From the sex-free paradise of the Shakers to the worker's paradise of Marx, utopian ideas seem to have two things in common - they all are wonderfully plausible at the start and they all end up as disasters. In Visions of Utopia, three leading cultural critics - Edward Rothstein, Martin Marty, and Herbert Muschamp - look at the history of utopian thinking, exploring why they fail and why they are still worth pursuing.
Decidedly underwhelming. Some nice ideas, but mostly rather fluffy, surface-level observations and personal musings. At times it seemed as though it was going somewhere fascinating, but rarely ventured beyond an off-hand comment or two, as opposed to a sustained engagement with the really interesting aspects of the topic.
Este é um daqueles livros com título intrigante que as agruras do tempo ocupado consignaram ao esquecimento nas zonas mais poeirantas do e-reader. O tema é ambicioso, com três ensaios que procuram reflectir sobre a utopia, esse conceito que tanto nos fascina. Service not included, o ensaio de Herbert Muschamp, reflecte sobre a arquitectura de Richard Loos, o fin de siécle vienense, surrealismo e variantes do budismo. Tudo coisas interessantes para amantes budistas de arquitectura contemporânea de Freud e Klimt, para mim um capítulo pouco relevante que foi lido em diagonal. Escrever isto não é apontar que seja intrisecamente mau, apenas que não está na frequência de onda que procuro. Martin Marty desperta algum interesse em An Ironic Perspective on Utopias com um dissecar cheio de ironia de três visões clássicas. Mostra como a Utopia de Thomas More assenta num ideário revoltante para os padrões contemporâneos, criada por alguém que durante o dia se dedicaba a caçar e queimar heréticos aos dogmas da cristandade. Reflecte na felicidade do falhanço das visões de utopia santificada do pregador reformista Thomas Müntzer, visões pregadas do alto do púlpito que culminaram numa sangrenta revolta camponesa depressa esmagada pela aristocracia. E, sublinhado o totalitarismo inerente às utopias, fala da visão ultra-ortodoxa da utopia religiosa do século XVII, um paraíso terrestre para os sobreviventes dos necessários massacres que purificariam os pecadores e assegurariam a pureza do paraíso religioso.
É em Utopia and its discontents, o ensaio de Edward Rothstein que abre este livro, que encontramos a mais provocatória e intrigante análise das visões de utopia. Rothstein não perde tempo em recitar a história das utopias literárias, apesar de listar um ideário que se estende de Thomas More ao lado mais proselitista da FC contemporânea, sem esquecer suspeitos do costume como Edward Bellamy, Butler, Huxley e Orwell. Esperem lá,Huxley? O autor da distopia de felicidade eterna que é o Admirável Mundo Novo? E Orwell? O mundo de 1984 e das botas cardadas a esmagar a liberdade como visão de perfeição a almejar? Sim, leram bem, e é esse o ponto onde Rothstein toca. As noções de utopia são inerentemente totalitárias, requerendo uma uniformização consensual de opiniões e estilos de vida. Ou, colocando a coisa de forma mais visceral: os horrores futuristas do mundo novo de Huxley ou da Airstrip One de Orwell seriam um paraíso para as maiorias. Apenas para os dissidentes seriam os pesadelos que todos sabemos ser. Para além deste autoritarismo consensual alastrante interente ao conceito de perfeição utópica Rothstein aponta uma vertente messianista às ideias de utopia. Aqui faz pontes intrigantes com os profetas da era digital e apologistas de McLuhan, notando que a sua visão de uma nova sociedade virtual vai beber às raízes do pensamento utópico. Em essência, este ensaio refere a impossibilidade prática das utopias graças à extrema diversidade do espírito humano.
This book confirms that there is no utopia; there is only the constant struggle towards it. Civilizations can be rightly judged by the degree of diversity attained and the degree of unity attained within their societies.