Neste ensaio, o jornalista e professor Eugênio Bucci reflete sobre a evolução de um conceito que nos desorienta e nos a incerteza. Como pensamos essa ideia incômoda? Como a representamos? Como podemos lidar com o incerto que faz parte central da nossa vida?
O tema não é novo. No século XX, porém, virou uma obsessão de pensadores em campos diversos, da matemática à termodinâmica, da economia à política. O estudo da incerteza trouxe novos conhecimentos sobre o risco, e quem domina os artifícios para se safar dos riscos tende a ganhar mais dinheiro. O capitalista decifra as dissimulações do mercado traiçoeiro e fica mais rico. No século XXI , então, o negócio da incerteza orienta os destinos do mundo digital. As máquinas participam da gestão do dinheiro e das coisas públicas. Os algoritmos mapeiam intimidades e decifram o circuito secreto do desejo de cada indivíduo. O tempo e o espaço ficaram muito mais incertos para os seres humanos do que para as máquinas.
E então? Como pensar sobre o que nos engole? A Inteligência Artificial trabalha sem descanso. A inteligência humana ainda funciona? Ela ainda existe?
Eugênio Bucci nasceu em Orlândia, São Paulo, em 1958. Formou-se em direito e jornalismo na Universidade de São Paulo. Foi editor da revista Teoria e Debate, diretor de redação das revistas Set, Superinteressante e Quatro Rodas, secretário editorial da Editora Abril, articulista da Folha de S.Paulo e colunista de O Estado de S. Paulo e Veja.
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: “Navegar é preciso; viver não é preciso.“
Quero para mim o espírito desta frase, transformada A forma para a casar com o que eu sou: Viver não É necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso Tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso Tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho Na essência anímica do meu sangue o propósito Impessoal de engrandecer a pátria e contribuir Para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.