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Gente com Gente dentro

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Numa amálgama de pessoas comuns, de coisas que se sentem e se querem. Numa fúria e emoção que contorce as vísceras e se deixa levar por só mais um pouquinho deste lugar bonito que é a vida, as personagens rendem-se a pequenas evidências, coisas subtis que fazem de nós Gente com Gente dentro.
É um ponto num emaranhado de contos que contam, sem pretensões ou julgamentos, a matéria que tece a realidade, numas vezes crua, dura e amarga, noutras inocente, cuidada, emotiva.

126 pages, Paperback

First published November 1, 2012

3 people want to read

About the author

Beatriz Gil

1 book12 followers
Beatriz Gil escreve com as mãos sujas de tinta e o coração encostado ao papel. Autora de Gente com Gente dentro e de outros livros que ainda não nasceram mas já choram baixinho. Move-se entre a leitura crítica, a escrita crua e a tradução literária — com sombra, intenção e uma pitada de ironia. Também trabalha em revisão e tradução de textos literários, com um olhar afiado e uma sensibilidade que não perdoa, mas abraça.

***

Beatriz Gil writes with ink-stained hands and a heart pressed to the page. Author of Gente com Gente dentro and other books yet to be born but already quietly weeping. She moves between critical reading, raw writing, and literary translation — with shadow, intention, and a dash of irony. She also works in literary editing and translation, with a sharp eye and a sensitivity that doesn’t forgive, but holds.

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Displaying 1 - 4 of 4 reviews
Profile Image for Pedro Pinto.
Author 35 books14 followers
June 28, 2013
Este é um livro; sim, é, mas é mais que isso: é uma matrioshka: no compto final são 6 (seis) livros.

Confuso/a? Não fique!

Ora vejamos: matrioshka é um boneco tradicional russo, no qual se podem encaixar, umas nas outras, seis a sete bonecas – neste caso, e bem, Beatriz Gil faz-nos sentir: saudade, ternura, sangue, insanidade, revolta e conceitos; uma forma diferente de apresentar uma série de contos, como que se estivessem “catalogados”, e aos quais podemos aceder para ter a sensação pretendida. “Sensações a pedido” – mas somos nós que as escolhemos.

Com uma sucessão de crónicas, alinhadas, apontadas a nós, sem dó, a autora não nos deixa fugir, obriga-nos a sentir uma panóplia de sensações e sentimentos, por vezes tão dispares, que ficamos zonzos; claro que resistimos, insistimos e continuamos ávidos do que vira a seguir. Etapa a etapa vamos sobrevivendo a um turbilhão de gente com gente dentro; com coisas para nos contar e revelar quando menos estamos à espera. Verdade é que se a vida fosse linear, e de “abertura fácil” seria um produto de massas e estamos a anos luz de algo assim: esta gente, com gente lá dentro é mundana, podia ser o vizinho/a, ou mesmo um familiar, tal é a forma como nos identificamos, por vezes, com as crónicas.

Gosto de ver como pequenas coisas, arestas por limar, uma narrativa que nos pode pesar um pouco, nos aproxima do real; confesso, mea culpa, que ás vezes em excesso – o que não quer dizer que seja mau: os excessos aqui tendem a ser prazerosos.

“Abandonei aquela casa porque, depois da morte dos meus pais e do meu irmão, ficou tão vazia que os meus passos pareciam bombas a rebentar no soalho”

Esta é uma frase forte, pejada de sentimentos – para além do óbvio -; uma forma de “falir”, de deixarmos de suportar aquele espaço que outrora nos fazia todo o sentido – muitas vezes os sentimentos podem trair-nos, e deixar-nos sem rede: em completa queda livre.

“E garanto-te, meu cabrão, que isto te ia valer uma sova valente [...]”

Até que ponto o uso do calão não nos faz estremecer, e sentir precisamente o que é suposto, porque é que tantos autores têm medo – sim, têm – de serem diretos e de nos colocarem lado a lado com os personagens – é assim tão inatingível compreender que o que nos faz seguir, ler, é estarmos imersos?

“O dia seguinte foram todos os dias seguintes [...] lhe quero dizer, esteja ela onde estiver, que eu fui um monte de merda, um sacana, um pulha, um crápula, mas que fui todas essas coisas [...] porque a amava de perdição [...]”

Quantos de nós já não choramos sobre o leite derramado; só depois de termos perdido aquela pessoa, que amávamos verdadeiramente, é que lhe damos o devido valor, é que caímos em nós mesmos e concluímos que fizemos uma valente asneira.

São estes cenários que a autora projeta nas nossas mentes, nos faz viver e não nos deixa sair – quanto a mim, é uma forma de assentarmos os pés no chão e, apesar de ser algo óbvio, por vezes corriqueiro, tomarmos consciência de nós mesmos. Sim, somos humanos: erramos. O problema, ou questão, é que não temos consciência disso, tal como estas personagens: gente plena de “sentimentos” dentro de si.

O turbilhão e confusão que é uma mulher acordar ao lado de outra; o complexo das sensações e o finalizar num “tom pastel”, que – quanto a mim – é o apaziguamento e a ternura da constatação que o mundo lá fora é apenas isso, um local onde vivemos, mas no qual devemos ser felizes – independentemente do caminho que cada um possa escolher.

“Só não te perdoo que tenhas tido de me matar para compreenderes que afinal me amavas [...]”

Até onde vai o verdadeiro amor? O que nos leva a tomar certas decisões?

Não faz sentido desvendar todas as peripécias que cada um vai enfrentar ao ler este livro, muito menos os sentimentos – por vezes contraditórios – que pensa estar a sentir, e que acaba por ser tocado por outros, completamente dispares. Faz sentido pegar no livro, tocá-lo, folhear, e deixar-se contagiar.

Poderá enfrentar, em alguns contos, uma narrativa mais visual, enquanto noutros ficar à beira do precipício e não conseguir saltar – a autora deixa-nos em suspenso, quando podia empurrar-nos, fazer-nos cair, sem rede, e deixar-nos em êxtase, mas tal não acontece. Podia acontecer.

Um livro multi-sensações, com uma linguagem acessível e pejado de vivências.

Cuidado! Pode encontrar-se, ou ao seu vizinho/a dentro deste livro: descubra-o!
Profile Image for Mónica Silva.
274 reviews46 followers
February 9, 2013
Opinião no blog http://howtoliveathousandlives.blogsp...

Este é um livro especial, que me surpreendeu verdadeiramente. A autora apresenta um conjunto de contos, pequenos mas pujantes, sobre momentos da vida. O leitor facilmente se rende às inúmeras vozes que compõem estas várias estórias, que representam pessoas reais, palpáveis, com quem nos identificamos.

O livro inicia-se com a temática Gente com SAUDADE dentro, compostas por textos que me tocaram profundamente. O sentimento de perda patente em cada um é evidente e impossível de pôr de lado. Este foi um excelente início para esta obra, apesar do seu impacto emocional. Dei por mim, ao longo destes relatos intensos, a partilhar com as personagens este nobre sentimento tão português: a saudade.

Mais ainda, neste livro de crónicas acompanhamos as temáticas da ternura, sangue, insanidade, revolta e conceitos. No fundo, Beatriz Gil desenvolve uma ode a tudo o que faz parte desta nossa odisseia a que chamamos vida.

Foi com grande prazer que me rendi à escrita desta autora portuguesa, que com as suas palavras me tocou.
Profile Image for Andreia Silva.
Author 16 books115 followers
January 9, 2014
"Gente com Gente Dentro" é um pequeno livro de crónicas (que estariam melhor na categoria de contos, mas isso é apenas a minha opinião) que reune textos da autora que, inicialmente, se encontravam no seu blog.

Editar em livro, textos deste género é sempre um passo arriscados que o autor e a editora correm. Primeiro porque são textos que, à partida, já foram lidos por alguém, alguma vez. E segundo porque, em livro, um texto curto (por vezes mesmo curto) não tem o mesmo impacto que tem num ecrã de computador.

Não fiquei especialmente encantanda com o livro mas denoto um grande talento como contadora de histórias na autora. Penso que muitos daqueles pequenos textos são autobiográficos o que os torna ainda mais especiais. Gosto da forma de escrever da Beatriz, porque apesar de serem textos de um blogue, têm muito de literário, são muito mais do que meras crónicas.

Profile Image for Ana Raquel.
162 reviews12 followers
March 2, 2013
Este é um livro de crónicas, onde a autora nos presenteia com momentos de vida que espelham pessoas reais, levando por outro lado, o leitor a identificar-se com algumas dessas personagens.

Ao ler este livro de crónicas fiquei com a sensação de que cada crónica, tem um pouco da autora, isto é, creio que a autora sofreu ao escrever estas crónicas.
O que me fica deste livro crónicas, são as emoções com que Beatriz Gil constrói cada crónica.

Este é um livro de leitura fácil e que prende o leitor.

Recomendo :)
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