Jump to ratings and reviews
Rate this book

The Joyful Song of the Partridge

Rate this book
A roiling chronicle of motherhood and colonization from a writer who “alternates between a dramatic, high-octave style and a terse and humorous frankness” (Sheila Heti)

Recipient of the 2021 Camões Prize, the most important award for literature in the Portuguese language

A potent whirl of history, mythology, and grapevine chatter, The Joyful Cry of the Partridge absorbs readers into its many hiding places and along the wandering paths of its principal characters, whose stark words will stay with you long after the journey is done.

No one knows where Maria des Dores came from. Did she ride in on the armored spines of crocodiles, was she carried many miles in the jaws of fish?

The only clear fact is that she is here, sitting naked in the river bordering a town where nothing ever happens.

The townspeople murmur restlessly that she is possessed by perverse impulses. They interpret her arrival as an omen of crop failure or, in more hopeful tones, a sign that womankind will soon seize power from the greedy hands of men.

As The Joyful Cry of the Partridge unfolds, Paulina Chiziane spirals back in time to Maria’s true the days of Maria’s mother and father when the pressure to assimilate in Portuguese-controlled Mozambique formed a distorting bond on the lives of black Mozambicans.

496 pages, Paperback

First published January 1, 2008

49 people are currently reading
934 people want to read

About the author

Paulina Chiziane

17 books225 followers
Paulina "Poulli" Chiziane (born 4 June 1955, Manjacaze, southern province of Gaza, Mozambique) is an author of novels and short stories in the Portuguese language.
She studied at Eduardo Mondlane University, Maputo. She was born to a Protestant family that moved from Gaza to the capital Maputo (then Lourenço Marques) during the writer's early childhood. At home she spoke Chopi and Ronga.
Chiziane was the first woman in Mozambique to publish a novel. Her writing has generated some polemical discussions about social issues, such as the practice of polygamy in the country. For example, her first novel, Balada do Amor ao Vento (1990), discusses polygamy in southern Mozambique during the colonial period. Related to her active involvement in the politics of Frelimo (Liberation Front of Mozambique), her narrative often reflects the social uneasiness of a country ravaged and divided by the war of liberation and the civil conflicts that followed independence.
Her novel "Niketche: Uma História de Poligamia" won the José Craveirinha Prize in 2003.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
200 (36%)
4 stars
239 (43%)
3 stars
91 (16%)
2 stars
14 (2%)
1 star
4 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 85 reviews
Profile Image for Barbara Born.
15 reviews1 follower
February 26, 2020
O livro de Paulina Chiziane é uma história necessária. Como o curador da coleção aponta, é uma oportunidade de vislumbrar Moçambique a partir do olhar de Moçambique. Para mim, esse romance trata das marcas que diferentes formas de dominação deixam sobre as pessoas. E essas marcas, profundas, são primordialmente sinais de dor. Dominação do colonizador sobre o colonizado. Do branco sobre o negro. E sobretudo do homem sobre a mulher. Uma história potente, contada com maestria pela autora. Confesso que o final do livro me causou incômodo, mas acredito que seja justamente por sua principal virtude: de tão envolvida que estava com as personagens, queria que elas tivessem o destino que eu lhes desejava. Recomendo a leitura com ênfase.
Profile Image for Vivian Matsui.
Author 3 books20 followers
September 10, 2020
Paulina Chiziane, escritora de Moçambique, tem um jeito de usar o português que não vemos por aqui no Brasil, desse que atinge o corpo todo, com chacoalhões, enjoos, emoções, gostos e desgostos. Eu realmente acredito que ler este livro me fez melhor. Podiam trabalhar com o livro em escolas e faculdades. Não é leitura fácil, mas também não é difícil. A estrutura, frases, isso é tranquilo. Agora os temas, são sérios e leva algum tempo para absorver certas passagens.

A ideia do branqueamento da raça. A lavagem cerebral que foi feita bem estrategicamente nos pilares do dinheiro e gravidez. Brancos convocam negros para sipaios, com salário e tudo (para expulsar os próprios negros das terras), por dinheiro. Esta é a parte do homem negro matando ou expulsando próprios negros. Já a parte da mulher negra: filhos mulatos (com branco) têm benefícios. Podem frequentar escolas de brancos, onde mulatos são chamadas de negros. E para os negros, estes eram embranquecidos (mulatos). A própria mãe tratava os filhos diferentes, os mulatos comiam mais e mais e melhor, e os negros com a sobra.

Isto é, por esses benefícios de um filho mulato, mães vendiam a virgindade da própria filha e entregavam em casamento ao branco, ainda menores de idade. Útero-arma. Enquanto isso, dentro de uma única família, crescendo com tantas diferenças, estas que provavelmente vão propagar no futuro, e eis aí até hoje o resultado dessa dominação física, da terra, do corpo, da família. O que resta?
Profile Image for Andreia Alves.
2 reviews5 followers
June 19, 2022
Não costumo publicar opiniões sobre livros, mas "O alegre canto da perdiz" de Paulina Chiziane mexeu demasiado comigo por isso sinto a necessidade de vir falar dele.
É um livro que aborda a vida no norte de Moçambique durante o colonialismo e o pós colonialismo. Este livro toca em imensos pontos chave que ainda são tabu da nossa sociedade.
Escravatura, estratificação social, poligamia, violação, o papel da mulher na sociedade moçambicana, entre outros.
Este livro é um verdadeiro murro no estômago que merece o nosso tempo e reflexão sobre o mundo em que vivemos.
Profile Image for Alexandra Maia E Silva.
424 reviews
March 25, 2022
Um romance terrível, Paulina transporta-nos para uma realidade terrível, difícil, cruel, que dói ler. Demorei a ler, abandonava a leitura e voltava a pegar dias mais tarde a medo.
A Paulina escreve maravilhosamente, com riqueza, com fluidez, com assertividade, com um domínio da escrita incrível, conta histórias dentro de histórias num universo cheio de personagens que se cruzam que estão ligados que se amam e odeiam ao mesmo tempo, que estão dependentes uns dos outros por um fio condutor que é a vida, o gerar novas vidas.
Doeu ler, principalmente porque ao mesmo tempo que ia lendo, ia ouvindo entrevistas com a Paulina desfasadas no tempo, mas que falavam a verdade de que o que estava no romance era real, a violência, a prostituição infantil, os conflitos de raças, o racismo, as etnias e hierarquias, os feiticeiros e os feitiços e principalmente o que os move, o que ambicionam e todo o penoso caminho que ainda é necessário percorrer para mudar a realidade no norte/centro de Moçambique e isso dá-me uma tristeza imensa.
Não sei se vou conseguir ler novamente um livro da Paulina Chiziane, não por não ser uma escritora incrível mas porque os temas são duros, muito muito duros.
Profile Image for Sofia.
1,029 reviews130 followers
August 9, 2022
Esta foi uma leitura bem longe da minha zona de conforto, mas que apreciei.
O livro aborda temas como o racismo, o colonialismo, a mulher, o patriarcado e outros aspectos da sociedade moçambicana e as suas idiossincrasias.
Chiziane escreve de uma forma simples, mas ao mesmo tempo poética, o que ajuda a cativar o leitor. Partilho algumas passagens do livro, que ilustram melhor esta opinião:

"Ser feliz é mesmo isto: segurar na palma da mão a alma da pessoa amada."

"Somos todos árvores com raiz ao léu. Vítimas da tempestade que se chama vida."

"O ventre da mãe é o único ponto de partida para todos os caminhos do mundo."
Profile Image for Felipe  Madrigal.
170 reviews9 followers
February 5, 2021
Una mujer "loca" llega al pueblo. Saben que lo está porque parece cómoda con su desnudez y porque no parece saber de dónde viene. ¿Qué la llevó a ese estado, a estar más cerca de la luna que de la tierra? Eso es lo que nos cuenta este libro: la historia de unas mujeres que buscan sus raíces africanas ya olvidadas por la colonización. La historia de otras mujeres que rechazan e intentan eliminar su raza, su negrura, para asegurarse de que nunca más ellas ni sus hijas ni sus nietas van a parir otro negro condenado a la miseria o a la esclavitud, para no tener que volver a pasar por ese dolor "con sabor a mordedura en el vientre" que solo una madre conoce al ver que le arrebaten a su hijo solo porque nació negro. Es también la historia de hombres negros llevados a "asimilarse" a la cultura de los blancos para ser "personas", aunque eso implique renegar de sus raíces, idioma, ropas, madre, color y asumir el del Imperio ("mata tu lengua, tu tribu, tu creencia"); así eso implique estar del otro lado del fusil apuntándole a sus hermanos negros y guiarlos a los puertos de los negreros; asimilarse para volverse enemigo de si mismos.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Ambientado en el Mozambique de mitad del siglo XX, aún colonizado por los portugueses, este libro, escrito en preciosa prosa poética que más parece una narración oral que una novela —aunque lo es—, es una fiel aproximación al apartheid portugués en sus colonias, pero escrito desde el punto de vista de las mujeres y hombres negros que terminaron concluyendo, abrumados por la evidencia y los golpes de realidad, que era mejor ser blanco que negro, que la riqueza en un negro es suerte pero en un blanco es destino, que parir un negro es parir desgracias, que no cuesta nada eliminar tu raza, vender la virginidad de tu hija o matar a tu vecino para ganar la libertad. No es una crítica a quienes piensan así; es una a la cultura hegemónica que los llevó a ello.

***

Aunque es una de las autoras más influyentes en la literatura africana, no le gusta cargar con la etiqueta de "escritora"; prefiere referirse a ella misma como contadora de historias, de la misma forma que su madre y su abuela y un sin fin de mujeres negras en ambos lados del Atlántico que hasta el día de hoy cargan el honor de mantener viva la memoria de sus pueblos a través de la oralidad. Por eso escribe como lo hace, con una narrativa poética que se mueve entre lo tangible y lo onírico, entre los vivos y los muertos, consciente de que todo hace parte de una misma realidad.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Es feminista, pero no bajo los parámetros europeos sino desde el punto de vista de una mujer africana que creció en un hogar no asimilado dentro de un país que hasta hace poco estuvo colonizado (invadido) por una metrópoli racista, extractivista y cruel. Por eso sus historias hablan de poligamia, de violaciones y de prostitución, mostrándolas tanto como consecuencia de la opresión como ruta de libertad y empoderamiento para las mujeres en algunas sociedades.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Protestó para lograr la independencia de su pueblo, celebró cuando la consiguieron y lloró cuando esa recién ganada libertad se convirtió en guerra civil de negros contra negros. Por eso escribe sobre los efectos a largo plazo de la mentalidad colonialista y nos recuerda a través de sus escritos que lo que para uno es libertad para otro es esclavitud.
Profile Image for Julia Landgraf.
156 reviews81 followers
May 29, 2020
"O alegre canto da perdiz" é um livro especial pela autoria ser da primeira escritora moçambicana publicada, Paulina Chiziane - que, por sinal, não gosta desse título, e prefere "contadora de histórias", o que me parece muito representativo de sua ancestralidade e representativo de uma cultura que respeita a oralidade mais que a escrita de livros, tratados, romances.

A história versa sobre racismo, o colonialismo português e a miscigenação como aparente única possibilidade para viver uma vida mais digna, não atrelada ao sofrimento ao qual os negros pareciam estar fadados em suas posições de subalternidade. A miscigenação e a ideologia do branqueamento entram, portanto, como "possibilidade de ascensão social". Essa ideologia da época se mostra através da história das personagens principais do livro, as mulheres de uma família, da mãe Delfina que teve filhos pretos e filhos mestiços, da sua busca por uma vida melhor para suas filhas, mas que por sua própria reprodução dessa estrutura gerava opressão dentro da família interracial ao preferir a filha branca. Por mais que os comportamentos e posições de Delfina gerem raiva, se compreende por que ela escolhe este caminho dentro de seu contexto. Muito do contexto colonial português em Moçambique me remeteu ao contexto colonial e pós-colonial português no Brasil, que até hoje perpetua uma ideia de miscigenação pacífica (o mito da democracia racial) quando sabemos que esta foi fruto do estupro, e que segue ancorando-se na ideologia do branqueamento social.

A escrita de Chiziane é muito poética, envolvente e bonita mesmo nas passagens mais rudes e difíceis. Tem alguns parágrafos de tirar o fôlego a respeito da colonialidade. A autora intercala também com a narrativa alguns mitos de origem do planeta, do binômio homem e mulher, que complementam a leitura de forma agradável e retornam a leitora a problemática da subjugação da mulher.

Apesar da temática ser muito de meu interesse e a escrita ser maravilhosa, encontrei-me com dificuldade de ler o livro, evitando-o, talvez pela aversão que algumas verdades me causavam (única explicação possível que pude encontrar para a resistência). Recomendo a leitura, de qualquer maneira.
Profile Image for Cristina Mejía.
226 reviews
August 8, 2023
Maria das Dores está desnuda a la orilla de un río. Expuesta, vulnerable, abierta, buscando a sus hijos perdidos, un escándalo sin raíces ni cordura aparante. Porque la cordura se la llevaron los blancos, regando sangre y violando mujeres a la vez que llevaban el cristo doliente en las banderas o colgado en el cuello.

Este libro es una belleza, poesía en prosa, muy africano, muy mozambiqueño, un texto de amor y comprensión hacia el negro que no quiere ser negro, la mujer que resiente su historia y el niño que no entiende de odios.

No le doy 5 estrellas porque no me gustó el final, me pareció muy conveniente y simplista.



Profile Image for Maria.
20 reviews1 follower
August 9, 2024
Que livro, que livro, que livro!!! Aconselho a ler devagar para não acabar. Directamente para os preferidos de sempre!
Profile Image for João Pedro Leite.
106 reviews
December 19, 2024
Com uma escrita magnífica e corajosa, Paulina Chiziane traz-nos uma história que atravessa três gerações da mesma família através das figuras femininas da mesma.
Com a ação a decorrer na Zambézia, uma província de Moçambique, durante parte do século XX, este livro traz-nos a relação complexa entre mães, filhas, netas, maridos, filhos e outros familiares, mas também o colonialismo e os seus efeitos devastadores, como a escravatura, a guerra, o racismo, a assimilação, a prostituição infantil, a fome, a pobreza e como tudo isso afeta a vida destas personagens e da própria Zambézia. Um retrato poderoso de uma época terrível.
(um pequeno à parte: o atravessar de gerações e os momentos de realismo mágico lembraram-me vagamente do Cem Anos de Solidão do Gabriel García Marquéz - um elogio)
Profile Image for Margaret.
777 reviews15 followers
September 12, 2022
O meu primeiro livro de Paulina Chiziane e fiquei bem impressionada. Uma escrita poética, a roçar o misticismo e o realismo mágico, mas também muito duro nas verdades que conta sobre África.

A história gira à volta de Delfina, uma jovem bonita incentivada a prostituir-se pela mãe, mas que continua a alimentar sonhos de riqueza. E é esta ambição que a vai fazer abandonar o homem com qual se casou por amor para ser amante de um branco, que tem maiores possibilidades de dar a vida de luxo que ela pretende. E, para manter a sua “mina de ouro”, ela não tem qualquer escrúpulo em destruir a sua própria família.

Paulina Chiziane é uma lufada de ar fresco, pois contraria o discurso simplista de “mulher negra vítima de homem branco”. Delfina assume o seu poder e é ela quem domina o homem branco através de sedução e feitiçaria. Não é uma personagem agradável, na minha opinião, e os maus-tratos que inflige aos seus filhos negros – ao contrário dos mimos que dá aos filhos mulatos – é revoltante.

Uma leitura que recomendo, se não se importa de ser sacudida por momentos de raiva ao longo das páginas.
Profile Image for Ana Rita Ramos.
265 reviews4 followers
August 25, 2022
Paulina habitua os seus leitores a personagens femininas que variam entre a fraqueza e a força, são retratos das mulheres de África e do colonialismo.
Este é o segundo livro que leio da autora e, mais uma vez, não desilude. Está bem estruturado em capítulos curtos, o que facilita a leitura.
Aqui é retratada a forma (a meu ver) bárbara como as mães vendiam as filhas e as prostituíam a troco de alguma comida, umas moedas ou álcool para matar o vício.
Serafina, Delfina, Maria das Dores e Maria Jacinta são sobreviventes num mundo em que o homem é rei na maioria das situações e a mulher é um ser submisso.
Está muito patente o racismo e a divisão de classes, mesmo entre pretos e mulatos, a miscigenação ao longo dos anos.
A Zambézia aparece quase como personagem, o centro do mundo.
É um livro muito interessante com uma perspectiva muito crua da realidade e da violência.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Zana.
136 reviews10 followers
June 1, 2024
Huge thanks to Netgalley and Archipelago press for the digital ARC of Paulina Chiziane's 'The Joyful Song of the Partridge'.

'The Joyful Song of the Partridge' is an ambitious novel about the history of Mozambique.
It was beautifully translated from the Portuguese by David Brookshaw.

A strange woman appears in a town where nothing ever happens.
She is sitting naked in the river.
The townspeople say she must be crazy or possessed because she seems too comfortable with her nakedness, and she has no idea where she came from.
What led her to that state of mind?

"She said her name was Maria," one of the women explains.
"Can that really be her name?" The headman's wife asks.
"Every Maria has another name, because Maria isn't a name, it's a synonym
of woman. But tell me: what was she like?"
"She has the shape of a person but isn't a person. She looked like the angel of darkness. A messenger of disaster. She looked like a ghost, a creature from another world," one of the women says."

The townspeople interpret her arrival as a bad omen, and some take it as a sign that women will soon take over the position of power from the greedy hands of men.

At its core, 'The Joyful Song of the Partridge', is a novel about Mozambique under the Portuguese colonial rule. It's about the effects of colonialism on the colonised populations.
It's a family saga full of diverse characters from various backgrounds. It has a nice balance of Mozambican history, fairytales and the author's humorous frankness.
I truly enjoyed the storytelling and imagery in this novel.

There's a quote in this novel that describes how I feel about Paulina Chiziane's writing:

"Telling a story means carrying minds on a flight of the imagination and then bringing them back to the world of reflection."

With 'The Joyful Song of the Partridge' she achieved just that.
Profile Image for Rachel.
470 reviews118 followers
June 19, 2024
What an accomplishment! Through the lives of three generations of women, Chiziane explores the modern history of Mozambique, specifically in the Zambezia Province, and the effects that Portuguese colonization had on the region and its inhabitants.

Chiziane, the first woman in Mozambique to publish a novel, refers to herself as a storyteller, rather than a novelist or writer, and it’s easy to see why she insists on this distinction. The Joyful Song of the Partridge is steeped in myth and lore. Several legends detailing the origins of humanity are interspersed within, detailing the dominance of the matriarchy before women fell under the spell of men. The moon, sun, and the woman’s womb are referenced and used as metaphors continually throughout. A large portion of the book is written using poetic and figurative language and while I was sometimes wishing to get back to the literal, Chiziane has such a way with words that her use of these literary devices made the story feel as if it was being told orally.

Some might say the story was wrapped up too neatly, relying a bit too much on coincidence and probably a bit implausible. But after a book filled with so much violence and oppression, one can forgive Chiziane this transgression of providing her characters a happy ending.
Profile Image for Catarina Silva.
103 reviews1 follower
September 29, 2023
Ler livros é bom e trabalhar sobre eles é juntar o útil ao agradável. Este livro, em concreto, proporcionou-me uma “viagem” de grande aprendizagem. O colonialismo português não me era de todo desconhecido, no entanto, nunca tinha lido o outro lado da história – a perspetiva dos povos colonizados. Por isso, considero que este livro traz um grande contributo a esse nível. No entanto, não fica por aí… são igualmente explorados temas como poligamia, prostituição infantil, romance entre diferentes estratos sociais e o papel da mulher (a vertente feminista foi, para mim, o ponto alto do livro).
Há, de facto, passagens muito bonitas, do ponto de vista literário e outras que, do ponto de vista emocional, me deixaram boquiaberta. Além disso, muitas características e episódios documentados permitiram-me saber mais sobre a cultura dos povos africanos, nomeadamente de Moçambique.
Mais para o fim, houve alguns acontecimentos cujo propósito não captei bem, mas, ainda assim, não abalam o balanço geral, que é bastante positivo.

Profile Image for Raquel Pedro.
43 reviews4 followers
September 28, 2020
Este é (só) o segundo livro que leio da escritora moçambicana Paulina Chiziane. O primeiro, foi Nicketche: Uma história de poligamia. Tal como o anterior, este é um livro extremamente arrebatador que aborda temas entre a guerra e a paz, o masculino e o feminino. Mais uma vez, o percurso das personagens fascina-me porque vão desde a tradição à desconstrução acabando por colocar-se em cima da mesa temas bastante importantes, aos níveis sociais e políticos, sobretudo da sociedade moçambicana (ser-se negro, ser-se branco, ser-se ou querer ser-se assimilado, resistir, lutar, o que é colonizar e ser-se colonizado, como se vê a mulher, quem são as mulheres, a prostituição...). Referências enriquecem a nossa leitura, como os capítulos que nos remontam à mitologia africana e nos deixam ainda mais a par do contexto onde a história acontece.
Profile Image for Fitch Perkins.
46 reviews
January 31, 2025
Really beautiful language and translation. Some parts were really heavy and tough to read and I’m a bit confused why one character’s story ended up the way it did but overall fantastic, emotional and thought provoking
Profile Image for Ítalo Andrade.
154 reviews10 followers
February 4, 2021
O Alegre Canto da Perdiz possui uma narrativa qur versa sobre diversos temas: racismo, maternidade, colonialismo e outros.
A escrita da autora é linda, poética e íntima. Em grande parte do livro parece que a própria autora está contando a história ao seu ouvido, o que deixa a leitura do livro ainda mais prazeirosa.
Entretanto, notei alguns problemas na produção. Me parece que a autora não conseguiu controlar o ritmo de criação dos personagens. Maria das Dores teve 3 filhos e pouco sabemos sobre eles. A filha é a mais esquecida na narrativa. Sobre Maria Jacinta sabemos pouco no final da leitura. Infelizmente ao final da leitura tive a impressão de que estava "faltando algo". Faltou o desfecho de alguns personagens que seria muito prazeroso para a leitura.
Poxa Paulina, você tinha tudo para tornar esse livro uma leitura 5 estrelas mas infelizmente pecou em alguns pontos ☹
Profile Image for Sónia Carvalho.
196 reviews17 followers
March 26, 2022
"Delfina é uma mulher bonita, «uma negra daquelas que os brancos gostam». A história de vida desta Delfina, «dos contrates, dos conflitos, das confusões e contradições», é a história da mulher africana, a história da apocalíptica perda do sonho. Esta mulher debate-se entre «escolher o caminho do sofrimento», o amor que sente por José dos Montes, e «eliminar a sua raça para ganhar a liberdade», procurando o homem branco que lhe dará o alimento e o conforto que deseja. Mas o que é o amor para a mulher negra?"

Apesar de ter sido a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, Paulina Chiziane considera-se uma contadora de estórias e não romancista. Como ela própria diz "escrevo livros com muitas estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da fogueira, minha primeira escola de arte.”

E foi isso mesmo que eu senti em grande parte do livro, parecia que a escritora estava ali ao meu lado a contar-me as histórias de Maria das Dores, Delfina e José dos Montes. A cadência e o ritmo das histórias contadas e da tradição oral estão muito presentes nos livros da moçambicana.

O Alegre Canto da Perdiz narra a história de três gerações e fala-nos de temas impactantes que colocam o dedo na ferida, como a escravatura, o racismo, o colonialismo português, a miscigenação, o ser-se ou querer ser-se assimilado, a poligamia, o corpo como moeda de troca, a prostituição infantil, o sofrimento, a ambição e o poder. Fala sobre o colonialismo do pensamento e da cultura, sobre a ideia do “melhoramento da raça”, que levava mulheres negras a buscarem ter filhos com brancos como meio de ascensão social. Fala-nos também de amor, maternidade e sentimento de pertença, ensinando-nos que "a beleza do mundo é a diversidade, todas as raças, de todo o mundo, porque somos todos filhos do sol".

Paulina Chiziane escreve maravilhosamente bem, conseguindo transportar-nos para África através do poder da palavra. Conta histórias dentro de histórias num universo cheio de personagens que se cruzam e que estão interligadas. A escrita é envolvente, muito bonita, poética, íntima e doce, recorrendo frequentemente ao misticismo e à imaginação e a leitura fluiu naturalmente.

Apesar de ter gostado do livro, não gostei do desfecho. Acho que houve demasiadas coincidências improváveis, com uma resolução mágica para todo o sofrimento, o que torna o final da história inverossímil. Pareceu-me um final algo preguiçoso, como se quisesse dar esperança, mas não soubesse como chegar lá, tendo optado pelo lado mais fácil. 

"Ah, minha mãe, eis-me aqui à beira do caminho. Ao lado do vento amigo. Na margem de um rio desconhecido. Perseguida por mulheres tristes. Naqueles gritos ouvi também o teu grito, minha mãe. Mãe, estavas naquele grupo? Por que será que não te vi? Eras tu, sim, naquele grupo de fantasmas, lançavam zumbidos nos meus ouvidos como um enxame de vespas. Eras tu e o teu grupo de fantasmas, querendo atingir-me, magoar-me, escondidas para desferiram sobre mim os seus golpes de raiva, mas não conseguiram, eu fui protegida pelas águas. Porque sou filha da água. Será que estou nua, mãe? A nudez que elas viam não é minha, é a delas. Dizem que não vejo nada e enganam-se. Cegas são elas. Gritam sobre mim a sua própria desgraça e me chamam louca. Mas loucas são elas, prisioneiras, cobertas de mil peças de roupa como cascas de uma cebola. Com o calor que faz."

"Quem sou eu? Uma estátua de barro, no meio da chuva. Odeio as roupas que me limitam o voo. Odeio as paredes das casas que não me deixam escutar a música do vento. Eu sou a Maria das Dores. Aquela que desafia a vida e a morte a busca do seu tesouro. Eu sou a Maria das Dores, e sei que o choro de uma mulher tem a força de uma nascente. Sei com quantos passos de mulher se percorre o perímetro do mundo. Com quantas dores se faz uma vida, com quantos espinhos se faz uma ferida. Mas não tenho nome. Nem sombra. Nem existência. Sou uma borboleta incolor, disforme. Das palavras conheço as injúrias, e dos gestos, as agressões. Tenho o coração quebrado. O silêncio e a solidão me habitam. Eu sou a Maria das Dores, aquela que ninguém vê."

"O jovem médico recorda. No passado, os empregos obedeciam às hierarquias raciais. A memória da mulher encalhou como uma nau na areia do tempo. Não sabe que a guerra acabou, os brancos partiram e se mudou a bandeira."

"A escultura mais bela pode trazer no peito um ninho de vespas. O melhor seio nem sempre é o mais belo, mas o que produz bom leite."
Profile Image for Muna Mangue.
33 reviews
May 15, 2019
Es una novela que narra la vida de dos personajes principales: dos mujeres negras, madre e hija, que viven en la época del colonialismo de mozambique, donde la mujer negra era símbolo de explotación.
La madre, Delfina, vendida a su vez por su madre por té y azúcar, rechaza todo lo que tenga que ver con su color de piel y su cultura, sin dignidad y moral llega a tener dos hijos con un hombre negro de buen corazón, pero lo reemplaza por su deseo más profundo: casarse con un blanco y tener hijos mulatos.

Maria das Dores, hija de Delfina y la más oscura, debido al rechazo maternal, la pobreza y al ser vendida por su madre a un brujo para que no perdiera su "estatus " al lado de los blancos, sucumbe ante la locura al perder a sus dos hijos.

Obra maestra de Paulina Chiziane que muestra la cruda y no tan ficticia vida de la mujer negra acomplejada de su color de piel que venera a los blancos y rechaza todo lo que tiene que ver con su raza para intentar integrarse en un mundo donde nunca va ser aceptada.

Es interesante el personaje que crea Paulina Chiziane de la mujer negra acomplejada que toma como referencia los cánones de belleza occidental, una tendencia lamentablemente muy extendida en África y que no es otra cosa que el resultado del atroz colonialismo europeo en África, siempre presto a denigrar la imagen del negro e imponer el supremacismo blanco.
La historia del acomplejado negro que cria a los hijos mulatos y blancos como si fueran "Dioses" y a los más oscuros como si no valieran para nada más que para ser subordinados de los blancos es una realidad que se muestra hoy en dia y dice mucho de una sociedad que en sí misma no es la que tiene que cambiar sino la mente del hombre/mujer negr@.
Profile Image for Maria Morais.
68 reviews3 followers
April 4, 2019
O livro é uma excelente contação, que atravessa os ouvidos como se a própria Chiziane estivesse ao seu lado, contando a história pra você. É também muito válido por aprendemos sobre a vida de quem vive e viveu na Moçambique pós-colonização e pós-independência, as violências e cicatrizes são profundas. Porém, achei alguns desfechos e coincidências preguiçosos demais, bem como alguns comentários que me soaram homofóbicos e machistas. O livro abre muitas questões sobre como enxergamos a moralidade nas relações ali expostas, como nos posicionamos diante delas e até que ponto podemos ler isso como algo cultural sem nos darmos a liberdade de querer "meter a colher". Podemos porém, enxergar esses fatores, como uma riqueza a mais, capaz de gerar discussões acaloradas sobre a profunda ambiguidade dos personagens. Afinal, está narrando a vida de pessoas que, em grande medida, foram algozes de seu próprio povo.
Profile Image for Felipe Vieira.
783 reviews17 followers
July 27, 2022
#BingoLitNegra #LeiaNegros #LeiaMulheres #MulheresParaLer

Esse é o segundo livro da autora moçambicana, Paulina Chiziane, que leio e estou encantando ainda mais. A prosa poética já tinha me ganho em Ventos do Apocalipse, mas em O Alegre Canto da Perdiz só veio para confirmar o que tinha tocado na primeira obra que conheci da autora. Mas é preciso deixar claro que a história de O Alegre Canto da Perdiz não é tão bagunçada ou esquecida como em Ventos do Apocalipse.

O Alegre Canto da Perdiz começa depois que as mulheres de um vilarejo se assustam com uma mulher nua que aparece no rio. Elas acham que é uma maluca. Essa maluca é Maria das Dores filha de Delfina e José dos Montes. A partir disso Paulina começa a contar a história dessa família com enfoque em Delfina que é a nossa personagem principal. As mulheres, o matriarcado é o personagem principal. Delfina é o anti-herói dessa história que se passa no norte de Moçambique. É ela quem traz toda a desgraça que acontece dali em diante em sua família.

Enquanto narra as desgraças acometidas por Defilna, Chiziane, mostra as marcas que o período colonial deixou em terras moçambicanas. O racismo, a desvalorização do negro, o roubo das riquezas, os maus tratos. Chiziane mostra como os brancos marinheiros desgraçaram a terra, mas também insiste em mostrar que os negros também ajudaram nesse processo ao se tornarem assimilados e lutar contra a própria cultura e povo. Outro assunto analisado e demonstrado e a questão da mestiçagem, eugenia, melhoramento da raça. Delfina sempre diz que o negro é desgraça e só sofre e que o sonho dela é se casar com um marinheiro, colono branco para ter filhos mulatos e assim poder ascender na vida e fazer com que eles sofram menos. É uma realidade moçambicana que se confunde muito com a realidade brasileira.

Delfina consegue ter arrumar um homem branco para lhe dar filhos mulatos (termo que não gosto, mas a autora usa) e com isso surgem mais desgraças. Não só para ela, mas para a família toda. Quando estamos chegando ao fim a autora mostra uma solução meio deus ex-machina para juntar algumas pessoas e, com certeza, é meio forçado, mas nada que atrapalhe o enrendo. Até porque a literatura da Chiziane, ao meu ver, tem alguns recursos do realismo mágico. Posso estar enganado.

Para terminar tenho que destacar as fábulas intercaladas na parte final do livro em que Paulina Chiziane tenta mostrar o surgimento do mundo através das mulheres, o poder do matriarcado e como tudo foi por água abaixo quando os homens apareceram tomaram o poder das mulheres e as escravizaram. É fenomenal toda a discussão que Paulina propõe nesse livro partindo das mulheres e do colonização de Moçambique e portanto a ascensão do racismo e descaso com a população. É um livro grandioso e importantíssimo.

Super recomendo. É uma leitura maravilhosa, gostosa, poética. Vale super a pena conhecer a escrita da autora.
Profile Image for Raphael Donaire.
Author 2 books35 followers
May 5, 2024
"O Alegre Canto da Perdiz" é uma obra densa que tece a saga de Delfina e sua filha Maria das Dores em uma sociedade onde brancos e negros não são iguais, nem serão; onde homens e mulheres também não são iguais, nem serão.

O livro explora as complexidades da colonização em Moçambique, especialmente através das experiências dessas mulheres que, por suas ações, desafiam as normas sociais e os legados de opressão. Chiziane usa suas personagens para argumentar sobre a resiliência e a resistência feminina em um contexto dominado por homens, sem perder a capacidade de explorar os efeitos da complexa intersecção de gênero, raça e colonização. A personagem Delfina, por exemplo, é retratada como uma figura trágica cuja tentativa de ascender socialmente através de um casamento com um colono branco acaba em desilusão e solidão. Sua história é uma crítica incisiva às estruturas coloniais que tratavam as mulheres como meros instrumentos de dominação, ao mesmo tempo que explora a dolorosa realidade de negar sua própria cultura e identidade em busca de aceitação e status.

O romance termina no reconhecimento e na reconciliação, simbolizando a possibilidade de cura e renovação. A volta de Maria das Dores e seus filhos ao monte Namuli, e as resoluções que se seguem, servem como metáforas poderosas para a reconstrução da vida comunitária e familiar, destacando o papel central da família e da memória cultural na superação dos traumas históricos. "O Alegre Canto da Perdiz" é uma obra que desafia, educa e inspira, colocando em discussão a resiliência e a capacidade de renovação do espírito humano diante das adversidades.

Abaixo, listo algumas frases que me tocaram com esta escrita que emociona:

- “O ventre da mãe é o único ponto de partida para todos os caminhos do mundo.”
- “Porque é difícil alguém falar de si próprio. Quem fala de si sempre mente, colocando palavras doces para momentos amargos, flores e velas em lugares escuros, para esconder os espinhos do percurso.”
- “Quando o amor é demasiado ardente, é preciso casar. Destruir as lanças do Cupido. O amor é uma rosa que dura apenas um ciclo, um castelo de areia à beira do mar, uma nuvem crescente que chove e se esfuma, espuma branca no interstício das ondas.”
- “Riqueza no preto é sorte, no branco é destino. Antes um branco pobre que um preto rico.”
- “Colonizar é mesmo isto. Desviar o curso do rio. Matar de sede os peixes, as algas e os corais.”
- “Para os jovens, o futuro é melhor que o presente. Para os velhos, o passado é sempre melhor que o presente.”
- “Mulher nenhuma suspeita o destino do filho que embala nos seus braços. Não sabe se é a estrela que a fará sorrir ou o espinho que fará o seu coração sangrar. Uma mãe desafia todos os perigos e as sombras más e enche a alma de doces canções. Enquanto embala o filho, também se embala.”
Profile Image for Pep Bonet.
916 reviews32 followers
March 28, 2023
Me costó entrar en este libro. Tiene una escritura complicada, muy alegórica, muy poética. Esto aumentó mi natural tendencia a perder la concentración. Aparte de ello, la historia empieza a generarse, o a parecer una historia, un poco tarde, por lo que pude caer en la tentación de abandonar. No lo hice y fue buena cosa. Pero nunca llegué a engancharme del todo.

El libro es una interesante reflexión sobre la actitud de los nativos mozambiqueños, los zambezianos para ser más precisos, ante la colonización y la dominación blanca. El tema es importante y el tratamiento dado es inteligente, lejos de panfletismos, aunque sin concesiones.

Me perturbó bastante el castellano usado en la traducción, posiblemente por no ser español. Y dirá Usted, ¿cómo pues le perturba un castellano no español? Creo que es porque no busqué la biografía del traductor hasta haber acabado el libro. Entonces descubrí que es cubano. Quizá eso justifique todo. Pero me sonaba forzado en muchas ocasiones, como si el portugués influenciara la traducción. El ejemplo más claro aparece hacia el final. Hablando de algunas constelaciones visibles, se refiere dos veces al Crucero del Sur. No encuentro esa denominación en internet. Encuentro, en cambio, Cruz del Sur, la que siempre conocí yo. En portugués se llama Cruzeiro do Sul. Otra cosa que me molestaba es el abuso del tipo de expresión es ... que. Como en ¿qué es lo que te dijo? en lugar de ¿qué te dijo? O por eso es que vino, en lugar de por eso vino. Un profesor de lengua me enseñó que esta expresión era un galicismo y muy fea. Yo no la considero galicismo, pero recarga innecesariamente las frases, sin añadir nada interesante.
Profile Image for Alexandre Willer.
Author 4 books18 followers
May 17, 2021
Um livro não é apenas um livro quando ele vai além de apenas palavras e frases e símbolos e histórias. Um livro não é apenas um livro quando serve de prova cabal de vida, de morte, de esperança ou falta dela, de fé ou falta dela, de humano ou falta dele.

Chiziane vai além da escrita com sua prosa carregada de magia e símbolos, de um fantástico que poucas vezes se vê na literatura e embala a narrativa de mulheres fortes e entregues a um destino incerto num país inseguro, a voz de Paulina é a voz não apenas das mulheres africanas mas de todas as mulheres do mundo que seguem lutando por um lugar menos macho, menos varão, menos assassino, menos intolerante, é a voz que precisamos ouvir para lembrar que sem as mulheres, não haveria mundo, não haveria fundo, não haveria nada, a mãe, a companheira, a parceira, a pessoa que não deveria defender seu sexo para ser porque é mais do que jamais seremos enquanto homens porque somos machos, escrotos, escritos num vigor perdido entre o orgulho e a prepotência, o ereto e o flácido, o vergão que castiga a terra que mesmo assim se abre para nos colher.

O livro de Chiziane é um mundo todo que se revela, no mais alto grau de seu feminino sem dele exigir lugar porque sempre esteve lá, sempre foi, sempre será enquanto nós seguimos tentando entender qual nosso lugar no mundo e pior, tentando forçar nosso lugar no mundo via falos e força e, quando formos deixados de lado, exaustos e combalidos, será no útero das mães que gestaremos uma nova história e sociedade e quem sabe dessa vez, saberemos ouvir seus conselhos...
Profile Image for Inês Gomes.
Author 10 books10 followers
July 15, 2021
Paulina Chiziane é considerada a primeira romancista moçambicana, com o primeiro romance publicado em 1990.
Prefere intitular-se como contadora de histórias.

Neste livro temos sem dúvida o ritmo, som, a cadência, a músicalidade das histórias contadas e da tradição oral.

Embora não tenha ficado fascinada reconheço-lhe alguns pontos de grande interesse.
Traz-nos a história contada pelos negros, diferente daquela dos compêndios de história. A colonização, os assimilados, os revoltados, os magos, a eterna hierarquia que separa negros, mestiços e brancos. Um racismo feroz, não perante o diferente, mas para com os iguais.

Fala-nos do corpo moeda de troca, do corpo usado e abusado, da escravatura, da venda, do mau-trato. E atenção, não necessariamente do poder do homem branco sobre o negro. Simplesmente do poder! Da posse do outro.
Também fala de amor, de filiação, de pertença. Mas sempre num fundo de crueza e dor. A fatalidade de um povo preso num destino ao qual é impossível escapar.

Não gostei do final da história… demasiado “bom”, com uma resolução mágica de todos os conflitos.
Talvez Paulina Chiziane tenha sentido o apelo das histórias contadas à beira da fogueira ou na soleira da porta, em que se semeia a esperança com um punhado de nada - como se buscasse solução mágica para todo o sofrimento mas não soubesse o caminho para lá chegar.
Displaying 1 - 30 of 85 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.