Em "Uma aventura secreta do marquês de Bradomín", Teresa Veiga cria histórias em que o mais importante muitas vezes parece ser o que não foi dito, e em que o transcendente e até o sobrenatural vêm à tona nos momentos mais inesperados, transformando suas personagens em criaturas tão cativantes e misteriosas quanto sua própria autora.
Nasceu em 1945 e é licenciada em Direito e também em Românicas, tendo exercido a actividade de conservadora do Registo Civil. O seu nome literário é um pseudónimo, desconhecendo-se o ser verdadeiro nome.
A sua estreia literária ocorreu em 1981, com «Jacobo e Outras Histórias, tendo então recebido o Prémio Literário Círculo de Leitores. Apenas em 1990 publicou novo livro, «O Último Amante», a que se seguiu «História da Bela Fria» (1992), com o qual venceu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco e o Prémio P.E.N. Clube Português de Ficção.
Ainda na década de 90 do século XX, escreveu «A Paz Doméstica (1999), o seu único romance. Nos últimos anos publicou «As Enganadas» (2003) e «Uma Aventura Secreta do Marquês de Bradomín (2008), vencendo, novamente, o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.
Histórias de fantasia, meio assustadoras, a relembrar os contos populares, as coisas indefinidas... e a pegar em personagens literárias como o tal Marquês e acrescentar-lhe outra camada obscura. Considerada a grande contista portuguesa, aqui está mais uma evidência em prol de Teresa Veiga.
"A obra reúne três contos de Teresa Veiga, todos lidando, de certo modo, com segredos e relações familiares, onde as mulheres são fulcrais. Todavia, enquanto os dois primeiros têm muito de relações entre mãe e filha, o terceiro e último espelha mais um misticismo pagão europeu. (...)"