Em busca de uma identidade nacionalInclui introdução biobibliográfica de Guto LeiteTil, narrativa da maturidade de Alencar publicada em folhetim no jornal A República, revive o ambiente do interior paulista do século XIX. Nesse cenário, mesclando traços essencialmente brasileiros ao lirismo romântico europeu, o autor apresenta Berta (mais conhecida como Til), uma jovem excepcionalmente generosa, Jão Fera, um facínora de notável nobreza, Luís Galvão, um respeitado pai de família que esconde um segredo, Miguel, um bravo jovem indeciso entre dois amores, e Brás, um menino quase bicho mas encantado pela doçura de Berta, entre tantos outros. Nesta obra, José de Alencar constrói uma história baseada no amor e no heroísmo, alinhada ao seu projeto maior de busca de uma identidade nacional a partir da reafirmação do regional, completando um grandioso painel formado por O sertanejo, O gaúcho e O tronco do ipê.
José Martiniano de Alencar was a Brazilian lawyer, politician, orator, novelist and dramatist. He is one of the most famous writers of the first generation of Brazilian Romanticism, writing historical, regionalist and Indianist romances — being the most famous The Guarani. He wrote some works under pen name Erasmo. He is patron of the 23rd chair of the Brazilian Academy of Letters.
José de Alencar was born in what is today the bairro of Messejana on May 1, 1829, to priest (and later senator) José Martiniano Pereira de Alencar and his cousin Ana Josefina de Alencar. Moving to São Paulo in 1844, he graduated in Law at the Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo in 1850 and starts to follow his lawyer career at Rio de Janeiro. Invited by his friend Francisco Otaviano, he becomes a collaborator for journal Correio Mercantil. He also wrote for the Diário do Rio de Janeiro and the Jornal do Commercio.
The house of José de Alencar, in Messejana It was in the Diário do Rio de Janeiro, during the year of 1856, that Alencar gained notoriety, writing the Cartas sobre A Confederação dos Tamoios, under the pseudonym Ig. In those, he criticized the homonymous poem by Gonçalves de Magalhães. Also in 1856, he wrote and published under feuilleton form his first romance: Cinco Minutos. He was a personal friend of Joaquim Maria Machado de Assis. Coincidentally, Alencar is the patron of the chair Assis occupied. He died in Rio de Janeiro in 1877, a victim of tuberculosis.
Entre vários personagens que marcaram as minhas leituras posso citar Jane eyre do livro do mesmo nome, Gilliatt do livro "Trabalhadores do mar" de Victor Hugo e agora a Menina Berta do livro "Til" de José de Alencar.
Til é o apelido de Berta, moça doce , meiga , altruísta , um personagem que me encantou! .Só ela conseguia dominar Jão Fera, homem bruto e violento e também Brás, um jovem com problemas mentais, que só conseguia assumir um comportamento mais humano quando estava próximo Dela..Até uma cobra cascavel se rendeu aos seus encantos , isso mesmo! . Berta juntamente com linda , Miguel e Afonso se envolvem nas mais incríveis tramas numa cidade do interior de São Paulo cheia de segredos.
Til é um livro divertido, eu diria. Não por causar diversão constantemente ao leitor, mas sim pela "vibe", retratando um cenário bem natural, verde e selvagem, do qual, a maioria do tempo, tem a companhia da personagem título, doce e instigante, Til.
Entretanto, as tramas que pincelam a obra não são tão empolgantes até pelo menos o terceiro ato. Isso é mais prejudicado com a construção do enredo, que apresenta algumas histórias paralelas aparentemente irrelevantes. Por mais que tais histórias ainda sejam aproveitadas posteriormente, em certos momentos é como se você estivesse em outro universo.
Ainda sobre o enredo, paradoxalmente é incrível perceber como Alencar passa boa parte do tempo na descrição e construção das personagens... e esses parecem não evoluir. Frequentemente mudanças inverossímeis em personalidade são feitas muito facilmente (e isso não tem nada a ver com a subjetividade do Romantismo).
Defeitos a parte, Til te transporta muito bem para o ambiente social do interior de São Paulo com descrições completas sobre tudo e todos. Acompanhar Inhá e seu jeito dócil, descobrir alguns mistérios e principalmente entender Jão Fera (a personagem mais complexa no livro) são os grande pontos que te motivam durante o livro.
No geral, não sei se vale a pena lê-lo. São poucos momentos que te prendem e a linguagem é realmente difícil (não apenas pelo regionalismo). Conheço pessoas que deixariam de ler esse livro em questão de poucos capítulos. É, de fato, um desafio.
Portanto, sobreviva à linguagem e chegue ao terceiro ato. Desistir de ler na metade talvez seja realmente frustrante.
It's not an easy to read book at first, the romantic writing style can be difficult at times but you forget about it when you start getting into the characters lives. It's also one of those books that make you feel comfortable in your preconceived notions of the characters at first, only to have the rug swept from your first and everything that you believed in suddenly change, and that's what makes this book so good.
Surpreendi-me positivamente com este romance. José de Alencar não é o romancista mais venerado atualmente, mas após a leitura desta livro, consigo imaginar o porquê: ele escrevia para folhetins, o que o restringia a escrever capítulos curtos e adotar a técnica folhetinesca. Isso faz com que os capítulos pareçam corridos, sem profundidade, terminam num gancho e começa com um ar novo no próximo. Leitura rasa. Ele tava participando de um movimento regionalista, criando histórias em lugares que ele não tinha profundo conhecimento. Daí vem sua tentativa inicial de escrever de forma rebuscada enquanto narrador, mas confusa enquanto diálogo. Meio caminho culto, meio caminho regionalista. Ninguém fala "ô sinhá, ir-me-ei até lá, sô". É mais ou menos assim que eu sinto lendo hoje, em 2021. Pode ser, sim, que até mesmo os caipiras falavam em 1800, mas I don't think. Soa estranho para mim, que não sou historiador. Por fim, a história é boa, muito densa. Com reviravoltas interessantes e, no final, acabei me apegando a Berta e a Jão Fera. Contudo, para um leitor experiente, são personagens clichês, tropes do romantismo. A história em si é cheia desses clichês de novelas das 8. Menina salvadora, jagunço que tem um arco de redenção. Mas o final eu adorei e faz total sentido com a história. Nota 3 porque eu estou lendo em 2021, porque fiz um esforço para entender o significado da obra no contexto. Se o livro fosse escrito hoje, provavelmente teria uma nota 2.
Confesso que ao pegar esse livro, esperava apenas mais uma história regionalista com muito sofrimento para a heroína em prol da moral e dos bons costumes... não me enganei, ele é isso, mas também me impressionei por todo o imaginário católico cristão que Alencar trançou na narração.
Til apresenta a nação de sofrimento e abnegação na vida dos santos. Mesmo a tentação está presente em sua ânsia por uma vida comum, carnal, no quadrilátero amoroso do qual faz parte. Sua trajetória se torna ainda mais interessante pelo fato que seus pais e algozes apresentaram, por sua vez, a mesma situação romântica, embora com um resultado mais violento e dramático.
Uma cena que se tornou favorita foi a luta com a jararaca e a fuga do ataque dos caitutus - uma alegoria clara ao embate contra o diabo e sua legião.
Livro para quem gosta de descrições. A história é bonitinha, porém bobinha. A primeira parte do livro, que é a mais importante, parece não passar nunca. A leitura só começa a render mesmo na segunda parte, que é a única que tem um pouco de ação. Gostei mais de ter lido Senhora!
No interior de São Paulo, região de Campinas, Berta, uma bela moça, mas que de certa forma esconde sua beleza, tem grande amizade com Miguel, Afonso e Linda. Os dois últimos são irmãos e filhos do grande fazendeiro Luís Galvão e de Dona Ermelinda. Porém, salvo Berta, todos os jovens vivem seus primeiros dramas amorosos. Miguel e Afonso dividem uma paixão por Berta e Linda por Miguel, motivo de grande sofrimento da menina, pois sabe que o rapaz só tem olhos para Berta. Apesar de tudo, a harmonia entre eles é grande.
Berta, além de boa amiga e encantadora, é uma moça carinhosa e prestativa. A menina cuida de Zana, uma velha negra que misteriosamente ficou louca, e dá lições para Brás, sobrinho de Luís Galvão que tem problemas mentais.
Entretanto, a paz de Berta e dos demais é posta em cheque quando o matador, Jão Fera, aparece na região e diversas questões mal resolvidas e segredos do passado de todos, até mesmo dos jovens, voltam à tona.
O livro, devido ao formato folhetim, possui capítulos curtos e que sempre trazem ganchos. Inclusive, é incrível até hoje - aparentemente - não ter tido uma adaptação desse livro em formato novela. Seria uma excelente novela das 6! Mas fugindo um pouco da estrutura e da ideia da novela, a história, apesar da simplicidade, traz uma forte alma cristã devido às ideias de redenção e santidade - Berta.
Sobre minha experiência, conheci esse livro por conta da lista da Fuvest/Unicamp. Na época fiquei desconfiado, porque “Iracema”, que foi o livro que “Til” substituiu, eu não gostei. Mas, esse foi totalmente diferente, gostei bastante tanto naquela época quanto agora. Aliás, até hoje, “Berta” é um nome marcante para mim, não sei explicar, mas é uma personagem que me cativou. No mais, mesmo a leitura não sendo muito fácil, vale muito a pena conhecer o livro!
Oi gente tudo bom?Aqui é o Guilherme, bom, hoje trago mais uma resenha / análise pra vocês, dessa vez é um título do José de Alencar que está na lista Unicamp/Fuvest desse e do próximo vestibular. Comecei o livro não muito crente que iria gostar, Senhora eu abandonei na metade da leitura(mesmo não gostando de deixar pela metade), este ano Senhora saiu e entrou este na lista thanks of god, eu não conhecia esse título do autor, ele junto com "O Gaúcho", "O Sertanejo" e "O Tronco do Ipê", fazem parte das obras regionalistas do José de Alencar, Til foi publicado pela primeira vez em 1872.
"E assim é tudo nela; de contraste em contraste, mudando a cada instante, sua existência tem a constância da volubilidade.Na vaga flutuação dessa alma, como no seio da onda, se desenha o mundo que a cerca; a sombra apaga a luz; uma forma desvanece a outra; ela é a imagem de tudo, menos de si própria." (pág. 23)
Eu achei o livro legal, tem uma narrativa com vários acontecimentos, e apesar de o autor ser bem detalhista é essa variedade de ações e os capitulos curtos que te prende ao livro, achei interessante também o modo como o autor pôs em um mesmo livro sentimentos, situações e personagens: loucos, assassinos, dívidas de dinheiro até a ingenuidade de crianças e o amor entre adolescentes, de um lado os adultos esperando uma morte e de outro simples garotos se apaixonando como se nada estivesse acontecendo.
"Tinha por Miguel uma dessas afeições de infância, puras, calmas e serenas, primeiros botões, dos quais ninguém sabe que flor vai sair, se uma doce amizade, se uma paixão ardente." (pág. 170)
O livro é narrado em 3º pessoa, como disse anteriormente com o uso de detalhes, bastante também o uso da figura de linguagem comparação, reservei uma passagem para mostrar aqui uma comparação que ele faz na descrição da amiga de Berta, Linda: "Há quem possa resistir àqueles olhos tão doces, que estão bebendo da alma da gente?E a boquinha?...É o torrãozinho de açúcar escondido em uma rosa!Quando ela ri-se, faz cócegas no coração!Do corpinho nem se fala.Que cinturinha de abelha!E um ar tão engraçado, um andar tão faceiro, que encanta!"
"O memso é perguntar a flor como nasce.A semente que o vento lança na terra sabe-se acaso por que enfeza ou brota?Às vezes lá fica na eiva do rochedo, tempo esquecido, até que o céu lhe manda réstia de sol e uma gota de orvalho." (pág. 167)
Em uma parte mais próxima do final do livro o cenário se torna uma Festa de São João, e achei uma palavra que nunca tinha ouvido: Mastro de Cocanha, o qual significa Pau-de-Sebo(aquele que colocam um prêmio na ponta lá em cima e alguém tem que subir para pegar só que ele está todo com sebo então fica super escorregadio para subir).A heroína desta hsitória é Til, que é o apelido de Berta, ela sempre procura ajudar a todos, é caridosa, esbelta, ligeira, adolescente, faz de tudo para conseguir o que quer, em meio a violência, traição e outros acontecimentos já citados anteriormente a trama vai se desenvolvendo.
"É noite de São João. Noite das sortes consoladoras, dos folguedos ao relento, dos brincados mistérios. Noite das ceias opíparas, dos roletes de cana, dos milhos assados e tantos outros regalos. Noite, enfim, dos mastros enramados, dos fogos de artifícios, dos logros e estripulias." (pág. 162)
O projeto gráfico do livro é simples, por dentro é igual a outros livros da editora, diagramção simples, vem alguns textos sobre Romantismo em geral e o Romatismo do autor, e um pequeno histórico sobre Til e no final vem um pequeno histórico da vida do autor, bem interessante.Na orelha da capa vem a crítica de ninguém mais que Machado de Assis e José Veríssimo sobre José de Alencar: "O autor conhece os segredos de despertar a nossa comoção por estes meios simples naturais e bellos." Machado de Assis "[José de Alencar] É uma das principais figuras de nossa literatura e, com Magalhães e Gonçalves Dias, um dos seus fundadores." José Veríssimo A capa de Til eu acho muito linda, essa e as capas novas dos relançamentos e lançamentos da Martin Claret estão ficando super legais, as novas edições da editora como os livros da Jane Austen que vi na bienal estão ficando super bonitas, folhas amarelas, capas foscas e detalhadas,essa edição de Til ainda vem com a capa branca mas nada que prejudique a leitura.
"A mesma cambraia que retraiu o dorso flexuoso da boicininga espamou o talhe grácil de Berta, como se uma força única regera a vida nessas duas organizações.Aí estava produzida ao vivo a misteriosa identificação da mulher e da serpente, que deu tema ao poético mito da tentação." (pág.139)
Abaixo algumas características dos personagns que podem te ajudar a reconhece cada um:
Afonso, irmão de Linda e apaixonada por Berta; Berta, também conhecida como Til, personagem principal, descrita como "pequena, esbelta, ligeira, buliça, altruísta"; Besita, mãe de Berta, assassinada pelo seu marido, Ribeiro; Brás, sobrinho deficiente mental de Luís Galvão; Chico Tinguá, dono da hospedagem da estrada de Santa Bárbara, amigo de Jão Fera. Domingão, professor de "primeiras letras", um "mestre latagão de verbo alto e punho rijo"; Dona Ermelinda, esposa de Luís Galvão, não conhece o passado do marido; Faustino, pajem de Luís Galvão, participante da trama para matar seu amo. Foi morto por Jão Fera; Gonçalo Suçuarana, também conhecido com Pinta, jagunço, tinha inveja da fama ameaçadora de Jão Fera. Foi morto por Jão Fera; Inhá Tudinha, viúva, mãe de Miguel e mãe adotiva de Berta; Jão Fera, também conhecido como Jão Bugre, jagunço, apaixonado por Besita (mãe de Berta) na juventude, zela por Berta à pedido de sua amada; Linda, filha de Luís Galvão e amiga de Berta, apaixonada por Miguel; Luís Galvão, pai de Berta, marido de dona Ermelinda; Miguel, filho de Inhá Tudinha, inicialmente apaixonado por Berta, passa a gostar de Linda à pedido de sua amada; Monjolo, escravo de Luís Galvão, participante da trama para matar seu amo. Foi morto por Jão Fera; Ribeiro, também conhecido como Barroso, marido de Besita, matou sua esposa por ciúmes; Zana, mucama de Besita, enlouqueceu após presenciar a morte da ama.
"Como as flores que nascem nos e algares, onde não penetram os esplendores da natureza, a alma de Berta fora criada para perfumar os abismos da miséria, que se cavam nas almas, subvertidas pela desgraça."
Levei quase 10 dias para terminar, uma leitura difícil pois os personagens são tão INSUPORTÁVEIS e vagos parece que estão todos presos em uma novela.
A escrita de época foi um pouco difícil mas também de fácil entendimento, José de Alencar descreve muito pouco detalhado os cenários só sabemos que tudo ocorre no interior de sp. Se dá importância para os personagens estereotipados, a falta de realismo me lembra uma peça de teatral.
A cena da Berta se tornando Til foi bonita e tão delicada, Berta é vista como um anjo milagroso a é visível como a igreja era tão influente, é evidente isso até no próprio autor José de Alencar. A cena de Til e Brás bem no começo do livro é linda, por pouquíssimo quase me emocionei.
Til narra a história de uma menina sobre-humana. Ela tem o poder de converter personagens cujo valor moral tem tendência à maldade, como em Brás e Jão Fera. Gerada na violência, Til é amor e entrega aos outros que dela precisam. Abdica de si mesma em prol da felicidade dos outros. Til é um livro complexo e com uma história muito bem arrumada. Complexo em sua forma e conteúdo, com personagens lineares e outros nem tanto. O narrador onisciente se desloca entre o presente e o passado, muda o ponto de vista da narração, ora usando a visão de um personagem para narrar o que acontece, ora nos transportando diretamente para a cena. É um livro cheio de mistérios e suspense. Um tanto novelesco, mítico e principalmente uma história de vingança. Muito bom!
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Esta é a estória de um caso de amor pela ciência do direito e da literatura. Envolve o crime e a análise dos personagens envolvidos. Como justificar a violência descrita no personagem Jão Fera? Como acrescentar, por descoberta, mistérios e segredos ilícitos e imorais que desabrocham em uma doçura e candidez despretenciosa e caridosa da personagem principal: Til? Tudo sem perder a análise profissional de costumes e aspectos culturais, que tem como contexto a geografia regional do Brasil e sua cultura humana, natural e sobrenatural. Além disso, a estória, o enredo e a trama contam com a maestria da literatura romântica e naturalista, expressa pela pena do autor, com a técnica tradicional. Amor, medo e mistério misturam-se nesta obra inebriante e envolvente.
infelizmente tive que declinar da leitura dessa obra. O autor é extremamente nojento quando se refere a pessoas pretas e PCD's na história, li até mais da metade do livro e não conseguia mais digerir nada. A menina branca é uma pobre coitada que é uma santa por "cuidar" dos menos favorecidos, essas "criaturas" "animalescas" que não são humanas. nojento, repugnante, não consegui engolir mais a forma como o autor, diferente de como tão bem escreve o meio "branco" desanda quando escreve sobre as pessoas pretas. Não, não vou relevar pelo momento histórico que ele estava inserido, Maria Firmina dos Reis escreveu Úrsula muito antes de forma muito mais rica e digna.
Primeiramente, antes da leitura, devemos derrubar essa barreira e acabar com todo o preconceito sobre os temidos clássicos da literatura, principalmente os que são pedidos para vestibulares, como os da Fuvest e da Unicamp. Til no caso, é pedido de ambos.
Inicialmente, como a maioria dos livros de época, tem um início monótomo e de aparência vagarosa e chata. Porém, engana-se quem acha que Til, é assim. Não digo, que inicialmente ele não seja, tornando a leitura difícil de se deslanchar, mas sim, que a obra como um todo, é uma grande surpresa para os desacreditados de tais livros, ou que simplesmente julgam tal, por ser literatura nacional.
Alencar, nos encanta com uma obra muito bem feita e perfeitamente esculpida, mas, para percebemos isso, devemos como havia dito, derrubar o preconceito cultural de tais ideais, e aceitar que a escrita de época, claramente é um pouco mais difícil de "se levar", só depois disso, ao lermos iremos conseguir apreciar tal obra rica de conhecimento cultura e regional, tanto negativamente como positivamente.
Com uma escrita primorosa, e complicada, como de praxe de obras que se encaixam no romantismo, devido a época, e a linguagem padrão das obras. Em meio a um ambiente muito dramático e onde muitos valores são colocados a mesa, somos primeiramente apresentados, a um casal de irmãos de criação, Berta(Inhá ou Til) e Miguel. Toda obra gira em torno dessa moça inteligente, graciosa e bela, Berta, com origem desconhecida, até para ela, que foi adotada por nha Tudinha, uma viúva mãe de Miguel. Vivem em uma pequena casa, próxima a grande fazenda de Palmas, do rico fazendeiro Luis Galvão, um típico anti-heróis de época, passivo que desde a juventude teve muitas aventuras amorosas. É casado com dona Ermelinda, uma elegante senhora da alta sociedade, com quem teve dois filhos, Linda e Afonso. Além de um sobrinho(Bras), o qual divide sua criação, mas que possui problemas mentais e emocionais, que acabam por levar a exclusão perante alguns parentes.
O livro em si, partilha inúmeros romances juvenis, onde a narrativa gira em torno de Berta, a qual sempre quis saber mais a fundo os mistérios de sua origem, a qual levou a loucura Zana, uma senhora da qual ela cuida. Til, é também, a única que desperta um sentimento puro e bom em Bras, mas não pode corresponder, o ajudando de outra forma, lhe instruindo. Porém, o grande personagem que acaba digamos assim, roubando a cena, é "Jão" Fera, um matador de aluguel, o qual Alencar caracterizou como robusto, e "capanga" de época, porém da classe.
O livro é narrado em terceira pessoa, dividido em duas partes com características gritantes do romantismo;o nacionalismo,sentimentalismo e até a idealização de alguns personagens.
Enfim, a cada leitura de tais clássicos, seja por provas ou não, percebo que devemos exaltar as grandes obras nacionais, e antes de julga-las lê-las, para ao menos, podermos criar críticas construtivas sobre as mesmas.
6,5/10 Estou começando de novo a ler livros, coisa que eu fazia muito quando mais jovem, dito isso, apesar de ter usado apps de crítica para outras formas de arte, admito que não possuo um senso crítico aguçado para literatura.
Acho esse sistema de cinco estrelas meio simples demais, provavelmente mudarei essa nota quando adicionar mais livros aqui.
Quanto ao livro, dou quatro estrelas pois ele me entreteu bastante, o terminei rapidamente e achei interessante o enredo, mas honestamente achei meio reaça as resoluções dramáticas da história (esperável vindo do romantismo do José de Alencar)
Se a Rosaura do Guimarães (não confundir com a Isaura) é o que vc lê pra saber de Sampa antiga, Til é o que vc lerá pra saber das fazendas paulistas. E pra experiência mais maluca de clássicos até agora.
E olha que o da Rosaura é bem maluco.
Mas não tem nem comparação, o Alencar é simplesmente melhor escritor. E ele deixa as personagens fazerem alguma coisa. Berta/Til é uma menina mágica mais ou menos típica do romantismo, e tem a fibra que as personagens desse autor geralmente tem - ao mesmo tempo em que ela anda por ai fazendo bondades e atos de caridade, ela basicamente manipula tudo e todos. Sempre para o bem, claro. Ela é quem junta o casal, quem consegue se entender com os assassinos e malucos, quem sai por ai salvando vidas e resolvendo os romances de todo mundo, e pelo menos a menina tem bom senso, porque lá pelo meio do livro a coisa começa a ficar mais engraçada do que dramática. Dada hora ela escapa de uma cobra no quarto pra cair no meio duma manada de porcos selvagens (eram porcos selvagens?) no caminho de salvar um matador da polícia, que ela obriga a resgatar um escravo e eu não te culpo se por essas alturas vc pensar WAIT, WHAT. E no jantar ela está de volta alegre e sorridente como se nada tivesse acontecido.
É esse tipo de livro.
O chato é que, com isso, nossa amável menina acaba se entendendo com os piores elementos do livro. No final (SPOILER AQUI), Magi Magica Berta está morando com uma escrava surtada, um assassino mais surtado ainda que passou metade da história desejando-a e alucinando um fantasma pra não pular em cima dela (juro) e o Brás, e quanto menos se falar do Brás, melhor. Ela merecia coisa melhor. O que me consola é que sua pureza e bondade certamente farão esses três se entenderem e logo todos serão uma família feliz.
Estou falando assim, mas eu curti o livro. O regionalismo não me incomoda em nada, nem aquele exagero todo do romantismo. É só relaxar e desencanar das partes, digamos, extremamente datadas (idiota era um termo médico, só pra começar)e dá pra curtir numa boa.
Tipo, certa hora um personagem pega a cobra e corre pelos campos se fustigando com ela. Dá pra não gostar de um livro assim?
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Vindo embalado depois de ler Senhora, este também livro de José de Alencar passou longe de me encantar tanto quanto o outro mas ainda assim conseguiu ter momentos muito bons, em especial sua conclusão que gerou excelentes reflexões para minha inquieta mente.
O maior problema e principal motivo para eu não ter entrado tanto na história para mim foram seus personagens, pelos quais não consegui sentir conexão alguma, talvez por viver em um contexto muito diferente do deles. Entretanto, para a trama no todo até que eles cumpriram seus papéis de forma satisfatória.
Em grande parte da narrativa também fiquei meio perdido, não notando um fio condutor bem definido que a levasse para algum lugar, e só me senti por dentro dela mesmo em certa parte em que somos levados ao passado de um personagem para entendê-lo melhor. Porém logo que voltou ao presente, minha imersão se foi em pouco tempo.
De todo modo, para alguém com maior dedicação e paciência para saborear suas páginas no ritmo certo para isso acredito que esses problemas serão amenizados ou nem existirão. Por isso o sugiro para quem se interessou pela sua sinopse ou busca ler obras desse grande escritor da nossa literatura nacional.
Esta é a estória de um caso de amor pela ciência do direito e da literatura. Envolve o crime e a análise dos personagens envolvidos. Como justificar a violência descrita no personagem Jão Fera? Como acrescentar, por descoberta, mistérios e segredos ilícitos e imorais que desabrocham em uma doçura e candidez despretenciosa e caridosa da personagem principal: Til? Tudo sem perder a análise profissional de costumes e aspectos culturais, que tem como contexto a geografia regional do Brasil e sua cultura humana, natural e sobrenatural. Além disso, a estória, o enredo e a trama contam com a maestria da literatura romântica e naturalista, expressa pela pena do autor, com a técnica tradicional. Amor, medo e mistério misturam-se nesta obra inebriante e envolvente.
A leitura inicial de "Til" de José de Alencar é muito cansativa, que nos deixa perto de desistir da empreitada. Com o passar das páginas e da persistência do leitor a narrativa se torna cada vez mais misteriosa e envolvente. A escolha do livro foi movida inicialmente pela curiosidade, que talvez findasse pela decepção de uma leitura longa, cheia de termos rebuscados que beiram o ininteligível. Tal foi minha surpresa ao terminar o livro, descobrir que mesmo depois de já ter escrito a maior parte de sua obra, José de Alencar conseguiu com este romance regionalista um de seus melhores livros. Leitura mais que recomendada!
Es una lectura obligatoria de escuela, eso ya dice mucho. Lo cierto es que podría haber sido peor. Mi problema con los libros de época es el lenguaje y la narrativa densa del infierno. Todavía no soy tan pro en portugués como para deducir los coloquialismos que estaban ahí.
Con toda razón este libro es una obra con gran valor documental, José de Alencar describe exhaustivamente el paisaje de la región de São Paulo y las costumbres de la sociedad en esa época. Por esto y por sus marcadas características románticas, Til es una obra ejemplar de la fase regionalista.
Linguagem muito regional o que atrapalha no entendimento do texto.Mesmo assim consegue manter a trama atual, contendo algumas revelações surpreendentes e interessantes.É bastante parado no começo mas na parte 2 mostra a que veio.Se está procurando por um livro de leitura fácil pode passar reto,mas se pretende ler algo mais antigo e poético sugiro este.É um livro oara leitores mais refinados.
A linguagem regional e rebuscada não foi um obstáculo para a apreciação dessa incrível obra de José de Alencar. Simplesmente uma das histórias mais cativantes e originais já por mim conhecidas. Espero em breve conhecer novos trabalhos do Alencar.
Muito bom. Um livro de vestibular que consegue ser realmente legal de ler. Eu não conseguia parar de tão envolvida. É como se fosse um suspense romance. Recomendo para leituras leves e descontraídas. Muito involvente.