengueli. Nesta novela maravilhosamente redescoberta em Tavira, acompanhamos Sancho Pança, após a morte de Dom Alonso Quijano, no seu (árduo e abrolhado) exercício enquanto «governador de uma ínsula» na costa sotaventina.
Pedro Silva Sena (Lisboa, 1975). Prosador, poeta, docente e tradutor. É fundador e editor da e-zine literária Inefável. Fundou e dirigiu as Edições Bicho de Sete Cabeças.
Prosa
A Conquista de Tavira (não-ficção, ficção e poesia, Edições Colibri, 2022)
Espártaco no Monte Vesúvio (Al-Madan online, 25, tomo 2, crónica/estudo, 2022)
O Canto das Cigarras (Subversa online, 6 Out. a 2 Nov., conto, 2020)
A Tenda Vermelha do Califa (Al-Madan online, 23, tomo 2, crónica, 2020)
A Colina (o garrote) e os seus nomes (eSTUPIDa 7, crónica, 2019)
As Vésperas de Shantarîn (Al-Madan online, 22, tomo 4, crónica, 2019)
O Xeque Verde (Subversa, Caderno 1 – Prosa, short-story, 2017)
Poesia
Salvados (Smashwords/edição digital de autor, 2020)
Teoria do Crescimento ~ Letra à Letra (Edições Bicho de Sete Cabeças, 2017)
Monumentos (Edições Bicho de Sete Cabeças, 2016)
Poemas de Cal (Elefante Editores, 2004)
Cancioneiro do Absurdo (Edições Tema, 1999)
Participou nas antologias poéticas Canto de Mar (Biblioteca Municipal da Nazaré, 2005) e Inefável Antologia (2007-2013) (Seda Publicações, 2014 e Bicho de Sete Cabeças, 2018 [livro digital]), e possui colaboração dispersa por revistas – como a Al-Madan online, a DiVersos, a Piolho, a Triplo V, a eSTUPIDa, a Incomunidade, a Inefável e a Subversa –, sítios e blogues literários – como a Gazeta de Poesia Inédita.
Embora nesta página se apresente um espaço virtual para rever o ebook A Conquista de Tavira, peguei neste livro de viagens, de história e literatura escrito por Pedro Silva Sena publicado em papel pelas Edições Colibri, editado em Dezembro de 2022. A obra frutificou após anos de investigações antropológicas, a ciência que estuda o comportamento em sociedade do Homens - o autor é antropólogo, e na sua demanda pelo Algarve, pesquisa em vetustos calhamaços, a melhor corografia, e melhor que isso, analisa as suas gentes, as presentes e as passadas e reflecte sobre pistas que o tempo não apagou, embarca com pescadores para reunir os salvados que fazem este livro. De Tabira a Tavira o escritor descreve os eflúvios da história do Algarve ou Al-Garb mourisco e moçárabe; no momento desta encarnação do solo mais a sul de Portugal; os castelos de taipa; as cidades a abarrotar de comércio e de povos de diversas confissões religiosas, os hortos maninhos com uma profusão de vegetais e árvores de fruto, como o figo, um fruto que merecia um culto religioso; os assaltos e contra assaltos durante a era dos raptos e escravidão organizados por expedições de pirataria; as cabanas de pescadores que deram lugar ao "Compromisso Marítimo" entre os vizinhos, um cardume humano que procurava a liberdade e a autarcia; e aos arraias da faina do atum do último século, que foram substituídos pela faina de turistas nédios ou delgados de divisas, é um Algarve que já não é mais Sufi nem o sonho do místico Ibn Qasi, e anda em contra-danças com o Paradoxo de Cook - não, não falo de James Cook. Para escrever esta obra foi necessário recomeçar a viagem, e sacudir a canícula, o langor e os suores em bica, meditar nos comboios vagaroso e no meio do descobrimento dos homens e dos lugares, Pedro Silva Sena foi ainda se encontrar com a visita que Sancho Pança fez ao Reino do Algarve ao ser nomeado governado de uma ilha onde vivam pobres pescadores. História resgatada de um extraordinário manuscrito encontrado num baú ignoto durante séculos no sótão de um solar. Empolgados!? - Vão então comprar o livro!