Kira estava com medo. Toda a sua vida tinha virado de cabeça para baixo nas Montanhas Perdidas quando sua melhor amiga escolheu trair o Conselho e despertar os fantasmas, o primeiro passo para acordar os monges que queriam tomar o lugar dos deuses. Ela voltou para a taverna de Kin, o homem que a salvou de uma vida miserável nas ruas e se tornou seu melhor amigo, em uma tentativa inútil de fugir da guerra civil que se espalhava pelo reino.
Aywin tinha um segredo. O deus morto havia falado com ele, e o elemental tinha quase certeza de que também havia o guiado durante toda a jornada até as Montanhas Perdidas. A aventura tinha acabado da pior forma possível — traição, desespero e caos generalizado —, e Aywin ainda precisava lidar com a perda da sua melhor amiga, que agora estava conspirando contra a Academia.
Elinor estava completamente sozinha. Aqueles meses na Academia após o despertar dos fantasmas foram assustadores, todos os dias recebiam novas notícias de Protetores mortos por todo o reino, e ela sabia que não demoraria até que as tragédias a alcançassem. Seus melhores amigos e sua namorada estavam ao seu lado, mas ela logo aprenderia que isso não era o suficiente.
Emin não estava bem. Nem um pouco. Ele se apoiou nos amigos para passar pela guerra, mas não estava protegido dos demônios em sua mente. Todos os dias era atormentado por memórias e inseguranças que o destruíam pouco a pouco, e não achava que aguentaria muito mais tempo naquele mundo.
Ilya não tinha muito tempo. Depois de descobrir um novo ramo da sua magia — proibido para todos os alunos, vale mencionar —, ele aprendeu que a sua vida era muito mais frágil do que parecia. Ele nem imaginava o que aconteceria a seguir, muito menos que apenas aquele impulso curioso poderia ser o suficiente para salvar o reino — e destruir tudo que conhecia.
Apesar de eu achar que acontece TANTA coisa nesse livro que ele podia ser dividido em dois pra fazer as coisas com mais calma, isso não foi o bastante pra gerar a menor experiência negativa que seja com esse livro. A escrita é cativante, a história é cheia de emoção e reviravoltas e os personagens são absolutamente incríveis, além de vários deles ganharem mais destaque. Parece um exemplo aleatório, mas eu diria que a Malu Costacurta acertou nesse livro onde o Rick Riordan errou em Heróis do Olimpo, não me entenda mal, eu amo os livros do Tio Rick, mas é inegável que em HDO ele passou muito tempo desenvolvendo os romances e pouco em transformar os sete numa verdadeira found family, apesar de muita gente do fandom discordar, os sete são basicamente colegas de trabalho. Aqui a Malu Costacurta faz exatamente o contrário: ela desenvolveu os personagens de um jeito que não há dúvidas de que eles sejam uma família e que se amam de um jeito muito crível. Eu queria que os romances tivessem só um pouco mais de destaque? Sim, mas se eu tivesse que escolher entre o desenvolvimento da amizade dos personagens e os romances, sempre escolheria a amizade deles. Eu poderia ler mais dez livros sobre esses personagens e esse mundo tão rico.