Jump to ratings and reviews
Rate this book

Gracias por el fuego

Rate this book
Esta historia de ignominia y de muerte es también la crónica de una impotencia colectiva. Una profecía esperpéntica confirmada por la cruda realidad desemboca en el asesinato del padre como rito purificador. Gracias por el fuego es una novela que supera los tópicos, para inundar de vida y aprendizaje la experiencia del buen lector.

335 pages, Paperback

First published January 1, 1963

197 people are currently reading
3374 people want to read

About the author

Mario Benedetti

284 books2,544 followers
Mario Benedetti (full name: Mario Orlando Hamlet Hardy Brenno Benedetti Farugia) was a Uruguayan journalist, novelist, and poet. Despite publishing more than 80 books and being published in twenty languages he was not well known in the English-speaking world. He is considered one of Latin America's most important 20th-century writers.

Benedetti was a member of the 'Generation of 45', a Uruguayan intellectual and literary movement and also wrote in the famous weekly Uruguayan newspaper Marcha from 1945 until it was forcibly closed by the military government in 1973, and was its literary director from 1954. From 1973 to 1985 he lived in exile, and returned to Uruguay in March 1983 following the restoration of democracy.

Ratings & Reviews

What do you think?
Rate this book

Friends & Following

Create a free account to discover what your friends think of this book!

Community Reviews

5 stars
1,300 (34%)
4 stars
1,570 (41%)
3 stars
764 (20%)
2 stars
156 (4%)
1 star
27 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 268 reviews
Profile Image for Cláudia Azevedo.
394 reviews217 followers
April 17, 2020
É sempre um prazer ler Benedetti. Desta vez, acompanhei o drama de Ramón Budino, um homem atormentado pela ideia de matar o pai, ou, como diz, o "velho" em que se transformou o "papá", homem manipulador, corrupto e insensível, à sombra de quem vive toda a sua família.
Aqui vemos abordadas importantes questões da identidade: a coragem de fazer frente à figura paterna, a determinação necessária para mudar de rumo, a ousadia de bater com a porta, a busca do amor, a audácia de ser feliz.
Não é um livro fácil, contém muitos aspectos históricos datados, não é tão magnífico quanto A Trégua ou mesmo A Borra de Café, mas é tocante e surpreendente.
Profile Image for Teresa.
1,492 reviews
August 24, 2014
Através dos pensamentos de Ramón Budiño, conhecemos a sua vida e a da sua família. Uma vida marcada pela figura paterna - um homem poderoso e que simboliza o poder ditatorial no Uruguai dos anos sessenta - e que ele odeia desde menino; por um casamento desgastado; pela paixão por uma mulher que não é a sua; por um trabalho que não o realiza. Vive atormentado, frustrado, infeliz e, como busca da sua própria salvação, planeia assassinar o pai.
Por vezes, os pensamentos de Ramón são interceptados pelos de Gloria e de Dolores, duas mulheres que por amor se anularam, e gastaram as suas vidas com pouco mais que nada.

A leitura nem sempre foi amena, com algumas partes - as de conteúdo político - que me cansaram um pouco, mas o final foi compensador: inesperado, perfeito e de uma beleza assombrosa.

Este livro, além de uma história, estrutura e escrita muito bonitas, traz de presente um poema maravilhoso que não resisto a transcrever:

"Porque te tenho e não
porque te penso
porque a noite está de olhos abertos
porque a noite passa e digo amor
porque vieste recolher a tua imagem
e és melhor que todas as tuas imagens
porque és linda desde o pé até à alma
porque és boa da alma a mim
porque te escondes doce no orgulho
pequena e doce
coração couraça
porque és minha
porque não és minha
porque te olho e morro
e pior que morro
se não te olho amor
se não te olho
porque tu sempre existes onde quer que seja
porém existes melhor onde te quero
porque a tua boca é sangue
e tens frio
tenho que te amar amor
tenho que te amar
embora esta ferida doa como duas
embora te procure e não te encontre
e embora
a noite passe e eu te tenha
e não."
Profile Image for Ricardo Carrión Libros.
296 reviews1,388 followers
October 31, 2017
Una de las novelas más completas de Benedetti. Sin duda al leerla, se puede comprender mejor su narrativa, ya que integra en ella todo. Ahora es mi favorita, desplazando a La Tregua. Mi ranking sería así:
1.- Gracias por el fuego
2.- La Tregua
3.- La borra del café
4.- Quién de nosotros
5.- Primavera con una esquina rota

La reseña está en mi blog: http://eligeunlibro.blogspot.cl/2017/...
Profile Image for David.
1,683 reviews
April 2, 2017
There has been a discussion lately about who writes more seductively: John Banville in English; Javier Marias en Español. I am going to add one more to the mix - Mario Benedetti from Uruguay.

I have only read Benedetti's master work "The Truce"and thoroughly enjoyed it. Now I was very impressed after reading "Gracias por el fuego." The scenario is very simple, Ramón Budiño runs a travel agency and wants to kill his father, the aging patriarch Edmundo. Ramón seems to have it all. He is your typical womanizer pointing out he should have a new category, sex tourism for those lonely, bored women travellers. Yes he is married with a teen son but and is attracted to his brothers wife Dolly. So why does he want to kill his dad?

His father is a successful business man, who is well known in his country and stops for no one in his dealings (wait a minute, does this sound like someone in the present?). Then one day Ramón and his brother uncover a shady deal with an equally shady character and is being followed by a leading journalist. Will this all be blown out of the water? No, if he doesn't mind his own business, father will yank the money from the travel agency. Yes a big threat to poor Ramón.

And so the story unfolds. But this is a story of father-son relationship, of politics, love, sex and Uruguay. Benedetti's words are so amazing that I just fell in love reading them, sometimes losing track of time. It truly was fun to read. I loved the book and the ending was not what I expected. It truly was an enjoyable read.
Profile Image for Rosie.
459 reviews56 followers
April 7, 2021

Por vezes sinto que sou tremendamente injusta com o autor. Quero ficar agarrada logo às primeiras frases, às primeiras páginas. Por vezes assim é, outras não, e nenhum mal vem ao mundo por tal.

Há que tomar o gosto, elaborar os ingredientes, juntá-los e apurá-los.

Lia e esperava o clique, aquele instante que tudo muda … et voilá!
Toda eu vibro. E páro. E releio. E persigo entusiasmada as palavras que me enfeitiçam de novo. A forma como é dito, a singularidade, a simplicidade, a beleza e até a graça inusitada, aí estava ele.


“Fê-lo outro, porque eu não sei dizer as coisas que sinto, mas reconheço quando alguém é capaz de as dizer por mim. E é também um modo de as dizer.”

Assim me sinto eu quando leio Mario Benedetti.

Escreve frases com verdade, com intensidade. Por vezes frases curtas, incisivas; outras com parágrafos tão longos quanto o peso das ideias.

Gosto especialmente deste jeito genuíno de Benedetti ao recorrer ao quotidiano, ao comum, para revelar os tantos dramas dos homens.

Uma história ímpar, contada maravilhosamente e com um final completamente inesperado.

Coleccionei muitos excertos e fiquei frustradíssima de cada vez que os “updates” do GR me obrigavam a 420 caracteres. Como 420 caracteres? Eu precisava transcrever uma página inteira! Duas, três…

É o terceiro livro do autor que leio, contudo A Trégua ainda continua a ser o meu favorito.
Profile Image for Pollo.
766 reviews77 followers
August 9, 2022
En Rayuela, Cortázar nos relata en desorden, entre París y Buenos Aires, las paltas de Horacio Oliveira. Aquí Benedetti, narra, con menos floro pretencioso y en versión más humilde, entre New York y Montevideo, las paltas de Ramón Budiño, en largos monólogos interiores, mezclados con reflexiones cómplices y diálogos irreales (pero menos que las forzadas conversaciones full name-dropping del Club de la Serpiente). Y en ambas, publicadas el mismo año, se respira ese aire del boom latinoamericano, tan cool, que incluso medio siglo después, no pasa de moda, como el rock sesentero o la mala suerte de nuestro continente, que tiene mucha gente prejuiciosa y necia que solo sabe decir que el uruguayo es "cursi" porque una vez leyó "Hagamos un trato" y no han disfrutado de esta agradable novela.
Profile Image for Katya.
485 reviews
Read
September 25, 2021
Não foi uma degustação este Benedetti. Tenho ouvido que outros títulos [bem] melhores ele escreveu. Mas, ainda assim, não dou por perdida a leitura.

"Celica Bustos (...)pergunta-lhe em tom envergonhado o que é Chifora.
- Como? Não sabe? É um escritório, num segundo andar da Quinta Avenida. Fazem uns descontos fenomenais aos latino-americanos.
-Ai, deixe-me anotar a morada, por favor.
- Com certeza, 286 Fifth Avenue.
- Não creia, - diz Ballesteros, mais silenciosamente ainda ao ouvido de Larralde - que Chifora é importante só em artigos eléctricos. Também trabalha lá um cubanito que consegue umas raparigas estupendas.
- A sério? Vou tomar nota da morada."
11

É evidente, pelo inflamado sentido de humor, que Benedetti não pode ser levado à letra - ipsis verbis - daqui em diante. E ainda bem porque o que ele nos conta é grave, muito grave, já que Ramón Budiño, o herói da nossa trama, é um homem apostado em aniquilar o pai.
E porquê? Deixo que o próprio vo-lo diga:

"Eu nunca fui Ramón Budiño, mas o filho de Edmundo Budiño. O meu filho nunca será Gustavo Budiño, mas o neto de Edmundo Budiño. Até o avô, nos últimos anos, foi só o pai de Edmundo Budiño. Por alguma razão todos o tratamos por você. Todos: filhos, netos, noras. Um hábito anacrónico que ele soube manter, para deixar bem vincada a distância. Sempre a distância. Para baixo é desprezo. Para cima, admiração."
30

Ora bem, Ramón é, para esclarecer as coisas, um prisioneiro da sua hereditariedade. Para o bem e para o mal, ela pesa sobre a sua cabeça. Ramón debate - Freud iria adorar este senhor - estas influências de seu pai (Edmundo) e as várias imagens, facetas, personagens que ele adota no seu imaginário...o resultado, sou da opinião, nunca pode ser positivo. As pessoas que queríamos que fossem o chamado 'preto no branco' raras vezes se revelam de um colorido pouco matizado. Para Ramón, isso é um grande problema:

"Olho para trás e admiro as polainas, as calças, o cinto com fivela dourada, a gravata azul com o alfinete, o colarinho rígido, o chapéu de palha com a sedosa cinta negra. É formidável caminhar com o Papá. Não poderia tê-lo dito com palavras, mas sentia-me protegido, contente. Era fan tástico saber-me filho daquele tipo impecável, elegante, sem pre barbeado, seguro de si próprio, que olhava para tudo com calma, que entendia tudo sem vacilar."
33

"A Mamã chora. Fazes isto com todas, sou apenas mais uma, não pode ser, não posso, Edmundo. E a voz inexorável: Pára. E os filhos, e os filhos, nem sequer pensas nos filhos quando andas com essas loucas? A voz da Mamã é como um soluço. Pára. Não posso, Edmundo, não posso. Então soa a pancada dele e o grito dela. Uma pancada seca, humilhante. Mama querida. Mamā. Em seguida, o silêncio. Paralisado. Fiquei paralisado. Eu devia ter entrado, devia ter-lhe dado com uma cadeira na cabeça. Agora sei-o. Mas então estava estupefacto. E, além do mais, não podia vê-la a ela nua, eu não o teria suportado. O Papá tinha-se convertido no Velho. Depois a agitação, o ruído do elástico, a respiração rouca e com tosse, e um gemido entrecortado, choroso, vencido. Escapei antes do final, sem caneta de tinta permanente, sem nada. Fui a correr até à Rambla, desci às rochas, chorei até à noite."
55

Edmundo Budiño é bom e é mau. Capaz de ações elevadas e baixas em igual número - ou maior número das últimas do que das primeiras, é indiferente. O resultado desta introspecção leva, portanto, Ramón ao ponto de rutura. É ponto assente: para ser finalmente quem é, é preciso eliminar o Velho.

"Apresento-lhes Ramón Budiño, ao começar o dia em que resolveu matar Edmundo Budiño, um crápula que provisória e casualmente é seu pai. Roga-se não inquirir por circunstâncias atenuantes, porque não existem. Trata-se de um crime longamente ruminado. A única sorte é não acreditar em Deus. Assim há menos complicações."
187

E daqui em diante a narrativa será esta. Um longo desenrolar filosófico sobre o certo e o errado; o desejo e a abominação; o bem e o mal.

"Que coisa aborrecida deve ser pecar quando se é ateu! Realizar o pecaminoso sem que nada te peça contas.
-Horrível. Penso nisso e encolhe-se-me o coração.
-Por isso as grandes obras de arte se construiram sempre em redor do pecado.
-O que, no fundo, significa construí-las em redor de Deus.
- Naturalmente, porque sem Deus o pecado não existe. E construiram-se em redor do pecado, porque o pecado está proibido e tem castigo, e isso é o estético: o conflito entre a proibição e a culpa. Melhor dizendo, a arte é a faísca que resulta de friccionar a proibição com o castigo."
21

E, sobretudo, sobre quem é Ramón Budiño:

"(...)se uma nação inteira, uma grande e tremenda nação, encontra dificuldades invencíveis para ser coerente consigo mesma, para obedecer a sua própria história, para seguir a linha que ela mesma traçou para si, como posso pretender eu, insignificante rato de um ninho de ratos de décima primeira categoria, como posso pretender eu ser coerente comigo mesmo, obedecer à minha própria história, seguir a linha que eu mesmo tracei para mim?"
127


O desfecho disto tudo não conto.
Mas posso acrescentar que Benedetti me parece um relator das hipocrisias da sociedade (geral e particular). Tem sem dúvida um dom para apontar o dedo às nossas fraquezas sem fazer dos seus personagens vítimas, mas antes exemplos do que cada um de nós tem inevitavelmente de enfrentar na vida: o encontro com aquele 'eu' que levamos tantas horas do dia a ocultar aos olhos dos outros.

"O ódio nunca é novo. Nasce sempre velho, gasto, repetido."
219
Profile Image for Ubik 2.0.
1,073 reviews294 followers
July 5, 2021
Spleen e malessere a Montevideo

Mi sono avvicinato a quest’opera, semisconosciuta in Italia, per il notevole impatto che aveva avuto su di me “la Tregua”, il romanzo più noto dell’uruguayano Mario Benedetti, ma come temevo ne sono rimasto piuttosto deluso.

Per dipingere la crisi esistenziale del protagonista, appartenente alla medio-alta borghesia montevideana, l’autore utilizza una miscellanea di stili mutando registro quasi ad ogni capitolo, dal dialogo serrato alla maniera di Manuel Puig al flusso di coscienza, da capitoli dalla dinamica più tradizionale fino a lunghi monologhi interiori.

L’insieme di questi tasselli dovrebbe illustrare il progressivo disagio di Ramon nei confronti del lavoro, degli amici, dei familiari soprattutto del ricco e potente genitore che Ramon progetta addirittura di eliminare ritenendolo il simbolo della corruzione che pervade la società e il paese e da cui egli stesso si sente contaminato da quando accettò denaro paterno, di dubbia provenienza, per intraprendere la propria attività di agente di viaggi.

Ne risulta un’opera inevitabilmente altalenante, con situazioni e riflessioni di una certa efficacia e profondità alternate ad altre che risultano fiacche e prevedibili ed è strano che proprio il tasto sentimentale e romantico nei rapporti amorosi con i personaggi femminili, che costituiva il punto di forza di “La tregua” in un delicato e perfetto equilibrio fra l’emotività, l’irrazionale e la potenza travolgente dell’amore, costituisca qui l’elemento più fragile dell’assetto narrativo.
Profile Image for susana monteiro dias..
64 reviews11 followers
March 16, 2021
”Porque te tenho e não
porque te penso
porque a noite está de olhos abertos
porque a noite passa e digo amor
porque vieste recolher a tua imagem
e és melhor que todas as tuas imagens
porque és linda desde o pé até à alma
porque és boa da alma até a mim
porque te escondes doce no orgulho
pequena e doce
coração couraça
porque és minha
porque não és minha
porque te olho e morro
e pior que morro
se não te olho amor
se não te olho
porque tu sempre existes onde quer que seja
porém existes melhor onde te quero
porque a tua boca é sangue
e tens frio
tenho de te amar amor
tenho de te amar
embora esta ferida dia como duas
embora te procure e não te encontre
e embora
a noite passe e eu tenha
e não.


Esplêndida a capacidade de Benedetti falar (escrever) sobre afetos. Livro perfeito, com direito a um final “à Benedetti”. Assombroso e inesperado.
2 reviews5 followers
September 19, 2010
Es el libro que hubiera querido escribir. Los personajes van más allá de las fronteras y el tiempo. Me confirma la "Latinoamericanidad". Es fascinante la manera de hacerte sentir como estuvieras escuchando las conversaciones. Es toda una metáfora de generaciones y políticas. Deprimente al fin, nos hace preguntar si el cambio es posible sin la violencia.
Profile Image for Ana.
753 reviews174 followers
July 10, 2016
Com esta obra regressei ao mundo de Benedetti que tanto venero. Foi um regresso pintado com cores distintas, ou seja, mergulhei numa história povoada de cores mais cinzentas, mais escuras, onde impera o lado mais negativo, a tristeza, a frustração, a revolta, a cobardia e principalmente o asco por si mesmo. Contudo, a ternura, a doçura, a inocência e a nostalgia por algo que não volta, a magia de raros momentos de fusão entre dois seres que preferem quebrar as regras a vacilar, hesitar e a questionar vão entrelaçando-se com todo esse cinzentismo e desalento e vai permitindo que reencontremos aquele que considero ser o verdadeiro Mario Benedetti, alguém que nunca se vergou perante as adversidade e que adoçou e elevou a literatura sul-americana a patamares sublimes.

Opinião completa em: http://osabordosmeuslivros.blogspot.p...
Profile Image for Sombrero Amarillo.
134 reviews2 followers
April 6, 2012
No sé si será un buen libro, pero en el momento adecuado catalizó cambios importantes en mi vida y en mi forma de leer.
Profile Image for Patryx.
459 reviews150 followers
July 18, 2015
Gli uomini del mio ceto, della mia generazione, del mio paese, non ammazzano i loro padri. Gli uomini del mio ceto, della mia generazione, del mio paese, non distruggono il loro passato. Non lo distruggono, perché sono una merda. Onora il padre e la madre. Me lo ordinò tanti anni fa il vecchio prete della chiesa di Ellauri. Non aggiunse: Onora il padre e la madre, a patto che essi meritino gli onori. Ma forse questo era implicito nel comandamento. Non lo aggiunse, pertanto onoro mio padre sebbene lui non meriti che io lo onori. Onoro mio padre per pigrizia […] perché mi ha contagiato il denaro, perché sono un lebbroso del comfort, perché le ottantamila persone che quotidianamente muoiono di fame in questo mondo mi importano meno dell’ipocrita macchia sulla mia puritana coscienza, perché, perché. Onoro mio padre perché mi disonoro.

Chi è Ramón Budiño? Nonostante i suoi quarantun anni, una moglie, un figlio e un’avviata attività di tour operator la risposta che Ramón si da è sempre la stessa: è il figlio di Edmundo Budiño, uomo cinico, imprenditore spregiudicato, editore opportunista e, proprio per queste ragioni, Eroe della Patria. Nessun’altra identità è possibile né per lui né per il figlio Gustavo, che per tutti è il nipote di Edmundo Budiño.
Ramón odia il padre che ha tradito l’immagine amorevole mostrata nell’infanzia e ha causato alla madre tante sofferenze da farle perdere la voglia di vivere: il papà che lo consolava di notte dopo un brutto sogno si è trasformato nel Vecchio, epiteto con cui tutta la famiglia si rivolge a Edmundo. Per riuscire ad essere finalmente adulto e responsabile delle sue azioni, Ramón decide di uccidere il padre: solo così potrà essere libero dagli schemi in cui si trova prigioniero.
Amore e odio, passione e rassegnazione, originalità e conformismo, libertà e sensi di colpa, vita e morte sono gli opposti attraverso cui si sviluppa tutta la narrazione: l’odio per il padre rende Ramón passivo, incapace di intraprendere nuove vie e di misurarsi in una relazione autentica con la moglie e il figlio; l’amore e la passione sessuale sono, di contro, la linfa a cui attingere per realizzare azioni straordinarie, lasciandosi alle spalle la sicurezza della routine.
Strettamente intrecciate alle vicende personali di Ramón, ci sono l’Uruguay e gli uruguayani con il loro opportunismo politico, la ricerca della comodità (scambiata per progresso sociale) e l’asservimento nei confronti degli Stati Uniti. L’unico occhio in grado di mettere a nudo le debolezze della Patria è proprio quello del Vecchio, che non esita a sfruttare le debolezze altrui per fini personali: la sua morte rappresenterà, nelle intenzioni di Ramón, la caduta delle ipocrisie e dei falsi moralismi.
Mi piace la mia città; sento che in un certo modo ne faccio parte. Guardo questi uomini e donne opachi, meschinamente calcolatori, fanatici del dettaglio, euforicamente miopi, dal cuore esplosivo, ma sprovveduto, che sfilano, due su cinque, e lasciano la loro carità da due soldi nella mano sporca e tesa dell’invalida e prepotente cicciona, la mendicante unica, la mendicante-eccezione che, più tardi, con la sua impeccabile gamba artificiale, si trasformerà nella fiorente proprietaria di vari immobili; guardo questi cultori dell’elemosina, questi filantropi della domenica, e sebbene io non offra la mia moneta, sento che in un qualche modo loro mi rappresentano e rappresentano il paese, perché tutti vogliamo il cielo a buon mercato, il lavoro a buon mercato, il potere a buon mercato, la pensione a buon mercato, tutti vogliamo che la vita ci costi meno che alla maggioranza dei mortali, e per riuscirci non importa se il mezzo è la truffa, l’elemosina, la spintarella, l’invalida promessa o la finta invalidità. Tutti vogliamo sfruttare la situazione, fregare qualcuno per salvare l’onore; l’unico modo per maturare consapevolezza delle proprie forze è commettere una minima indecenza che ci metta al riparo dal più aggressivo di tutti i sospetti, una modica scorrettezza che impedisca agli altri di parlare della nostra stoltezza, l’intollerabile stoltezza dell’onesto. Un conto è essere buoni e un altro, molto diverso, è essere presi per idioti. Questa frase dovrebbe essere incisa sullo stemma nazionale.

L’io narrante è la voce triste di Ramón; non è un narratore onnisciente e in alcuni passaggi la sua voce è sostituita da quella di altri personaggi, sempre donne, che arricchiscono la caratterizzazione dei due protagonisti (il Vecchio e Ramón) ampliando l’orizzonte del lettore che può così costruirsi la propria opinione sugli avvenimenti componendo le suggestioni che arrivano da diverse angolature.
Una soffusa malinconia pervade il romanzo sin dalle prime pagine comunicando al lettore in maniera inequivocabile che non c’è alcuna via d’uscita per l’incapacità di essere felici che sembra essere il tratto dominante degli uomini e delle donne che si trovano tra il Rio de la Plata, l’oceano Atlantico e il Brasile.
Ecco perché esitiamo. Forse perché non ci rassegniamo al minuto unico e felice. Preferiamo perderlo, lasciarlo trascorrere senza fare nemmeno il ragionevole tentativo di afferrarlo. Preferiamo perdere tutto, piuttosto che ammettere che si tratta dell’unica possibilità e che questa possibilità è solo un minuto e non una lunga, impeccabile esistenza.
Profile Image for Bernat.
48 reviews3 followers
March 27, 2023
Primera novela que leo de Benedetti y me ha encantado. Los recuerdos, pensamientos y acciones de Ramón, envueltos en esta prosa poética que nos brida el autor son excepcionales.
Profile Image for Sergio.
2 reviews4 followers
December 28, 2014
Un 4, con sabor a 5, algo no me deja darle el máximo, sin embargo es una lectura encantadora, amena, tranquila y muy emocionante.

Desde el capítulo 1, que nos da un divertido panorama de la situación actual de toda nuestra parte del continente y ese sentir en común así como lo que ocurre cuando vemos venir inevitablemente las desgracias y los problemas. pasando por el resto de los capítulos donde nos da una probada del pasado y como se ha dado la situación actual, en los que no se puede dejar de lado ese lado poético y artístico de Benedetti, pese a que se trate de prosa. No obstante lo que se siente por todos lados es el sentido Latinoamericano (o de América Latina) en la manera de escribir, los encuentros que hay entre los personajes son tan interesantes y nos muestran de manera tan viva los problemas, tanto políticos como emocionales con los que uno se podría sentir identificado, así como perspectivas de algunos personajes que se relacionan directa o indirectamente con el gran problema que representa Edmundo Budiño. En uno de los últimos capítulos cambia el ritmo de la lectura, sabiendo Benedetti tratar el tema de lo que se ve venir, dando al final otro cambio al ritmo que nos da un reflejo de la derrota a la que se enfrentan no solo uno sino varios de los personajes, y no solo por lo que ocurre, sino por todo lo que no ocurrió en el presente y también en el pasado. Gracias por el fuego.
Profile Image for Graciela.
147 reviews15 followers
December 11, 2018
Un excelente libro al que se le puede dar distintos enfoques, algunos centrarían su atención en su contexto político, en la descripción de un país sin fondo y en el personaje corrupto y sin escrúpulos que lo acompaña, o bien en las pasiones de la vida que para unos puede ser el sexo y para otros la sola ambición de dinero y poder, yo solo puedo decir, que el sentimiento que más me toco al leer a Benedetti fue el de la pena, el de una amarga soledad que marca la infelicidad contenida y resentida de un personaje que no perdona y que por lo mismo no supera el haber perdido el amor y el respeto hacia su padre...
El final es grande, justo a la medida de los personajes... te deja un dolor compartido.
Profile Image for jpm.
167 reviews12 followers
June 11, 2018
Notevole. Narrazione notevole. Un grande scrittore Mario Benedetti.
Profile Image for Sebastián.
138 reviews25 followers
March 7, 2021
Una buena novela, con un inicio un poco confuso. Merece otra lectura.
Profile Image for Julio Bernad.
486 reviews196 followers
August 25, 2021
Benedetti me enamoro en La tregua, su sensibilidad me derribo. En este, su Gracias por el fuego, me he encontrado con esa misma sensibilidad, esas misma forma de hablar del deseo, del placer, de ese misterio que es amar -que cursi, dios santo-, pero no me ha seducido en absoluto. Puede que no haya conectado lo suficiente con la historia, puede que el formato de diálogos alternados con monólogos interiores interminables haya sido lo que me haya impedido disfrutar tanto como quisiera esta novela; tal vez el final me haya parecido excesivamente melodramático -aunque lo dudo puesto que ame La tregua-.

O puede, simplemente, que yo quiera a mi padre. No se.
Profile Image for Samuel M.C.
116 reviews
December 6, 2022
Mi relación con este libro es bipolar, ya que Ramón Budiño es un personaje con el cual es imposible no encariñarse o sentir química. Y, es algo que te puedes llevar como una enseñanza para bien o para mal. La frustración que nuestro protagonista siente, no es nada alejada de realidad; sino por el contrario, situaciones muy cotidianas que le pasan a cualquier humano. Además de que es algo que se le da muy bien a Benedetti en su obra, al reflejar situaciones personales tan complejas pero tan simples en sus personajes.

No obstante, hay algo en el final de la historia que no me termina de convencer y no cuadra, por lo cual, siento que en ciertos puntos, a la historia le faltó profundidad. Y a veces el juego narrativo que existe entre el narrador omnisciente, el monólogo de Budiño y los diálogos, hacen que el ritmo de lectura sea irregular.

Aún así, no cabe duda, que es una gran obra de Benedetti y de la literatura uruguaya. Lo que nos hace reflexionar muy bien y plantea una crítica perfecta contra nuestra sociedad y el individuo.
Profile Image for Roberto.
627 reviews1 follower
August 25, 2017
La storia è ambientata in Uruguay negli anni 50. Il personaggio centrale è il miliardario Edmundo Budiño, il Vecchio a cui tutti, figli compresi, danno del lei.

Il libro è un lungo monologo del figlio Ramon che, in un certo momento della sua vita ha visto scomparire il “padre”; al suo posto si è trovato il Vecchio. Il padre è diventato ricco, cinico, ricattatore, corruttore, pericoloso. Un uomo che negli altri vede solo gli aspetti peggiori, le debolezze a cui lui non cede. Ramon ricorda i suoi pochi amori, la sua infanzia, la madre, i tentativi di dialogo con il figlio ribelle Gustavo, il suo lavoro della agenzia di viaggi.

“Non sono mai stato Ramón Budiño, ma il figlio di Edmundo Budiño. Mio figlio non sarà mai Gustavo Budiño, ma il nipote di Edmundo Budiño. Perfino il nonno, negli ultimi anni, è stato soltanto il padre di Edmundo Budiño”

Nell’ultimo dialogo con il Vecchio questi si apre del tutto davanti a suo figlio: il ricatto per tacitare il giornalista di opposizione, l’archivio con tutti i segreti degli amici e dei nemici, la sua convinzione che tutti abbiano un prezzo. Ramon si rende conto che anche lui è in trappola: non può evitare di considerare che fu quel denaro sporco a permettergli di vivere bene. Deve risolvere il dilemma, anche per dare qualcosa di “onesto” a Gustavo e non perderlo del tutto.
Il finale a questo punto diventa un fatto inevitabile. Qualcuno deve morire per espiare la colpa accumulata.

“Niente vale la pena. Questo paese è una merda. La prova è che nessuno ha avuto abbastanza coglioni da ammazzarmi. Prendi nota. Se un giorno qualcuno mi ammazza, allora può darsi che questo paese abbia una via d’uscita, possa salvarsi. Non è sicuro, ma almeno ci sarà una possibilità. Se invece muoio tranquillamente nel mio letto, assistito da quell’imbecille del mio medico, da quel coglione di mio figlio, dalla mia bella nuora, dal mio vispo nipote, da quell’avvoltoio del mio notaio, e anche dagli occhi lucidi dei miei presunti eredi, se muoio tranquillamente della mia emorragia cerebrale o del mio infarto privato, allora vorrà dire che questo paese è fottuto, che ha perso per sempre i suoi riflessi”

Alcune sezioni del libro sono molto belle e molto ben scritte. Ho trovato però le varie parti poco legate e piene di riferimenti alla storia uruguaiana, a me poco nota, che hanno rallentato un po’ la lettura.
Profile Image for Lucía.
17 reviews4 followers
June 7, 2025
La verdad los primeros capítulos del libro los tuve que volver a leer por que no lograba entender si hablaban del presente pasado o futuro, y luego muchos nombres de personajes que después ni salían, y luego escuchar en el club de lectura que a Alan le dio risa el primer capitulo me frustró mas jajaja y luego capítulos de una hora😵‍💫 (el capitulo 4 byeeee) jajaja .
Creo que hubo capítulos que si hubieran omitido el libro hubiera estado mejor.
nos presentan a Ramon y vemos toda su historia el como odia tanto a su papá pero esta siendo igual o peor que el, y que decide que quiere matarlo pero yo dije es un cobarde no lo hará, era un mujeriego e infiel , quería hacer lo correcto pero no se atrevía, quería ser un mejor padre pero tampoco lo hacia, no podía superar la perdida de su mamá, su mente no lo dejaba en paz, creo que ese es un tema que hoy en día muchas personas batallamos y solo dire una cosa mas; NO CREO QUE UNA PERSONA QUE SE SUICIDA SEA COBARDE ;(
This entire review has been hidden because of spoilers.
Profile Image for Sarah.
45 reviews114 followers
January 11, 2013
Una bellezza sconcertante. 6 stelle, se ci fossero.

Istantanea di un paese e di un'epoca, trama appassionante e drammatica, acuta introspezione psicologica, impeccabile e profonda esplorazione dell'amore e dell'odio (le due dolorose e speculari facce della stessa medaglia), prosa lirica e mai pesante: non manca nulla, in questo romanzo dalla bellezza sconcertante.
Nemmeno la straordinaria poesia "Corazón coraza".
Profile Image for guao!a.
270 reviews20 followers
January 24, 2022
3.5
“𝘈 𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘢𝘭𝘵𝘶𝘳𝘢, 𝘺𝘢 𝘩𝘦 𝘳𝘦𝘯𝘶𝘯𝘤𝘪𝘢𝘥𝘰 𝘢 𝘱𝘦𝘯𝘦𝘵𝘳𝘢𝘳 𝘦𝘭 𝘷𝘦𝘳𝘥𝘢𝘥𝘦𝘳𝘰 𝘮𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘥𝘦 𝘮𝘪 𝘩𝘪𝘫𝘰, 𝘤𝘭𝘢𝘶𝘴𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘮𝘪, ¿𝘢𝘣𝘪𝘦𝘳𝘵𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘲𝘶𝘪𝘦́𝘯? 𝘓𝘢 𝘴𝘦𝘯𝘴𝘢𝘤𝘪𝘰́𝘯 𝘦𝘴𝘤𝘢𝘭𝘰𝘧𝘳𝘪𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘥𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘪𝘳𝘢 𝘢 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘪𝘦𝘯 𝘱𝘰𝘳 𝘴𝘰𝘣𝘳𝘦 𝘮𝘪 𝘩𝘰𝘮𝘣𝘳𝘰, 𝘣𝘶𝘴𝘤𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘢 𝘭𝘢 𝘷𝘦𝘻 𝘰𝘱𝘰𝘴𝘪𝘤𝘪𝘰́𝘯 𝘺 𝘱𝘳𝘰𝘵𝘦𝘤𝘤𝘪𝘰́𝘯, 𝘦𝘯𝘦𝘮𝘪𝘴𝘵𝘢𝘥 𝘺 𝘢𝘺𝘶𝘥𝘢.”

El primer capítulo es maravilloso, hasta podría funcionar solo
Profile Image for Daniel Gómez.
7 reviews
January 22, 2018
Un libro que, en mi opinión se queda a medias en demasiados aspectos. A medias entiendes el odio por su padre, a medias entiendes el amor que siente, a medias empatizas con el protagonista. Aun así, excelente la narrativa de Benedetti y sus ideas.
Profile Image for German Aguirre.
18 reviews1 follower
April 15, 2020
Reflexión de la sociedad uruguaya contemporánea que fácilmente se adapta a cualquier país de américa latina (no latinoamerica) como dice Ramón Budiño, El privilegio, el machismo y la corrupción siempre como constante en la historia de estas tierras. Ademas una historia bastante entretenida.
Profile Image for Daniela Bernal.
16 reviews
December 8, 2023
Definitivamente este libro merece 4.5 estrellas. Una vez más, Mario Benedetti, con esta novela, me confirma por qué es mi escritor favorito, ya que me hizo vivir miles de emociones y sentimientos: me hizo llorar, me hizo reír y sobre todo, sentir nostalgia.
Me encantó estar en la mente de Ramón Budiño por un rato y revivir, junto con él, sus memorias de la infancia (las cuáles fueron lo que más disfruté de la historia), sus creencias, sus posturas, sus sentimientos más profundos y su vida en general.
Me encanta que la novela es un reflejo constante de lo que se vive en Latinoamérica, cualquier latino que la lea se podría sentir identificado con la historia política y social de lo que pasa en "Gracias por el Fuego". Es una gran crítica hacia los gobiernos llenos de corrupción, en dónde unos pocos, por ejemplo, el papá de Ramón, se ven favorecidos por el sistema, mientras que la mayoría de la población se encuentra viviendo en una injusticia total. También habla del conformismo (y como ende, la evitación de un cambio) y de la discriminación de lo propio. Ramón es una representación de lo que siente todo Uruguay con respecto a su gobierno y sociedad durante esa época (años 60s).
El final es completamente inesperado, quedé sorprendida y tiene todo un toque a tragedia griega jajaja, me fascinó. También me fascinaron los toques poéticos dentro de la historia, la hace, a mí parecer, verdaderamente hermosa y digna de leer.
Profile Image for Manuel Valencia.
175 reviews2 followers
April 11, 2022
El relato es crudo, desnuda la personalidad de varios de sus personajes, sus "valores" hinchados, cínicos, una sociedad Latinoamericana manipulada por la política y la imagen pública.
Displaying 1 - 30 of 268 reviews

Can't find what you're looking for?

Get help and learn more about the design.