Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais

by Tomaz Tadeu Da Silva (Editor), Stuart Hall, Kathryn Woodward

"A identificação é, pois, um processo de articulação, uma suturação, uma sobredeterminação, e não uma subsunção. Há sempre 'demasiado' ou 'muito pouco' - uma sobredeterminação ou uma falta, mas nunca um ajuste completo, uma totalidade. Como todas as práticas de significação, ela está sujeita ao 'jogo' da différence. Ela obedece à lógica do mais que um. E uma vez que, como num processo, a identificação opera por meio da différence, ela envolve um trabalho discursivo, o fechamento e a marcação de fronteiras simbólicas, a produção de 'efeitos de fronteiras'. Para consolidar o processo, ela requer aquilo que é deixado de fora - o exterior que a constitui." - Stuart Hall

A questão da identidade e da diferença está hoje no centro da teoria social e da prática política. Assim, a partir da perspectiva dos Estudos Culturais, os três ensaios que compõem este livro buscam, de diferentes maneiras, traçar os contornos da questão.

Genres: Nonfiction, Sociology, Cultural Studies

133 pages, Paperback

First published January 1, 2003

Reviews

[Guilherme Smee · Rating 5 out of 5]

Um livro muito bom que não fala apenas sobre o que é a identidade e como a diferença produz identidade e como a identidade produz a diferença. É um livro que pergunta quem precisa de identidade? E a resposta é que todo ser humano, para uma produção de sentido, seja numa narrativa ou no consumo de produtos precisa estar ligado à uma identidade. Claro, que essas identidades são várias, são diversas e o indivíduo não precisa ter apenas uma delas. Afinal, identidades são construção e ressiginificações das pessoas e dos seus diversos grupos de pertencimento durante a vida. Um livro bastante alentador e que fornece alguns ótimos pressupostos teóricos sobre definições de identidade, seja como um conceito ou como um paradigma.

[luquinhas]

três ensaios que, cada qual seguindo uma focalização própria, aprofundam a teoria e a prática de quem se propor a pensar, discutir, contestar e refletir sobre a formação da identidade pela diferença, a diferenciação por si só e outros processos formativos; as posições de sujeito, o inconsciente, a classificação. três ensaios que apoiam isso por meio de abordagens que eu até já tinha escutado falar, ou discutido entre amigos uma vez ou outra, mas nunca havia visto desenvolvidos como aqui estão, apoiados no trabalho e na pesquisa de uma multiplicidade de nomes do conhecimento. além de outros questionamentos e abordagens que vi pela primeira vez aqui mesmo. tive tempo de notar, durante a leitura, que estimo questões de identidade e subjetividade. lidar desde cedo com a consciência de que existe uma forma "normalizada" de existir, de se portar, falar e de se ver como um sujeito ativo da sociedade, faz com que eu sinta um interesse reforçado na leitura de trechos como: "A normalização é um dos processos mais sutis pelos quais o poder se manifesta no campo da identidade e da diferença".(pág. 83).

um livro que reúne importantes considerações para se pensar identificação (e interpelação), assimilação, hierarquização e a divisão que vemos abarcada pela política de localização, que apoia a exclusão por meio da identidade, ao usar, produzir e incentivar identidades específicas e fixa-las como ponto de referência comum. identificados pela diferença. também pra se pensar quanto ao poder que existe nesses processos de definição e construção; e, não menos importante, em como a diferença estrangeira e irredutível pode ser desestabilizadora dessas identidades "fixas" e hegemônicas.

[Marianne Faulstich · Rating 5 out of 5]

É bom para compreender como a política da diferença opera na cultura, e refletir sobre como essas diferenças podem ser usadas para um regime de dominação de algumas identidades sobre outras.