A heroína chama-se Rita e abandonou um curso de Filosofia para assumir a tarefa de escrever: «Havia nela um medo feroz da escrita, de cair no poço sem fundo que era ela própria. O medo não era muito intenso nas semanas em que escrevia o livro na mente e as cenas e as personagens se formavam e desfaziam, e nem sabia se tinha um livro ou não.» (pág.11). Rita vai casar com David, apesar das animosidades: «Sentiu naquele instante que o detestava profundamente. A ele e ao que representava: um caminho certo, traçado, paralelo aos outros.» (pág.15) - uma recusa que definirá todas as suas heroínas. Para o evoluir desta história de morte e amor, com vampiros e anjos, vai ser fundamental uma casa antiga, o mar, e o nevoeiro. Para todas as outras também.
ANA TERESA PEREIRA nasceu a 30 de Maio de 1958 no Funchal, onde vive. Frequentou um curso de guia intérprete, actividade que abandonou aos vinte e cinco anos para estudar Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa. Contudo, no final do segundo ano, abandonará também a Filosofia e regressará ao Funchal, onde se dedicará exclusivamente à prática da escrita tendo uma já longa e variada carreira literária. Desde o seu primeiro livro tem vindo a publicar regularmente. A singularidade da sua temática e a concisão da sua escrita dão a Ana Teresa Pereira um lugar próprio na literatura portuguesa actual. Tem colaboração nos jornais Público e Diário de Notícias (Funchal) e nas revistas Islenha e Margem 2. Ao longo da sua carreira recebeu os seguintes prémios: Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB (2011), o Prémio Literário Edmundo Bettencourt (2006; 2010), o Prémio Máxima de Literatura (2007), o Prémio PEN Clube Português de Narrativa (2005); o Prémio Caminho de Literatura Policial (1989); o Prémio Revelação de Ficção APE/DGLB (1989) e o Prémio Oceanos de Literatura Portuguesa (2017).