Neste quarto romance de Daniel Galera, um professor de educação física busca refúgio em Garopaba, um pequeno balneário de Santa Catarina, após a morte do pai. O protagonista (cujo nome não conhecemos) se afasta da relação conturbada com os outros membros da família e mergulha em um isolamento geográfico e psicológico. Ao mesmo tempo, ele empreende a busca pela verdade no caso da morte do avô, o misterioso Gaudério, que teria sido assassinado décadas antes na mesma Garopaba, na época apenas uma vila de pescadores.
Sempre acompanhado por Beta, cadela do falecido pai, o professor esquadrinha as lacunas do pouco que lhe é revelado, a contragosto, pelos moradores mais antigos da cidade. Portador de uma condição neurológica congênita que o obriga a interagir com as outras pessoas de modo peculiar, o professor estabelece relações com alguns moradores: uma garçonete e seu filho pequeno, os alunos da natação, um budista histriônico, a secretária de uma agência turística de passeios. Aos poucos, ele vai reunindo as peças que talvez lhe permitam entender melhor a própria história.
É também com lacunas e peças aparentemente díspares que Galera constrói sua narrativa. Dotado de um senso impecável de ritmo, ele alterna descrições ricas em sutileza e detalhamento com diálogos ágeis e de rara verossimilhança, que dão vida a um elenco de personagens inesquecíveis.
Barba ensopada de sangue resgata e leva às últimas consequências temas e conflitos das obras anteriores do autor, tais como: a construção da identidade e, nesse processo, as dificuldades que enfrentamos para entender e reconhecer os outros; a necessidade inconfessa de uma reparação talvez inviável; a busca pela unidade entre mente e corpo; o consolo afetivo que o contato com a natureza e os animais é capaz de nos proporcionar; os diversos tipos de violência que podem irromper em meio a uma existência domesticada.
Daniel Galera is a Brazilian writer, translator and editor. He was born in São Paulo, but was raised and spent most of his life in Porto Alegre, until 2005 when he went back to São Paulo. He is considered by critics to be one of the most influential young authors in Brazilian literature. Daniel is one of the founders of the publishing house Livros do Mal and had some of his works adapted into plays and movies.
An incredibly rich read in intricate atmospheric details, a narrative requiring the reader to enjoy the journey not just the destination. Beautifully written combining, mystery, existentialism, complexities of relationships, love, self discovery, myth, legend, memories, YES! Somehow it all meshes together creating a memorable reading adventure with an unforgettable protagonist.
Despite the hodgepodge the narrative offers, it possesses a subtle complexity, rather captivating and hypnotic. The protagonist digs deep without dragging casualties down with him. Heavy in meaning, yet obtainable in exteriority.
Simplistically potent best describes the lush prose, challenging the reader until the very end. Those craving a true literary experience offering a tableau of cerebral engagement – this author along with his accomplished work is for you.
Daniel Galera, a rising voice in Brazilian literature, remember the name, savor his work.
Blood-Drenched Beard is – let me say it straight out – an extraordinary book. It’s a book about the limitations of memory, the inevitability of fate, the distinction between myth and legend, and the boundaries of forgiveness.
And if all that sounds too heavy, let me add that it’s an extremely accessible tale, expertly translated, with a unique and original character that earns his place as one of the more memorable protagonists in contemporary literature.
The character is unnamed. We know that he is somewhat unmoored, an excellent ocean swimmer, who moves to the Atlantic resort town of Garopaba with his father’s old dog Beta after his father kills himself. The town is stingy with its secrets; the man’s grandfather, a larger-than-life old gaucho, was supposedly murdered there by fellow villagers. Or was he?
The young man is not only nameless, he also suffers from a rare neurological condition called prosopagnosia; he cannot recall faces, even his own. While he struggles with his own congenital memory black-out, the village seems to suffer from its own; no one can quite remember much about the grandfather and how he died.
In many ways, the character’s trajectory resembles Joseph Campell’s The Hero’s Journey. In this archetypal monomyth, the hero receives a call – a call that he at first ignores – to head off into the unknown. There his guide or magical helper (Beta) appears and together, they cross the threshold into danger, facing a series of tasks and ordeals. In the end, the hero returns, free from the fear of death…which in turn gives him the freedom to live authentically.
Our character is given this advice: “Don’t invest too much energy in these things. Folk tales can bury reality forever. You’ll only be able to reconstruct what really happened up to a certain point. The rest becomes legend.” On his Hero’s Journey, our hero discovers the stuff that legends are made of. The tale is mythic and yet grounded and in many ways, foretold and fated.
The book is also beautifully atmospheric. I felt I was right there in Porto Alegre, and could smell the salty ocean and hear the resort sounds. And any avid dog-lover will connect to this core story of a man and his dog.
One more thing I feel compelled to mention. The Guardian’s Justin Cartwright wrote a particularly mean-spirited review about the “shameful translation.” I’ve read a number of translated books and this translation – by Alison Entrekin – is absolutely luminous, drawing me into the novel without hitting a false note. The new year isn’t even upon us yet and I think I can safely say that this book will be in my Top Ten for 2015. Bravo!
Praia de Garopaba (actualidade) - Estado de Santa Catarina - Brasil
4 Estrelas Catarinenses
"O amor é o coração do desespero." (Pág. 281)
“Barba Ensopada de Sangue” (2012) é o quarto romance do escritor brasileiro Daniel Galera (n. 1979). “Barba Ensopada de Sangue” começa com o narrador, de quem não sabemos o nome, a ter uma conversa com o seu pai, que lhe faz vários pedidos e várias revelações: uma delas, que o seu avô Guadério foi brutalmente assassinado, nos anos 60, em Garopaba, uma pequena aldeia piscatória, um magnífico “balneário”, no litoral do Estado de Santa Catarina, um município criado em 1666 por imigrantes açorianos, quase todos provenientes da Ilha Terceira. O jovem narrador, formado em educação física, atleta do triatlo e professor de natação em Porto Alegre, tem uma doença rara - a prosopagnosia, isto é, a “incapacidade de reconhecer (também conhecida como cegueira para feições) era, até muito recentemente, tratada como uma desordem rara da percepção da face, na qual a capacidade de reconhecer os rostos está danificada, embora a de reconhecer objectos pudesse estar relativamente intacta. Até recentemente a desordem estava associada somente a alguma lesão cerebral ou a doenças neurológicas que afectam áreas específicas do cérebro, embora os casos de prosopagnosia congénita ou desenvolvida estejam sendo relatados com frequência crescente.” (fonte Wikipédia) – e enfrentando vários acontecimentos traumáticos, decide começar uma “nova” vida em Garopaba, alugando um apartamento na praia, trabalhando como professor de natação; procurando e investigando sobre a morte do seu avô (que tem o mesmo rosto do que o seu), um homem enigmático, de amores e paixões violentas. A história do narrador e a história do seu avô desenvolvem-se em paralelo, num isolamento geográfico e espiritual, procurando respostas para as perguntas que dominam essa misteriosa morte, numa "viagem", que serve, simultaneamente, para efectuar um percurso de identificação pessoal e de reencontro emocional, sobre a verdade e a mentira, sobre os segredos e a traição, sobre o amor e os desencontros amorosos, sobre as memórias e o destino. A escrita e a sonoridade do português do Brasil deDaniel Galeraé excelente, por vezes, excessivamente descritiva, revelando e construindo um romance dominado por cenários deslumbrantes, a beleza da praia de Garopaba, o fascínio do oceano Atlântico, as áreas circundantes, cercadas pela Mata Atlântica; com personagens inesquecíveis, incluindo, a cachorra Beta, uma “herança” do pai do narrador; num enredo habilmente construído, com um suspense intenso, numa caracterização admirável, histórica e cultural, de uma região geográfica brasileira e das suas gentes; onde o leitor é habilmente manipulado e que tem um final espectacular. Agora vou ler o conto de Jorge Luís Borges”O Sul”…
Booktrailer produzido para o Prémio Portugal Telecom de Literatura 2013 (venceu a obra "O Sonâmbulo Amador" do escritor brasileiro José Luiz Passos), inspirado no romance finalista "Barba Ensopada de Sangue", de Daniel Galera.
Ne možeš da je ne primetiš u knjižari. Staneš i razmišljaš šta bi mogao da znači naslov. Ja sam zamišljao Nema zemlje za starce. Moja supruga zbog naslova zaobilazi ovaj deo naše police sa knjigama.
Brada natopljena krvlju je daleko od nekakvog zastrašujućeg nasilja. Roman brazilskog pisca, koji je u vreme izlaska imao 35 godina, sa interesantnim protagonistom i bogat detaljima. Dok ga čitaš, shvataš zašto su neke knjige literatura i zašto imaju moć da te prebace na neko drugo mesto, u nečiji život. Kako kažu - čitalac proživi hiljade života, a onaj koji ne čita, samo jedan?
On (uvek je on, nikad mu ne saznajemo ime) se nakon porodične tragedije doseljava u Garopabu, primorski gradić na jugu Brazila. Običan i ne baš razvijen gradić izvan turističke sezone, ali jedan od "junaka" romana. Osećao sam potrebu da odem tamo - ili barem... Kako bi bilo stanovati u Kotoru ili na Samosu, tokom zime?
Imamo tu jednu misteriju, imamo životnu filozofijju, ali imamo i njegov psihički poremećaj. On ne pamti lica ljudi. Mislim, uopšte ih ne pamti. Nije u stanju da zapamti lice oca, devojke ili starih drugara. Zar nije samo ovo nešto zbog čega poželiš da pročitaš Bradu?
A really very slow read, I have been struggling with this book for months. MONTHS. At times it just feels like a listing of what main character does in one day and that style is really dry and not very rich or interesting at all. There are no markers for dialogues (no quotation marks and the like), so it was at times confusing and hard to find where one text block was ending and a dialogue was beginning. My favorite character was Beta the dog, I liked her a lot since she was the most vivid and strong character in the book. That being said, the author obviously had a concept and took the trouble to write such a long book, and that gets my respect.
Ovo je jedan od onih romana koji hodaju po ivici žileta: s jedne strane je ordinarno pišanje uz vetar, a s druge... pa, dosta i svakovrsnog potencijala. Galera se tom ivicom tetura sa gotovo jednakim brojem padova na obe strane, podižući se, najčešće, na štakama opštih mesta.
Prvo dobro: uvodnih dvadesetak strana je zaista odlično napisao. Drugo dobro je kuče: naratorov odnos prema psu (koji postaje njegov pod nesvakidašnjim okolnostima, te kroz roman refleksija svačega nečega) razvijen je najstrpljivije i najdublje, pa je najprirodniji, iako često zaliči na nekakvog deus ex machina sipača soka od cvekle inače anemičnom liku. Ostalo je smenjivanje „c! dooobro“ , aj da vim šta ćeš sovim“ i „ma daaaj bre“, ali nekim čudom konačni rezultat nije baš totalna bljuzga i nije dosadno, pa bih verovatno čitala ako se (ovako korektno) prevede još nešto. Daniel Galera ima prijatan ton, pažljiv je posmatrač i pametan pitač, al’ što voli da kinđuri, to je čudo jedno! Ovde ima: samoubistvo/eutanazija, začudni mentalni poremećaj (i kao alegorija je začudan), cezarovsko/orijentekspresno ubistvo sa marvelovskim obrtom (posle se vozdigne i Dedpul, da), misterioznih masakriranja u primorskoj palanci (van sezone!), karme, nirvane i priručnog pop budizma, kuća od kitove masti, hodočašća usred potpoa, plivanja protiv smrti, Vitgenštajna, svojevrsnog iredentizma, Čola-Tozovac tabadžija, zakopana blaga koja se otkopavaju u fatalnim snovima, više odlazaka u pičkulepumaterinu i još najmanje dva džaka svakovrsne građe, uključujući i finalnu tiradu o metafizici praštanja. Žene su uglavnom seksualno isfrustrirane beskrupolozne kučketine, a muškarci neupotrebljive amorfne mase (kad ne piju ili pecaju), dok bi glavna tema mogla biti krv, kao nasleđe predaka, u bradi, kao emanaciji zrelosti. U toj zrelosti i jeste problem: ne kažem da osoba od tridesetak godina nije sposobna da napiše knjigu od četristo strana na temu otac-sin-ko-sam-ja, ali evo ovaj primer potvrđuje da će to uraditi grlom u jagode.
Ne bih da umrem prosta, pa molim svetavidevše da mi objasne zašto, pobogu, osoba koja živi u ribolovačkom mestu i praktično na plaži, svaki bogovetni obrok sprema od smrznute ribe.
Seaside Samba to Sound of Waves and Crosswinds Estranhas Rostos
The protagonist's dad tells a tale of his father being murdered under mysterious circumstances in a small fishing village on the Brazilian coast. After dad dies, our narrator, a PE teacher and triathlete with a rare cognitive disorder called prosopagnosia (or, "face blindness") with no real ties to his hometown, departs for the coastal town of his grandfather's demise with dad's 15-year-old dog.
The author's beautiful prose sings the surreal atmosphere of a small Brasilian seaside town as our guy (who never meets anyone who's not a stranger) endeavors, at least initially, to discover what happened to his grandfather.
This superb novel carries the reader on a moody, sometimes haunting, journey through a unique cast of characters, including 3 girlfriends, a rowdy friend, the strange and hostile town, the ocean and its whales, as well as into a mountainous region on a strange walk-about of self-discovery filled with mirrors of the past and present, as we discover and contemplate fate v. determinism, the ephemeral nature of love (familial and amorous), loyalty among family and of man's best friend, and the human capability (or not) of forgiveness (and not just lip service to it).
Daniel Galera reminds me of Márquez in his rhythmic prose and hazy, contemplative themes. He may ultimately be destined for a similar plateau (in Portuguese); seems he's well on his way with a Blood-Drenched Beard.
Hakkında hiçbir şey bilmeden, duymadan başladığım Kana Bulanmış Sakal, son zamanlarda okurken bana en çok keyif veren metinlerden biri oldu. Hikaye açısından fazla şey vaat ettiğini söylemek zor, kitap boyu devam eden gizem dahi aslında oldukça tahmin edilebilir bir şekilde sonuçlanıyor. Ancak kurgu her ne kadar basit olsa da Brezilyalı yazar Daniel Galera'nın bence çok iyi başardığı başka şeyler var.
Galera çok ilginç bir şey yapıp başkarakterimizin kitabın sonundan sonra başından geçenleri daha giriş kısmında bize özetliyor. Bu nedenle kitap boyu olayların nasıl sonuçlanacağını çok da merak etmemize gerek kalmıyor. Ve daha ilk bölümde ismini bilmediğimiz başkarakterimizle intihar etmeye karar veren babası arasındaki konuşmaya tanık olarak farklı bir kitap okuyacağımızı anlıyoruz. Bu farklılığın en büyük sebebi kitabın anlatım şekli. Galera'nın üçüncü tekil şahıs ve şimdiki zaman kipindeki anlatımı sayesinde olmuş bitmiş bir şeyi dinlemek yerine o an gerçekleşen olaylara tanık oluyormuşuz izlenimi oluşuyor okurda. Burada bir çelişki olduğunun farkındayım, çünkü daha giriş bölümünde başkarakterin kaderi bize açık edilmişti. Buna rağmen anlatımın canlılığı rahatsız etmiyor, hatta bende gerçekçi bir roman değil de mitolojik bir kahramanın hikayesini dinliyormuşum hissi dahi uyandırdı. Bu mitolojik kahraman meselesini açacağım, ama önce anlatımın birkaç alametifarikasını daha belirtmem lazım. İlk olarak Galera çok fazla betimlemeye yer vermiş, bu sayede hem olayların gerçekleştiği sahneleri zihinde canlandırmak daha kolaylaşmış hem de kitabın "okurun okumasıyla eşzamanlı sahnelenen bir oyun" havası güçlenmiş. Anlatımın bir diğer özelliği de diyaloglar dahil her şeyin paragraflara yedirilmiş olması. Bazen diyaloglar paragraf başlarıyla ayrılıyor ama bazen de tek bir paragraf içinde konuşmaların art arda verildiğini görüyoruz. Bu durum takibi biraz zorlaştırıyor tabi, ama diyalogları okuyor değil de dinliyormuş izlenimi oluşturarak betimlemelerin esere kazandırdığı görselliğe katkı sağladığı da bir gerçek.
Mitolojik kahraman benzetmemin anlatımdan başka sebepleri de var. Öncelikle karakterimizin bir adı yok, yazar kendisine "adam" diye hitap ediyor. Ve daha -yukarıda da bahsettiğim- giriş bölümünde adamdan bir efsaneymiş gibi söz ediliyor. Burada biraz sürprizbozan vereceğim ama bunun kitaptan alacağınız zevki baltalayacağını düşünmüyorum. İlk bölümde adamın babasının intihara karar verdiğini öğreniyoruz, ve baba bu kararla beraber adama iki miras bırakıyor. İlki on beş senelik köpeği, Beta, babanın talebi köpeğin kendisinin yokluğuna dayanamayacağı düşüncesiyle uyutulması. İkinci miras ise bir bilgi, adamın dedesinin vaktiyle deniz kenarında bir kasabada yaşadığı ve orada öldürüldüğü. Bu iki miras kahramanımızın hikayesi için temel araçlar haline geliyor: ikinci miras kahramanımızın yolculuğu için motivasyon, ilki ise bu yolculukta ona yoldaş olarak.
Kitabın sonraki bölümleri de mitolojik bir hikayede görebileceğimiz birçok unsura sahip: cevaplanması gereken bir soru, dışarıdan bakıldığında mükemmel görünse de derinlere indikçe öyle olmadığı anlaşılan bir kasaba, yolculuk boyunca kahramana eşlik eden aşıklar ve yoldaşlar, ve tabi ki kahramanın karşısına çıkan düşmanlar. Hatta öyle ki romanın sonlarına doğru kahramanımız için dönüm noktası denilebilecek önemli bir karşılaşmayla sona eren bir 'gerçek yolculuk' dahi var. Bu arada kahramanımızın yoldaşına olan bağlılığı, ailesiyle arasında olan sorunlar (ihanet!) ve yüz körlüğü gibi bir laneti andıran bir rahatsızlığa sahip olması da bu mitolojik yolculuk izlenimimi güçlendiren diğer öğeler.
Tabi ki kitabın zayıflıkları da yok değil. Özellikle hikayenin sonu, yukarıda bahsettiğim mitolojik yolculuğun sonu olmak için güçsüz kalmış. Bir de anlatım kimi okurların hoşuna gitmeyebilir. Ancak eğer yolculuğa varış noktasından daha fazla önem veren bir okursanız Kana Bulanmış Sakal'a mutlaka şans vermeniz gerektiğini düşünüyorum. Galera'nın diğer eserlerini de Türkçede görmek çok güzel olurdu.
Blood-Drenched Beard is a very demanding read. I found many aspects of it intriguing and very well executed, but could not, ultimately, connect with the story or the lead character on a deeper level. Additionally, I thought the writing was slightly too.. quirky. To the point of being obnoxious and, as consequence, preventing the plot line from moving along and keeping me captivated.
The long descriptions and anecdote-filled plot make it a very slow-moving story, and the fact that the dialogues aren't clearly marked (no quotation marks) certainly doesn't help move things along, but overall, this is a carefully and purposely crafter, somewhat elusive noir fiction full of existential themes and grittiness. My guess is - and I could be completely wrong - that this book lost quite a lot of its soul and substance in translation, and what remains is a bit too confusing and foreign for me to fully enjoy.
There's something exotic about this book for sure. Th atmosphere is humid and hot, the plot line drags along at a very lazy, intoxicating pace and you will either love that about this book, delight in its edginess and unique charm, or you will find yourself lost and confused. Sadly, I belong to the latter group of readers.
This isn't a short book - at 400 pages long printed in a really tiny font, it's quite a challenging and energy-consuming read. However, for such a long novel, not much happens at all. The action twists are few and far between and it's more of a book about everything and nothing in particular, following a vaguely sketched theme of uncovering the truth behind a relative's mysterious death.
Perhaps this just wasn't a book for me. Perhaps I'm not familiar enough with the Brazilian culture to be able to fully appreciate it. Perhaps I'm not sophisticated enough to really enjoy it. The fact is, I was bored for most of the book, felt no real connection to the story and the characters, and was slightly annoyed by the ginormous, few-page-long footnotes filled with, well, nonsense. Whatever the reason, I did not like Blood-Drenched Beard. I hope you'll have much better luck with it!
4.75 rounded up Since Penguin sent me a finished copy of this book, if anyone is at all interested in my arc copy, I'll be happy to mail it to you (if you're in the US). Just please leave a comment.
This novel begins with a suicide foretold and the revelation that the main (unnamed) character's grandfather was killed quite possibly by an entire village who then may have proceeded to cover up the incident. At first I thought it makes for a great mystery plot, but it surprised me: not long into the novel it launches out into an amazing story, becoming much more a book about connections. The main character here suffers from a strange affliction called prosopagnosia, a condition in which a person cannot recognize faces.
While it does become sort of laggy in places, frankly, I was downright impressed with this author's talent and if his other novels are anywhere close to this good, someone should be translating more of his works. I can't thank Brooke at Penguin enough for asking me if I might be interested in reading this book. It's not one of those books that everyone's going to fall in love with, but I am one of those people who reads to appreciate what's inside someone's head, and this book does that and does it very well.
Just one more thing. Early on in the novel the main character's father advises him to read Borges' short story "The South," and after finishing this novel, I did just that. I advise anyone who is a Borges reader to do the same.
Tendo acabado de ler o livro há alguns minutos, ouso dizer que é um dos melhores romances que eu li em um bom tempo, e sem dúvida é o melhor que o Galera escreveu.
A história é uma mistura introspectiva de busca de identidade, relações pessoais, sentido da vida (?) e sobre o peso das nossas decisões.
Gosto do estilo contemporâneo do autor, mas confesso que não esperava que ele pudesse escrever um livro tão denso como esse. Uma agradabilíssima surpresa de fim de ano. Só espero que a versão para o cinema não estrague a obra.
Barba Ensopada de Sangue é o quarto romance de Daniel Galera, e minha primeira leitura do autor, de quem ouvi falar muito bem pelos blogs de literatura internerd a fora. Mas não sabia que iria gostar tanto do seu livro, uma espécie de Heart of Darkness tropical, uma jornada de autoconhecimento ou autoesquecimento bem brasileira.
Motivado pela morte do pai e pelo mistério que circunda a morte de seu avô, o protagonista, um professor de educação física que nunca ganha nome na narrativa, sendo chamado sempre de “ele”, segue para Garopaba, uma cidade litorânea em Santa Catarina, um local turístico com praias paradisíacas como centenas de outras pelo Brasil. A partir dessa premissa, a narrativa perambula entre o cotidiano da vida “fora de estação” na cidade de Garopaba e a procura sobre a verdade sobre o avô.
Com essa espinha narrativa, Galera mergulha o leitor no universo particular de Garopaba com grande precisão, perfurando as ilusões metropolitanas da suposta vida paradisíaca em uma cidade praiana no Brasil, mas com realismo, sem cair no melodrama. Mães solteiras que se drogam em festas à noite e que ralam nos restaurantes e lanchonetes que servem turistas, kiosqueiros budistas que enchem a cara e pedem dinheiro junto de tiradas filosóficas, a depressão e o sofrimento que vêem à tona nos habitantes nos períodos da baixa temporada, a mistura de violência, hedonismo, complacência e resignação dos nativos, o surrealismo dos confrontos de um período de eleições em uma cidade pequena, as novas configurações das neuroses urbanas da classe média urbana radicada nesse suposto “paraíso tropical”, a cultura dos “malucos BR” e a camada de tensão “nativos-versus-de-fora” que existe sob a película de cordialidade brasileira, prestes a se irromper, permeiam a narrativa de investigação criando uma espécie de noir-existencialista-tropical.
Ou seja, DOIDIMAIS VÉI!
Técnicas Literárias: O romance tem um meio falso começo-meio prólogo em primeira pessoa, narrando eventos pós-narrativa e depois entra de cabeça na narrativa em terceira pessoa limitada, mas sem nunca revelar o nome do protagonista.
Monólogos interiores e memórias se misturam nas cenas, transições de tempo bem feitas, e um POV narrativo desafiador, pois o protagonista tem prosopagnosia, é incapaz de reconhecer rostos.
Os diálogos, muito bem feitos por sinal, e não possuem marcadores (”disse”, “respondeu”, etc.), e muitas vezes se misturam no texto, bem ao estilo do Cormac McCarthy e vários outros autores contemporâneos.
Personagens bem construídos, com destaque para a cachorra Beta, que adorei. A pressão narrativa da vida emocional e na angústia do protagonista foi construída aos poucos, por camadas, pacientemente, até transbordar no clímax mitológico da história.
Detalhismo nihilista à moda do David Foster Wallace reforçando a falta de sentido e o absurdo dentro da vida contemporânea.
A narrativa é feita em tempo presente, que dá um certo imediatismo e contrasta com os tempos do passado no prólogo e outras interjeições de textos em itálicos narrados em primeira pessoa.
Descrições dinâmicas, algumas até poéticas e muito bem feitas, ressaltando detalhes específicos, mostrando mais do que contando e envolvendo os sentidos.
Temas, tropos e referências:
A narrativa mistura jornada de autoconhecimento e auto esquecimento, um processo de mitologização do protagonista (o processo de formação de uma lenda ou mito pessoal.
A jornada do civilizado para o selvagem (que me lembrou Heart of Darkness) é bem clara, e marcada por vários símbolos (a barba, o comportamento do protagonista, até mesmo sua linguagem muda ao longo da narrativa).
O estado de alienação, marcado no protagonista biologicamente com a prosopagnosia, junto com o perambular sem destino do protagonista lembra as narrativas existencialistas dos anos 50 e 60, o protagonista é mais um “estrangeiro” de Camus.
A narrativa lida também com existencialismo, nihilismo, budismo, a questão do destino versus livre arbítrio, a ilusão da identidade pessoal, a ilusão das memórias, ego e a violência psíquica de quando tentamos persuadir o outro.
E mais uma vez ressoa a dificuldade de sentir, de ter sentimentos autênticos e não simulados, e a busca desesperada pela experiência emocional do real sem nenhum tipo de filtro, que é o drama contemporâneo que mais aparece na maioria das expressões artísticas dos últimos vinte anos.
O protagonista me lembrou o Louco do tarô, andando a esmo com seu cachorro, guiado pela falsa dicotomia do destino e do livre-arbítrio. O companheiro animal também me fez lembrar Ulisses (junto com toda as imagens de mar, jornada, praia, barco, bote, etc. E em uma relação muito doida, porque fiz a leitura a pouco tempo, o protagonista me pareceu uma versão mais humana do Lester Ballard, o monstro barbudo e violento do Child of God, do Cormac McCarthy, mas que encontra uma forma de interromper a descida completa à pura selvageria, acredito, por conseguir refazer sua ligação emocional com a humanidade.
O romance tem versões subvertidas do tropo do Encontro com o Mestre, um desses encontros é moralmente ambíguo e o outro é violento e inesperado. Curti demais!
Recomendo o livro, é muito bom, não consegui parar de ler! Só um toque, Barba Ensopada tem uma pegada mais literária, com várias tangentes narrativas explorando o passado do protagonista, sua busca de identidade, o universo de Garopaba, seus relacionamentos, etc. e muitas delas sem fechamento, em uma imersão imagética meio cinematográfica mesmo. Eu curto, é um estilo mais na tradição dos "romances de fôlego" norte americanos (David Foster Wallace, Cormac McCarthy, Pynchon, etc.). Esteja avisado!
É um romance para fazer pensar e que dá vontade (misturada com um pouco de medo) de conhecer Garopaba. Medo porque, imagina você andando na praia e encontrar um véio barbudo lhe oferecendo flores, saiba que isso não é Impulse (piadinha para os tiozões anos 80!). Vai por mim, sai correndo e só pare em Porto Alegre vééééi! :)
Comecei as leituras de 2013 com Barba Ensopada de Sangue, o mais recente romance de Daniel Galera. Galera é um dos “jovens autores” da Granta 121 e seu conto Apneia – a bem da verdade o primeiro capítulo do romance – me impressionou bastante (conforme escrevi aqui). Barba narra a história de um atleta/professor de educação física misantropo que, após o suicídio do pai se muda de Porto Alegre para o balneário de Garopaba em Santa Catarina, cidade onde o avô havia morado nos anos sessenta e fora assassinado. Da vida na capital gaúcha leva apenas Beta a cachorra que o pai lhe confiara, num misto de abandono e alienação.
Aliás, alienação é, para mim, o grande tema do romance. E é exatamente essa alienação que guia as suas escolhas. O apartamento na beira da praia, as aulas em uma academia local, a insistência de não se envolver com ninguém, mesmo (ou em especial) com as mulheres com quem se relaciona. A única companhia que aprecia e o único afeto que realmente sente é pela cachorra. Mais ainda, o personagem é (brilhantemente) construído para ser uma pessoa normal, desinteressante, sem grandes luzes. Para completar essa construção, o personagem principal sofre de uma doença crônica que o impede de memorizar os rostos de pessoas (inclusive o seu), tornando-o, por consequência, ainda mais distante do mundo. O autor usa a doença como metáfora dos relacionamentos da Geração Y, tão incapaz de guardar rostos, como nomes, fatos, eventos, mais preocupada na sucessão de estímulos rápidos e superficiais.
O abandono também tem uma carga fortíssima no romance. O personagem principal escolhe se mudar para um balneário às vésperas do inverno, época em que a cidade se esvazia de turistas e de vida, restando apenas os habitantes e suas vidas tão absolutamente desprovidas de qualquer encanto ou magia. Sente-se o isolamento em todas as descrições do autor. As ruas vazias, as casas de veraneio fechadas. Nem mesmo a estação da pesca traz vida à cidade, cujos pescadores sofrem com a pesca industrial. A vida em Garopaba é lenta e isolada do mundo. Esse mesmo isolamento é refletido nas relações entre os personagens, que são construídas com extrema distância, com “silêncios” prolongados e uma constante sensação de inadequação por parte do professor.
Também achei extremamente interessante a visão do autor sobre a formação da personalidade e a percepção de terceiros sobre ela. Os seus personagens são propositadamente rasos, sem rumo, uma geração que não sabe exatamente o que quer e o que espera da vida. O professor se muda para o balneário sem saber muito bem porque. Não é uma busca pelo autoconhecimento, não é investigação sobre as raízes da família (ou mais especificamente sobre a morte do avô), não é nem mesmo uma fuga propriamente dita dos problemas de Porto Alegre. É apenas mais uma mudança em uma vida sem grandes perspectivas e sem grandes objetivos ou realizações. Os personagens secundários que compõem a trama também são dignos de nota: as mulheres com quem o professor se relaciona são figuras sem rumo, que não fazem a menor ideia do que fazer com as próprias vidas. Uma pesquisadora com a tese de mestrado empacada e sem rumo e uma garçonete sem futuro. Completa esse quadro Bonobo, o único amigo que faz na cidade, dono de uma pousada na Praia do Rosa, sem nenhuma ambição, simplório.
Por fim, um ponto que chama atenção no romance é a linguagem. O primeiro “choque” é a voz extremamente “gaúcha” do narrador. Não se trata, longe disso, de um romance regional, mas as referências do narrador são claramente regionais. É um romance urbano, moderno e inegavelmente gaúcho, de uma geração que quer escrever com a sua voz e não com uma voz “neutra”. Aliás, para aqueles que gostam de desafiar os limites da ficção e buscar correlações entre autor e personagens, Daniel Galera, apesar de nascido em São Paulo, passou praticamente toda a vida em Porto Alegre, tendo morado por um tempo em Garopaba.
Um livro excepcional, que vale ser lido. Grande início para 2013.
Ô que? O que eu estou lendo? Isto está mais parecendo um passeio… Onde isso vai dar? Sei… uai, tá bom sô, mas não era pra tá bom não… de quê que isso fala gente… aaaaah táaaaaaa…
Com um quê, un petit a la mode, Marguerite Duras, vamos passeando com esse personagem por cenas que beiram o absurdo da vida e você se questiona: e daí? Cadê a mensagem, pô? E quem disse mesmo, quem te ensinou que tem que ter mensagem? A mensagem está no caminho, nas trilhas, nas curvas, no improvável, no inacabado… no quase, no lastimável… são migalhas, restos.
Seria só isso se o final não fosse uma dobra com corte… um algo no ar que apesar de ser bem concreto pra quem disso precisa, é uma cortina de fumaça pra se atravessar e desvelar alguma outra paisagem.
Uma agradável busca existencialista a partir da paisagem, das sub-paisagens, dos desenhos que fazemos do mundo e de nós mesmos. “A paisagem é a mensagem”. Surpreendente!
Barba intrisa di sangue è un romanzo che ha un titolo improponibile e agghiacciante, una quarta di copertina molto ben scritta, che invoglia alla lettura del romanzo e una trama che nella parte finale si avvita su se stessa in una spirale da cui l'autore non riesce ad uscire se non attraverso cervellotici avvenimenti. Il protagonista è costretto tra sensi di colpa per un complicato rapporto col padre (morto suicida), una storia d'amore finita in modo devastante e una personalità introversa che non gli permette di coltivare stabili rapporti anche d'amicizia anche perché per una rara patologia neurologica non riesce a ricordare i volti delle persone che quindi dimentica dopo qualche minuto. Come dipanare tutte queste matasse? Partendo, raggiungendo un'amena cittadina marittima, Garopaba, in cui praticare surf, nuotare e 'inseguire' le vicissitudini complesse di un nonno che in quella stessa cittadina viene ricordato con timore. Troppi percorsi narrativi, tante linee emozionali di seguire, in definitiva: 'troppa carne al fuoco'! Tre stelle per l'idea della ricerca del proprio 'io', per il viaggio alla ricerca del nonno che è introspezione, ricerca delle proprie radici e delle paure racchiuse nell'animo del protagonista ma alla lunga diviene indigesto.
Este é um daqueles livros que passam a ser os nossos melhores amigos. Que não queremos largar, que vivemos a história juntamente com o protagonista, que não queremos que acabe, que não sabemos bem porquê e o porquê nem importa. Sabemos que adorámos e que nos encheu todas as medidas. Não alterava uma vírgula e tenho pena de não poder lê-lo novamente sem saber nada dele. Simplesmente, é fantástico.
É dificil explicar porque gostei tanto deste livro. É a história de um homem à procura do seu lugar na vida quando a vida não ajuda em nada. A escrita é muito atmosférica, mais que enredo ficam as sensações e os estados de espírito. A empatia com o protagonista, um professor de natação e trenador de triatlo com uma história familiar de tempestade perfeita, é enorme. Senti-me tão bem a ler este livro, que não queria que ele acabasse. Obrigado Daniel Galera.
Ci sono solo due posti possibili per una persona. Uno di questi è la famiglia. L’altro è il mondo intero. A volte non è facile capire in quale ci troviamo.
Quando le recensioni concordano tutte nel definire molto bello un romanzo, io di solito diffido delle recensioni, mi tengo alla larga da quale romanzo. Ma, in questo caso, mai eccezione fu più azzeccata. Il libro funziona perché l’autore ha un modo molto sottile di catturarti attraverso la sua scrittura e per buona parte del romanzo ci si lascia cullare dal ritmo delle frasi nemmeno fossimo noi (lettori) a trovarci a contemplare l’oceano fuori stagione di Gorapaba. Gorapaba è la cittadina balneare scelta dal protagonista perché molto tempo prima il nonno è stato assassinato lì, anche se nessuno vuole ricordare quanto accaduto. Peccato che il volto del protagonista sia la copia sputata del nonno Gauderio. Uno scherzo del destino, visto che lui, il protagonista, ha una malattia che gli impedisce di ricordarseli, i volti delle persone. Però questa volta ricordare è d’obbligo, perché quanto accaduto al nonno è una delle ultime cose che gli ha raccontato il padre, prima di suicidarsi. Inoltre, cercare delle risposte è un ottimo motivo per cercare di dimenticare del tutto, non solo il suo volto, Viviane, la moglie, che si è innamorata del fratello del fratello del protagonista, mollandolo e spezzandogli alquanto il cuore. Il fratello, quello giusto. Lui, l’insegnante di nuoto o di corsa, il triatleta, quello che non ha ancora trovato un posto nel mondo.
Mano a mano ci sono altre persone, altri volti che passano e lasciano qualcosa, o forse no, nella storia del nostro protagonista. Fino a che le risposte non arriveranno, forse per essere quelle giuste, forse per essere una delusione.
Não sei se foi o melhor, mas tenho quase certeza de que foi o livro que li em 2019 que vai deixar a marca mais profunda em mim. Me envolvi até o pescoço com a história, senti as dores e os anseios do protagonista de uma maneira que só era comum para mim nas leituras adolescentes de fantasia. Amei a brutalidade do ambiente, o lirismo natural da prosa e a melancolia mundana que subjaz a história. Com linguagem leve, contemporânea e autenticamente gaúcha, sem forçações de barra. Amei como o livro explora a luta íntima de um ser humano pouco excepcional por satisfação, algum tipo de plenitude, ao mesmo tempo em que lida à sua maneira com um fantasma do passado intransponível, uma luta que por vários momentos é física – exaurir-se fisicamente até chegar a um estado mental parecido ao de uma meditação profunda. Como dá valor a uma filosofia própria deste personagem, válida sem ser genial. Tudo isso compõe um protagonista completo como raros na literatura, multifacetado, enigmático, ordinário e fascinante.
Além disso, frequentador de Garopaba eu mesmo, me deliciei com a exploração minuciosa desse vilarejo e seus arredores, que constroem um cenário do qual a história não poderia prescindir. Tenho certeza de que vou ler de novo algum dia, talvez não muito distante.
O livro é agradável, porém vazio. Vejo como um desperdício, pois o autor escreve bem e consegue conduzir o leitor pela narrativa de forma muito sincera a ponto de despertar o nosso interesse. A história tem o potencial de um thriller - mas não conseguiu concatenar os elementos para torná-lo concreto. E, assim, acaba ficando estruturalmente oco e descompassado.
A construção do personagem e ambientação levaram exagerados 60% do livro, sem fatos marcantes. É preciso dizer que há mérito ao conseguir representar o ritmo de uma cidade de pescadores, o que nos faz sentir de férias e quase relaxados. O autor teve a habilidade nos manter em constante suspense de algo trágico acontecer ao longo de toda a obra, o que vejo como positivo, mas acabamos frustrados. Somente ao final temos dois espasmos de ação que são de prender a respiração, mas perdem-se pela falta de um final marcante. Tem-se a impressão de que o autor quis fazer uma obra de 500 páginas, mas perdeu o fôlego e a finalizou rapidamente, sem paciência.
Faz parte dos poucos livros de língua portuguesa em que a linguagem é a mesma que eu falo, em que tudo soa natural. O enredo é muito bom e o filho da puta do autor faz a coisa tão bem que traz o lance Caufieldiano de querer conhecer o desgraçado.
A Beta, sozinha, é um personagem melhor que 90% do que existe na literatura brasileira. Aliás, literatura brasileira umas pinóia! É literatura gaúcha, de descendente do Gaudério.
I enjoy slow-building stories, but I read like 150 pages of this and is pretty much the everyday tedious life of a guy on a beach city. I thought it was going to build up to some kind of thriller, as the title and the situation on the first chapter had me hoping for.
If it ended up a thriller I really don't know, just lost interest...Not for me.
Latin Amerika Edebiyatı, beni benden alıyorsun. Bir de üstüne gerilim - polisiye tarzı olunca iyice harika olmuşsun. ^-^ Can Yayınları 7 tl kampanyasından beklentisiz aldığım kitap bu yaz okuduğum en akıcı hikayeye evrildi. Sonu öyle olmasaydı, 5 üstünden 10 veriyorum diyecektim, kitabın gidişatına göre sönüktü. Latin Amerika Edebiyatı ve polisiye sevenler kaçırmasın.
Kummaline raamat. Midagi nagu ei juhtugi, kogu raamat oleks kui üksainus suur kulgemine, milles ometi kerib tasahilju lahti omamoodi pinge. On ootus, uudishimu ja põnevus... ja samas ei ole ka. Kohati on just nimelt minnalaskmise tunne. Ja siiski ei lase see raamat sind ka lahti. Väga veider tunne.
Kuigi autor on argisele tiksumisele Brasiilia rannikulinnas lisanud teemaliinina ka salapärastel asjaoludel kadunud vanaisa otsingud, paelus mind enim siiski hoopis see prosopagnoosia ehk näopimeduse teema. Ilmselt just peategelase selle eripära tõttu on Galera kasutanud tavalisest rohkem kirjeldamist. See ei väsita, vastupidi, tekitab teistsuguse lähenemise tegelastele.