A Noite

by José Saramago

«A Noite, a primeira obra dramática de Saramago que o escritor dedica a Luzia Maria Martins, a pessoa que o "achou capaz de escrever uma peça". Seria mesmo. A noite de que se fala nesta peça ficou para a história: de 24 para 25 de abril de 1974. A ação passa-se na redação de um jornal em Lisboa e o autor avisa: "Qualquer semelhança com personagens da vida real e seus ditos e feitos é pura coincidência. Evidentemente."» (Diário de Notícias, 9 de outubro de 1998).

Genres: Portugal, Plays, Fiction, Portuguese Literature, Nobel Prize

124 pages, Paperback

First published January 1, 1979

About the author

José de Sousa Saramago (16 November 1922 – 18 June 2010) was a Portuguese novelist and recipient of the 1998 Nobel Prize in Literature, for his "parables sustained by imagination, compassion and irony [with which he] continually enables us once again to apprehend an elusory reality." His works, some of which have been seen as allegories, commonly present subversive perspectives on historic events, emphasizing the theopoetic. In 2003 Harold Bloom described Saramago as "the most gifted novelist alive in the world today."

https://en.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%...

Reviews

[Luís · Rating 5 out of 5]

That's one of several pieces written by Saramago that I read and which I liked. It is a fascinating story revealed to us in two acts and with just one scenario. As this book was set on the night of April 24th to 25th, 1974 (The Carnation Revolution), as expected, this play serves social criticism as its main course.

[Cláudia Azevedo · Rating 5 out of 5]

Que maravilha! Não sei como não tinha lido este livro antes, sobretudo porque fui jornalista e trabalhei em redações... Fi-lo, contudo, apenas em democracia. Não vivi a censura, a ditadura. A minha liberdade de expressão e a liberdade de imprensa de que fui veículo são, desde que me conheço, dados adquiridos. Nunca pensei que pudessem ser postas em causa.
A ameaça que paira sobre Portugal atualmente fez-me descobrir este texto e nele descobri uma emoção semelhante à da alegria que senti ao ver a população nas ruas a celebrar os 50 anos de liberdade.

"- A máquina já está a andar!
- Há-de parar! Há-de parar! Há-de parar! Há-de parar!
- Andar! Andar! Andar! Andar! (O ruído da rotativa cresce.)
- E se parar? E se parar?
- Tornará a andar! Tornará a andar!"

[Os Livros da Lena · Rating 5 out of 5]

Review A Noite, de José Saramago.
55/2020
5⭐️

Que saudades desta obra, sempre! Voltar a ela é um prazer de todas as vezes. Esta foi a primeira obra dramática do Mestre, datando de 1979.

Esta é uma peça de teatro cuja acção se passa durante a noite de 24 para 25 de Abril de 1974, no contexto de uma redacção de um jornal tido como pró-regime, em que nem todos os que lá trabalham pensam da mesma forma.

E que saudades tinha do Torres!
Não vos conto mais, porque em poucas horas podem lê-lo, mas digo-vos que vale muito a pena.

E, obviamente, ele é sempre o autor onde tenho o porto de abrigo, onde conheço cada vírgula, cada respiração. E isso, de alguma forma, dá-me colo quando preciso.

E vocês, conhecem esta obra? Já leram? O que acharam?

[Rita | Cantinho Literário · Rating 5 out of 5]

A minha maravilhosa experiência de leitura aqui: https://youtu.be/7gY8vi2Kw1w?si=U9xq6... ( a partir de 40:39)

E aqui também (a partir de 11:40): https://youtu.be/FQRmAoDuYAY?si=75M16...

[Carol · Rating 5 out of 5]

Saramago e a sua ironia, love it

já há algum tempo que tinha este livro na lista e sabia que o iria querer ler em 2024. e em janeiro pensei, “porque não criar uma iniciativa? assim posso ler com mais pessoas”. com certeza já viram outras partilhas, e não há muito mais que eu possa dizer sobre o livro.

a noite, do nosso mestre, foi a leitura principal do #abrilcravosmil e não poderia estar mais satisfeita com a minha escolha. continuo a deparar-me com saramagos diferentes e a surpreender-me, sempre. já sabia que ia gostar e mesmo assim, houve espaço para transcender em muito as minhas expectativas. Saramago é genial.

está presente a ironia a que sempre nos habituou, e é em Torres, o redator da província, que combina os seus valores, a sua voz revolucionária, as críticas ao regime e consequentemente a crítica ao controlo e manipulação da informação. gosto de pensar que teria tido a coragem de ser um torres, ou até mesmo uma cláudia, se tivesse vivido o 25 de abril.

vivemos tempos em que o cheiro a bafio aumenta, e isso assusta-me, imensamente. não entendo como existem pessoas que afirmam “no tempo do salazar é que era…”: não existia neutralidade, objetividade, liberdade na imprensa, liberdade de expressão, liberdade para ser ou viver; havia pobreza e analfabetismo. mas ontem alegrou-me ver as ruas cheias de gente a defender este nosso direito, este marco da nossa história, que é talvez o mais bonito. Viva à liberdade! Fascismo nunca mais ✊🏻🌹

aproveitei para ir assistir à peça de teatro, com um elenco maravilhoso e foi uma ótima maneira de encerrar esta leitura.

ontem foi dia 25 de abril e eu já quero avançar para o próximo ano, para poder ler esta peça novamente.

[Inês Sousa · Rating 4 out of 5]

Opinião em breve.

[Ensaio Sobre o Desassossego · Rating 5 out of 5]

"Deixa lá, não te rales tanto. O verbo é sempre o mesmo: eu obedeço, tu obedeces, ele manda. E para quê? Para fazer uma coisa que de jornal só tem o nome e o papel..." 💭

Escrita em 1979, esta foi a primeira obra dramática escrita por José Saramago e a acção passa-se na noite de 24 para 25 de Abril de 1974 numa redacção de um jornal em Lisboa. Uma noite que parecia como tantas outras, não fosse o caso de se estar a dar uma Revolução... mas qual Revolução? O jornal tem de sair e nem um pio sobre isto!!

Esta foi uma leitura rápida e simples, super acessível. Não costumo ler teatro, e tinha algum receio de não gostar deste livro precisamente por isso... claro que estava muito enganada, já que uma peça escrita pelo Mestre não é uma peça qualquer.

Este livro é uma maravilha e Saramago é - como sempre - genial!

"Quanto ao resto, há que dizer que não somos precisamente camaradas. Você é o chefe da Redacção, e eu sou o redator da província. Faz uma boa diferença. Eu sou perito em S. Bento da Porta Aberta, você é especialista em S. Bento da Porta Fechada." (Torres - a melhor personagem)

Recomendo muito esta leitura, e é uma experiência incrível ler este livro precisamente na noite de 24 para 25 de Abril 🌹 "Tornará a andar!" ✊🏼💪🏼

[Ana · Rating 4 out of 5]

Obra lida propositadamente entre a noite de 24 e a manhã de 25 de abril!
Viva a liberdade, nada de a tomar por garantida!

[Álvaro Curia · Rating 4 out of 5]

4

[Sartorius · Rating 3 out of 5]

Um escritor no início do seu ofício sai-se com uma peça especial, que se concentra num curto período de transição radical espelhado na estrutura bipartida da obra. Há aqui algo de melodrama (compreensível tendo em conta o teor político da peça), há também alguma compaixão dramática com aquelas personagens cujo solo político é estilhaçado. Um bom primeiro esforço daquele cujo génio arrebataria, não muito depois, as letras portuguesas.

[Leandra · Rating 5 out of 5]

Esta peça de teatro tem lugar na redação de um jornal, na noite de 24 para 25 de abril de 1974.
Gostei muito de ler a forma como cada personagem intervém, alguns contra o regime, outros a favor.
O papel da mulher, antes do 25 de abril, está muito bem retratado.
Ao longo do texto conseguimos sentir o entusiasmo e a adrenalina existentes naquela redação.

[Mariana Gabriel · Rating 5 out of 5]

Perfeito
Im so happy

[Ana Rita Silva · Rating 4 out of 5]

a ação passa-se na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 para 25 de abril de 1974.

"Digo-lhe eu que não há objetividade. Digo-lhe eu que não há neutralidade. Quantos acontecimentos importantes para o mundo se dão diariamente no mundo? Provavelmente milhões! Quantos deles são selecionados, quantos passam pelo crivo que os transforma em notícias? Quem os escolheu? Segundo que critérios? Para que fins? Que forma tem essa espécie de filtro ao contrário, que intoxica porque não diz a verdade toda? E notícias falsas, quantas circulam no mundo? Quem as inventa? Com que objetivos? Quem produz a mentira e a transforma em alimento de primeira necessidade? A informação não é objetiva, e quanto a neutralidade, é tão neutral como a Suíça."

[Margarida Galante · Rating 4 out of 5]

A Noite" peça de teatro publicada e estreada 1979.
"A ação passa-se na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974. Qualquer semelhança com personagens da vida real e seus ditos e feitos é pura coincidência. Evidentemente."

Não costumo ler peças de teatro mas esta já estava na minha lista de livros a ler há bastante tempo. Até porque se trata de um texto de José Saramago, que era jornalista na época destes acontecimentos.
Não vou aqui desvendar nada, sob pena de estragar a experiência da leitura. Apenas digo que gostei bastante da forma como estão caracterizadas as personagens e as suas reações aos acontecimentos.

"Tornará a andar!"

[Joana Oliveira · Rating 4 out of 5]

"A Noite" é a primeira obra dramática de José Saramago, cuja a ação cobre os acontecimentos da noite de 24 para 25 de Abril de 1974 na redação de um jornal.

Em apenas dois atos, Saramago desenrola a mudança de paradigma a que o nosso país assistiu aquando a Revolução dos Cravos. O diálogo marcante, pejado de crítica social à época, não fosse este o tema preferido do galardoado com o prémio Nobel.

Gostaria imenso de ver este texto representado, e atendendo à altura do ano em que nos encontramos, seria um ótimo plano 🌹

[Rui Torres · Rating 3 out of 5]

O livro que antecede a noite do 25 de Abril numa redação. Escrito e desenvolvido para ser representado e, prova disso, foram as inúmeras peças que andaram por todo o país tendo esta obra como motor. Bom livro, num estilo distinto daquele que Saramago nos habituou.

[Ana Damil · Rating 4 out of 5]

Publicada em 1979, a ação desenrola-se na redação de um jornal de Lisboa, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974. De uma forma muito exata, quase como que uma réplica, Saramago consegue através das suas personagens, dar uma amostra do que era a sociedade pré-revolução. Ao longo da leitura, é possível sentir os diversos ambientes que coexistiam em Portugal, ter raiva por aqueles que se tentaram escapar para o lado que mais lhes convém, ódio pelos apoiantes da ditadura e compaixão pelos resistentes. No fim, foi bom chorar enquanto apreciava a doce vitória da liberdade.

[Vasco Silva · Rating 5 out of 5]

"Tornará a andar!"

[Núria Sereno · Rating 5 out of 5]

Uma noite importante, um dia importante. “Tornará a andar!”

[Pedro Esteves]

🌹

[Sara Ponte · Rating 5 out of 5]

Novo favorito de Saramago.

[Mafalda Oliveira · Rating 5 out of 5]

Ler texto dramático é uma leveza, ler Saramago é alimento. Isto foi só o alimento leve que se procura em tempos quentes (não se refere ao clima).

[Um mar de fogueirinhas · Rating 4 out of 5]

Saramago nunca falha. Em forma de peca de teatro o retrato de uma noite numa redação de jornal.

[Ana Catarina · Rating 5 out of 5]

A chorar neste comboio às 6 da manhã

[André · Rating 4 out of 5]

“A política, você bem sabe, é como a terra, nunca pára de tremer.

Umas vezes tão pouco que nem se dá por isso, outras vezes é o diabo, vai tudo raso”

[Nuno | A Gamer's Library · Rating 4 out of 5]

"Tornará a andar!"

[Ângela · Rating 3 out of 5]

tornará a andar!

[LeoFamosa]

Isto não tem nada a ver com que se anda a passar…. “Evidentemente”.

[Margarida Barros · Rating 4 out of 5]

Lindo

[Susana · Rating 5 out of 5]

Descobri este livro na publicação "Livros para ler numa tarde", dos @literacidades no Wook Acontece. Anotei o nome na hora e não descansei enquanto não requisitei da biblioteca.
Sendo um teatro, temos diálogos e acção no imediato, havendo espaço para algumas descrições pelos próprios personagens. Na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, uma redacção de jornal é o palco de várias intrigas até que é confrontado por uma revolução.
A inspiração para estes eventos provavelmente provêm dos seus tempos no Diário de Lisboa, e desconfio que o personagem Torres é o próprio autor. As críticas à política, sociedade e economia não podiam faltar, percebendo-se pela descriminação das mulheres, subornos para escrever notícias a favor do regime e a própria hierarquia e interacção entre o Administrador, Director e Valadares.
É notório como as pessoas eram quase forçadas a concordar com o regime. Torres recusa-se a escrever sobre política, sendo criticado pelo seu superior, conduzindo a discussões morais, acusações e ameaças por suspeita de Torres ser anti-regime.
A alusão às duas músicas icónicas da revolução ("E Depois do Adeus" e "Grândola Vila Morena) lembram-me as comemorações pré-pandemia, com eventos desportivos e artísticos, que me causam uma certa nostalgia.
Com a revolução os papéis invertem-se e agora os operários confrontam os patrões. Um povo com esperança é um povo unido e luta contra tudo e todos para conseguir um futuro melhor.