We live in the midst of one of the greatest technological revolutions in history, an era of deep-seated transformation-a macroshift in civilization, says preeminent scholar and futurist Ervin Laszlo. Its signs and manifestations are all around us, from the deadly HIV/AIDS epidemic sweeping Africa and the dangerous fire-trap sweatshops routinely killing workers in Bangladesh, to the environmental havoc created by genetic engineering, power plant pollution and mechanized agriculture. The application of new technologies has turned into a double-edged sword. The world is growing together in some respects, but is coming apart in others. Worldwide economic globalization, another sign of the macroshift, all too often benefits the few rather than the many. Hundreds of millions live at a higher material standard of living, but thousands of millions are pressed into abject poverty. The richest 20% earn ninety times the income of the poorest 20%, consume eleven times as much energy, and eat eleven times as much meat. There have been other macroshifts in human history, but they spanned centuries, allowing cultural values, beliefs, and change to occur gradually. Today, technology has reduced our time to adapt; the entire critical period of change is compressed into the lifetime of a generation. Today's macroshift, explains Laszlo, harbors great promise, as well as grave danger. He outlines two possible scenarios: "The Breakdown," where we choose to drift without a change in our current direction toward chaos, anarchy, and destruction, or "The Breakthrough," where we collectively transform our thinking and behavior to produce creative, sustainable solutions to dangerous global problems. And he shows what each of us can do-politically, professionally, and privately-to bring about the Breakthrough and shape a humane and sustainable global future. While technology is what drives the unprecedented speed of this macroshift, it is our vision, values, and actions now that will ultimately determine the outcome. The choice is up to us-the power is in our hands.
Ervin Laszlo is a systems philosopher, integral theorist, and classical pianist. Twice nominated for the Nobel Peace Prize, he has authored more than 70 books, which have been translated into nineteen languages, and has published in excess of four hundred articles and research papers, including six volumes of piano recordings.
Dr. Laszlo is generally recognized as the founder of systems philosophy and general evolution theory, and serves as the founder-director of the General Evolution Research Group and as past president of the International Society for the Systems Sciences. He is also the recipient of the highest degree in philosophy and human sciences from the Sorbonne, the University of Paris, as well as of the coveted Artist Diploma of the Franz Liszt Academy of Budapest. Additional prizes and awards include four honorary doctorates.
His appointments have included research grants at Yale and Princeton Universities, professorships for philosophy, systems sciences, and future sciences at the Universities of Houston, Portland State, and Indiana, as well as Northwestern University and the State University of New York. His career also included guest professorships at various universities in Europe and the Far East. In addition, he worked as program director for the United Nations Institute for Training and Research (UNITAR). In 1999 he was was awarded an honorary doctorate by the Canadian International Institute of Advanced Studies in Systems Research and Cybernetics.
For many years he has served as president of the Club of Budapest, which he founded. He is an advisor to the UNESCO Director General, ambassador of the International Delphic Council, member of both the International Academy of Science, World Academy of Arts and Science, and the International Academy of Philosophy.
O livro de Ervin Laszlo colabora com o debate sobre as metamudanças de nosso período histórico. O autor corrobora (embora de forma um tanto imprecisa) com as conclusões das pesquisas evolutivas na sociologia, mostrando que a humanidade passa por "eras" de consciência diferenciadas. Ele as divide em 4 eras principais: Mythos - primeiras civilizações agrícolas do mundo, com visão tipicamente animista, caracterizada por pequenos agrupamentos humanos e uma mitologia vinculada à Mãe Terra e suas variações locais. Theos - a complexificação social, devida ao crescimento dos grupos iniciais ou a junção deles com outros, trouxe a necessidade de uma organizações social mais hierárquica, disciplinada e centralizada. A religião se desliga do aspecto "telúrico" e passa a ter uma feição mais celestial. Os líderes da sociedade são deuses ou seus representantes. Aqui há o surgimento dos primeiros impérios antigos, como no Egito, China, Índia e Babilônia. Logos - caracterizada pela emergência de uma cultura da racionalidade, que, segundo o autor, se iniciou na Grécia antiga. A nova visão de mundo valorizava a razão e eventualmente a experimentação, permitindo o avançando em ciência e tecnologia. Ela teria caracterizado a visão "técnica" da idade média e chegado a grande expressão no nascimento na ciência. Para o autor, a visão religiosa medieval e a visão científica moderna são duas faces diferentes da mesma onda de mudanças (ponto que difere seu modelo da maior parte das visões desenvolvimentistas, e do qual eu também discordo). O mais importante aqui é que esta mudança dá origem à visão mecanicista do mundo. Holos - a tese do autor é que estamos em um momento de transição planetária de Logos (em declínio) para Holos. Isso significa uma superação da visão mecanicista do mundo, um sentido de comunidade planetária e consciência global, bem como o estabelecimento de um padrão de vida sustentável.
O livro inteiro vai girar em torno dessa transição específica. Laszlo realmente tem várias conclusões importantes. Faz uma discussão bem informada sobre a crise socioambiental atual. Há muitos pontos felizes de sua obra, tais como: -- Sua insistência no desenvolvimento da consciência global como base para uma ética apropriada aos atuais desafios humanos, que pode ser resumida pela frase: "Viva de maneira que permita a TODOS os outros também viver" (uma resolução claramente derivada do imperativo categórico de Kant). Aplicando tal preceito à questão socioambiental, Laszlo comenta que nosso modo de consumo, por exemplo, deveria permitir que todos no mundo pudesem ter suas necessidades atendidas - o que evidentemente não acontece hoje. -- Também merece destaque sua discussão sobre os "criativos culturais" de Paul Ray, cuja pesquisa demonstra a emergência, nos EUA, de uma cultura mais voltada para o respeito humano e ambiental, o crescimento interior e modos de viva alternativos e autênticos. Laszlo interpreta a emergência desta cultura (que representava 23% da população americana em 2001, e crescendo) como um indicativo da transição para a era de Holos.
CRÍTICAS
Minhas críticas com relação à sua obra se direcionam a duas frentes principais.
Primeiramente, a visão romântica que quer ver nos povos primitivos um exemplo de integração com a natureza, de consciência não-dissociada, etc. Hoje já existem muitas evidências de que esses povos, apesar de incluir elementos naturais em suas mitologias, não tinham um respeito real pelo meio ambiente, o que se comprova pelo fato de que tais sociedades frequentemente devastaram seus ecossistemas locais. O que as diferencia da sociedade atual é que elas nunca tiveram poder e tecnologia suficientes para gerar mais danos (o que temos hoje), mas isso não signifiquem que elas fossem mais ambientalmente "conscientes".
O outro problema de Laszlo -- que, a meu ver, é o mais grave de todos -- é sua divisão rígida de "eras" da humanidade. Esta interpretação obscurece o fato de que estas eras são, na verdade, níveis de consciência, e que todos esses níveis existem em nossa época, e todos eles ajudam a causar os problemas globais. Ao adotar essa visão monolítica de "eras", Laszlo acaba concluindo que todos os problemas atuais são um produto de Logos, sem perceber que, na verdade, os problemas do mundo atual são uma junção dos problemas de Logos (racionalidade formal, mecanicista, etc.) com todos os níveis anteriores (mágicos/Myhos e míticos/Theos) e também ao próprio "Holos" emergente (racionalidade pós-formal, pós-modernismo, etc.).