Jump to ratings and reviews
Rate this book

Iracema

Rate this book
Neste romance José de Alencar faz uma alegoria da fundação do Ceará, resultando em uma obra essencial do indianismo. A potiguara Iracema, a 'virgem dos lábios de mel', encontra nas florestas da orla cearense o português Martim. É o início de um conturbado amor proibido que revela, com lirismo e aventura, a contradição e o embate entre civilizações.

143 pages, Paperback

First published January 1, 1865

220 people are currently reading
2488 people want to read

About the author

José de Alencar

211 books237 followers
José Martiniano de Alencar was a Brazilian lawyer, politician, orator, novelist and dramatist. He is one of the most famous writers of the first generation of Brazilian Romanticism, writing historical, regionalist and Indianist romances — being the most famous The Guarani. He wrote some works under pen name Erasmo.
He is patron of the 23rd chair of the Brazilian Academy of Letters.

José de Alencar was born in what is today the bairro of Messejana on May 1, 1829, to priest (and later senator) José Martiniano Pereira de Alencar and his cousin Ana Josefina de Alencar. Moving to São Paulo in 1844, he graduated in Law at the Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo in 1850 and starts to follow his lawyer career at Rio de Janeiro. Invited by his friend Francisco Otaviano, he becomes a collaborator for journal Correio Mercantil. He also wrote for the Diário do Rio de Janeiro and the Jornal do Commercio.

The house of José de Alencar, in Messejana
It was in the Diário do Rio de Janeiro, during the year of 1856, that Alencar gained notoriety, writing the Cartas sobre A Confederação dos Tamoios, under the pseudonym Ig. In those, he criticized the homonymous poem by Gonçalves de Magalhães. Also in 1856, he wrote and published under feuilleton form his first romance: Cinco Minutos.
He was a personal friend of Joaquim Maria Machado de Assis. Coincidentally, Alencar is the patron of the chair Assis occupied.
He died in Rio de Janeiro in 1877, a victim of tuberculosis.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
825 (10%)
4 stars
1,432 (18%)
3 stars
2,687 (35%)
2 stars
1,772 (23%)
1 star
825 (10%)
Displaying 1 - 30 of 320 reviews
Profile Image for J.L.   Sutton.
666 reviews1,249 followers
February 1, 2023
"The honey of Iracema’s lips is like the honeycomb that the bees make in the andiroba trunk: there is poison in its sweetness."

Iracema revisitada - 17/12/2015 - Notícia - Tribuna do Norte

I'm glad I stuck with this. In the first several chapters, Jose de Alencar's : Iracema struck me as another romantically wrought tale of nature meeting civilization in the vein of the mostly baseless Pocahontas myth. The encounter between Iracema (as unspoiled nature) and Martim (as civilization that has come to what is now northeastern Brazil) gradually diverges from this simplistic rendering as the story continues to unfold. Iracema is hopeful that she and Martim's relationship will be a true partnership, but Martim is not truly interested in the virtues she possesses. This becomes clear not long after the two meet and definitely by the time Iracema becomes pregnant with Martim's child.

As things inevitably go wrong, you get a sense that Iracema is a microcosm of the impending tragedy from which indigenous peoples would not recover. I liked that Alencar focused much more of his attention on Iracema and her tribe than he did the Portuguese colonizers. Interestingly, in creating an anagram for his heroine's name, Iracema also becomes a symbol for America, and more specifically a modern Brazil. There are a number of statues of Iracema in the northeastern Brazilian city of Fortaleza. The romantic writing style was very evocative of unspoiled nature. Even though it is well done, I'm not a huge fan of this style of writing. Still glad I read this and look forward to reading more Brazilian literature! Very open to more recommendations! 3.5 stars.

Image may contain: 1 person, standing, sky and outdoor

Stayed in Fortaleza, Brazil for a few weeks not far from this iconic Iracema statue.
Profile Image for Oziel Bispo.
537 reviews85 followers
September 14, 2020
Iracema é um livro maravilhoso. É odiado por muitos que o consideram de uma leitura difícil e chata por conter nomes e termos indígenas, para mim esse livro representa a valorização da cultura Brasileira e de sua riquíssima quantidade de personagens , tudo em forma de poesia. Apresenta as tradições dos indígenas com todas as suas crenças e rituais,idealiza a figura feminina, exalta a natureza, valoriza o amor e o patriotismo, numa linguagem que podemos chamar de “poesia em prosa”. Na verdade a intenção de José de Alencar era publicar Iracema em verso mas temeu o livro se tornar muito difícil de se entender.

O livro conta a história da índia Iracema e de um guerreiro Português , Martim , que são de povos inimigos . Terão que vencer muitos obstáculos , (típico do romantismo) abandonar tradições, ferir corações, causar guerras , superar as saudades da terra natal ,para conseguirem sucesso em seus intentos.

As descrições da natureza , das plantas , das matas do Ceará ,dos nomes dos lugares são deliciosas.

Enfim um dos livros mais belos da literatura Brasileira. Leia abaixo esse trecho e veja se não tenho razão:

“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo do jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.

Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.”
Profile Image for Luís.
2,370 reviews1,361 followers
November 6, 2022
José de Alencar's book describes the legend of Iracema, which tells in a poetic novel the love of a white man, Martim Soares Moreno. The Indian Iracema, the so-called virgin with honey lips and hair as dark as the graúna's wing, is a bird from the region and poetically explains the origins of the author's homeland, Ceará.

The story begins by describing the place where everything happens, with the description of Iracema as an idealized, virgin, sensual woman.
Profile Image for Mercutio.
35 reviews15 followers
March 17, 2012
Martim and Poty are completely gay for each other.
Profile Image for Maria Yankulova.
995 reviews514 followers
July 10, 2023
Изключително интересна книга! Във всяко едно отношение. Като започнем с това кога е писана (1865 г.), минем през това, че представя мита/притчата за основаването на Бразилия, през любовната история между бразилска индианка и португалец и стигнем до невероятно красивите думи и език, фантастични природни описания на флората и фауната и то с думи на индиански бразилски!

УАУ! Шапки долу за Рада Ганкова за този превод, който си е подвиг и за смелостта на издателство *Знаци* да издадат “Ирасема” с ясното съзнание, че ще я прочетат шепа хора. Лично мое мнение и предположение.

Макар и скромните 82 страници (останалите са бележки на самият Аленкар с речник на думи и фрази и бележки и пояснения на преводача, които са ключови за осмислянето на прочетеното и съветвам да ги изчетете предварително) историята не се чете леко. Стила е особен, на места тромав и ми отне време да се потопя в атмосферата на 1603-1604 година в Бразилия, но в мига, в който успях красотата на природата и езика ме понесоха в едно невероятно приключение.


Любими думи - жакреганга, жатоба, жакауна, изобщо всички с подобно звучене ❣️

Любим момент - мига, в който Ирасема, в отчаян опит да накърми сина си Моасир приласкава новородените на животното тайра в опит да тръгне майчиното мляко 🥲
Profile Image for Celeste   Corrêa .
381 reviews324 followers
March 19, 2020
O Prefácio de Vânia Pinheiro Chaves pode assustar o leitor, e até dissuadi-lo de ler «Iracema», a obra-prima de José de Alencar, tal o detalhe de análise da obra.
No PRÓLOGO ( DA 1ª EDIÇÃO), em carta endereçada a um amigo em Maio de 1865, José de Alencar escreve:
«…sempre fui avesso aos prólogos; em meu conceito eles fazem à obra o mesmo que o pássaro à fruta antes de colhida; roubam as primícias do sabor literário.»
Não posso estar mais de acordo; por isso, li primeiro a obra e depois todos os seus apêndices.
«Um poema em prosa», nas palavras de Machado de Assis, «Iracema» é um romance inspirado numa lenda do Ceará dos primeiros tempos da conquista portuguesa e das lutas com franceses e holandeses, e conta a história do amor da índia Iracema e Martim, um guerreiro luso.
Profile Image for Laurinha Lero.
104 reviews730 followers
October 29, 2015
este livro é triste como o canto da arara e tenro como as ramas do maracujá, porém clichê como o azul do céu
Profile Image for Katie Lumsden.
Author 3 books3,771 followers
December 5, 2021
I'm not sure how I feel about this one - the writing was lyrical and at times beautiful but quite hard to follow, so it didn't fully engage me.
Profile Image for Dusty.
811 reviews242 followers
February 2, 2010
Iracema certainly occupies an important place in Brazilian literary history. Serialized in newspapers, it is one of the country's first "authentically Brazilian" texts -- that is, it's a story that could only take place in Brazil, could only be written by a Brazilian. This was not a coincidence: The author, José de Alencar, wrote in the time of political instability that followed the nation's independence from Portugal, and with this and his other novels, he attempted to cultivate a sense of nationalistic pride, and therefore national unity.

I can't say, however, that it's a terribly good book. That's especially true now, almost two centuries later, when social advances have made it "uncool" to perpetuate myths of the "noble American savage", the infinitely subservient woman, the woman's body as a symbol of the earth, etc. No author in his right mind would write a book like Iracema today; it would constitute artistic suicide. Really, the book is about mestizaje, the combining of European and indigenous blood (and history, too, I would argue), and how modern Brazil is predicated upon and united by that mixture. Funny how Alencar, who for his time was so socially progressive, today reads like a patriarchal and racist artifact.

A note: Despite my best intentions, I didn't read the whole book. I read the first half, the last two chapters, and several chapters in between. More than was required by my Brazilian lit. course syllabus, less than I should've.
Profile Image for Phellippe Pinheiro.
24 reviews5 followers
January 3, 2015
Imaginei que literatura clássica seria mais tediosa, me impressionei com o contrário, apesar de muita firula da época e muita palavra antiga e uma organização textual incrivelmente difícil de acompanhar, com um pouquinho de concentração da pra andar tranquilo com a história sem se perder.
Profile Image for Sara Jesus.
1,673 reviews123 followers
January 10, 2018
Cada vez mais cativada pela escrita leve e cheia de mistérios de Alencar. Este é o segundo livro que leio do escritor. O primeiro havia sido "O guarani" e tal como este representa a cultura indígena. Retrata com mestria os índios e os seus costumes. Iracema é a filha do pajé que se apaixona pelo guerreiro branco e centra sua felicidade dela. O guerreiro branco baseia-se na figura histórica real de Martim Soares Moreno, o primeiro colonizador português do Ceará.

Em "Iracema" há o encontro entre a natureza e a civilização. A "virgem dos lábios de mel" é símbolo de um amor puro e da união de dois povos. Esta é uma história baseada de uma lenda que está na origem da terra natal de Alencar.

Ansiosa por descobrir mais sobre esse Brasil indígena e sua rica cultura. Próximo desafio será ler Machado de Assis.
Profile Image for Leonardo.
22 reviews1 follower
February 2, 2020
Iracema é um livro conhecido pela sua difícil leitura, que realmente assusta no começo do livro, justificada por José de Alencar pois a história começou como um poema. Se fosse apenas a escrita o problema de Iracema, não teria me incomodado tanto. Porém, o livro apresenta diversos problemas, desde a sua narrativa e personagens até sua mensagem.

Iracema, apesar de levar o nome do livro, é uma personagem secundária na sua própria história. Praticamente sem fala, indiferente e servindo de papel de fundo para o personagem principal do livro, o português Martim, Iracema é sem graça e superficial. Quem fala que Iracema é uma personagem forte claramente não leu o livro e não conhece as diversas outras personagens mulheres muito melhores espalhadas pelos livros mundo afora.

No final do livro, José de Alencar pondera sobre os termos indígenas que ele tentou inserir no livro e seu questionamento se isso não deixaria o livro truncado. Infelizmente, ele não conseguiu deixar o livro menos truncado, já que os termos e palavras são usadas excessivamente, atrapalhando muito a leitura, pois todo parágrafo o leitor tem que parar e ler as notas de rodapé. José de Alencar exagera demais nos termos, chegando às vezes ao ridículo, como comparar Iracema com uma batata doce apenas para colocar o termo e o regionalismo no texto.

Em vez de mesclar esses termos e tornar a leitura mais agradável e memorável, José de Alencar decidiu usar o texto como uma enciclopédia e soltar palavras avulsas ao longo dos parágrafos. Vale ressaltar que as suas descrições são muito boas e é fácil imaginar-se no cenário florestal que Alencar pinta, mas o uso do tupi poderia ser muito melhor aproveitado.

É importante saber onde José de Alencar queria chegar com essa história. Buscando criar uma lenda para a criação do Ceará e não considerando os colonizadores como pessoas ruins, Alencar conta uma história extremamente sem graça. Como dito anteriormente, o personagem principal é o bonzinho colonizador português Martim que se encontra no fogo cruzado entre tribos indígenas. A metade inicial é, até certo ponto, interessante, mas a metade final é completamente sem rumo, nada relevante acontece por páginas e parece que Alencar não sabia para onde levar a história.

Porém, saber onde Alencar queria chegar com a história não quer dizer que deva-se concordar com a forma que ele apresenta os personagens. O livro tem a sua relevância na literatura brasileira e não deve ser esquecido, mas a história não envelheceu bem e é difícil recomendar a leitura para alguém que queria algo prazeroso ou profundo.

[SPOILER][FINAL ALTERNATIVO]

Iracema (anagrama de América) pode representar o Brasil, pois abandona os seus costumes e família para seguir o português, que tem uma paixão temporária e rápida por ela, esquecendo-a rapidamente e deixando-a para que morra de desgosto. Claramente, não era essa ideia que José de Alencar queria passar com Iracema.

Logo, fugindo completamente do que Alencar acreditava, vou deixar minha continuação para sua história, tomando um caminho extremamente mais real:

Depois de Martim e Poti chegarem em Portugal, rapidamente o potiguara é esquecido pelo amigo e rejeitado pela comunidade europeia, morrendo das doenças do velho mundo. Moacir, filho de Iracema, cresce sem identidade, não sendo aceito como um português nem pela sociedade nem por seu pai. Quando Martim decide voltar para o Brasil, Moacir vem também buscando se encontrar nos índios.

Chegando aqui, os portugueses matam a maioria dos guerreiros dos potiguaras e tabajaras, ignoram completamente as suas culturas e rivalidades e evangelizam os que sobraram. Moacir não é aceito por nenhuma das tribos, pois ele não tem nenhum dos seus costumes e jeitos. Moacir é a representação do Brasil, o filho bastardo da índia com o europeu, não é nem um nem o outro, não tem sua própria identidade e não é aceito por nenhum deles.

Nesse conflito de personalidade, Moacir decidi ir para o meio da floresta para se matar e tem uma visão do Anhangá (como sua mãe também teve) dizendo que sua cultura, seu povo e agora ele, representante das suas crenças, estavam todos fadados a morrer com a chegada do europeu. Esquecido por todos, Moacir morre sem que ninguém sinta a sua falta.
Profile Image for David.
1,683 reviews
March 15, 2021
“Iracema, the girl with the lips of honey, had hair more black than the wings of a blackbird, and longer than a palm frond.”

Published in 1865, and part of a trilogy of the Brazilian by José de Alencar, it tells the story of the Iracema, of the indigenous Trabajara people, and Martim, a Portuguese soldier, early in Brazil’s history.

The romance begins when Martim spies on her bathing. Although it was love at first sight, Martim is aligned to his friend Poti, who hails from the Pitaguaras people, who are mortal enemies of the Trabajara. To make matters more difficult, Iracema is the daughter of Araquém, the chief priest. Politics, culture and religion all intersect. One knows that this sort of entanglement ends with mixed outcomes.

My copy of this book has these beautiful child like images that start each chapter, as well as the cover. This child-like innocence seemed to pervade the story.

In a letter to Dr. Jaguaribe, Alcenar himself notes that his story was meant to be a poem in prose form, “o verdadeiro poema nacional.” The child of Iracema and Martim is Moacir, who builds the new land of Brazil. There are issues that arise today but I leave it at face value. A story to consider.
Profile Image for Gwendolyn.
44 reviews2 followers
July 21, 2008
This reminded of Brazil's version of Pocahontas. Or maybe the Pocahontas story is America's version of Iracema. Everything I've read about this book talks about how beautiful the language is. I think a lot is lost in the translation and it makes me wish I spoke Portugeause.
Profile Image for Gabriella Vieira.
123 reviews22 followers
August 15, 2021
“Iracema”, escrito por José de Alencar, é um dos romances mais importantes da Literatura brasileira tendo sido publicado pela primeira vez em 1865.

A história tem como pano de fundo a relação amorosa entre a índia Iracema e o português Martim. A meu ver, o autor conseguiu retratar perfeitamente a relação entre os povos indígenas e os colonizadores e o etnocentrismo da cultura europeia sobre a cultura indígena. Iracema abandona sua comunidade, seu pai e irmão e suas crenças para trilhar os passos de Martim, um branco cristão, a quem chama de “meu senhor”.

É importante ressaltar que o romance de José de Alencar tem uma base histórica, misturando-se com ideias concebidas pelo próprio autor. Martim realmente existiu! Martim Soares Moreno foi um militar que defendeu os interesses da coroa portuguesa no Brasil e em 1608 (ano em que se inicia a história) foi indicado para regularizar a colonização da terra que hoje é o Ceará.

Em relação a minha experiência de leitura, digo que foi extremamente positiva. Confesso que estava um pouco receosa em ler este livro, visto que não conhecia a escrita do autor e também pelo fato de não me interessar tanto pela história.

Quão grata foi a minha surpresa ao perceber que a leitura fluía sem grandes dificuldades. É claro que a escrita de José de Alencar não é simples: no caso de “Iracema” em especial a narrativa é repleta de expressões pertencentes à linguagem e à cultura indígena, o que pode gerar um certo estranhamento ao/a leitor/a.

A riqueza com que o autor descreve as paisagens – seus relevos, cores, aromas, povos que ocupam estes espaços – é de uma beleza ímpar! Faz com que nós sejamos transportados para estes lugares. Em alguns momentos é como se eu, realmente, sentisse a brisa do mar e ouvisse o canto dos pássaros.

O modo como se encerra a história também me deixou extremamente comovida. Por mais que seja triste, a forma poética com que José de Alencar narra os fatos acontecidos é de uma poesia e delicadeza sem fim.

Por mais que o final da história tenha sido incomodo para mim – enquanto mulher, feminista e pessoa que busca a cada dia desconstruir as marcas do colonialismo sobre as nossas vidas – tenho de admitir que é um retrato, mesmo que romantizado, da forma como a sociedade brasileira se constituiu através da colonização europeia.

É um retrato da submissão dos povos indígenas aos colonizadores portugueses. Uma submissão forçada, como bem sabemos, mas que no caso de “Iracema” se deu sob a justificativa do amor que esta sentia por Martim, e vice versa.

Em suma, acredito que esta é uma leitura necessária para todxs nós, brasileirxs. Não só para conhecermos mais sobre a nossa Literatura, que é tão rica, mas também para pensarmos e (re)pensarmos os processos históricos que construíram o nosso país e suas implicações ainda presentes em nossas vidas.
Profile Image for Cecília.
142 reviews1 follower
November 2, 2020
2.5/5 ⭐

É muito complicado avaliar um livro clássico pelo peso histórico que ele carrega naturalmente, mas aqui eu vou tentar avaliar de maneira mais crua história pela história.

Eu não achei, na questão do casal, do romance, um dos melhores que ja li no quesito clássico. Achei o Martim frio perante muitas situações de Iracema e a mesma em relação a ela. Muito inocente era a protagonista (apesar de eu saber que de certo modo esse era o objetivo, ja que o livro foi escrito a muuito tempo!). Me senti incomodada com a conversão dos personagens no final do livro, ao cristianismo. De maneira total, foi uma experiência interessante e necessária como todo "leitura obrigatória". Mas nao posso afirmar que gostei quando é historia pela história.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Catarina | cat literary world.
632 reviews
November 23, 2020
“Quando se trata de livros, nada pode esgotar ou substituir os clássicos. Eles são indispensáveis para a construção da identidade nacional: por meio deles é possível conhecer a herança cultural e a alma coletiva de uma sociedade.”

Os clássicos trazem-nos muito, é indiscutível. São uma porta para o passado, permitem-nos conhecer outras épocas, outras formas de pensar e linguagem diferente da actual (muitas vezes mais trabalhada). São uma das minhas paixões, no que à literatura diz respeito ❤️

Em “Iracema”, José de Alencar conta-nos a história de amor entre uma Índia, Iracema, e um português, Martim.

Para além da história de amor (que achei muito bonita), a obra retrata uma parte do que foi a colonização, permitindo-nos assim conhecer este período da História. Gostei muito da conjugação destes dois aspectos, gosto sempre de aprender enquanto leio.

Gostei muito da Iracema, e tive tanta vontade de lhe dar colo 🥺 Senti que não foi amada como deveria, que merecia muito mais.

No entanto, este foi o primeiro clássico que me custou a ler e tal deveu-se a dois factores:

Por um lado, a introdução de termos indígenas pelo autor. Este ponto acaba por ser uma “faca de dois gumes”. Senti que enriquecia bastante a obra e é uma óptima forma de preservar a cultura num documento escrito, mas, simultaneamente, dificulta a leitura a quem não está familiarizado com os termos em causa (como é o meu caso, e acredito ser o da maioria dos leitores).
Por outro lado, a própria construção frásica acaba por dificultar a leitura.

Apesar destes dois factores, não poderia deixar de recomendar este livro. Merece ser lido pelo menos uma vez na vida, precisamente por captar a essência da sociedade retratada.
Profile Image for Gabriela Lino.
221 reviews32 followers
Read
December 25, 2013
Iracema, a virgem dos lábios de mel, é a filha do pajé da tribo tabajara. Um dia ela encontra um “guerreiro branco”, o português Martim Soares Moreno (considerado o fundador do estado do Ceará). Ele é muito bem recebido pelos índios tabajaras.

Quadro de Antonio Parreiras
Iracema acaba se apaixonando por Martim, e ele, algumas vezes citado como guerreiro cristão, se apaixona por ela. No entanto, a bela índia não pode ficar ao lado de seu amor, pois guarda o segredo da jurema (uma mistura que funciona como droga; faz os guerreiros terem sonhos, fantasias quase reais), e se já não bastasse tudo isso, há ainda Irapuã, um guerreiro pitiguara (inimigos dos tabajaras), apaixonado pela jovem, e que irá prometer acabar com a vida do branco.

Para enfrentar todas essas batalhas, Martim contará com o apoio da amada, do guerreiro Caubi (irmão de Iracema) e do guerreiro Poti, um pitiguara que se considera “irmão” de Martim.
José de Alencar é um dos grandes nomes do Romantismo, 1ª fase, ou seja, fase indianista. Além de exaltar todas as qualidades dos primeiros habitantes do Brasil, ele traduz todos os nomes do tupi entre outras observações, que facilitam a leitura. E assim como Macunaíma, a historia também seria uma alegoria sobre a origem do povo brasileiro.
Profile Image for André.
127 reviews16 followers
March 11, 2015
Iracema is an epic poem written in prose about the love of Martim, a Portuguese conquistador, and Iracema, the noble savage. It embodies the romantic ideals of Brazilian writers in the XIXth century, when nationalism was running wild among the intellectual and political elites all over the world.

In Brazil, writers such as José de Alencar wanted to find the essence of the Brazilian culture by mixing its Portuguese heritage with the native Indian culture. To do so, Alencar used indian words, tried to make his characters speak with an "indian mentality", and employs plenty of metaphors involving the actions of the characters and the Brazilian flora and fauna.

Alencar's book might have impressed his contemporaries and is considered to be the epitome of the first generation of the Brazilian Romantic movement, but nowadays it reads like an overstuffed turkey. Iracema is quite thin, but to read through it in one go is a herculean task that I bet few will be able to endure. Just read a few chapters to get the hang of it and then jump to the postface of the first edition, Alencar's important letter to Dr. Jaguaribe. You won't be missing much.
Profile Image for Bárbara Miranda.
91 reviews37 followers
June 3, 2016
Achei que não ia conseguir finalizar a leitura desse livro, mas consegui! Iracema é um livro bem complicado, apesar de ser uma leitura "rápida" precisei procurar por um audiobook para me incentivar a terminar. O livro é CHEIO de termos da língua tupi e a história não me surpreendeu tanto assim, achei até um tanto previsível para a época em que foi lançado (vários livros sobre a interação entre índios e homens brancos foram lançados naquela época), não senti que estava lendo nada de novo. No entanto, algumas descrições me emocionaram e o final, apesar de triste, foi bem real.
Profile Image for Edwin.
8 reviews1 follower
February 17, 2016
The natural beauty and grace of the native virgin is introduced to us by means of a bath, a scene of baptismal sensuality to which we are awkward guests. We share with the European intruder the guilt of the voyeur, but also the excruciating, enchanting pain of being immobilized by that which is different and unknown. It is the pain of being surprised over our own vulnerability and one of the oldest topoi in literature – the shot of an arrow through the heart – but Iracema succeeds in taking us off guard and avoiding the cliché of the Romantic.

The formula is noticeable but not predictable: it is the exoticism, the difference between the European imperialist and the native virgin, that induces the fascination between them, that causes her lips to tremble: “Iracema tinha o lábio trêmulo, e úmida a pálpebra”. The instant recognition of the law that opposites attract resolves the tension born from a modern reading that struggles to reconcile itself to the notion of love at first sight.

There is, moreover, an undertone of psychological realism – interwoven with the Romantic material – that reinforces the suspension of our disbelief. Alongside the fantasies conjured up in a distant setting, the stupor of tropical drugs and the mysticism of a primitive culture, there is the memory of a more familiar reality: a fiancée and a home. The foreigner chooses to uncover the secret of the virgin – “o segredo da jurema” – and indulge himself in a tropical dream. Will his blood continue to boil? Will he forever fear the eyes of his innocent lover? Or will he find himself saturated with pleasure and filled with a more powerful longing, “a saudade da pátria”?

“Lá o espera a virgem loura dos castos afetos; aqui lhe sorri a virgem morena dos ardentes amores.”

The moment of sexual betrayal is a beautiful interplay between the cultural constructs built around the two races: white, black; blonde, brunette; Christian, Indian; pragmatic, impulsive. It is also an example in microcosm of the tragic consequences of a failed relationship between two peoples that never learn to completely respect and trust each other. This dysfunctional coming together of cultures is intrinsic to the fear of the wise old Pajé: “...foi algum funesto presságio para a raça de seus filhos, que assim ecoou n’alma de Araquém?”

In the case of Iracema, it is the white male who fails to integrate himself into the new community. He is the serpent that succumbs to his passion, drowning himself in subconscious desires with no regard for the consequences. He is inspired to do so by the heavens – “desce-lhe do céu ao atribulado pensamento uma inspiração” – but he believes that his commitment to the pleasures of her flesh are temporary:

“Agora podia viver com Iracema, e colher em seus lábios o beijo, que ali viçava entre sorrisos, como o fruto na corola da flor. Podia amá-la, e sugar desse amor o mel e o perfume, sem deixar veneno no seio da virgem”.

However, Martim proves himself to be as misguided as the subtitle of Iracema – “a virgem dos lábios de mel” – because the virgin is only the heroine of half her novella; the other half is dedicated to Iracema, the wife and mother.

Passion is the prelude to perennial love, for the Romantic. Iracema sacrifices the blood of her brothers for the sake of her union with Martim; from that day onwards they share one flesh. In the eyes of Martim, by contrast, passion belongs in the realm of dreams:

“Os beijos de Iracema são doces no sonho; o guerreiro branco encheu deles sua alma. Na vida, os lábios da virgem de Tupã amargam e doem como o espinho da jurema.”

Domestic happiness is superceded, in the male, by the graver concerns of patriotism, war and friendship. Despite finding himself in a utopia of Edenic love - with a wife simultaneously beautiful, caring and fertile - he is unable to find peace and satisfaction; he is restless: “Quando Iracema brincava pela praia, os olhos do guerreiro retiravam-se dela para se estenderem pela imensidade dos mares”. His abandonment of her testifies to her status as the symbol of his domestic emprisonment.

Iracema’s faithfulness is tainted with the poison from a heart that cannot be faithful, so she becomes jealous and suicidal. Her child, born in a time of war to a restless father and an abandoned mother, is the victim of a home that has no organic integrity. Love that is not nurtured dries up, so “Moacir, o nascido do meu sofrimento”, is brought up on a diet drained of everything but suffering: “O sangue da infeliz diluía-se todo nas lágrimas incessantes que lhe não estancavam nos olhos; pouco chegava aos seios, onde se forma o primeiro licor da vida”.

Yet there is hope in the death of Iracema, who sacrifices the last drops of her lifeblood to feed the child of her union with Martim. She is the mother of a new race – and of Ceará – albeit cursed with the fate of migrant exiles: “O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia aí a predestinação de uma raça?” Martim discovers, at long last, that in his marriage he had found his home: “as terras, que foram de sua felicidade, e são agora de amarga saudade”. This Aeneid of a Brazilian state, of Ceará, is a call for us to discover our own homeland and to rediscover the devotion of an Iracema within us.
Profile Image for Amarpal.
509 reviews3 followers
April 21, 2022
Felt like ready a fairytale at first except all the tragedy comes after the super romantic and idealistic start and then doesn’t go away. Not sure how it’s a poem but maybe that’s more to do with the translation… Nonetheless a Swift read with Iracema a microcosm of the treatment of indigenous people without the text becoming overwrought with the message.
Profile Image for Napoleon.
97 reviews9 followers
November 26, 2025
(AUDIOBOOK)
Uma obra "romântica" no estrito senso literário, que aponta a formação do povo brasileiro como a mistura do indígena e do português, que se apaixonam e se completam, mas vivem contrariados por renunciar cada um ao seu povo; o filho deles, o filho da terra, portanto, é quem realmente pertence, o "verdadeiro brasileiro". O vocabulário é rebuscado e cheio de referências à fauna e à flora do Brasil, numa criação nacionalista simplória. A percepção sobre os povos indígenas é redutora e, por vezes, completamente errada, assim como o amor é representado como algo espiritual e maçante, segundo a ideia de que as duas pessoas se completam, ou seja, são incompletas uma sem a outra. Problemático e meio ridículo para os padrões atuais, mas tem alguma beleza poética.
Profile Image for lisa.
6 reviews1 follower
October 20, 2024
« la malheureuse mère perdit connaissance, comme la patate douce si on arrache son bulbe » à méditerranée
Profile Image for Ben Loory.
Author 4 books728 followers
February 9, 2017
this book was written in 1875 and translated into english in 1886 AND IT NEEDS A NEW TRANSLATION BECAUSE THIS ONE SUCKS. unless maybe it's not the translation; maybe it's the original that's really stilted and awkward. but machado de assis seems to have thought very highly of it (along with everyone else in brazil, it seems), so i'm willing to give it the benefit of the doubt.

basically this is the john smith & pocahontas story, but in brazil. the beautiful indian maiden is named iracema, which is, cleverly enough, an anagram for AMERICA. clever! then she dies, which represents the coming of the george bushes.

one thought kept occurring to me throughout the book, and that was how similar this book is to a book like, say, John Carter of Mars. you could repackage this with a Frazetta cover and sell it as space opera and critics the world over would hail it as a piece of shit.

but whatever. setting aside the abysmal translation, and the fact that you have to stop every seven seconds to check the footnotes to figure out what Intanha or Atyati or Tumanduá or whatthehellever means, the book does have a definite hallucinatory power. much like The Last of the Mohicans or The Song Of Hiawatha. something about those crazy otherworldly environments and guys runnin' around with tomahawks yellin' about the Soul of the Wind and whatnot, i guess.

one last thing: i haven't seen haphazard punc.tuation and weird pa
ragr
aph breaks like this since i read a little book called A Prescription for Love. i don't think this book has been proofread since 1886.

anyway. there it is. iracema.


a much better book:
The Fantastic Art of Frank Frazetta by Frank Frazetta
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Боян Боев.
Author 7 books133 followers
May 31, 2023
Книгата „Ирасема“ от Жозе де Аленкар разказва за дъщерята на шаман от индианското племе табажара и нейната любов към португалския воин Мартим. Авторът е имал намерение да вплете легендите и традициите от родните си земи в литературна творба. Произведението му е плод на усилен труд, проучвания и срещи с хора, които са му предавали устни разкази за онези отминали за Бразилия времена.
На съвременния читател ще му се стори написана по много простичък начин тази книга. Сякаш сме свикнали на истории, написани с доста утежнен език, търсим все по-сложни и непредвидими сюжети. Но Жозе де Аленкар споменава, че той се е стремил точно към тази простота в творбата си, за да бъде разбрана тя както от хората в литературните среди, така и от обикновения селски човек, който би отворил книгата в следобедните часове, полюлявайки се на верандата в хамака си. Опитал се е да предаде максимално достоверно начина, по който индианците са говорили, с онази несъзнавана поезия, която струи от всяка тяхна фраза, намесвайки природата и всичко познато им, което ги заобикаля.
„Ирасема“ е изпълнена с много непознати думи, които са обяснени с бележка под линия от преводача и в бележките в края на книгата от самия автор. Историята е интересна, предвидима през повечето време, на места се губех и трябваше да се върна малко назад. Но си заслужава да бъде прочетена, заради самата наслада от всички картини, които ражда в съзнанието, докато я четеш. Напомни ми много на историята за Покахонтас, защото има много общи нишки в сюжета.
Profile Image for Fanny.
140 reviews2 followers
January 20, 2023
"Sentir saudades dói, corrói a alma, entristece o coração. Mas as vezes, só as vezes é bom sentir saudades pois ela mostra a verdadeira importância que as pessoas tiveram em nossa vida. Até sentir irritação com certas pessoas as vezes faz bem, porque nos mostra que nos importamos com aquele alguém. Mas o melhor mesmo é sentir Amor, pois esse sentimentos nos mostra que não podemos viver sem aquele ser Amado."

Lido em dois dias, tive dificuldade somente com os nomes dos indígenas, não é difícil mas estava "pronunciando de forma errado", foi uma leitura mediana.

Eu realmente não sei se gostei, foi tudo tão razoável e "romântico", achei meio torturante. É tudo tão exagerado as cenas foram TODAS desfalcando para ser mais belo e poético.

José de Alencar sempre teve uma dessas de criar "grandes heróis" em suas narrativas para que as pessoas do século XIX. Se sentissem orgulhosos de serem Brasileiros.

Lucíola sempre será a minha narrativa favorita
Displaying 1 - 30 of 320 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.