Portugal y el Futuro

by António de Spínola

Textos, 1ª edicion mayo 1974, Basilio Losada Castro, 235 paginas,tapa dura sin sobrecubierta

Genres: Portugal, Politics, History

Textbook Binding

First published January 1, 1974

About the author

António Sebastião Ribeiro de Spínola (April 11, 1910 – August 13, 1996) was a Portuguese military officer, author, and politician who played an important role in Portugal's transition to democracy following the Carnation Revolution.

In his book, 'Portugal and the Future', edited in February 1974, just two months before the revolutionn, he expressed the idea that the only solution to the Colonial Wars was the discontinuation of the conflict. The book is considered to be very influential in the MFA (Movement of Armed Forces) that decided to overthrown the government in the 25th April revolution that ended 48 years of dictatorship in Portugal. Althought he didn't take any role in the movement itself, he became involved when former president of the council of minister Marcello Caetano said, on the day of the revolution, that he would surrender and resign in favour of Spínola. After the revolution he was named chief of the National Salvation Junta which nominated him as President of the Republic.

Reviews

[Marta Xambre · Rating 4 out of 5]

Há muito tempo que desejava ler este livro, queria saber mais pormenores quanto ao posicionamento do General António de Spínola acerca das questões do Ultramar .
Nesta obra, que foi lançada pouco tempo antes da revolução de abril, Spínola tinha a perfeita noção que provocaria em muitos uma opinião contrária à sua análise realista e objetiva da conjuntura social e económica que se vivia em Portugal.
No seu livro, teceu críticas ao Estado que procurava subsistir num clima de desigualdade social, obediência, critérios preconceituosos destituídos da realidade ficando, deste modo, dependente de outro ou de outros estados prevendo-se, assim, o seu desaparecimento.
O autor colocou sérias dúvidas quanto à viabilidade de uma vitória puramente militar, segundo Spínola, a guerra colonial não fazia sentido, sendo primordial encontrar uma solução política.
Face ao exposto, Spínola propôs
a construção de uma federação que deveria, progressivamente, evoluir para uma grande Comunidade, incluindo Portugal, as colónias africanas e o Brasil.
O militar preconizava a descentralização de poderes, a regionalização e valorização das estruturas político administrativas dos estados africanos, num quadro de raiz federativa. Neste âmbito, elogiou a capacidade do povo africano no que diz respeito à definição das suas aspirações e gestão de interesses comuns. No presente livro, defendeu a justiça social e a abolição de privilégios conferindo, desta forma, igualdade de oportunidades de expressão e de acesso aos europeus e africanos.
Foi interessante regressar ao passado e constatar que muitas realidades ainda permanecem no presente.

[Owlseyes · Rating 4 out of 5]

"Portugal and the Future"

"O livro que fez tremer o Estado Novo e anunciou o golpe do 25 de Abril"
In: Diário de Notícias, 22/2/2024



"A razão básica da nossa precária posição num mundo que cada vez mais nos isola, entronca na raiz africana dos nossos problemas e reside fundamentalmente na profunda divergência de interpretações acerca da tomada de posição dos povos africanos, finalmente despertos de uma letargia de séculos."
António de Spínola

He had some interesting ideas regarding the (former) colonies. It didn't work out the way he wanted. The colonies became independent. He ended up exiling in Brazil for some time, thinking, for sure, Portugal needed liberation. Yes, from what..., you may ask....
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By the way, next 10th of March*, I hope, we'll have a glimpse of the Future. 10th of March we'll be a bit of the future, of the Future.
* General election day.

UPDATE

Sir Antonio de Spinola,
Things turned right. You know what I mean. Nonetheless, I still don't know if it will be right.
10th of March 2024

UPDATE


(Die Zeit, 11th March 2024)

UPDATE



This caught my attention today. One paper speaking of "The AD government depends on Chega. [Last] Sunday the world has changed."

I checked the news. The "world" they spoke about was "yesterday's world".
12th March 2024

[Francisco Infante Abreu · Rating 3 out of 5]

Boa análise do estado do país na pre revolução, altura que lutávamos pelas nossas colónias. Demonstrando uma possibilidade que poderia ter ocorrido de forma diferente e apontando problemas na sociedade, que se revêm ainda nos dias de hoje.
Livro de leitura pesada, o próprio autor critica a sociedade por não estar preparada para livros que merecem uma reflexão pois “…impondo o livro ao comprador como se de um artigo de consumo se tratasse, e saturando as almas com doses de literatura em quantidade que supera a capacidade de leitura do público dos nossos dias”

[Antonio Matos · Rating 4 out of 5]

"Portugal e o Futuro", escrito pelo General António de Spínola em 1974, demonstra o tamanho da podridão que o regime ditatorial experienciava nesse ano, funcionando como prelúdio da revolução de abril que ocorreria.
Escrito por uma das altas patentes do regime, este entra em dissidência com o mesmo, analisando a conjuntura do país, focando-se no aspeto mais marcante: O Ultramar. Ao longo da obra, Spínola defende um novo rumo para o país, um projeto federalista democrático, justificado por fatores históricos e sociológicos.
Obra essencial para qualquer interessado em história, mostra-nos o sentimento de revolta crescente face à guerra interminável, utilizando argumentos bem estruturados para resolver uma questão que, mesmo não sendo atual, ajuda-nos a compreendê-la e a perceber alguns dos problemas fundamentais do país, na altura e hoje. No entanto, a escrita não é muito convidativa, não só por um certo grau de barroco, mas também porque vai contra os dogmas estabelecidos sobre o autor e a questão tratada.

[Goncalo · Rating 3 out of 5]

O livro é interessante por apresentar uma perspectiva completamente diferente da atual em relação a Portugal, e ao papel da nação e dos portugueses no mundo.
Ainda assim, acaba por ser um pouco vazio.
O autor não se propõe a analisar as causas da conjuntura da data, e apesar de oferecer uma análise correta da situação da Guerra Colonial, não discute como é que as coisas poderiam de facto ter sido diferentes. No último capítulo diz com todas as letras que Portugal tem de continuar em África e que o que aconteceu em Goa não se poderia repetir. Pois bem, e o que foi feito para que o resultado fosse diferente?

A tese central é de que, segundo o autor, não havendo forma de vencer os insurgentes pela via militar, teria de ser alcançada uma solução política que preservasse a estabilidade enquanto se caminhava em direção a um estado federativo. O que não deixa de ser estranho, dado que o autor começa, e bem, o livro descrevendo o estado de descrença na metrópole e problemas resultantes como a emigração. E era este o país ou o povo que ia convencer os africanos, um povo que o autor descreve como tão sábio, que quase parece ser omnisciente, a adotar a dita Portugalidade e fazer parte de uma federação?

O livro é essencialmente refutado pelas décadas que o seguem, mas não deixa de ser uma boa janela para o estilo de pensamento político que nos trouxe aqui, e que, em boa verdade me parece largamente superior ao que temos nos estadistas hoje em dia.

[Pedro Martins · Rating 3 out of 5]

Um livro que se pode resumir a uma última infrutífera e senil tentativa de justificação da presença portuguesa em África, e que vale hoje como régua e esquadro para os tempos futuros que se avizinham plenos de inseguranças e incertezas.

Apesar da facilidade com que Spínola discorreu sobre a temática - pelo seu jeito com a palavra e o cavalheirismo que emana da sua escrita - não deixa de ser notório que esta "sugestão" haveria de falhar no seu propósito. Ficou aquém daquilo que prometia por lhe faltar, evidentemente, a mordacidade e sensibilidade necessárias para reconhecer as ameaças internas que (com o apoio externo do grande urso soviético) já se faziam sentir em Portugal à data da criação da obra.

Onde o autor podia, e devia, ter dado espaço à divulgação dos perigos do futuro próximo, preferiu o vade-mecum programático da estrutura governativa que haveria de sair da escolha spinolesca.

Em suma, Spínola foi ingénuo no tratamento que deu ao tema, deixando espaço a que as suas ideias fossem irremediavelmente menorizadas e amenizadas pela virada à esquerda que o país tomou, tornando-se um fantoche de uma revolução que ele próprio alertava como penosa para o país.

Façam como eu digo, não como eu faço.

[Rita Duarte Pereira · Rating 4 out of 5]

O tipo de texto é parecido com os livros das disciplinas introdutórias ao Direito. É interessante ler as preocupações que habitavam a mente de Spínola como por exemplo a emergência dos povos africanos e o seu despertar; a comunidade europeia com os seus tratados e acordos internacionais; o neoimperialismo; a propaganda soviética; o boom migratório dos anos 60; e a guerra do ultramar. Spínola era defensor da ideia de que Portugal não está nem deve estar isolado do resto do mundo, somos europeus e entramos numa nova ordem mundial: a era espacial.

"Portugal e o Futuro" tornou-se um documento importante para percebermos a nossa história. Recomendo a sua leitura.

[Alfredo Falcão · Rating 2 out of 5]

Sendo um livro tão marcante do pré 25 de abril de 1974 para mim foi uma desilusão. Isso levou a que a minha leitura fosse muito rápida, sem a atenção que dedico normalmente, o que pode empobrecer a minha nota sobre o livro.

Num estilo que não é do meu agrado com uma narrativa que entra em campos genéricos e que parece fora dos domínios do autor.

Dá ideia que entre a escrita e a publicação não houve maturação suficiente.

A teoria da federação de Estados parece só uma teoria sem suporte prático, que parece até poderia ter, independentemente de acreditarmos no seu sucesso.

Uma desilusão para quem admira o grande militar que foi o General Spínola e a sua forte atuação na Guiné, onde esteve sempre muito à frente. O meu livro sobre ele não é este.

[Paulo Teixeira · Rating 3 out of 5]

(PT) Há 45 anos, este livro ajudou a abalar um regime velho e caduco. Em março de 1974, António de Spinola, general do exército português e governador da Guiné durante cinco anos, escreveu este livro para falar sobre o problema da guerra colonial, da posição de Portugal no mundo e sobre possíveis soluções para a saída da crise.

[Arturo Real · Rating 2 out of 5]

O livro dos bons propósitos, que chegou tarde, pela consistência do salazarismo.

[Hélder Fontes · Rating 3 out of 5]

Uma visão de um Portugal pluricontinental, ainda antes da revolução de 25 de Abril. Um projecto político com o qual não me revejo em praticamente nada mas que está bem documentado e explicitado.

[Manuel G · Rating 3 out of 5]

um livro anti-sistema mas não revolucionário.
tem teorias interessantes que nos deixam a pensar "e se...?":

* e se a capital de portugal tivesse sido mudada para luanda, fazendo de portugal uma colonia africana na europa?

* e se as colonias tivessem passado a estados autonomos, criando a republica federal portuguesa?

apesar destas e outras teses entertidas neste livro me tenham deixado curioso, mesmo quando o autor diz concordar com autodeterminação dos povos, torço o nariz com certas posições defendidas, como os portugueses terem sido os melhores colonos europeus.

apesar de achar essas ideias intrigantes, torci o nariz a algumas posições, como a de que os portugueses foram os melhores colonos europeus. gostei do livro por ser uma janela para um momento crucial da história de Portugal, mas, ao lembrar a trajetória de Spínola (como li recentemente em "Por ti, Portugal, eu juro"), fico sempre com um pé atrás.

[Alexandre Ferreira · Rating 3 out of 5]

"O mundo pode assim comparar-se a um vasto oceano e, tal como ali, os peixes grandes continuarão a comer os pequenos apenas pela simples razão de que os pequenos não podem comer os grandes"

"Ora o mundo é uma macro-sociedade em que as nações se comportam como indivíduos; e é na procura de fórmulas idênticas à escala mundial que deveria residir a preocupação atual dos homens"

"Porque Nação e Pátria, muito mais do que criação de um estatuto legal, são sentimento e vivência no subconsciente de cada homem"

[J Miguel Rodrigues · Rating 3 out of 5]

Noutros países, as mesmas ideias haviam surgido, e foram difundidas, quase 200 anos antes. O facto deste livro ser inovador - até, ironicamente, revolucionário - no Portugal de 1974, é bem demonstrativo do atraso civilizacional do país agrilhoado pelo Estado Novo.

[Ana Lucas · Rating 3 out of 5]

Ponto de vista interessantíssimo sobre o destino de Portugal, principalmente para a época, mas nunca deixando de ser utópico e sempre colocando Portugal num plano de dependência, bem como os restantes países de língua portuguesa.