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The Utopian Generation

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A seminal novel of African decolonization available for the first time in English translation. Lisbon, 1961. To escape surveillance by the dictatorship’s secret police, African students meet at the Casa, a campus club, where they dream of the homelands they will free from colonialism. Following four young revolutionaries who dream of building an epic campaign for a liberated, socialist Angola, The Utopian Generation charts the intertwined destinies of Sara, an idealistic doctor; Aníbal, an intense intellectual; Vítor, an aspiring political leader; and Malongo, a party-hopping soccer player. But when repression scatters them, they move from Europe to Africa, from idealism to disillusionment, from terror and battlefield violence to love, loss, grief, corruption, and cold-blooded calculation. Vast in scope yet intricate and revealing in its insights into the psychological tensions of colonialism, The Utopian Generation is widely considered in the Portuguese-speaking world an essential novel of African decolonization―and is now available in English translation for the first time.

456 pages, Paperback

First published January 1, 2013

36 people are currently reading
817 people want to read

About the author

Pepetela

44 books231 followers
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos is a major Angolan writer of fiction. He writes under the name Pepetela.

A white Angolan, Pepetela fought as a member of the MPLA in the long guerrilla war for Angola's independence. Much of his writing deals with Angola's political history in the 20th century. Mayombe, for example, is a novel that portrays the lives of a group of MPLA guerrillas who are involved in the anti-colonial struggle, Yaka follows the lives of members of a white settler family in the coastal town of Benguela, and A Geração da Utopia reveals the disillusionment of young Angolans during the post-independence period. Pepetela has also written about Angola's earlier history in A Gloriosa Família and Lueji, and has expanded into satire with his series of Jaime Bunda novels. His most recent works include Predadores, a scathing critique of Angola's ruling classes, O Quase Fim do Mundo, a post-apocalyptic allegory, and O Planalto e a Estepe, a look at Angola's history and connections with other former communist nations. Pepetela won the Camões Prize, the world's highest honour for Lusophone literature, in 1997. Pepetela is a Kimbundu word that means "eyelash," as does "pestana" in Portuguese. The author received this nickname during his time fighting with the MPLA.

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11 (1%)
1 star
2 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 36 reviews
Profile Image for Ana Carvalheira.
253 reviews68 followers
September 21, 2019
Narrativa documental extraordinária, que nos dá a conhecer ou a confirmar a luta de um povo que, inicialmente martirizado pelas atrocidades e prepotência do colonialismo português, aos poucos e por influência das camadas mais jovens, vai ganhando consciência da necessidade da alteração do quadro geopolítico estruturado por séculos de ocupação, mas que não soube aproveitar um momento único de confirmação ou de recuperação dos seus pressupostos sociais, culturais, institucionais ou tradicionais, enquanto nação autónoma.

A ação de “A Geração da Utopia” desenvolve-se por vários períodos da história angolana; começa em 1961, e está concentrada em Lisboa, onde um grupo de jovens intelectuais, bolseiros na universidade portuguesa, revela uma personalidade própria de quem ama, compreende as suas raízes, mas insatisfeita com o rumo dos acontecimentos na colónia, onde o branco manda e desmanda numa sociedade plurirracial, com uma base social com as suas tradições ancestrais mas acorrentada por um “violador” que lhe retira os seus direitos mais básicos: “As notícias de Angola é só de prisões, mesmo de intelectuais. Até de brancos. A qualquer momento, podemos ser apanhados na rede, mesmo se nos limitarmos a conversar sobre coisas”. Essa preocupação com os acontecimentos em Angola, é ponto central e polarizador dos encontros dos estudantes na Casa dos Estudantes do Império, onde se reuniam a juventude africana. A riqueza das personagens, como Aníbal, Vítor, Sara, Malongo (que veio jogar para o Benfica mas as noites de farra impediram-no de progredir na carreira que tanto desejara), Elias, Laurindo, Horácio, apenas para citar alguns, também contribui para que a leitura deste fascinante romance nos enquadre numa ideologia lógica de compreensão de um desejo de autodeterminação que tardava a concretizar-se. A PIDE, sempre atenta aos movimentos da juventude africana, não conseguiu deter a fuga de Portugal de alguns desses intelectuais para Paris de onde, assim o consideravam, iniciar um movimento de libertação que restabeleceria a liberdade angolana. “A Geração da Utopia” foi, na realidade, esta que acreditara na mudança, num país mais justo e igualitário.

A segunda parte, de difícil leitura derivada de uma narrativa compacta e densa sobre a guerra pela independência, onde encontramos Vitor, soldado a serviço da guerrilha, a esconder-se na mata e na chana, fugindo ao inimigo, tentando aproximar-se à fronteira com o Zaire – agora República “Democrática” do Congo (aspas minhas), onde estaria a salvo das milícias portuguesas, na crença de que toda a fome passada, toda a sede sentida, toda a ameaça contornada, contribuiria para um futuro melhor das suas gentes: “O povo esperava tudo de nós, prometemos-lhe o paraíso na terra, a liberdade, a vida tranquila do amanhã. Falamos sempre no amanhã. Ontem era a noite escura do colonialismo, hoje é o sofrimento da guerra, mas amanhã será o paraíso. Um amanhã que nunca vem, um hoje eterno. Tão eterno que o povo esquece o passado e diz ontem era melhor que hoje”. Com essa mentalidade popular, qual o valor do sacrifício de uma guerra?

“O Polvo – Abril de 1992” foi, para mim, o capítulo mais excelente, nas suas contradições, deste livro. Nele, vemos Aníbal, o Sábio, como era conhecido entre os seus contemporâneos, a viver como um eremita, desiludido e defraudado das expectativas que criara, legitimamente, de um futuro melhor, mais igualitário para uma Angola que, nesta altura, enfrenta uma violenta guerra civil. Falta comida, o povo esmorece nas ruas esburacadas, à míngua das condições sociais e de urbanidade que merecia. Lutando contra um polvo que na sua infância o atormentara – e não podemos de deixar de analisar esse seu processo de matar o cefalópode como uma metáfora da situação política que, na altura, o povo angolano vivia -, recebe a visita de Sara de quem sempre sentiu a possibilidade de uma relação romântica … e apesar de a angolana ter-se juntado a Malongo, de quem teve uma filha, Judite, sempre percebeu que este último nunca entenderia os seus pressupostos políticos e sociais na criação de uma Angola mais justa e igualitária, já que, para si, era completamente indiferente o futuro do país pois o seu principal objetivo era fazer parte da equipa principal do Benfica. Consiste num capítulo riquíssimo sobre as ideologias que se esboroavam.

E chegamos ao último episódio desta epopeia, cuja ação se desenvolve em Luanda, em julho de 1991. Aqui vimos Vítor, como ministro de alguma pasta do MPLA, Malongo como um negociador de má índole, ambos colocados nas mais elevadas estâncias políticas e financeiras de uma Angola que em nada mudou, desde o tempo do colonialismo. O povo continua faminto e descrente, procurando algo que lhes possa fazer suportar, não só o dia-a-dia, mas também algo que possa levar ao olvido de séculos de repressão. E é dentro dessa perspetiva que Elias, acolitado por Vítor e Malongo decidem criar uma igreja … A Igreja da Esperança e Alegria do Dominus (Deus, em latim). Tudo o que possa vir a rechear os bolsos da elite é possível, mesmo que seja em nome do sempre omnipresente e omnisciente Altíssimo …

Para concluir, não poderia deixar de transcrever o que considero o resumo desta narrativa: “Nunca se pode falar de negócios sem acabar na política, pensou ele. Por muito que se queira, é inevitável. Até eu mesmo que nunca me quis molhar, acabo por me envolver nestas conversas, se quero fazer negócios. Mas são bem mais interessantes do que aquelas da juventude, em que todos queriam mudar o Mundo e só discutiam coisas abstratas, como liberdade, igualdade, justiça social. Então eta uma chatice, vinham sempre com palavras que ninguém entendia, mais-valia, exploração, luta aqui, revolução ali. Agora é melhor, trata-se sempre de como enganar o outro ou o Estado, para se enriquecer mais depressa. Isso ao menos é claro e positivo, é a única política que me pode interessar!”

Sem comentários … o manifesto delírio da utopia.
Profile Image for Fernando Delfim.
397 reviews11 followers
January 11, 2018
“O povo esperava tudo de nós, prometemos-lhe o paraíso na terra, a liberdade, a vida tranquila do amanhã. Falamos sempre no amanhã. Ontem era a noite escura do colonialismo, hoje é o sofrimento da guerra, mas amanhã será o paraíso. Um amanhã que nunca vem, um hoje eterno. Tão eterno que o povo esquece o passado e diz que ontem era melhor que hoje.”

“O português precisa sempre de qualquer coisa para estar melancólico”

“Há duzentos anos mais de 15% da população do sul de Portugal era negra. […] E antes deles, os árabes, que eram a maioria da população. E judeus, e sei lá mais quê. Português puro nunca existiu, sempre foi um mestiço.”

“Mas não era bom exagerar com essas conversas de política que Denisa adorava. Primeiro, dava sono. Depois, ela ficava toda excitada e não parava mais de falar, mesmo quando já estavam despidos. Francamente, quando uma pessoa entra numa mulher tem de estar concentrado nisso, não pode distrair-se com discursos. Só música é que dá para acompanhar o ato, a música até ajuda, faz melhorar o ritmo.”

“heróis anónimos que arriscavam a vida todos os dias para combater a ditadura. Com o fim de criarem uma outra ainda pior”

“existe uma sociedade plurirracial. Mas as pessoas de cor diferente são vistas como estrangeiros indesejáveis. […] O nacionalismo provoca isso.”

“- Um povo nunca perdoa massacres, mesmo se feitos em nome da liberdade.
- A História de ensina que os povos têm a memória curta. […] Todos os poderes se constituem com base na violência, nalgum momento.”

“Para os que não sabem o que é o amor, uma pessoa apaixonada pode parecer ridícula.”

“afinal a política era coisa que tocava na vida da gente, mesmo daqueles que nada queriam com ela. Pouco adiantava dizer estou-me nas tintas para a política. Ela interferia no seu presente e futuro, sem pedir autorização.”

“Mussole, nessa noite, ensinou-me o segredo da vida: o prazer de viver está em viver o prazer do instante como único. Espaçado, para que a reminiscência do anterior se ligue ao pressentimento do seguinte. Mas suficientemente frequente para que o ponto-morto não seja doloroso, pela saudade.”

“Maldita guerra! Os que a iniciaram abandonaram-na, os outros que se arranjem…”

“Como qualquer organismo, um Movimento vive da substituição do velho pelo novo, pela renovação constante das células. O curioso é que todos os partidos de esquerda aceitam este princípio dialético, passam a vida a proferi-lo. No entanto, nunca o aplicam a si próprios e quanto mais velho é o indivíduo melhor dirigente será. Os velhos nunca largam o poder, só à força.”

“Quanto mais rica é a sociedade, menos pensa no fundamental. […] A verdadeira luta de classes é a contradição que opões os que passam o dia a pensar na barriga para a encher e os que, se nela pensam, é apenas para a esvaziar.”

“- Como todos, enquanto são dirigentes. São todos capazes e honestos, sem excepção. Quando um deixa de ser dirigente, então é que se sabe que afinal era um incompetente e um corrupto. A mitologia do poder, ou a mitificação dos homens do poder. Passa-se em qualquer religião ou seita. O chefe da seita é um santo, um desinteressado, adorado pelos fiéis. Quando cai, descobre-se que era o diabo e tem uma conta secreta na Suíça com milhões. Tudo isso é tão antigo e repete-se sempre em todos os regimes. Mas as pessoas não veem, porque acham que a sua experiência é única e melhor que as outras. Uma fé, como a religiosa. Ora, uma fé não se combate, nem por explicações racionais.”

“- Se andasses por aí apoiado num pau, com um pano enrolado à cintura em vez das calças, as pessoas tomavam-te por um santo. Um profeta!”

“Solidão? A pior solidão é estar numa multidão de gente com quem já não tens mais nada em comum.”

“A sabedoria está em saber quando é o momento de cada coisa”

“Quando a casca da utopia já não servir, vão despudoradamente criar o capitalismo mais bárbaro que já se viu sobre a Terra.”

“Só os estúpidos são felizes, contentam-se com o pouco que conseguem obter”

“A política para mim é o meu trabalho, a política para mim é a minha família, a política para mim é o futebol, etc, etc. Esse é o discurso dos imobilistas.”

“Há sempre gente disposta a arriscar ficar com má fama para toda a vida, nem que seja por um dia de poder. O poder atrai mais que o sol.”

“quisemos fazer desta terra um País em África, afinal apenas fizemos mais um país africano.”

“O mais importante para uma geração é dar qualquer coisa de bom à seguinte, um projeto, uma bandeira. No fundo, é o pai a deixar uma herança para o filho.”

“Quando os intelectuais se demitem, é evidente que a sociedade perde o norte, vai buscar outros valores, geralmente à mediocridade.”

“- Oxalá vocês cheguem aos cinquenta e tal anos com a nossa tesão – respondeu Aníbal, o Sábio. – A nossa geração só nisso foi competente.”
Profile Image for Sara Jesus.
1,658 reviews123 followers
November 6, 2019
Uma obra que desafio completamente a minha mente. Tinha consciência de termos sido um povo colonizador. Mas não pode imaginar nem é possível , mesmo lendo este livro, o que foi de facto a guerra da Angola. Não apenas a guerra entre os angolanos e o colonizador português. Mas também uma guerra entre angolanos. Como sempre os nomes que Pepetela coloca nos seus personagens tem muito significado como Mongula, Mundial e o Sábio.
A "utopia" neste contexto surge como um projecto irreal. Sonhado por Aníbal e Sara, que queriam um estado em que todos fossem livres sem repressão.

Não podia estar mais de acordo com a sua ultima frase: " Como é óbvio, não pode existir epilogo nem ponto final para um éstoria que começa por portanto"
Profile Image for Tiago.
2 reviews9 followers
May 21, 2013
Revela um conteúdo rico em informação acerca da situação político-social portuguesa/angolana da era ultramarina. Perspetiva muito bem colocada acerca do estado da sociedade, sendo possível estabelecer pontes com a atualidade. Escrita muito influente e correta.
Profile Image for Carla Luis.
171 reviews2 followers
September 17, 2024
Um belo e extenso livro sobre Angola.
Desde a Casa dos Estudantes do Império, as deserções, a luta armada, a independência, a guerra civil, ou o pós guerra, tudo lá está. Pepetela toca em tudo: o racismo entre angolanos, a dureza da guerra, o oportunismo de quem se estabelece depois. O livro é cruel de tão previsível face ao que se conhece de Angola. Desafiante, duro, realista, com muitos detalhes bonitos. Sem spoilers: o fim quase até pacifica.
A escrita é simples, sem floreados - neste aspeto nada apontar ou a salientar: a mensagem passa, não brilha nem atrapalha. O que mais marca é o conteúdo do livro, e a distância temporal que cobre. Pepetela tendo sido guerrilheiro do MPLA confere um significado ainda mais especial. Sonho, dureza, desalento e novo colonialismo. E o povo? é a pergunta que pode ficar.
O primeiro capítulo é delicioso. O capítulo da guerra custa. Alguns arrastam-se, também pela extensão do livro. No geral vale bem a pena. 4.5/5, o que o deixa aqui bem no meio. Recomendo.
Profile Image for Conceição Puga.
146 reviews28 followers
August 23, 2024
"A Geração da Utopia acompanha quatro décadas da vida de angolanos que com maior ou menor intensidade estiveram envolvidos na luta pela independência de Angola.
A teia de relações das personagens serve de pretexto para a exploração de grandes temas: o surgimento de grupos de poder dentro dos movimentos independentistas; a instrumentalização da independência para fins próprios; o desencanto e a desistência das utopias que guiaram os movimentos de libertação.
O retrato histórico emerge em paralelo com o retrato íntimo das personagens."
Profile Image for Susana.
26 reviews
August 12, 2014
Para quem quer saber mais sobre a Guerra Civil Angolana, leia esta obra de Pepetela.
Terá uma visão do que foi a guerra, as suas consequências e como os protagonistas a viveram.
Muito Boa leitura!
Profile Image for Daniel Chambel.
6 reviews
April 3, 2024
Um dos melhores livros em Língua Portuguesa sobre um tema apaixonante que é a realidade dura e crua da sociedade angolana, desde o período colonial (1961)até o pós-Independência (1991).
Pepetela escreve de forma escorreita, descompromissada e sem fúteis preconceitos de colonizado ou de ex-combatente nas matas do Mayombe, não perdoando à elite angolana a perda do sonho de um país independente, livre e próspero.
A Independência não trouxe nem paz nem pão e aqueles que lutaram contra o colonialismo português são agora os novos colonizadores, senhores duma Terra adiada, vítima dos novos imperialismos e algozes dum Povo amordaçado e duma Pátria mal-amada.
Pepetela é o George Orwell da Língua Portuguesa e este livro faz-nos lembrar o celebérrimo "Animal Farm" - ("A Revolta dos Porcos").
Profile Image for João Sampaio.
129 reviews39 followers
January 2, 2020
Período colonial português. Da revolução à guerra civil angolana. A visão, os sonhos e a luta de um grupo de jovens por um país livre e o subsequente sofrimento perante a realidade da Angola pós-independência. Leitura interessante!
Profile Image for Napoleon.
94 reviews9 followers
February 7, 2025
Como é dura a mudança. O vendaval muda tudo de lugar, arremesa o solo ao topo das árvores e vice-versa, mas sua força é incontrolável e seus rumos inexatos. Assentada a poeira, o que resta não será mais o mesmo.
Profile Image for rita.
4 reviews
July 4, 2023
obg ao meu professor luca fazzini por me ter dado a conhecer pepetela
Profile Image for Beatriz Cardoso.
33 reviews
November 25, 2024
Ler uma história que retrata o impacto de um colonizador pela perspetiva de um colono é sem dúvida das melhores experiências que um leitor português pode ter.

Na escola, aprendemos a História do ponto de vista europeu. As minorias que os Estados do velho continente escravizaram ao longo de séculos passam sempre despercebidas nos manuais escolares e no conhecimento geral. A riqueza e complexidade destes povos injustiçados, que tanto deram e continuam a dar à cultura mundial, não podem ser tão menosprezadas.

Foi refrescante conhecer, através da ficção, a história de vida de um grupo de jovens angolanos que vive em Portugal e que sonha com a utopia. Que deseja um futuro melhor para a sua geração e para o seu país - condenado ao atraso no desenvolvimento político e social devido ao imperialismo português. Idealizam o fim da guerra e a independência que lhes foi tirada à força com armas munidas e apontadas ao peito.

Calema (dialeto angolano): agitação no mar.
Profile Image for Guilherme Fernandes.
7 reviews1 follower
April 7, 2020
Um excelente livro sobre as motivações do movimento independentista, o desenrolar das guerra colonial e civil, as divisões das diversas etnias e acima de tudo o desencanto de muitos com o rumo dos acontecimentos.
Só lhe atribuo 3 estrelas porque a narrativa salta de 1972 para 1982 sem explicar ao leitor quais as posições da geração da Utopia relativamente aos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, se apoiava alguma facção em particular, se apoiava a resposta que foi dada à insurreição, se concordava com as prisões arbitrárias, com as comissões de inquérito e com os fuzilamentos. Continuarei a ler a sua obra, mas entendo que foi mais uma oportunidade perdida para o autor levantar o véu sobre esse período de terror.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Silvia Brambilla.
43 reviews6 followers
March 15, 2021
Da leggere se si vuole conoscere cosa sia stata la guerra d'indipendenza d'Angola, con tutte le sue luci e le sue ombre. Pepetela crea un quadro impressionistico della vita di vari giovani, appartenente alla generazione che ha fatto l'indipendenza, dallo scoppio della guerra fino alla dissoluzione dell'ultima speranza di un futuro utopico sognato.
La prima parte mozzafiato, da "A chana" in avanti il ritmo a volte incespica e alcune parti sono un po' lente e noiose. Se non fosse stato per alcune perle nelle pagine della terza e quarta parte, forse avrei dato 3 stelle, ma penso che la 4 sia necessaria.
Profile Image for Daniel Cande.
6 reviews
November 26, 2021
"Estes morros e este mar têm uma coisa que desconheces, a paz. Para lá dos morros, no campo, há guerra, todos os dias morre gente. E nas cidades há outro tipo de guerra, uns a tentarem dominar e enganar os outros, muitos morrem também. Só darás valor a esta tranquilidade quando a perderes, é sempre assim." Isto era Angola em 61, em 74, em 92 e continua a aplicar-se à Angola de hoje em dia. Enquanto os bolsos de alguns se deixarwm encher pela morte dos outros, nada vai mudar.
21 reviews
May 23, 2022
Se pudesse, teria dado 4.5/5. Um dos melhores livros que já li, Pepetela encapsula na perfeição a dinâmica ambição-desesperança dos movimentos de resistências e de libertação das colónias portuguesas — os sucessos, a clandestinidade, as vitórias, mas também os fracassos, as desilusões na revolução, a corrupção e o caráter falho do ser humano; tudo isto ao mesmo tempo que não descura uma narrativa apelativa e que prende completamente o leitor.
Profile Image for Alda  Delicado.
735 reviews7 followers
October 27, 2019
Este livro deixou-me com uma disposição nostálgica. A sensação de esperança é tão grande mas infelizmente tão distinta da realidade.
4 reviews
November 29, 2019
Muito interessante a primeira parte do livro, com as cativantes personagens do meio estudante. Perdi todo o interesse a partir da segunda parte, A Chana.
Profile Image for Cobramor.
Author 2 books19 followers
March 26, 2020
Boa primeira parte, o restante é sofrível e sofre de demasiada puerilidade.
Profile Image for ione.
69 reviews3 followers
June 9, 2023
“…a tentar em minutos inutilmente recuperar os anos perdidos”
Profile Image for Preetam Chatterjee.
6,252 reviews309 followers
September 2, 2025
#Binge Reviewing my previous Reads #African Literature

When I first opened Pepetela’s A Geração da Utopia, it felt like stepping into a long corridor lined with mirrors, each reflecting a fragment of Angola’s post-independence dream and its corrosion. Pepetela, himself a guerrilla fighter turned chronicler, belongs uniquely to the history he narrates. This is not merely fiction—it is testimony, confession, and lament. Written with the authority of someone who lived the armed struggle and the bitter taste of its aftermath, the novel examines how the “generation of utopia”—young Angolans brimming with Marxist ideals in the 1960s—finds itself betrayed by disillusion, corruption, and internecine rivalry by the time the nation breathes the air of independence.

At its core, the novel traces four friends through decades of political and personal turmoil, a group once united by hope but later scattered by the harsh contradictions of liberation politics. Pepetela’s narrative is panoramic, yet it feels intimate: idealism and cynicism jostle in every conversation, love affairs intertwine with ideological commitments, and survival becomes as political as any manifesto. He captures the paradox of freedom achieved by revolution but hollowed out by power’s compromises.

Comparisons with other African texts come almost inevitably. Reading A Geração da Utopia alongside Ngũgĩ wa Thiong’o’s Petals of Blood reveals striking parallels. Both novels are testimonies of betrayed revolutions, where the promise of a new dawn curdles into neocolonial entanglements and elite corruption. Ngũgĩ uses allegory and folk structures, while Pepetela relies on realism shaded with autobiographical undertones. Where Ngũgĩ portrays Kenya’s betrayal through the collective voices of peasants, Pepetela offers the Angolan elite’s own tragic unravelling—a mirror held up to those who once shouted slogans of equality.

There is also a resonance with Ayi Kwei Armah’s The Beautyful Ones Are Not Yet Born. Armah’s novel is visceral, bodily, almost nauseating in its portrayal of Ghana’s corruption. Pepetela is more restrained, more historically anchored, but the outcome feels just as bitter: the failure of utopia to materialise. The difference lies in generational positioning. Armah’s protagonist is weary and alienated from the start, while Pepetela’s figures begin full of fire, only to watch the flame dwindle. The arc is longer, the fall more tragic.

One could also think of Ousmane Sembène’s God’s Bits of Wood, where collective struggle and unity against colonial power remain luminous. By contrast, Pepetela writes the morning after victory, when yesterday’s comradeship becomes today’s rivalry, and solidarity splinters into factionalism. If Sembène is about the forging of unity, Pepetela is about its undoing.

The novel also carries shades of André Brink’s A Dry White Season. Brink interrogates the moral complicity of ordinary whites in apartheid South Africa; Pepetela interrogates the complicity of revolutionaries turned bureaucrats in Angola. Both ask: what happens when ideals collapse into personal interest? What remains of integrity when systems of oppression or corruption demand complicity?

Reading A Geração da Utopia in 2013, while deep in research, I felt the melancholy of its truth echo against my own intellectual hopes for African literature. For three years, from 2013 to 2016, my desk was piled with texts like this—novels that spoke across borders, each carrying the pulse of its nation’s struggles. Pepetela’s voice, however, stayed distinct: that of the insider-witness, who fought, believed, and then wrote, refusing to let silence cover the wreckage of utopia.

Ultimately, Pepetela does not mock the dream of liberation; he mourns it. The “utopia” was not foolish—it was necessary, inevitable even. Its failure does not erase its importance. The novel suggests that every generation may have its utopia, and every utopia its disillusionment. But literature, by remembering, can preserve both the hope and the disillusion, forcing us to confront them without flinching.

645 words of memory, research, and reverberation later, I realise Pepetela’s Angola speaks beyond Angola. It tells us that the struggle for freedom is never the end; it is only the beginning of another, harder struggle—to remain faithful to the ideals once shouted from the barricades.
Profile Image for Jairo .
52 reviews1 follower
April 17, 2025
The story starts with a group of students in Lisabon, from Angolan origin, they all have their own unique political ideas about Angola's potential future and want to contibute to the anti-colonial struggle in Angola. Throughout the story these students interact with eachother in a quasi Socratic dialogue, confronting, criticising, questioning eachother and themselves, transforming their ideas. This change of political ideas is also clearly brought forth their putting these ideas to the test, through revolutionary practice in the material world. However, throughout time, being confronted with the opportunism disguised as pragmatism and tribalism disguised as local nationalism during guerrilla warfare, many of the protagonists become disillusioned. This is particularly as their utopian conception must be replaced by the confrontation with reality and the post-revolutionary building of the Angolan socialist state. Their lack of a well-set-out conception of "economic revolutionary construction" which comes after "revolutionary anti-colonial war" gives the stage to the already present opportunists, who were never really interested in the socialist project from the very start. This work of Pepetala is an allegory for the socialist project that failed in Angola, it shows what happens if a utopian/non-scientific conception of Marxism-Leninism that is not deeply rooted in the local national conditions is prevalent in a party made up of intellectuals. If one looks today at Angola, one will recognise many figures described in the book, from the opportunists who now rule the people with an iron fist, to the shady business deals on the back of the people, and the comeback of quasi-evangelical Christianity attempting to veil reality.
206 reviews4 followers
November 17, 2024
finishing this on the ttc earlier this week after days of poring through its account of revolution, despair, and liberatory struggle's inheritances, I felt that this is a novel I had been waiting for.

the novel is at once attuned to politics and the deep influence of revolution, colonialism, imperialism, and resistance on the intimate lives of Angolans across racial lines. probably one of the best first sections I have ever read: in a gripping passage, one of the protagonists hides from the police in a brothel. it's thrilling in political fiction of this sort to be stunned by a reading of Fanon and Marx on one page and then moved to burst out laughing by a narrator's description of a drunk secretary on the next. of course nothing is more devastating than what is lost in struggle and the postcolonial nation state, the utopian generation follows with such care and attention to those who live through moments of decolonial transition and the lives they lead in an unending aftermath.
Profile Image for Ferenc.
528 reviews1 follower
September 28, 2024
4/5 - African Literature / Angola
3/5 - Historical Fiction
1/5 - Characters
1/5 - Story

2.25/5 - Rating
Displaying 1 - 30 of 36 reviews

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