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O que diz Molero

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Biblioteca 11x17 #177

«Teve uma infância estranha», disse Austin. «Em última análise, todas as infâncias o são», disse Mister DeLuxe. «Molero diz», disse Austin, «que a infância do rapaz foi particularmente estranha, condicionada por questões de ambiente que fizeram dele, simultaneamente, ator e espectador do seu próprio crescimento, lá dentro e um pouco solto, preso ao que o rodeava e desviado, como se um elástico o afastasse do corpo que transportava e, muitas vezes, o projetasse brutalmente contra a realidade desse mesmo corpo, e havia então esse cachoar violento do que era e a espuma do que poderia ser, a asa tenra batendo à chuva.»

161 pages, Paperback

First published January 1, 1977

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441 people want to read

About the author

Dinis Machado

13 books16 followers
(English)
Lived in Bairro Alto, in Rua do Norte, until 1963, when he got married at the age of 34. He started by attending the General Degree of Commerce, which he didn't finish. He worked for the Federation of Social Security. The son of a football coach, known as Oliveira Penalty, he was, for two decades, a sports journalist for the newspapers Record, Norte Desportivo, Diário Ilustrado and Diário de Lisboa. He later developed activities as translator, author of film and television screenplays, while also maintaining a connection to the editorial activity. For 11 years, until 1979, he was chief contributing editor for the Tintin comic magazine. In 1971-72, he was named editor and chief contributing editor for the 1st portuguese version of the Spirou weekly newspaper.

He had a pseudonym by the name of Dennis McShade.

(Português)
Viveu no Bairro Alto, na Rua do Norte, até 1963, quando se casou aos 34 anos. Começou por frequentar o Curso Geral do Comércio, que não concluiu. Foi funcionário da Federação das Caixas de Previdência. Filho de um árbitro de futebol, conhecido por Oliveira Penalty, foi, durante duas décadas, jornalista desportivo nos jornais Record, Norte Desportivo, Diário Ilustrado e Diário de Lisboa. Desenvolveu posteriormente as actividades de tradutor, autor de guiões para cinema e séries televisivas, estando ainda ligado profissionalmente à actividade editorial. Durante 11 anos, até 1979, foi chefe de redacção da edição portuguesa da revista de banda desenhada Tintin. Em 1971-72, surgiu como editor e chefe de redacção da 1ª série da versão portuguesa do semanário Spirou.

Tinha um pseudónimo com o nome de Dennis McShade.

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Community Reviews

5 stars
193 (28%)
4 stars
269 (40%)
3 stars
137 (20%)
2 stars
60 (8%)
1 star
13 (1%)
Displaying 1 - 30 of 44 reviews
Profile Image for Cátia Vieira.
Author 1 book855 followers
July 13, 2018
Eu gosto do Luiz Pacheco. Gosto muito. Sobre 'O Que Diz Molero', da autoria de Dinis Machado, o Pacheco chegou a dizer que era um 'livro-bomba'. Andava eu, pela internet, a ver se alguém (como eu) tinha ficado desgostado com este livro e encontrei uma crítica num blog, chamado 'Janelar', que disse: 'Em certa parte, Luiz Pacheco tem razão ao dizer que este é um 'livro-bomba' porque no fim ele rebenta com a boa vontade do leitor'.

Tirou-me as palavras da boca. Foi exactamente isto que senti. Este livro, repleto de acontecimentos desconexos, não tem qualquer tipo de sentido. Quando terminei o livro, estava onde comecei. Não me acrescentou nada. Um caos total. Conseguiu mesmo tirar-me do sério.
Profile Image for Vera Sopa.
741 reviews72 followers
June 30, 2022
De início não foi fácil. O enredo parecia obtuso. Duas personagens, Austin e Mister DeLuxe dialogavam sobre reparos de Molero mas o porquê de tanta minúcia com muitas personagens não se compreendia. Depois a escrita quase poética e simultaneamente brejeira e bem humorada que remonta a outra tempo num lugar como um bairro típico de Lisboa convenceu e deixou de ser relevante porque gradualmente foi fazendo sentido. O galhardo grupo dos Sertórios, Vai ou Racha e o Ângelo animaram o meu serão. O que diz Molero é para ser lido em voz alta e saborear a cadência das palavras. O mergulhar temeroso e analítico na escrita que tira o fôlego.

Um relatório sobre um rapaz, sem nome, desde a sua infância numa demanda pelo sentido para a vida, para escapar à miséria ou ao peso dos outros. Não é desgraçadamente cómico mas brilhante e intemporal.
Profile Image for Adriana.
198 reviews69 followers
December 2, 2016
Hmm. Ciudată carte. Coperta 4 ne spune că avem de-a face cu "piesele unui puzzle tăiate din viaţa unui "băiat de cartier""; ceea ce nu ne spune e că sunt piese disparate, din care nu va rezulta o imagine finală, pentru că autorul ne lasă, elegant, în ceaţă. De altfel, e o ceaţă extrem de plăcută, presărată cu poezii şi poeme în proză, pasaje pline de umor şi multe-multe simboluri şi trimiteri la personaje reale şi evenimente aşijderea (eu, una, mărturisesc că nu le-am identificat pe toate).

Cheia romanului pare a se găsi la pagina 140: "totul se îmbină în aşa fel încât unele pasaje confuze să fie efectiv imposibil de lămurit complet." Din păcate (sau din fericire), majoritatea pasajelor sunt confuze. Nu ştim unde, când şi mai ales de ce se întâmplă ca viaţa cuiva să fie urmărită şi analizată într-un mod atât de meticulos. Avem de-a face, de fapt, cu o viaţă privită prin trei filtre: viaţa Băiatului, despre care Molero face un raport, raport citit de Austin şi discutat împreună cu Mister DeLuxe. Comentariile lui Molero fac deliciul raportului, pentru că prin ele ni se dezvăluie un fin psiholog, un mare filozof şi un romantic incurabil. Austin pare că suferă de logoree (o frază de-lui se întinde, de obicei, pe mai multe pagini), iar Mister DeLuxe e cerebralul, pragmaticul, analistul căruia nu-i scapă (aproape) nimic.

În concluzie: dacă v-a plăcut Spuma zilelor şi/sau Sexul cireşilor, probabil vă va plăcea şi cartea asta. Trebuie doar să atrag atenţia că e necesară o anumită stare pentru a citi aşa ceva; altfel, vi se va părea prea absurdă sau, mai grav, prea plictisitoare. Şi nu e deloc aşa.
Profile Image for Andrei Tamaş.
448 reviews373 followers
December 12, 2016
Mi-am cumparat cartea asta pentru ca "sfatul criticului" spune "sa nu ratam cuvintele sau pasajele puse intre paranteze patrate. Ele va arata cum opera cenzura comunista". Boss, sincer, erau doar cateva pasaje -sa fi fost 5?!- si toate cu imagini vizuale (de ce nu si auditive?!) care mie mi se par scarboase. E normal ca domnii de la partid sa fi dorit ca un element de descriere ca "si-a prins piele testiculelor in fermoarul de la pantaloni" sa nu apara pe-acolo, pentru ca -sincer!- chiar nu e un element definitoriu!
Si "cenzura asta comunista" nu era chiar asa... adica, daca nu-i convenea ceva, arunca la gunoi tot vraful, nu statea la discutii. Deci nu "opera" nimic...
Profile Image for Duarte Cabral.
191 reviews22 followers
December 24, 2023
E eu que estupida e ingenuamente achava não ser possível escrever uma obra deste tipo na língua portuguesa. Um puro festim de imaginação cartoonesca, que mapeia a totalidade sublime e inútil da expressão artística num formato tão digerível que quase parece estar a gozar connosco (e, de certa forma, está!). Perfeito perfeitinho, ou melhor, nas bonitas palavras do Peito Rente, muito rachmaninófico, sim senhora!
Profile Image for Breve.
Author 2 books15 followers
January 6, 2013

Muito provavelmente "o livro", o grande enigma da escrita Portuguesa...
Impar!
Profile Image for Sofia Pissarra.
31 reviews5 followers
October 30, 2024
2.5⭐️ espiral de coisas, pessoas, lugar , palavras, ideias … entendo que possa ser muito relevante para alguns, mas não resultou comigo. Apreciei , no entanto, o humor do livro.
Profile Image for Ricardo Alves.
99 reviews17 followers
August 21, 2014
Grande literatura é isto: domínio da palavra a benefício da narrativa, espessa, sumarenta, cheia de coisas a dizer e de indícios doutras que ficam por enunciar. Estórias e estorietas, há muito quem conte, alguns até reputados de bons escritores; mas O que Diz Molero (1977) é a história, narrada de forma múltipla, dum escritor de obra escassa, sete títulos, três dos quais sob o pseudónimo Dennis McShade.
Li-o por volta de 1983, e voltei agora (Fev. 2013) a ele, no Clube de Leitura do Museu Ferreira de Castro. Por esse então, final da adolescência, apesar de muitas referências me escaparem -- que não as da BD (Dinis Machado terá sido o único escritor português a ter aposto numa obra literária os nomes de Zig e Puce...) ou as dos Westerns de John Ford; é um livro cheio de cinema (até na prosa) e quadradinhos --, havia também uma memória que me era familiar: o imaginário lisboeta das décadas de 1930-1940, que me foi transmitido pelo meu pai, da mesma geração do autor: as figuras populares, suas alcunhas e seus maneirismos; a Guerra Civil de Espanha e a II Guerra Mundial, o modo como eram ansiosamente seguidas e as próprias implicações sociais e políticas desses dois cataclismos entre nós; o cinema de Hollywood e os filmes em 31 partes do Flash Gordon; os comics americanos, Dick Tracy e Mandrake, os combates de boxe... Referências pulp e eruditas, de Camilo Pessanha a Jorge Luis Borges, fluindo naturalmente, porque reflexo da vida e da vivência. Não sei se algum vez um livro me deu tanto prazer a reler.
A verdade é que em que O que Diz Molero a prosa é rigorosamente vigiada e calibrada, tão fundamental quanto o inventário da infância se presta a todas as derrapagens do sentimentalismo : não há lamechice, mas ternura, um humor terno e nunca boçal.
Nota aos jovens leitores: tem até vampiros... -- não daqueles de ecrã, que ocupam os escaparates dos híperes, mas o tenebroso "Vampiro Humano", tenebroso para o rapaz (o protagonista do romance, ou um dos protagonistas) e para os seus amigos de correrias e partida pelo Bairro.
Profile Image for Francisco Ribeiro.
3 reviews
January 18, 2024
Não estava familiarizado com o livro nem com o autor, pelo que mergulhei nesta leitura completamente livre de expectativas e opiniões precipitadas. O estilo narrativo não foi fácil de digerir: o diálogo entre Austin e o seu superior, Mr. DeLuxe, acerca do relato de um terceiro, o quase-omnisciente Molero, que descreve episódios da vida do “rapaz” de forma curiosamente detalhada e meticulosa.

A forma desorganizada como as ideias são desenvolvidas nos relatos e a aversão à linearidade narrativa foram, sem dúvida, algo que não me entusiasmou durante a leitura. Ainda assim, penso que a mensagem foi entregue (apesar da forma não convencional a que o autor recorreu para o fazer).

Talvez a infância também seja isto. A descoberta incessante do mundo que nos rodeia. Raciocínios desorganizados. Uma multiplicidade de sensações e emoções que não conseguimos descrever com a maior clareza. Talvez o livro procure seguir um estilo paralelo à fase que pretendeu homenagear.

Para o bem e para o mal, a infância é aquilo que faz de nós quem somos. Acho que os meus 19 anos ainda não me permitem apreciar este livro como merece. Bom, parece que terei de o reler daqui a 30 anos.
Profile Image for João Picanço.
25 reviews2 followers
October 13, 2022
I read this book for the first time nine years ago. I can say that it grew up on me the best way possible. It is hard to find it in English and I read it in the native Portuguese. It's some sort of Künstlerroman-style (but not so serious as James Joyce, tbh) about the flourishing of a young boy, since his childhood until a libertine/wanderlust moment of his disappearance. It is still one of my favorite books ever and it always will be. Dinis Machado has a vast literary estate to be explored, with different views and angles. For "Molero", maybe, but just maybe, you need some knowing about exotic literature and pop culture to get all the references. But, hey, if you don't have it, it can be fun and didactic. It's never too late.
Profile Image for Tiago.
89 reviews
January 4, 2019
Misto de emoções. Este livro tanto me deslumbrava pelo seu sem-sentido como me aborrecia com a simples enumeração de coisas.
Profile Image for Tânia Tanocas.
346 reviews48 followers
January 2, 2017
Segundo livro lido no âmbito do desafio #lerosnossos, idealizado pela @claudiaosimoes...

Austim e Mister DeLuxe analisam um relatório dirigido por Molero acerca de um certo rapaz cujo nome nunca sabemos e muito menos quais os factos que provocaram tal investigação a este rapaz…

Durante a leitura vamos conhecendo os vários factos pessoais vividos pelo rapaz. Esta viagem é feita para que o leitor tente compreender quem é e qual o rumo tomado na sua vida, pequenos pedaços de histórias que se vão encaixando como peças de um puzzle e nos mostram uma procura desenfreada em compreender o sentido da existência do rapaz…

Houve momentos que adorei a leitura, mas outros simplesmente não consegui compreender a mensagem que o autor quis transmitir…

Acredito que seja um livro muito importante para a nossa literatura, mas comigo não resultou… :(

“talvez o rapaz fosse o único verdadeiro amigo, entendendo-se isto, claro, por ser o único a conversar longamente com ele, a ajudá-lo no trabalho, a fazer grandes passeios empurrando a cadeira de rodas, o que é diferente de visitar uma pessoa de vez em quando, dar-lhe duas palavras e um adeus.”
“… a vida de um homem é sempre mais pesada, e também mais leve, sempre mais ampla, do que a avaliação dela feita por outro…”
Profile Image for R.
201 reviews
October 13, 2017
"O que diz Molero" é um romance no qual duas personagens (Austin e Mr Deluxe) falam sobre um relatório escrito por Molero. O relatório em questão segue a vida de um rapaz.
Quem é o rapaz? Qual o propósito deste relatório? Para quem trabalham Molero, Austin e Mr Deluxe?
Todas estas perguntas surgem apenas na cabeça do leitor e aí permanecerão sem resposta.
O que Molero diz, ou na verdade o que Austin e Mr Deluxe dizem que vem no seu relatório, é um relato do crescimento do rapaz através da descrição de vários episódios da sua vida.
E é aqui que se encontra a característica deste romance de Dinis Machado, dado que o relato vai do mais mundano ao épico numa cadência caoticamente ordenada (ou será antes uma desordem organizada?)
retratando episódios com os quais facilmente nos poderíamos identificar e ao mesmo tempo não o conseguindo.
Torna-se assim este romance de contexto aparentemente banal numa mirabolante narrativa.
Profile Image for Alberto.
266 reviews24 followers
March 16, 2016
Me costó mucho, mucho, entrar en el libro: el hilo conductor tan tenue, tan frecuentemente sometido a digresiones, la escasez de tiempo diario que me obligaba a leer pocas páginas cada vez y finalmente la dificultad que le encontré al vocabulario hacían que me encontrase releyendo páginas sin tener claro si las había pasado ya o no (en libro 'de papel' no suelo marcar dónde dejé la lectura, me gusta releer en diagonal hasta encontrarme de nuevo dentro de la trama).
Destacaría el humor (por momentos muy negro) y la capacidad de transmitir escenas con gran viveza.
Profile Image for Leonete Rodrigues.
5 reviews1 follower
September 26, 2014
Damos por nós a ler um relatório que não se sabe bem porque surge, nem quem o encomendou, nem porque foi aquela vida escolhida para análise em detrimento de outra. Mais que extraordinário, iglantónico é mesmo a palavra que melhor o descreve. Livro para reler e reler e reler outra vez!
Profile Image for alicitaaa.
11 reviews
May 1, 2023
uma enumeração de coisas. poeticamente nonsense. confuso. mas sem o objetivo de clarificar nada.
Profile Image for Juliana Ferreira.
61 reviews
November 29, 2023
O meu contacto com este livro advém de uma disciplina de Literatura em que o professor em questão escolheu-o como “obra de leitura obrigatória” para a lecionação das suas aulas. O que é certo é que nunca gostei da ideia de sentir-me obrigada a ler uma obra como consolidação de não sei quê. Acho que a literatura é muito subjetiva, os gostos variam de pessoa para pessoa e ao impingir tal coisa torna-se desmotivador, retira a verdadeira magia da literatura, enfim. O que é certo é que, por este e por tantos outros motivos, esta obra é minimamente inquietante e questionável.
Mas afinal o que diz Molero?
Molero conta a história de um rapaz, sem nunca revelar a sua identidade, de origens humildes e com fome de embarcar em grandes aventuras e vivenciar todas as experiências do mundo - o tal “sentir tudo de todas as maneiras” como diria Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa. Esta história é decumentada num relatório lido mais tarde pelos seu superiores, Austin e Mister DeLuxe. Sem adiantar muito, este relatório escrito por Molero, é baseado num intenerário, não só geográfico mas também mental e emocional, em que é retratado criticamente as diferentes classes sociais, o seu estilo de vida e o modo como estas observam o mundo que as rodeiam. Tudo isto transmitido numa escrita desafiante requerendo um maior cuidado na leitura e uma maior atenção por parte de quem a lê.
Este livro, devo dizer, que despertou em mim toda uma dicotomia de sensações. Um misto entre um “amo” e um “ódio”, um “nunca mais termina” e um “deixa-me ver o que vem depois”, um certo desconforto e um certo acalento na alma e até mesmo espanto e choque pela escolha da linguagem utilizada na escrita de Dinis Machado: a fusão entre uma escrita corriqueira, uma linguagem corrente pautada por gírias e calão em contraste com uma linguagem mais formal, cuidada na qual entram palavras/expressões mais eruditas.
Já para nem falar das inúmeras referências que são feitas ao longo da obra desde escritores a inúmeras personalidades mundialmente conhecidas e respeitadas das mais diferenciadas artes e desportos.
Quando me perguntaram se tinha gostado do livro, para ser sincera, não soube responder de forma imediata à questão. Acho que este livro é, no mínimo, intrigante, faz-nos parar e refletir, coloca-nos numa posição questionável sobre as mais diversas questões que, muito provavelmente, nem sequer tinha passado pela cabeça antes (ou se tinha foi de uma subtileza tal que até o vento levou!).
Mas no fundo, um livro que mexe connosco, capaz de colocar-nos fora da nossa zona de conforto. Livros assim também são bons livros pois ajudam-nos a pensar que afinal a literatura não se limita apenas na qualificação de “gostar” e “não gostar” de uma obra… que não existem apenas estas duas secções que dividem todo o universo literário que lemos… talvez, nada se limite ao “gostar e não gostar”, talvez a inquietação também seja um bom título para criar uma nova secção nas bibliotecas lá de casa. Talvez seja sobre isto!
Profile Image for Jorge Maia.
127 reviews6 followers
October 18, 2022
Publicado em 1977, O que diz Molero, romance de Dinis Machado, foi quase imediatamente, apetece dizer, um grande sucesso de bilheteira. Não apenas porque há na sua construção qualquer coisa de teatral, o que permitiu uma posterior adaptação à representação no palco, mas também porque há um ritmo cinematográfico exuberante, por vezes sufocante, uma sucessão de imagens vertiginosa, transformadas em texto, de onde os pontos finais estão ausentes durante largos excertos textuais, uma técnica que precipita o leitor a acompanhar a velocidade da produção imagística. Luís Pacheco refere “uma cavalgada furiosa de episódios, uma feira, um tropel de gente, uma festa popular de malucos e malucas, tudo chalado, uma alegria enorme quase insensata, o sentimento nos momentos doloridos, mas tudo tão próximo de nós e tão naturalmente reproduzido na escrita.” Por outro lado, Eduardo Lourenço sublinha estar-se perante o indício de novas relações entre a literatura contemporânea e uma nova cultura que já não recebe da modelação escolar os seus tópicos decisivos. Tese, na verdade, bastante discutível, pois não são poucas as passagens textuais que ecoam temáticas que naqueles dias obsidiavam o mundo literário académico em Portugal.

Continuar a ler em: https://kyrieeleison-jcm.blogspot.com...
Profile Image for filipa !.
21 reviews
October 6, 2025
4.4/5
Gostei imenso deste livro, mais do que esperava.
O estilo de escrita é me incomum e, no começo, foi um pouco difícil adaptar-me a ela; desde a pontuação aos diálogos, por vezes, confusos. No entanto, à medida que avancei na história, esta maneira de escrever começou a parecer-se mais natural aos meus olhos.
Achei o enredo bastante interessante e este livro possui reflexões de vida relevantes. Também me agradou que a identidade do rapaz e os motivos desta investigação à volta dele foram deixados por responder. Além de dar uma natureza mais humana à narrativa, permite que os seus leitores possuam diferentes interpretações e se relacionem com este livro de maneiras diferentes.
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for César Esteves.
73 reviews3 followers
June 21, 2020
Este livro tem ótimas resenhas de personalidades conceituadas e, por isso, tinha grandes expectativas.
O livro foi decepcionante: uma leitura inútil que não acrescenta nada.
A narrativa que se baseia em duas pessoas discutirem um relatório autobiográfico escrito por uma terceira não é comum e denota alguma originalidade por parte do autor.
Porém, este estilo narrativo não me suscitou qualquer interesse.
Além disso o autor abusa das inúmeras enumerações/listagens ao longo do livro. Tem graça na primeira; é de revirar os olhos na milésima.
181 reviews2 followers
January 28, 2018
Penosa leitura. Enumeração sem fim de referências aleatórias (culturais, sociais etc), muitas delas demasiado datadas para terem ainda eco hoje. E é isso, sem mais. Desclassificou aos meus olhos os autores de epítetos como "livro bomba" ou "não ganhou uma ruga" que ilustram a capa e contra-capa. Mais que uma desilusão, um logro.
175 reviews3 followers
October 31, 2020
Este livro é um delirio completo. Uma catadupa de acontecimentos.e personagens sem nexo nenhum, um caos. E não o posso classificar melhor porque foi um sacrificio lê-lo. Só o fiz porque é um livro pequeno e ainda assim com muito custo. Mais um daqueles, felizmente muito raros casos, em que me parece que o escritor está a gozar comigo.
13 reviews
December 16, 2023
A única razão pela qual não dou 5 estrelas a este livro é porque senti a falta de um fio condutor. Este livro é belíssimo, mas não recomendo a quem esteja à procura de uma leitura fácil, é daqueles livros que requer determinação e gosto pela livratura e pela estética. No entanto, aprecio a crítica social feita.
Profile Image for Valdemar Gomes.
332 reviews36 followers
July 15, 2018
O meu apreço por este livro vai fermentando, lembra-me o "Bar Sport" na descrição caricata das personagens lá; só que neste caso, em vez de um bar, é um bairro.
Profile Image for Francisco.
75 reviews
March 3, 2021
Fragments, disse Don, mas realmente quem disse foi a personagem de "See the moon", e não o Don, e esta ambiguidade por parte dos entrevistador enervava-o, are the only form I trust.
Profile Image for Inês Sousa Jesus.
140 reviews3 followers
July 19, 2021
Escrito de uma maneira bem intrincada, e gostei disso, de ser uma meta-história, várias meta-histórias.
Displaying 1 - 30 of 44 reviews

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