O verão está a chegar ao fim, mas o bar da praia continua quase sempre cheio. JP serve às mesas e Inês fica nos bastidores, a tirar cafés, a cortar fiambre, a fazer tostas. Não são propriamente amigos. Ele é leviano e alegre, ela parece levar-se demasiado a sério. Numa manhã de nevoeiro, um acontecimento inesperado vai uni-los mais do que nunca. Mas quanto mais Inês mergulha num drama que não é o seu, mais se afasta da sua própria vida.
– Às vezes sinto que não sou eu própria. – Como assim? – Parece que sou outra pessoa ou que estou a tentar ser outra pessoa.
Depois de “Desvio“, Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho regressam ao tema da identidade com uma novela gráfica ímpar, de diálogos longos e desenho irrepreensível.
«ANA PESSOA Nasceu em Lisboa em 1982 e começou a escrever histórias aos 10 anos. Estudou Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Alemães) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Saiu de Portugal com 22 anos para fazer um estágio de 6 meses na Alemanha e nunca mais voltou. Vive em Bruxelas desde 2007, onde trabalha como tradutora.
Tem contos publicados em várias coletâneas e textos premiados em Portugal (incluindo Jovens Criadores '10, Aveiro Jovem Criador 2010 e Jovens Criadores '12) e também noutras paragens (Concurso internacional de contos «Um mar de palavras» 2010, Espanha, Concurso Internacional de Teatro Castello di Duino 2011, Itália). O seu primeiro livro, 'O caderno vermelho da rapariga karateca', venceu o Prémio Branquinho da Fonseca 2011, na modalidade Juvenil. 'Supergigante' é a sua segunda obra.
Gostei desta NG, não adorei pois tive uns problemas com as relações que lá acontecem, mas, sem dúvida que a Inês pompom, é uma miúda que vai longe. Este livro recorda-nos que não podemos ser sempre certinhos, às vezes temos de mudar a nossa atitude para a vida fluir.
Este livro vale todo o tempo que lhe dedicarmos. Tem não só personagens com muitas camadas que se vão revelando a pouco e pouco, como também tem boas ilustrações e uma forma inovadora de apresentar as vinhetas que depois de ultrapassada uma certa estranheza inicial, funciona bem. É uma história sobre crescimento. Da passagem e/ou da chegada à idade adulta. Os adolescentes provavelmente irão gostar de a ler, mas os adultos também!
Preciso urgentemente de um JP na minha vida. Eis "O" crush literário. Alguém conhece um? Eternamente grata 🤭
Após ouvir (durante MESES) uma amiga falar sobre as novelas gráficas da Ana Pessoa e do Bernardo Carvalho, chegou finalmente a hora de ler uma. Em abril fui à festa dos 100 livros da Planeta Tangerina e lá comprei o Mar Negro. Ainda pude trocar umas palavras com a Ana Pessoa, e trouxe comigo dois autógrafos muito especiais 🤍
As expectativas estavam elevadíssimas, só tinha ouvido coisas boas sobre este livro. Não desiludiu, posso dizer que é uma favorita. Nela conhecemos Inês e JP - ambos trabalham no café durante o verão, mas nem por isso são amigos 🤭. Tendo personalidades opostas - ela séria e ele um gozão - parece impossível surgir uma amizade. Até que…
Mas este livro consegue ir ainda mais longe. Hoje em dia é muito fácil perdermos o sentido de individualidade: vivemos muitas vezes como os outros, para os outros, porque os outros. Vi muito de mim nesta Inês e nesta procura incessante de se encontrar. Senti que esta era uma história real. Está tão bem escrita. E as ilustrações… quem diria que azul e laranja combinariam tão bem 😍. A arte apesar de simples é maravilhosa e agora quero ler tudo o que esta dupla escreveu.
Mar Negro está repleto de ilustrações lindíssimas e momentos de verão nostálgicos, numa escolha de cores que deixou sem dúvida a sua marca.
Infelizmente, Mar Negro também está cheio de personagens que não me conquistaram, muito pelas suas decisões, que compreendo, mas que me levaram também para momentos menos positivos da minha própria vida.
Não fui capaz de apreciar a história como um todo, apesar de apreciar muito daquilo que foi transmitido. A exploração da procura pela identidade própria na adolescência acho que foi muito bem explorada - o querer fazer parte de algo.
Já o romance, foi mesmo aquilo que não funcionou comigo, livros que implicam traições nunca vão funcionar comigo. Mas a narrativa é maravilhosa, e acho que a parceria funciona incrivelmente bem, vou querer ler mais de Ana Pessoa.
Há muito tempo que não lia uma BD. Esta foi uma prenda que ofereci à minha filha, com o propósito claro de a ler também, obviamente.
“Mar Negro” tem um tipo de ilustração que apreciei bastante e que se distingue das BD’s que li até agora. Tem apenas duas cores e as vinhetas, tiras e prancha têm um formato que no início se estranha, mas rapidamente faz fluir a leitura, o que achei muito interessante.
A história é a da juventude, das crises de identidade, do amor, da perda, do luto, da amizade. Dois jovens trabalham num café junto ao mar durante o Verão, têm personalidades opostas, mas um acidente grave vai aproximá-los e iniciar uma onda de mudanças irreversíveis.
Os diálogos estão muito bem feitos, numa linguagem corrente, simples, mas com muito sentido.
Foi um regresso à juventude, às inseguranças, ao amor jovem, mas a verdade é que eu não tenho a certeza de que, já adultos, tenhamos evoluído muito para além disso… É uma leitura para jovens, mas também para adultos, sobretudo os que mantêm pontos de interrogação nos balõezinhos que saem das nossas cabeças.
Recomendo muito e orgulho-me do trabalho destes dois ilustradores portugueses que fiquei a conhecer.
Romance gráfico com uma forte linguagem visual. Uma história enquadrada nos moldes da narrativa 'coming of age' que não é por isso menos interessante ou viva. Este é um romance acerca da identidade do eu no mundo e da contaminação do mundo no eu. Os muitos espelhamentos desta história acontecem com devido ritmo e medida, não travando o símbolo ou a beleza do texto.
Mar Negro", de Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho, é o centésimo livro editado pela Planeta Tangerina. Um grande feito para uma pequena editora independente, que tem editado maioritariamente livros ilustrados e algumas (poucas) BDs, dirigidos essencialmente a um público de crianças e jovens.
Esta dupla já deu provas com "Desvio", uma BD premiada e que também tem como tema central a procura de rumo e identidade na adolescência. Neste caso, a adolescente é Inês, de 16 anos, que trabalha num café de praia e que tem como colega JP. Este é um pouco mais velho e muito diferente de Inês. Apenas com o verão a chegar ao final, é que ambos se aproximam. Um trágico acontecimento na praia vai provocar algumas mudanças em Inês e na sua vida, levando-a a descobrir várias coisas sobre si. Uma história interessante e com a qual alguns adolescentes e jovens adultos se identificarão. Ana Pessoa consegue muito bem expressar os dilemas desta fase da vida, a caminho da passagem para a vida adulta.
Esteticamente trata-se de um livro muito apelativo. Os desenhos a azul escuro sobre o fundo branco, são realçados pelos traços de separação das vinhetas a cor de laranja. Em grande parte do livro, as vinhetas não são representadas com os os habituais quadrados ou rectangulares, tornando-se visualmente original.
Sou totalmente fã da editora e também desta colecção para um público mais juvenil e recomendo-a. Este Mar Negro é mais um óptimo livro para a colecção.
bu kadar boş bir metin okuduğumu hatırlamıyorum normalde çizgiroman okuru değilim, bu kitabı da yanlışlıkla aldım okumamış olmamak için baktım ama ne isminin bir anlamı ne de anlattığı bir şey var nefis bir kağıt ziyanı olmuş
Çarpıcı renkli, göz alıcı bir açılış, grafikler. Kapak içindeki bir camdan uzağı seyreden figüre bile bayılıyorum. Dışarıdan seyrediyor gibi görünürken aslında hiçbir şeyi görmediğimiz, içimizde bir yerlerde ve çoğunlukla melankoli ile ilişkili bir halde kaybolmuşuzdur.
Turuncunun enerjisi, kendine has sayfa tasarımı (kareden uzak karelemelerle) ile dengelenen sakin bir başlangıç. Sahilde bir kahvecinin genç çalışanlarının mesai öncesi hazırlıkları… Buralara bayılıyorum. Sabah henüz açılmış bir kahveciye uğramayı severim. Çoğu genç çalışanlar, yeni hazırlanan kahve ve mutfak, belki biraz temizlik. Başka müşteri yok. Nedense biraz flörtöz hissettirir bana. Herkes herkesin her hareketini görmektedir. Sabahın erken saatinde o hazırlık safhasının abartısız sesleri huzurlu bir white noise ile, ayaklarımın dibinde (tecrübesizliklerine vererek tolere ettiğim ama kızdığım) gezdirdikleri paspasın verdiği rahatsızlık arasında gidip gelen bir hale büründürür beni. Bu sırada muhakkak çantamda olan bir kitabı karıştırırım. Müşteriler yavaştan gelmeye başlarken de ben çıkarım.
Bana böyle şeyler hatırlatarak başlıyor. İlişkiler üzerine diyaloglarla devam ediyor. Görsel ve akış fena değil. Fakat bir süre sonra sıkılıyorum. İş uzamış bir filme dönüşüyor. Kendini bir şekilde okutuyor ama sıkıcı. Ergenlikten erişkinliğe geçişte deneyimsiz gençlerin kötü ilişki tercihleri, pişmanlıkları vs vs
Portekiz Kültür Bakanlığının desteklediği projede araya bir de hikayeye hiç katkısı olmayan, tarihi, politik, edebi bir iki detay giriyor dersler vesilesiyle. Daha kısa ve yoğun bir anlatımla kotarılabilir miydi bilmiyorum. Şu haliyle nötr ve önermiyorum klasmanında değerlendireceğim.
aiiiiii! que bom que comprei este livro assim que saiu. que maravilha que são as novelas gráficas destes dois. já disse que estou apaixonada pelos trabalhos da ana e do bernardo, não já? pois não me canso de repetir: adoro-os 🫶🏼
e, apesar das expectativas altíssimas, este “mar negro” não me desiludiu. a capa, aparentemente simples, não revela a maravilhosa arte que nos espera quando abrimos este livro, com ilustrações todas a azul escuro sobre o branco.
nesta história conhecemos inês, de 16/17 anos, que trabalha durante o verão num café na praia com o seu colega JP. são opostos: ela séria, ele despreocupado demais, sempre a brincar em todas as situações. quase parece impossível tornarem-se amigos, mas os acontecimentos rumam em outro sentido (estes dois fofos!!).
entretanto, um episódio dramático na praia impulsiona uma série de situações na vida de inês, que acaba perdida entra aquilo que é e aquilo que quer ser. a procura da sua individualidade parece preencher a maior parte do livro, ao mesmo tempo que ela se depara num triângulo amoroso, vivencia as suas primeiras experiências românticas e explora a sua sexualidade.
um livro que me trouxe gargalhadas apesar de abordar temas sensíveis.
terminei-o com vontade de chorar, porque já não tenho mais livros destes dois artistas maravilhosos, desta minha mais recente coleção favorita: dois passos e um salto. resta-me ler o único que me falta – “a época das rosas” – e esperar que seja tão bonito como todos os outros.
Mar Negro é uma leitura sensível, estranha e bela. É sobre crescer, sentir, não saber para onde se vai e encontrar coisas belas dentro do caos da nossa vida. Acredito que muita gente poderá se reconhecer nesta obra. Pessoalmente gostei da arte apesar de aparentar ser “simplista”, acho que encaixa bem no tom da história. Fiquei com vontade de ler mais obras da mesma autora. Recomendo. --- 'Mar Negro' is a sensitive, strange and beautiful. It is about growing, feeling, not knowing where you are going and finding beautiful things within the chaos of our lives. I believe that many people will be able to identify with this work. Personally, I liked the art, although it seems to be “simplistic”, I think it fits well with the tone of the story. It made me want to read more works by the same author. I recommend it.
apesar de haver elementos interessantes na história, o livro pareceu não levar a lado nenhum.
toca em alguns tópicos que não foram desenvolvidos de qualquer forma e a relação entre a personagem principal e o rapaz mais velho com quem ela trabalha foi mesmo bizarra, ele estava constantemente a sexualizá-la e a dizer frases misóginas que nunca foram confrontadas, aliás foram romantizadas do início ao fim.
para além disso, há um elemento de mistério que afinal não leva a lado nenhum e, no geral, o livro foi só desapontante. a arte é muito bonita, adoro a paleta cromática e o design do livro.
*4,25 Estou 100% na minha era BD e adorei ler uma maior e com uma história mais "complexa". esta história foi muito bonita e interessante e muito diferente do que costumo ler. as ilustrações também estão lindas e os personagens bem desenvolvidos. Dito isto, não dou mais porque uma BD só tem até certo nível de profundidade e, porque não é um livro no qual vá pensar muito.
percebi que adoro um bom young adult, se for assim.
sou muito fã de novelas gráficas e de conhecer diferentes artistas e como escolhem dar vida às palavras de alguém (ou às suas). desta vez li ‘mar negro’ e foi tudo o que esperava. já conhecia esta dupla - ana pessoa e bernardo p. carvalho - e sou fã, por isso este foi só mais uma confirmação.
foi assustador e ao mesmo tempo tão pacífico o quanto me relacionei com esta protagonista. não exatamente pela sua história, mas por ser uma adolescente na sua vidinha e como ela, por vezes, sente que não está a ser ela própria. o que é que isto significa? não sei muito bem, acho que ninguém sabe. nem mesmo os adolescentes sabem explicar, quando o sentem.
no fundo, mais do que qualquer narrativa, senti que este livro é sobre sermos a nossa própria pessoa e vivermos para nós, sobre individualidade. este aspeto pode perder-se um bocadinho na altura da adolescência, mas acredito que eventualmente vamos conhecendo cada vez melhor quem somos.
adorei também as cores escolhidas para ilustrar esta história, que combinaram tão bem com a vibe leve mas intensa e com este tema que parece menos do que é.
vou, certamente, ler tudo e mais alguma coisa desta dupla!
A adolescência, a um passo da idade adulta, pode manifestar desafios complexos, sobretudo, em relação à nossa identidade. Através desta novela gráfica e da sua protagonista Inês, exploramos uma sensação constante de desnorte, a tentativa de perceber que caminho devemos seguir e qual é a nossa voz no mundo. Pelo meio, foca-se na ideia de encontrarmos um duplo, que nos mostre diferentes versões de quem somos. E é nesta ambiguidade que vamos tentando unir todas as pontas soltas da nossa vida, mesmo que demore. Em relação à componente escrita, houve alturas em que senti necessidade de ter um pouco mais de contexto, no entanto, ao demorar-me na componente ilustrativa, percebi que há inúmeros pormenores que respondem às nossas questões.
"Mar Negro" é um livro enganador. Mas no bom sentido. Uma primeira impressão apressada pode, eventualmente, afastar alguns leitores deste "Mar Negro" pelo seu estilo gráfico/artístico minimalista, experimentalista e "monocromático" laranja e azul, mas vale a pena resistir, apostar no desconhecido e prosseguir a leitura. Ao fim de poucas páginas, o ritmo da narrativa, a estética visual e a interação entre os dois jovens protagonistas, num bar de praia num final de verão, começa a conquistar o leitor.
"Mar Negro" não é simplesmente um livro para adolescentes ou jovens, podendo interessar igualmente um público mais adulto que queira explorar novos caminhos na BD Portuguesa, e que aprecie uma "história de vida", bem ao estilo "slice of life". É um relato próximo, sensível e honesto do quotidiano de vários jovens, nos seus afetos, dúvidas, entusiasmos, desilusões e expectativas. Partindo de um acontecimento inesperado e dramático, os leitores são conduzidos não linearmente até um final "inesperado" q.b. mas bastante satisfatório.
"Mar Negro": novela gráfica da Planeta Tangerina explora a adolescência e a identidade. (...)“Sempre gostei do tema do .‘doppelganger’, a ideia de alguém encontrar um duplo, uma pessoa que, sendo idêntica, é ao mesmo tempo o completo oposto: o gémeo louco, o clone descontrolado. A ideia assustadora de podermos encontrar os nossos sósias ou de atravessarmos o espelho e acedermos de alguma forma a uma versão alternativa de nós próprios”, explicou a escritora. (...) (https://mag.sapo.pt/showbiz/artigos/m...)
Que história incrível! Este livro vai deixar qualquer um agarrado. As personagens são super reais e relatable e o leitor cria uma verdadeira preocupação com aquilo que lhes vai acontecer, principalmente à primeira personagem Inês. Apersar de ser ilustrado é um livro ainda extenso . O estilo de ilustração é muito do meu agrado, daí adorar esta ilustradora e inclusive a Planeta Tangerina porque tem sempre coisinhas muito giras deste género. Este livro em específico tem muita personalidade sendo que apenas faz uso das cores laranja e azul escuro. O aspeto das vinhetas é também super original. É por isto um livro apelativo visualmente e também com uma história difícil de esquecer.
Andava para ler esta BD ha algum tempo Na última ida à biblioteca apareceu no radar e trouxe Gostei muito do aspeto gráfico das cores, acho que funcionou muito bem. Gostei da evolução dos personagens, apesar de algumas coisas não terem ficado esclarecidas, mas acho que acaba por vezes ser bom, algumas coisas não serem fechadas e darem espaço ao leitor para tirar as suas conclusões. Tinha lido o Desvios da Ana Pessoa e gostei muito mais deste