Gênero, patriarcado, violência

by Heleieth Saffioti

Este breve e denso livro trata da questão do papel da mulher na sociedade atual. Tema esse amplamente divulgado e pertinente até mesmo para organizações comprometidas com a manutenção da ordem estabelecida. Porém, a análise de Heleieth Saffioti – e isso é fundamental – procura compreendê-lo em perspectiva histórica; ou seja, o que ela busca analisar é o papel da mulher em uma sociedade de classes, capitalista.     Editora ‏ : ‎ EDITORA EXPRESSÃO POPULAR; 2ª edição (31 dezembro 2015)
Idioma ‏ : ‎ Português
Capa comum ‏ : ‎ 158 páginas
ISBN-10 ‏ : ‎ 8577432629
ISBN-13 ‏ : ‎ 978-8577432622
Dimensões ‏ : ‎ 20.8 x 13.8 x 0.8 cm

Genres: Feminism, Nonfiction

152 pages, Paperback

Published January 1, 2004

About the author

Heleieth Iara Bongiovani Saffioti was a Brazilian sociologist, teacher and feminist activist.

Saffioti was the daughter of a seamstress and a mason. She was born in Ibirá in the state of São Paulo. She graduated with a degree in Social Sciences from the Faculty of Philosophy, Sciences and Letters of the University of São Paulo (USP) in 1960. In the same year, she began her first academic research on women's condition in Brazil, a theme that would be the object of her thesis for the Faculty of Philosophy, Sciences and Letters of Araraquara, the São Paulo State University (UNESP), entitled A mulher na sociedade de classe: mito e realidade(Woman in class society: myth and reality), under Professor Florestan Fernandes, which Saffioti defended in 1967 and was published in 1976. The book was a best-seller in its time and in the present day, it is still used as a reference in gender studies.[1]

She was a professor at the Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) and visiting professor at the School of Social Service Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ). She created a Gender Studies Center, Class and Ethnicity at UFRJ, supervised theses at PUC-SP and retired from UNESP (Araraquara campus), of which he was professor emeritus. Although she had her academic positions, she did not affiliate with other organizations as she did not want to lose her "freedom of thought".[2] In 2005, she was included in the collective statement "1000 Women for the Nobel Peace Prize", coordinated by the Swiss organization Women for Peace Around the World, which aimed at recognizing the role of women in peace efforts. Among the 1000 women were 51 Brazilians.

Saffioti was married to the physical chemist Waldemar Saffioti, professor, author of textbooks and councilor in Araraquara. In 2000, shortly after her husband's death, she decided to donate the couple's farm in Araraquara to UNESP, which was turned into a cultural center. She remained active until the end of her life. She died at the age of 76 due to hypertension. There were no children.

Reviews

[Adriana Scarpin · Rating 4 out of 5]

Escrito num momento pré-Lei Maria da Penha, constata quão ainda mais precária eram as condições de gênero naquele momento, além de Saffioti explanar extensivamente as conceituações de gênero e patriarcado com ampla exemplificação teórica.
Mas na real, a Saffioti me ganhou mesmo dizendo que Freud foi o maior misógino que já existiu. Rá!

[Guilherme Smee · Rating 4 out of 5]

Heleieth Safioti é uma verdadeira pioneira nos estudos de gênero e no movimento feminista dentro da academia no Brasil. Ela já era referência como autoridade sobre o "estudo das mulheres" ainda nos anos 1970, quando Joan Scott ainda escrevia sobre a necessidade de se pontuar o gênero na análise histórica. Tanto é assim que nesse livro ela recusa o uso do termo gênero como um marcador da diferença. Safioti acredita que é o patriarcado o causador dessa diferença e é ele que deve ser modificado e estudado, e além disso indicado e falado como o mecanismo opressor das mulheres e de outras existências subjugadas pelo homem branco heterossexual. O capítulo da autora sobre o patriarcado é uma dos mais interessantes que já li sobre o tema. Por outro lado, os capítulos que falam sobre violência (seja ela contra a mulher ou não) soam bastante datados, trazendo dados dos anos 1980 para justificar determinadas assunções sobre como a agressividade incide sobre as sociedades humanas, em especial a brasileira. Fraquezas postas de lado, este é belo escrito sobre como o patriarcado controla nossas existências.

[Lady An ☽ · Rating 3 out of 5]

Leídos parte de estos temas sobre género y su problemática para Oratoria Forense.

[Maria Fernanda · Rating 3 out of 5]

Uma rant acadêmica

[Marcos Faria · Rating 3 out of 5]

São praticamente dois livros distintos. O primeiro, partindo de uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo, pinta um retrato da violência contra a mulher no Brasil. Nessa primeira parte, a autora parece pouco à vontade. Comete digressões que fazem pouco sentido, usa referências teóricas desordenadas, apela para alguns chavões e cai até no senso comum em certos trechos.

É na segunda parte, na verdade o capítulo final, que Saffioti diz a que veio. Partindo de uma frase de Lênin ("não há revolução sem teoria"), traça um panorama dos debates teóricos e das divergências entre correntes feministas, buscando uma saída para o confronto entre os conceitos de gênero e de patriarcado. É uma leitura bem mais difícil que a dos capítulos anteriores, mas que vale o esforço.

[yasmim · Rating 3 out of 5]

Saffioti é genial! Esse livro traz um debate riquíssimo e cheio de referências que concordam e discordam com as várias teses apresentadas e pontos defendidos pela autora. Sua delicadeza em trazer dados que sustentem sua teoria enriquecem ainda mais o texto, mostrando que aquilo que se vê na teoria apenas reflete a realidade brasileira (sofrida, por sinal).

Em especial queria destacar o debate que ela traz sobre abuso e violência e da onde surgem essas questões. Como o cerne do problema mora na socialização do masculino e feminino e nas esferas da potência/impotência. Sério! Que discussão incrível!

Mas honestamente falando eu detestei o último capítulo...Não por ser ruim, é muitíssimo importante, mas as palavras vão para um outro patamar e o texto ganha um aspecto meio acadêmico e difícil de entender, sabe? Provavelmente é algo pessoal meu (eu que não tive capacidade de acompanhar o raciocínio), mas de qualquer forma deixou a leitura beeem chatinha!

[Camila · Rating 4 out of 5]

O livro parte de pesquisas e levantamentos sobre a violência contra a mulher e desemboca em uma análise da categoria de gênero e patriarcado. Saffioti é uma pesquisadora complexa e que maneja com qualidade o materialismo histórico dialético propondo reflexões pertinentes à luta feminista. Senti que o livro levanta pontos de reflexão para continuar pesquisando sobre gênero.

[Ari Phanie · Rating 5 out of 5]

Se aprofundando em conceitos de violência, gênero e patriarcado, a Saffioti faz uma densa análise do papel da mulher na sociedade e faz uso de muitos dados e pesquisas para demonstrar como a realidade das mulheres é opressiva. Os dados, na verdade, são do final dos anos 90 e começo dos anos 2000, mas o que fica demonstrado é que não se avançou muito na luta contra o machismo e a violência contra à mulher. É uma leitura bem densa e difícil (não de entender, mas emocional mesmo, pelo menos pra mim), mas muito esclarecedora. Recomendo se você quiser se aprofundar e estudar sobre os temas.