For eleven-year-old Kingie, there are lessons to be learned from drug trafficking. His first job is as a lookout, working on the hillside slums of Rio de Janerio. But as he grows older he realises that in order to survive you must also keep a close watch on yourself as well. In her powerful new novel, Patricia Melo tells of Kingie's life of crime, of his poverty-ridden childhood, how he pursues his dreams and the way he learns to achieve leadership. In his uncertain world, chaos manifests itself as violence and deprivation, whether machine-gun fire, unwanted adolescent pregnancy, or the fraught relationships between servants and their employers. Kingie's path intersects with a network of stories of love, family, crime and power. The plot twists through a compelling tale where rapid-fire language and a sharp sense of humour combine to make this gripping story.
Patrícia Melo (born 1962 in São Paulo) is a Brazilian author. She has written a number of successful novels, including The Killer and In Praise of Lies. Her works have often dealt with sex and violence in a heavily urbanized setting.
No início do livro, Patrícia Melo me mostrou uma favela estereotipada. Crack, tráfico de drogas, prostituição, muita fome no fim do dia, roubo no sinal com um caco de vidro. De fato, são essas as notícias que permeiam o tema "favela" nos noticiários - intensas perseguições de helicóptero e vá assassinato.
Mas, essa semana foi carnaval e a Mangueira, com seu verde-rosa absolutamente popular, democrática e de favela, desfilou na avenida. Furando as dificuldades do cotidiano e forçando um feixe de luz, o desfile de carnaval nos faz mostrar que a favela é mais do que aquilo que é descrito pelo livro. Talvez, Patrícia, por ser jornalista, tenha virado sua escrita pras notícias apenas, se esquecendo das milhares de "não-notícias" que compõem o ambiente e a vida - justamente por isso, também a literatura.
Mesmo assim, pela narrativa forte e pelos personagens muito bem construídos, além de um enredo maravilhoso, o livro me prendeu. E já tenho saudades de Reizinho, Carolaine e até de Marta (ainda que a autora insista em nos mostrar, sempre, a sua pior face).
Took me a while to get into the rhythm of the book but once I got going, it was very enjoyable. It's a lot like the film 'City of God', although I had read this before seeing the film.
At first the style is quite hard to read and something seems slightly lost in translation but persevere and you will really enjoy this. I read it during a hot summer and it's a very atmospheric book about life in Brazil's crime ridden shanty towns. Excellent book.
É preciso saber de favelas e saber como é a vida dentro delas pra escrever esse livro. O jeito que ele é escrito, com narração e diálogo decorrente, faz você acompanhar a intensa e dinâmica história.
Ainda não conhecia nada desta autora, e à semelhança do último livro brasileiro que li, este também me foi recomendado. Gostei muito, achei que as descrições eram muito boas, ou não fosse Patricia Melo também roteirista. A história de Reizinho, sua familia e círculo mais próximo é muito interessante e mantêm-nos agarrados ao livro na expectativa do que irá acontecer. Os diálogos são bons, as personagens verosímeis, a história bem construída e realista. Recomendado a todos os que gostam de pontos de vista diferentes, um mundo que não é o da novela das 8.
Though this isn’t a new take on the story of the South American drug lord it is none the less interesting for the detail on living in the poorest neighborhoods of Brazil. The first third of the novel, which deals with the ‘street kid’s’ rise, is the best part of the book. From then on there is a sensationalistic feel to it, as the kid goes on to become drug lord of his favela, before losing it all to betrayal, hubris and paranoia. Melo clearly knows the world she describes, but this is a clichéd and much less compelling plot than her excellent The Body Snatcher .
Inferno - Patrícia Melo | Retrado de um Traficante enquanto Jovem! NITROLEITURAS #literaturapolicial #resenha
A trágica jornada de amadurecimento e degeneração de um jovem traficante dos morros do Rio de Janeiro.
Inferno - Patrícia Melo | 277 páginas, Rocco, 2011 | Lido de 13.11.17 a 14.11.17 | NITROLEITURAS #literaturabrasileira #literaturapolicial #resenha
SINOPSE
Inferno conta a saga de José Luís Reis - Zé Luís, apelidado Reizinho. Aos onze anos, quando se envolve com o tráfico, a sua primeira tarefa é posicionar-se em algum lugar estratégico do morro, observar o movimento e avisar o seu bando da aproximação de qualquer pessoa estranha.
O estado de alerta que é preciso manter neste trabalho vai tornar-se uma regra decisiva na sua vida: para sobreviver - e, mais ainda, para ascender na hierarquia do crime - é preciso vigiar-se a si mesmo e aos outros.
Em Inferno, entretanto, o olho que de facto observa é o de Patrícia Melo.
Ao narrar o percurso de Zé Luís - a infância pobre e, como a de todas as crianças, repleta de fantasias; o modo como ele encaminha os seus afectos; os cálculos que aprende a fazer para conquistar a posição de líder -, a autora reconstrói a face caótica do mundo. O caos, neste caso.
Inferno é o mais recente livro de Patrícia Melo, considerado como um dos melhores livros do ano no Brasil, acaba de ganhar o mais antigo e prestigiado prémio da literatura Brasileira, o Prêmio JABUTI/ ROMANCE, da Câmara de Escritores Brasileiros, assim como é candidata para vários outros importantes prêmios no Brasil e no Exterior
RESENHA
Talvez o meu livro favorito de Patrícia Melo, nessa maratona literária que estou fazendo da obra de uma de nossas melhores escritoras em atividade!
Em uma história envolvente, tensa e que passa muita autenticidade, decerto fruto de uma grande pesquisa sobre a realidade dos traficantes do Rio, Inferno é impressionante. É como se fosse um "retrato de um traficante enquanto jovem", narrando sua trajetória desde a infância até o comando do tráfico em um dos morros cariocas.
É uma obra similar à Cidade de Deus, mas no caso de Inferno, as narrativas seguem esquemas mais dramáticos, com histórias fazendo referência e reconstruindo, para o universo do tráfico das favelas do Rio, alguns tropos do gênero, como o da guerra de traficantes por causa de uma mulher, os amores proibidos entre meninas do morro e pastores, ou de um traficante apaixonado pela filha do rival.
Todos os personagens acabam se relacionando entre si, como em uma novela das oito, o que acredito ser uma meta-referência, já que as novelas de televisão, uma das poucas formas de entretenimento dos moradores das comunidades carentes, aparece em várias cenas. Mas o tom é sombrio, bem brutal, realista, quase como um neo-naturalismo sem nenhuma visão otimista para o futuro.
A história é repleta de conflito, e contém até mesmo algumas reviravoltas de trama, entretendo o leitor ao mesmo tempo que tece uma feroz crítica social.
Patrícia Melo trabalha a técnica da narrativa entrecruzada com maestria, trabalhando duas cenas simultaneamente em um estilo cinematográfico, ou mesclando cenas com subjetividades em um estilo telegráfico, com frases curtas. E seu uso do narrador onisciente misturado com ponto de vista profundo merece estudo. Não me senti perdido em nenhum momento da leitura.
O livro também aborda, a partir de diversos pontos de vista, a questão racismo da sociedade brasileira, e de como ele está oculto dentro das relações entre as pessoas e as classes sociais, aparecendo explicitamente em momentos de violência e estresse.
Outros temas interessantes abordados em "Inferno" : pastores versus traficantes, as tentações do tráfico, a racionalização da violência, a banalidade do mal, e o modo como o tráfico dá um sentido para adolescentes perdidos dentro do labirinto moral dos morros.
Excelente livro, talvez o meu favorito da Patrícia Melo até agora!
Indicado para leitores que:
* Curtem Rubem Fonseca. * Queiram conhecer mais e entender o universo do tráfico dos morros do Rio de Janeiro * Curtem uma literatura de crime com toques literários.
Palavras sobrepostas, rápidas, compõem o caos que o livro narra. A vida nas favelas e o tráfico são descritos com violência e detalhes em abundância. Reizinho, que no início do livro tem apenas 11 anos, sonha em ser traficante. Filho de mãe empregada doméstica e pai ausente - alcoólatra em situação de rua - o protagonista vê no tráfico a possibilidade de “ser alguém”. No decorrer do livro, vários anos se passam sem uma indicação muito clara. Reizinho se torna, então, líder do tráfico. A história é repleta de violências e reviravoltas que fazem com que o protagonista alcance a liderança do morro. Ao final do livro, a ruína de Reizinho demonstra a instabilidade das posições de poder dentro da favela, constantemente ameaçadas por desavenças e vinganças. A linguagem do livro é crua, com pouca preocupação poética (o que não faz com que o livro deixe de ser poético, já que há poesia no real, também), o que torna a leitura mais descritiva e fácil. Por falta de conhecimento, talvez, não consigo entender se o livro é uma narrativa extremamente verossímil ou estereotipada da vida nas favelas cariocas. Provoca diversas reflexões sobre a desigualdade social e as injustiças do sistema capitalista mas, ao leitor desatento ou despreocupado, pode parecer uma redução da favela ao tráfico e à violência.
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Livro muito interessante que retrata uma realidade da qual tenho curiosidade e revela também um bom conhecimento da natureza humana por parte da autora. A linguagem, em português do Brasil, acentua o exotismo do relato. É um livro fácil e entusiasmante de ler, embora alguns dos vocábulos não existam no Português deste lado do atlântico e obriguem a pesquisa. Depois desta obra fiquei com curiosidade em ler outras da mesma autora.
Brilliant book, so well written (and translated) that despite the lack of punctuation the different voices come through to the reader, conveying real characters. The subject matter and the context are grim but nevertheless the novel is woven through with philosophy and existential reflection on a wide variety of issues: fidelity, love, betrayal, faith, crime, redemption, forgiveness, loyalty, corruption and class.
É muito comum, quando a leitura vem em forma de obrigação, que ela não seja tão prazerosa quanto se apresentasse de forma natural. No caso de Inferno, eu não sei muito bem até que ponto a obrigação se sobrepôs à toda a história enquanto problema. Escrito na virada do século, publicado no ano de 2000, Inferno pode ser considerada uma obra atemporal. Talvez pelos temas abordados pela autora: tráfico de drogas, violência urbana e doméstica, gravidez na adolescência, corrupção policial, relacionamentos abusivos, vícios, descaso do poder público, o impacto da religião na sociedade (ainda que de forma bem leve) e até mesmo machismo. Todos eles centrados na figura de Reizinho, morador de uma favela da cidade do Rio que começa a história com onze anos. Um dos principais problemas que tive com Inferno, inclusive, é que a autora pegou todos os estereótipos desses temas e escreveu um livro com eles. Mas vamos por partes, a começar pela narração. O livro é todo narrado em terceira pessoa e, inicialmente, a narração segue um estilo minimalista, com o qual tive certo problema e que, quando finalmente acostumei, foi abandonado. Assim mesmo, de repente. As mudanças de ponto de vista na narração também não são muito demarcadas, tendo alterações de uma frase pra outra, o que em alguns momentos me deixou pensando sob influência de quem eu estava ao ler. A questão dos clichês, eu até entendo. O livro foi escrito em São Paulo e, mesmo com muita pesquisa, talvez fosse arriscado para a autora fugir muito das informações a que ela tinha acesso. Mas achei meio demais. O menino pobre que se envolve com drogas desde novinho e ninguém na família percebe porque tá todo mundo afundado demais nos próprios problemas, que incluem: um trabalho com patrões abusivos, um relacionamento clandestino que culmina em uma gravidez indesejada ou simplesmente a velhice. Tudo isso na minha opinião é relevante de ser abordado. Eu só não acho que a forma com que isso aconteceu foi ideal. Em certo ponto, eu que sempre tento ser razoável quando o tema é delicado, achei que ela romantizou um bocado a questão do tráfico, de uma forma que o Felipe Pena, por exemplo, não fez. A questão sobre como aquele núcleo encara a religião e a figura de Deus também é muito interessante, mesmo que não seja aprofundada. De forma geral os personagens usam a igreja como apaziguador para os seus "pecados" ou a ignoram com o discurso de que sua influência não é real, nem profunda. Agora, o que mais me incomodou é que todas as mulheres retratadas na história são burras. Todas, todas, todas. A irmã do personagem, que engravida três vezes de três caras diferentes que sempre a compram com promessas vazias, as duas namoradas dele, a mãe, a avó, a patroa da mãe... Todas! E isso, tendo sido escrito por uma mulher, me deixa bem chateada. A questão do machismo no meio do tráfico não me surpreende, agora um total de zero personagens femininas fortes e relevantes... Não curti. E alguém pode justificar com o período em que o livro foi escrito, que não tinha essa demanda social, mas pra mim o ponto é justamente esse: assim com o tema do livro, essa demanda é atemporal. Resumindo: não é uma história nova, mas que deve ser contada de muitas formas até cansar, porque ela foi socialmente relevante quando lançada, é socialmente relevante agora e, infelizmente, não sei quando deixará de ser. Só não acho que essa tenha sido a melhor maneira.
Como escreve bem essa autora! Com maestria, se utiliza de expressões que “vemos” e “ouvimos” enquanto lemos. Não obstante a temática, o livro é fácil de ser “digerido”, a leitura é rápida e muito agradável. E tudo parece muito verossímil, e com isso não quero dizer que é verossímil (como eu saberia o que realmente ocorre no tráfico do RJ?), mas que PARECE verossímil, e isso é um dos aspectos que tornam essa obra tão boa e revela a bela arte da escritora.
Um menino cresce em uma favela no Rio de Janeiro. Mais tarde, ele se transforma em traficante. A história dele é relatada em uma sequência de desgraças do início ao fim. É contada em um ritmo halucinante. A prosa é excelente como sempre.
Inferno foi uma surpresa para mim, comecei com expectativas baixas, uma leitura para a matéria de sociologia da faculdade, mas me prendi por volta de 1/4 do livro. Patrícia Melo me surpreendeu.
This subject - here, in Brazil - is so well worn that it may turns the book a little tiresome. But Melo is a great writer, so cinematic and agile. The women in this book was made with dicotomies. Mostly of the time they are sad but strong, wild and powerful. Every character is showed with their particular karma and richness. A great book about the attempts at survival into hell.
When I started this book I was frustrated by it. I thought it was too similar to City of God. I don't really know what i was expected as it was exactly what it said on the sleeve. I got really into it about 100 pages in and then relaxed and really enjoyed it. Very good book.
gangster life from child to youth, losing hopes of a better life, unable to leave, unable to imagine or learn of and to a better life. from rio’s favelas, from the heart, nothing new to rise and fall. sad. someone says this is like city of god, but this is bleak, this is no escape.
Muito bom o livro. Apesar de não ter nenhuma grande surpresa nas reviravoltas da história, o relato da ascensão e queda do líder do trafico, de sua família e amigos é um choque de realidade que te coloca pra pensar...