What do you think?
Rate this book


96 pages, Paperback
First published January 1, 2011
“The trajectory of capitalist accumulation in the longue durée shows that primitive accumulation is not only a phase in, or original form of, accumulation, but rather lies at the very heart of the world system of capitalism.” - from the Preface, by Issa G Shivji
“Today, as the internal springs of capitalist expansion at the core dry up, we see another offensive to acquire the energy, mineral and other primary resources of the global South by the capitalist powers, which now include the East Asian late-industrialisers. The local corporate sector enters into collaboration with the giant transnational companies in this new process of primitive accumulation. This process has been variously called ‘accumulation though encroachment’ and ‘accumulation through displacement’. - Utsa Patnaik
“The continued marginalisation of African agrarian systems and the dispossession of the peasantry can only be reversed by national and regional policies that seek food sovereignty by protecting land rights and access to water and by controlling biodiversity resources in favour of the peasantry.” - Sam Moyo
Trata da questão agrária no agora. A questão tem uma nova cara e existe mas não na nossa frente, priveligiadissímos de termos um supermercado a cada esquina na região urbana. O problema é na zona rural e principalmente no sul global (que é tratada na primeira parte do livro), e atinge com mais ferocidade a África (tratada no segunda parte), onde a transição agrária segundo os autores foi falha.
O desenvolvimento capitalista da agricultura, impelido pela liberalização comercial, lá se expandiu através de uma nova acumulação primitiva baseada na desapropriação de terras que prejudicou e reprimiu a agricultura camponesa e também as comunidades tribais (Alô Brasil com as comunidades indígenas).
É tristíssimo porque quando os autores vão expondo os fatos e as consequências é impossível não pensar que o luxo que não cai de graça nas nossas bocas (meros trabalhadores da classe baixa e média), tal como carne, ovos, leite e etc., traz um peso bem maior para a África.
A produção desses alimentos em larga escala para alimentar o mundo pede uma quantidade enorme de grãos para ração animal. Onde é que as grandes empresas querem plantar? Isso mesmo! Que lugar no mundo é mais propício para ter colheita durante o ano todo do que um terra na zona tropical? Que local é politicamente vulnerável as aspirações capitalistas de hoje e facilmente cooptável pela sua triste trajetória histórica desde o primeiro contato com o homem branco?
Felizmente há resistência, há movimentos políticos ocorrendo. O livro diz que "o campesinato hoje está passando de formas passivas de resistência, como o suicídio, para a contestação ativa do exercício da hegemonia pelo capital global."Em estimativa mais de 60.000 camponeses na Índia somados com o resto do mundo cometeram suicídio por causa de dívidas. Isso desanima muito e ao mesmo tempo revolta.
Deixo aqui a frase de Issa G. Shiji que finalizou muito bem o prefácio do livro:
"A escolha diante da humanidade, portanto, não é tanto entre capitalismo e socialismo, mas entre socialismo e barbárie."