Os deuses são felizes. Vivem a vida calma das raízes. Seus desejos o Fado não oprime. Ou, oprimindo, redime Com a vida imortal. Não há Sombras ou outros que os contristem. E, além disto, não existem... (10/7/1920) Organização, ensaio biobibliográfico, apresentação e notas de Jane Tutikian Fernando Pessoa nasceu em 1888, em Lisboa. Inventou vários heterônimos personagens com vidas, personalidades e estilos de escrita próprios e sob o nome deles escreveu grande parte de sua obra poética. É autor de alguns dos mais belos versos da língua portuguesa, além de nome-chave da poesia moderna. Morreu em 1935, deixando uma arca repleta de papéis, com milhares de obras inéditas e anotações. Com base nesta arca foi organizada, a partir dos anos 50, sua poesia inédita, que o leitor ora tem em mãos, seguida de seus poemas dramáticos parte menos conhecida, porém não menos interessante, da obra de Fernando Pessoa.
Fernando António Nogueira Pessoa was a poet and writer.
It is sometimes said that the four greatest Portuguese poets of modern times are Fernando Pessoa. The statement is possible since Pessoa, whose name means ‘person’ in Portuguese, had three alter egos who wrote in styles completely different from his own. In fact Pessoa wrote under dozens of names, but Alberto Caeiro, Ricardo Reis and Álvaro de Campos were – their creator claimed – full-fledged individuals who wrote things that he himself would never or could never write. He dubbed them ‘heteronyms’ rather than pseudonyms, since they were not false names but “other names”, belonging to distinct literary personalities. Not only were their styles different; they thought differently, they had different religious and political views, different aesthetic sensibilities, different social temperaments. And each produced a large body of poetry. Álvaro de Campos and Ricardo Reis also signed dozens of pages of prose.
The critic Harold Bloom referred to him in the book The Western Canon as the most representative poet of the twentieth century, along with Pablo Neruda.
"Tenho esperança? Não tenho.Tenho vontade de a ter?Não sei. Ignoro a que venho, Quero dormir e esquecer"
Confesso que me identifiquei muito nesse ser, é a própria biografia dele, com poesias, algumas certinhas e outras mais desleixadas (do jeito que eu gosto).
Sinto que suas palavras sobre o cansaço de pensar, a dor não ser/ fazer, a eterna insuficiência consigo mesmo, a intensa conexão com os sonhos, entre outras coisas foram tiradas exatamente da minha vida. Obrigado por isso.