Jump to ratings and reviews
Rate this book

Dizionario del linguaggio dei fiori

Rate this book
Trentaseiesimo titolo di narrativa del suo infinito romanzo fatto di romanzi, quest’ultimo, che si dipana nell’ormai arcinoto stile fatto di monologhi e memoria alternati senza soluzione di continuità, si muove intorno a un personaggio storico, Júlio Fogaça (1907-1980), quantunque il suo nome non venga mai pronunciato, disegnandone la biografia grazie a un affresco corale di voci di personaggi, tutti, a loro modo, significativi e ognuno dei quali protagonista a turno dei singoli capitoli. Membro della segreteria del Partito comunista portoghese, Fogaça viene deportato per due volte nella colonia penale di Tarrafal, a Capo Verde, e imprigionato anche sul suolo patrio nelle famigerate carceri della polizia politica, dove viene torturato. Ciononostante, l’attivista non cede e non tradisce mai i compagni di lotta, ma viene ugualmente espulso dal partito. Secondo le motivazioni burocratiche perché non ligio alla linea ortodossa imposta dal comitato centrale, molto più probabilmente a causa delle sue origini alto-borghesi, giudicate incompatibili con il profilo del militante comunista e, soprattutto, per via della sua omosessualità. Non alla sua, ma alle plurime voci di chi l’ha conosciuto è affidato il compito di dipanare un’indagine intorno alla vera identità del protagonista e, insieme, di raccontare il colonialismo oltremarino, la dissoluzione dell’impero, la lenta corrosione della presenza lusitana in Africa, il lato più oscuro della dittatura. Il “dizionario dei fiori” scritto in una lingua d’antan, che compare qua e là fra le pagine, riveste un valore allegorico ponendosi come immagine della vita con le sue biforcazioni, con i presenti possibili che si sovrappongono.

370 pages, Kindle Edition

First published October 1, 2020

13 people are currently reading
240 people want to read

About the author

António Lobo Antunes

88 books1,039 followers
At the age of seven, António Lobo Antunes decided to be a writer but when he was 16, his father sent him to medical school - he is a psychiatrist. During this time he never stopped writing.
By the end of his education he had to join the Army, to take part in the war in Angola, from 1970 to 1973. It was there, in a military hospital, that he gained interest for the subjects of death and the other. The Angolan war for independence later became subject to many of his novels. He worked many months in Germany and Belgium.

In 1979, Lobo Antunes published his first novel - Memória de Elefante (Elephant's Memory), where he told the story of his separation. Due to the success of his first novel, Lobo Antunes decided to devote his evenings to writing. He has been practicing psychiatry all the time, though, mainly at the outpatient's unit at the Hospital Miguel Bombarda of Lisbon.

His style is considered to be very dense, heavily influenced by William Faulkner, James Joyce and Louis-Ferdinand Céline.
He has an extensive work, translated into several languages. Among the many awards he has received so far, in 2007 he received the Camões Award, the most prestigious Portuguese literary award.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
31 (34%)
4 stars
36 (40%)
3 stars
15 (16%)
2 stars
6 (6%)
1 star
1 (1%)
Displaying 1 - 18 of 18 reviews
Profile Image for Paula Mota.
1,668 reviews567 followers
June 20, 2021
e o modo de se comportar diferente, o que achas dele, o que pensas dele, por que motivo se aproximou de nós, a quinta que os pais tiveram vendida, a casa que os pais tiveram deserta, (...) um piano desafinado a agonizar lá em cima, a irmã dele, que não tornou a ver, parece que em Lisboa, um operário numa colina de pobres, nas Pedralvas, com quem se encontra às vezes, nunca casou, nunca teve filhos, nunca teve mulher, não bufou nunca, aguentou-se, aguentou-se na estátua, aguentou-se no sono, aguentou-se na biliosa em silêncio, se calhar pensando no piano quando a irmã tocava ainda, podem tapar-se as feridas com música, pode aguentar-se tudo com um acorde distante, mesmo rodeado de camaradas ele tão sozinho afinal, nós tão sozinhos, tu sozinha também (...)

Depois de ler o “Diccionario da Linguagem das Flores”, tenho um aviso para quem nunca leu António Lobo Antunes e outro para mim mesma.
Se nunca leram este autor, não devem começar por aqui, porque este livro é somente para admiradores incondicionais e empedernidos, para quem pega nele pela viagem e não pelo destino, para quem se entrega sem racionalizar demasiado, porque se começarem a matutar e a duvidar muito, a hipnose não resulta.
A nível pessoal, tenho a perfeita consciência de que esta obra inquinou todas as leituras que fiz em simultâneo ou farei imediatamente a seguir, porque se não forem igualmente perfeitas, vão todas empalidecer e saber a gelado de baunilha.
Este “Diccionario” traça um esboço sobre Júlio Fogaça, membro do PCP, homossexual, oriundo da classe social errada, preso político no Tarrafal, pela mão de 23 pessoas que o conheceram, algumas só de passagem, cada qual a acrescentar um traço, a dar uma pista para se vislumbrar uma figura enigmática e elusiva. Há capítulos que, para mim, sobressaem, como O Namorado da Irmã, A Mulher que o Ama, O Pai Dele ou Um Filho da Empregada Dele, mas a verdade é que todos se fundem e confundem uns com outros, primeiro porque a voz de ALA é mais forte do que a individualidade de cada personagem e, em segundo lugar, porque há a repetição de frases e de ideias: o pai ausente, a mãe económica e psicologicamente frágil, a presença do médico, as doenças e, em última instância, a morte.
E o que dizer das flores? Só sei que surgem e desaparecem, como as cegonhas e restantes aves, e que conferem uma enorme beleza ao texto.

não me respondendo porque eu não existia assim tanto, talvez fosse um bocadinho menos estranho que a maioria das pessoas mas não mais do que isso, apenas uma criatura com quem conversava ou antes que fingia ouvir como se ouve o mar, isto é damos conta da sua voz mas não a escutamos, permanece longe, a desfazer-se e a reconstruir-se numa existência que não invade a nossa, semelhante à lembrança dos mortos que não alteram a vida mas a tingem de uma corzinha diferente mostrando aquilo que poderia ser já não nos diz respeito, igual às flores que envelhecem ausentes na jarra da sala ou às estátuas das estações que crescem no jardim e povoam a vida sem lhe mudar o sentido, às vezes, passados estes anos, dou por mim a pensar no que fui para ela, uma sombra, uma voz, a chuvita de junho, à tarde, que não nos molha nunca mas permanece como uma saudade agradável porque não alterou o sentido das coisas (...)
Profile Image for Ritinha.
712 reviews136 followers
November 14, 2020
Uma prosa de correntes de consciência confluentes em ritmados estribilhos entre as largas margens das individualidades modelares, sempre na cadência do leito em seu caminho, desaguando por fim num mar entre o consumo do olvido e a perenidade da identificação última da linguagem com que se conhece o outro.
Profile Image for Paulla Ferreira Pinto.
266 reviews37 followers
January 2, 2021
Um livro redondo, às tantas repetitivo, por vezes maçador.
A minha estreia com o Lobo Antunes não foi quase nada do que estava à espera: concluí que o medo que lhe tinha era infundado e não me encantei como contava. Só a toada melancólica, depressiva mesmo, essa, estava lá sem tirar nem por, tal como imaginava - a melancolia e a infância, o eterno retorno à infância, com que ALA urde a inelutável tristeza da existência humana.
Profile Image for Rui Alves de Sousa.
315 reviews50 followers
December 9, 2020
Um romance feito de pequenas narrativas aue se encaixam para contar (ou não contar) quem era Júlio Fogaça. Cada capítulo é a perspectiva de uma pessoa que ele conheceu, e alguns deles têm uma força emocional tremenda (como o terceiro, que me deixou de rastos), com as suas memórias, traumas e vivências a misturarem-se numa torrente. O livro está dividido em capítulos, cada um que se lê sem pausas, mergulhando na técnica do autor e sendo completamente absorvido pela viagem à consciência de cada personagem. Li pouco de Lobo Antunes para poder dizer se este é um livro diferente dos demais, mas ler e saborear este romance foi das coisas mais bonitas desde 2020.
Profile Image for Ana | The Phoenix Flight.
242 reviews184 followers
Read
October 28, 2020
100 páginas e vou dar a minha incursão pela escrita do autor por terminada. Há autores de quem gostariamos de gostar, mas que simplesmente não funcionam connosco. Esta nota não é uma avaliação, nem o poderia ser. É apenas para me lembrar, no futuro, do porquê de não ter terminado o livro.

Como já tinha escrito antes, não sou apreciadora de fluxo de consciência, mas há quem o faça de forma relativamente linear. Neste caso há uma mistura de presente, passado recente e passado distante, apenas pontuado com vírgulas e com sinalização das falas das personagens. Não nos limitamos a saltitar entre pensamentos, há uma quebra temporal na mesma "frase".

A escrita é bonita, a história interessante, foi cativante o suficiente para me fazer chegar até aqui, no entanto, não consigo deixar de sentir que, para conseguir encontrar a história do livro, tenho de me afastar e tirar camadas e camadas de palavras de forma a chegar ao âmago.

É um livro para ler lentamente e ao mesmo tempo não permite grandes pausas (até porque não saberiam onde pararam). Espero que apreciem a viagem pela escrita bonita do autor!
Profile Image for Inês.
213 reviews
December 20, 2020
Não é pois preciso mais do que dar uma alma às flores para que a sua linguagem, propagando-se sucessivamente, se torne um dia a linguagem universal.
Profile Image for Vítor Leal.
121 reviews25 followers
October 28, 2020
Mais um belíssimo romance. Não esperem respostas, porque não as encontram aqui. A crítica do Expresso, edição do pretérito fim-de-semana, incorre nesse erro.
É nos mistérios e nos múltiplos percursos (pétalas) do bosque antuniano, que se cumpre este círculo.
8 reviews
August 4, 2021
Há uns meses atrás deparei-me com a encoberta história de Júlio Fogaça, contemporâneo de Álvaro Cunhal e uma das figuras mais relevantes do PCP. Decidi perguntar a alguns “conhecedores” o que me poderiam dizer sobre ele, mas as respostas foram vagas e opacas, tendo deixado este assunto em aberto até conseguir pesquisar mais.
Quando andava numa livraria defrontei-me com este livro e, sem saber o que me esperava, decidi arriscar, nunca tendo lido António Lobo Antunes previamente.
Ao início a escrita é densa. Não pelo seu caráter, mas pela minha falta de experiência na nova dinâmica. Rapidamente se consegue entender a focalização inversa no que diz respeito à típica narrativa, onde o meio controla e expressa as personagens e não o contrário: um decorrer de memórias, interrupções e silêncios tão necessário e óbvios em qualquer ser humano.
Ao avançar apercebi-me que era sim de Júlio Fogaça que se falava, sendo este a personagem comum a todos os protagonistas (para além de um certo piano), que apenas se configura como narrador no último capítulo. Acabamos por conhecer Fogaça através destes personagens de alguma maneira ligadas a ele, até que entendemos que não conhecemos Fogaça nunca, nem nós, nem eles. Apenas a verdadeira e preponderante linguagem das flores ditar-nos-á (será?) a essência de Júlio.
Um livro muito redondo, com um brilho muito humano devido à semelhança da escrita por via da sequência e falhas mentais. Consegue ser relutante e cíclico em alguns momentos, sendo que também considero que deveria ter sido dado mais ênfase ao próprio “diccionario de linguagem das flores” tão mencionado, servindo este como uma agregação a todas as personagens, para além da nossa principal.
Não obstante, grande mestria, grande tema, grande escritor, grande livro. Obrigado por me (des)elucidar, António.
Profile Image for diario_de_um_leitor_pjv .
781 reviews141 followers
April 18, 2022
Último livro de ALA que refez toda a ligação especial e paixão que tenho pela sua obra. Que bom livro.
Profile Image for Fernando Delfim.
399 reviews12 followers
February 17, 2022
“Não gosto de comboios porque não gosto do mundo inteiro a sacudir-se nas janelas, casas, árvores, passagens de nível e homens de bandeirinha e corneta a mandarem-nos para Lisboa a fim de que a cidade nos coma porque é a única coisa que sabe fazer, comer-nos”

“nunca saímos do sítio onde nascemos”

“- Não se sente bem pai?
E se queres que te diga com franqueza não sei, gostava de responder-te e não sei, os doutores já não me tratam, remendam-me, necessito de uma costureira que me cosa tudo por dentro a começar no passado, substitua os desgostos por um tecido diferente, coloque botões que impeçam lágrimas, ainda o mês passado me caiu dentro da boca um dente lá de trás, muito mais pesado que uma folha em outubro, se pudesse dar uma palmada em mim mesmo como se faz às telefonias para que trabalhem de novo, acho que vou sentar-me na sala de música na ilusão que o piano melhora os pulmões ou os rins ou o fígado, há-de haver parafusos novos nas notas, dobradiças, borrachas, uma lixa que desanuvie os olhos, eu para vocês todos, triunfal”

“Não gosto de me levantar muito cedo porque a noite continua no quarto”

“- No mundo só o amor é que é para sempre amigo até a vida acaba”
2 reviews
March 27, 2022
(Começar pelo fim)
Ou se adora ou se odeia.
Já queria ler algo deste excelente escritor há demasiado tempo, comecei pelo fim, talvez comecei mal, mas comecei. Li-o muito rapidamente, porque confesso que me encantou de uma maneira inexplicável, a escrita muito própria e a confusão belíssima que pode acontecer com o uso das palavras é qualquer coisa de perfeito.
Passado tanto tempo, confesso que tenho saudades de uma escrita tão singular e tão especial como a do António Lobo Antunes, quero ler mais deste autor que tao bem detalhado e especial é.
12 reviews2 followers
January 23, 2024
Bisogna trovare, come sempre con Lobo Antunes, il giusto ritmo di lettura per seguire questo caleidoscopico intreccio di monologhi interiori, che fluiscono liberi da qualunque pausa sintattica, in un vortice di frammenti e ricordi, lacerti di dialoghi, pensieri, sensazioni e malinconici sguardi introspettivi.
Si legge come una raccolta poetica, più che come una storia. Alla fine rimangono echi e immagini indefinite di un tempo e di una Storia (e di una speranza) collettiva.
Abbastanza impressionista come libro.
12 reviews1 follower
March 31, 2021
Um livro interessante para experimentar a mestria da escrita em fluxo de consciência já sobejamente conhecida como parte da técnica de escrita de AntónioLobo Antunes.
Não aconselho este livro para introdução ao autor pois poderá desencorajar alguns leitores. Não aconselho também a quem vem pela história de Júlio Fogaça pois este é apenas ponto de partida para o romance.
This entire review has been hidden because of spoilers.
186 reviews1 follower
September 26, 2023
Another solid book from Lobo Antunes. Each chapter is an uninterrupted stream of thoughts continuously shifting between the present and the past that demands your utmost attention. Yet the writing has a fluidity and musicality that is mesmerizing.
Profile Image for Maria Quintinha.
235 reviews5 followers
Read
June 16, 2021
Não dou nenhum rate. Apenas para minha memória futura, são poucos os livros que não acabo de ler, e este foi um deles.
Profile Image for Héctor Genta.
401 reviews87 followers
December 18, 2023
Tornare a Lobo Antunes equivale a volgere la prua verso un porto sicuro, a immergersi ancora una volta nella fitta architettura che lo scrittore portoghese ha affinato nel corso della sua lunga produzione letteraria per ascoltare l'ennesima storia fatta di ricordi. Dipinto, sinfonia… è facile finire per scomodare immagini che caratterizzano altre espressioni artistiche quando si decide di parlare di un libro di questo autore, tanto le sue parole sono capaci di scatenare suggestioni che rompono i confini del romanzo per scivolare fuori dalla pagina arrivando fino a schizzare dentro di noi.
Cicogne e caravelle ci accolgono all'interno di un libro nel quale la cronologia è un termine vuoto, perché il tempo non è quello scandito dal ticchettio dell'orologio ma quello che prende forma all'interno della mente, una nuvola di fumo nella quale presente e passato si mescolano per dare forma ai pensieri. Protagonista assoluto è il ricordo, sfumato di nostalgia e compassione: Lobo Antunes punta la macchina da presa su gesti, persone e oggetti per togliere la polvere del tempo passato e con l'autorevolezza del demiurgo resuscita le ombre dall'oblio soffiandovi sopra nuova vita, per ascoltarle parlare e generare quei legami, pensieri, gesti che muovono la lenta ruota della trama.
Dizionario del linguaggio dei fiori è un altro romanzo polifonico, con la trama ridotta a poco più di un pretesto per raccontare tante storie, un fiume con mille affluenti, una cicogna che apre le ali e vola nel cielo terso di Lisbona mentre sotto scorre il tempo, immobile come il Tago e come i treni "minuscoli molto in basso, in lontananza, che partono da chissà dove per nessuna destinazione che è la loro sorte".
Displaying 1 - 18 of 18 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.