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A Criança em Ruínas

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Tendo como temática principal a nostalgia da "criança em ruínas", a obra reúne vários poemas de diferentes fases da vida do autor. A melancolia, os cenários de dor, os problemas existenciais e as inquietações estão presentes na maioria dos textos. A exorcização dos males do poeta surge precisamente pela escrita, pois o poema é "o último esconderijo da pureza". O mundo poético surge aqui definido como sendo aquele em que o poeta é o "imigrante dentro de uma estrela, de um parágrafo". A Criança em Ruínas de José Luís Peixoto

84 pages, Paperback

First published January 1, 2001

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José Luís Peixoto

98 books2,157 followers

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2 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 81 reviews
Profile Image for Rita (the_bookthiefgirl).
340 reviews84 followers
January 25, 2022
“na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.”
.
.
Apesar de não ter por hábito ler poesia , depois da cedência deste exemplar pelo passatempo do @literacidades , ler esta obra de José Luís Peixoto constituiu um desafio para mim porque mexe muito com as nossas vidas interiores.
.
.
O eu poético transporta-nos para a sua infância , denotando-nos o sorriso ingénuo e a inocência característica da criança cujos olhos ainda não se encontram preparados para a escuridão que sempre existiu.
.
.
Enleva-nos também para o seu primeiro amor , para os sonhos que o céu respira e que acabam por se degenerar , até a vida se assumir como uma máscara , o fingir que está tudo bem , escondendo o oceano que é o nosso interior...
.
.
Impossível não me sentir nostálgica em certas partes. E este poema irá certamente refletir uma parte de nós. ♥️
.
Profile Image for Rosa Ramôa.
1,570 reviews85 followers
June 16, 2015
É uma espécie de MORRESTE-ME,ou melhor,uma continuação.
Sobre um 'eu' em ruínas e na escuridão!
Palavras para intuir
Sol.Infinito.Amor.
Tristeza e melancolia...Vida!
Pode ser lido várias vezes.
Para aprender e apreender sentimentos.
JLP com níveis elevados de excelência!
Olhos nos olhos.
Introspecção

http://youtu.be/EnPd8u8TXtw

"estou só numa praça vazia sem mim
ao meu lado um livro que nada mais
tem a dizer numa praça que acordou
antes da cidade para esta hora negra
da manhã dou palavras aos pombos
dou-lhes o significado do meu nome
distribuo-me aos pombos nestas pedras
negras de inverno numa manhã tão longe dos
domingos a brincar no chão da cozinha
tão longe do dia bem vestido e nervoso
do casamento numa praça ao lado de
um livro que nada mais tem a dizer"
Profile Image for Ana Dias.
6 reviews34 followers
Read
May 6, 2012
no tempo em que éramos felizes não chovia.
levantávamo-nos juntos, abraçados ao sol.
as manhãs eram um céu infinito. o nosso amor
era as manhãs. no tempo em que éramos felizes
o horizonte tocava-se com a ponta dos dedos.
as marés traziam o fim da tarde e não víamos
mais do que o olhar um do outro. brincávamos
e éramos crianças felizes. às vezes ainda
te espero como te esperava quando chegavas
com o uniforme lindo da tua inocência. há muito
tempo que te espero. há muito tempo que não vens.
Profile Image for Joana.
45 reviews18 followers
March 5, 2017
"(...)o pó será organizado um dia.
cada homem será uma chama nas estantes das bibliotecas.
os olhares, os gestos, o que não soubemos explicar, as mãos,
serão fumo por ordem alfabética
um dia, depois de mim,
estes versos serão ossos
mudos e incompreensíveis.
as flores sufocarão no ar que respirei.
as árvores crescer-me-ão do peito. (...)"
Profile Image for Ana Lúcia.
223 reviews
February 23, 2015
"o poema não tem mais que o som do seu sentido,
a letra p não é a primeira letra da palavra poema,
o poema é esculpido de sentidos e essa é a sua forma,
poema não se lê poema, lê-se pão ou flor, lê-se erva
fresca e os teus lábios, lê-se sorriso estendido em mil
árvores ou céu de punhais, ameaça, lê-se medo e procura
de cegos, lê-se mão de criança ou tu, mãe, que dormes
e me fizeste nascer de ti para ser palavras que não
se escrevem, Lê-se país e mar e céu esquecido e
memória, lê-se silêncio, sim tantas vezes, poema lê-se silêncio,
lugar que não se diz e que significa, silêncio do teu
olhar doce de menina, silêncio ao domingo entre as conversas,
silêncio depois de um beijo ou de uma flor desmedida, silêncio
de ti, pai, que morreste em tudo para só existires nesse poema
calado, quem o pode negar?,que escreves sempre e sempre, em
segredo, dentro de mim e dentro de todos os que te sofrem.
o poema não é esta caneta de tinta preta, não é esta voz,
a letra p não é a primeira letra da palavra poema,
o poema é quando eu podia dormir à tarde nas férias
do verão e o sol entrava pela janela, o poema é onde eu
fui feliz e onde eu morri tanto, o poema é quando eu não
conhecia a palavra poema, quando eu não conhecia a
letra p e comia torradas feitas no lume da cozinha do
quintal, o poema é aqui, quando levanto o olhar do papel
e deixo as minhas mãos tocarem-te, quando sei, sem rimas
e sem metáforas, que te amo, o poema será quando as crianças
e os pássaros se rebelarem e, até lá, irá sendo sempre tudo.
o poema sabe, o poema conhece-se e, a si próprio, nunca se chama
poema, a si próprio, nunca se escreve com p, o poema dentro de
si é perfume e é fumo, é um menino que corre num pomar para
abraçar o seu pai, é a exaustão e a liberdade sentida, é tudo
o que quero aprender se o que quero aprender é tudo,
é o teu olhar e o que imagino dele, é solidão e arrependimento,
não são bibliotecas a arder de versos contados porque isso são
bibliotecas a arder de versos contados e não é o poema, não é a
raiz de uma palavra que julgamos conhecer porque só podemos
conhecer o que possuímos e não possuímos nada, não é um
torrão de terra a cantar hinos e a estender muralhas entre
os versos e o mundo, o poema não é a palavra poema
porque a palavra poema é um palavra, o poema é a
carne salgada por dentro, é um olhar perdido na noite sobre
os telhados na hora em que todos dormem, é a última
lembrança de um afogado, é um pesadelo, uma angústia, esperança.
o poema não tem estrofes, tem corpo, o poema não tem versos,
tem sangue, o poema não se escreve com letras, escreve-se
com grãos de areia e beijos, pétalas e momentos, gritos e
incertezas, a letra p não é a primeira letra da palavra poema,
a palavra poema existe para não ser escrita como eu existo
para não ser escrito, para não ser entendido, nem sequer por
mim próprio, ainda que o meu sentido esteja em todos os lugares
onde sou, o poema sou eu, as minhas mãos nos teus cabelos,
o poema é o meu rosto, que não vejo, e que existe porque me
olhas, o poema é o teu rosto, eu, eu não sei escrever a
palavra poema, eu, eu só sei escrever o seu sentido. "
Profile Image for Raquel Silva.
222 reviews18 followers
July 4, 2018
Segundo livro que leio do autor e só posso dizer que estou cada vez mais apaixonada pela sua escrita.
Profile Image for la poesie a fleur de peau.
508 reviews64 followers
March 30, 2021
"na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
em casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está em casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco."

José Luís Peixoto
Profile Image for José Simões.
Author 1 book51 followers
February 9, 2021
José Luís Peixoto é um grande poeta. Porque para se caminhar sobre esta corda tão fina que separa o simples e desarmante do trivial é preciso dominar o género em toda a sua extensão. Haverá quem olhe para os temas pessoais como menores e dirá que a grande poesia é aquela que é incompreensível e versa o mundo e toca a filosofia, sem se deter na tragédia individual. O tanas. Numa altura em que qualquer um que se apeite a escrever seis palavras em três linhas é imediatamente chamado de poeta vanguardista, talvez fosse bom olhar de novo para esta poesia, para a boa poesia portuguesa. E JLP é mesmo dos bons. Basta ler o poema que abre o livro («Arte poética») ou o que fecha a contracapa («na hora de pôr a mesa, éramos cinco»), para se perceber onde chega esta voz. Poetas destes não deviam morrer.
Profile Image for José Coelho.
Author 2 books8 followers
December 3, 2012
Li-o duas vezes em pouco menos de um mês, e irei certamente ler mais umas quantas. É uma daquelas bombas de criatividade para qualquer pessoa que goste de escrever, e uma bomba de sentimentos para qualquer pessoa que saiba sentir. Muito bom!
Profile Image for Valmir Almagro.
75 reviews4 followers
May 2, 2021
Um livro de poesias imprescindível para esses momentos de tanta dormência e dor que o mundo está vivendo.
São poemas que trazem beleza, simplicidade, amores vividos e homenagens póstumas.
Devem ser lidos e relidos.
Profile Image for Paulo.
24 reviews22 followers
April 6, 2015
"A Criança em Ruínas" é fiel ao seu título e retrata sobretudo momentos de solidão e nostalgia dessa "criança". Dei por mim a perguntar-me "até onde vai um poema?", e a imaginar as tardes e noites melancólicas em que estes poemas foram escritos, o alternar entre momentos de escrita calma e frenética à medida que as ideias se vão ligando ou simplesmente apresentando no papel.

"a palavra poema existe para não ser escrita como eu existo
para não ser escrito, para não ser entendido, nem sequer por
mim próprio, ainda que o meu sentido esteja em todos os lugares"

Este foi um livro que comecei a ler várias vezes, e hei-de voltar a ele outras tantas, porque é difícil apreciar por completo cada poema ao lê-los todos de seguida. Foi o primeiro livro de poesia que li, e estranhei o estilo ao início. Poemas sem rimas, muito corridos, com as "pausas" sugeridas pelos versos a serem maioritariamente estilisticas, dado que não coincidem realmente com pausas nas frases. Para mim a poesia tem um ritmo, tem uma voz, e custei a entrar neste por me ser novo. Mas após reler, e reler, é como diz a célebre frase "Primeiro estranha-se, depois entranha-se".
Profile Image for Matheus Peleteiro.
Author 18 books21 followers
December 3, 2020
Terminei o livro viciado em nicotina. Haja cigarro pra descrever tantos momentos e sensações, rsrs. Brincadeiras à parte, confesso que esperava um pouco mais da obra, sobretudo depois de ter lido o seu sucesso, "morreste-me".

Nesta obra, muitas vezes encontrei um lirismo sensível, porém, na maioria delas, me senti lendo versos de um poeta que se diz melancólico, mas, na realidade, apenas enfrenta a junção de tristeza e tédio inerente aos moradores de prédios das grandes capitais. Bem escritos, mas chatos. O clichê do poeta contemporâneo, de "estar sumindo", parece estar presente a cada poema.

Penso que o livro ganha força na parte final, quando o autor começa a falar do amor e do oceano.
Profile Image for Danielle Gomes.
697 reviews4 followers
December 3, 2017
Faz tempo que eu não lia poesia e eu adoro a escrita do autor que me conquistou com Morreste-me, tanto que meu livro veio de Portugal. Também adoro a pessoa, José Luis Peixoto é super simpático e tive a oportunidade de estar duas vezes com ele. Lógico que tem umas poesias que a gente gosta mais e outras nem tanto mas não teve nenhuma que não gostei. Adorei a forma que ele contou e pra mim ficou bem claro que essas poesias são bem pessoais, deixando o leitor mais próximo. Ótima leitura!
Profile Image for Pedro Caetano Carvalho.
Author 2 books69 followers
February 10, 2016
Conheci o autor, José Luís Peixoto, com a sua obra "Uma Casa na Escuridão" e desde então a sua escrita poética me cativou. Decidi experimentar um dos seus livros exclusivamente poéticos. Li este, "A Criança em Ruínas" num sopro! A escrita melancólica e fascinante do autor não permitem poisar este pequeno livro. Gostei muito.
Profile Image for Graciosa Reis.
533 reviews52 followers
Read
April 15, 2023
Por questões de trabalho, volto a ler este pequeno livro de poesia. Faço-o sempre com muito prazer, pois gosto da escrita do JLP. É um livro pleno de sensibilidade, com resquícios de tristeza e de saudade muito presentes no seu primeiro livro Morreste-me.
O autor partilha com o leitor a solidão e a dor causadas pela desintegração/separação da família: a perda do pai, a saída de casa das irmãs, o alheamento da mãe.

“na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.”

Para colmatar a saudade e a angústia dos lugares vazios, (“o teu sono anoiteceu mais que as mortes/que posso suportar e hei-de escrever-te/sempre e mais uma vez sozinho nesta noite”) o autor evoca a infância, relembra e (re)vive momentos de felicidade, de ternura e de amor. “recordas mãe a segurança /calada dos nossos abraços distantes?”

É impossível ficar indiferente a tanta melancolia e sensibilidade porque, afinal, em todos nós, há um pouco desta “criança em ruínas” que tenta sobreviver à tristeza e que acredita na existência da felicidade.

“um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços. a tua pele será talvez demasiado bela.
e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da
nossa janela. sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso
será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi
nem uma palavra, nem o princípio de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade.”
Profile Image for Ana Marinho.
601 reviews31 followers
February 29, 2024
A prova de que o crescimento carrega muita dor e saudade. Provavelmente é das coletâneas de poemas com a qual mais me identifiquei. Cada verso é sentido. Maravilhoso.
Profile Image for Luis Bandovas.
10 reviews1 follower
November 19, 2022
O silêncio, o silêncio... mais o silêncio
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Natacha Cunha.
101 reviews17 followers
November 2, 2015
Este é o terceiro livro que leio de José Luís Peixoto e por isso já lhe conheço o demarcado estilo poético. Mas este é o primeiro que leio como assumidamente poesia. Resultado: afirmou-se como um dos meus autores portugueses preferidos.
É um livro para se ler num sopro, mas daqueles que nos marca à sua passagem.
Num estilo inconfundível, em que está sempre presente a melancolia e a introspecção, José Luís Peixoto tem esta incrível capacidade de fazer-nos sentir com ele um sem fim de emoções. Tristeza, solidão, saudade, dor, angústia, nostalgia, - porque todos somos, em algum momento da nossa vida, uma "criança em ruínas".
Soberbo.

Opinião: http://pbpretonobranco.blogspot.pt/20...
Profile Image for Suellen Rubira.
953 reviews89 followers
November 12, 2023
É um livro muito doloroso, porque é sobre luto e pode ser expandido para muitas outras perdas.
Profile Image for Gabriel Avelar.
8 reviews
January 12, 2022
Talvez o inverno amazônico me deixe um pouco melancólico e isso faça com que certas leituras façam mais sentido ou se façam sentir um pouco mais nesses momentos. Fazia um bom tempo desde a última vez que li algo que me atravessou dessa forma, algo que fazia alguns sentimentos adormecidos emergirem e que ao mesmo tempo que houvesse uma tristeza, uma beleza ensurdecedora existisse também nas palavras. José Luís Peixoto faz isso com maestria e consegue nos aproximar muito do texto através de seus versos. Vale a leitura, mas muito mais que isso, vale a pena sentir o que as palavras tendem a dizer.
Profile Image for Eduardo.
280 reviews25 followers
November 18, 2020
Há alguns meses que eu li "Morreste-me". Eu fiquei tocado pela palavra de Peixoto, porque é uma palavra muito profunda, sentida, familiar.

Agora, meses depois, meu pai morreu e eu não tive escolha senão voltar às palavras de Peixoto. Lendo de novo esse texto e também lendo pela primeira vez A criança em ruínas.

A criança em ruínas começa com um poema tão simples, porém devastador... "Na hora de pôr a mesa, éramos cinco", e continua assim, falando da perda, do carinho, da família. Falando de uma maneira muito profunda, ainda que essa não seja minha lingua, mas é uma língua onde encontrei descrições de sentimentos que são universais. Mesmo quando não tem palavras pra defini-los.
Profile Image for Tânia Dias.
166 reviews14 followers
February 17, 2022
"o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existia nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade."

🤍
Profile Image for Margarida Patinho.
156 reviews10 followers
January 26, 2021
uma compilação de pensamentos soltos que nos transportam desde uma infância feliz, passando pelas curvas de ausências que doem e culminando nos sentimentos que um coração partido ainda sente. um livro bonito, bonito, bonito ❤️

lê-se rápido e, ainda assim, emociona muito. estou agradecida pela recomendação e feliz por ter lido apenas autores portugueses em janeiro 🙌
Profile Image for Suellen Rubira.
953 reviews89 followers
September 8, 2018
É uma poesia peculiar. Ah, como os poetas sabem trabalhar suas especificidades. Eles possuem certa cadência e a de Peixoto principia por um evento comum, um olhar, a tarde, a mesa, a ausência até contorcer o verso até criar a imagem que dá o baque, deixa o susto, o espasmo e o pasmo.
Profile Image for Leandro Souza.
117 reviews2 followers
April 26, 2021
"estou sozinho de olhos abertos para a escuridão. estou sozinho.
estou sozinho e nunca aprendi a estar sozinho. estou sozinho.
sinto falta de palavras. estou sozinho. estou sozinho.
sinto falta de uns olhos onde possa imaginar. estou sozinho.
sinto falta de mim em mim. estou sozinho. estou sozinho. estou sozinho.

ninguém."
Profile Image for Caroline Zapert.
128 reviews
March 9, 2021
Talvez mereça até mais uma estrela mas a versão Kindle ficou tão ruim de ler por causa do formato. Tristeza da estrangeira 😪
Profile Image for letícia.
47 reviews
August 29, 2025
livro lindo te transporta das alegrias da infância até a dor das ausências que se refletem na vida adulta
Displaying 1 - 30 of 81 reviews

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