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As Investigações de Gabriel Ponte #1
Morte com Vista para o Mar
Nas traseiras de uma moradia isolada nas Caldas da Rainha, um professor de Direito reformado aparece morto à machadada na casa onde vivia sozinho. Patrícia, inspetora-coordenadora da PJ, pede ajuda ao seu ex-marido Gabriel Ponte, antigo inspector da Polícia Judiciária, que assim regressa ao mundo da investigação criminal.
Meses antes, o professor tinha contactado Patrícia, sua antiga aluna e amante, para denunciar a existência de um esquema de corrupção e de lavagem de dinheiro em torno do projeto de um empreendimento turístico gigantesco nas falésias da costa atlântica.
As primeiras provas apontam para que este homicídio seja resultado de um affair com uma mulher casada, mas poderá o professor ter sido assassinado por saber demais?
Meses antes, o professor tinha contactado Patrícia, sua antiga aluna e amante, para denunciar a existência de um esquema de corrupção e de lavagem de dinheiro em torno do projeto de um empreendimento turístico gigantesco nas falésias da costa atlântica.
As primeiras provas apontam para que este homicídio seja resultado de um affair com uma mulher casada, mas poderá o professor ter sido assassinado por saber demais?
- GenresPortuguese Literature
320 pages, Paperback
First published February 1, 2013
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Community Reviews
Displaying 1 - 25 of 25 reviews
April 13, 2013
Até agora só tinha lido policiais nacionais pela mão de Francisco Moita Flores. Desconhecia até que houvesse mais alguém, no nosso País, que se dedicasse à escrita de thrillers. A saída deste livro fez com que conhecesse outras obras de Pedro Garcia Rosado, publicadas por outra editora. Mas vamos a este livro...
Começa com uma morte extremamente violenta (à machadada, cuja descrição pode impressionar leitores mais sensíveis), envolta em algum mistério mas, aos poucos, o autor vai "abrindo" um pouco o jogo e vemos que há outras condicionantes envolvidas. Falo de corrupção, branqueamento de capitais, violação de normas ambientais, entre outras. Onde o não olhar a meios para atingir fins é a "palavra de ordem"...
Conforme ia lendo o livro cheguei à conclusão que isto poderia ter acontecido na realidade. Falo da realidade de Portugal, País (ainda) de brandos costumes. Por algum motivo, na contracapa é referido o seguinte: Casos e processos solidamente baseados na realidade nacional. Aí o autor foi exímio e penso que só lendo é que podem tirar as vossas próprias conclusões. A escrita é acessível mas não é por isso que o autor tenha retirado relevo às verdadeiras motivações do assassino. Conforme a narrativa vai decorrendo, com suspense em crescendo, o próprio leitor faz também esse exercício. Falo da razão pela qual o crime foi cometido, à medida que vamos tomando algumas personagens por suspeitas Além disso, Pedro Garcia Rosado não deixa de tocar em "feridas" que, embora ficcionadas, poderiam remeter para os tantos casos de colarinho branco de que vamos tendo conhecimento. Fá-lo de forma elegante, sem recorrer à ironia/sarcasmo, deixando que nós próprios concluamos sobre a realidade/ficção. Permite também uma reflexão sobre quem comete esse tipo de crimes: pessoas com cargos elevados e com uma boa posição social, o que não implica necessariamente ser uma pessoa imaculada...
Ponto positivo também para a menção ao recurso a blogues anónimos para discutir e/ou denunciar os casos que costumam ser silenciados por ordem, directa ou não, dos envolvidos. De facto, a era digital há muito que faz o seu papel e, mais uma vez, o autor esteve de parabéns ao abordar isso. Porque a realidade é essa, de facto...
Por último quero referir a forma soberba como foi descrita a vida da maioria dos agentes/inspectores da Polícia Judiciária. Pessoas que retiram (bastantes) horas da sua vida familiar para poder deslindar os sucessivos casos acabando, por vezes, por prejudicar a vida pessoal em prol do combate ao crime. O viver de perto esta realidade através de pessoas que me são bastante próximas permite-me atestar a forma verossímil como tudo isto é descrito.
Faço minhas as palavras que surgem na contracapa do livro: Fazem falta em Portugal policiais do estilo dos criados por Pedro Garcia Rosado . Eu fiquei absolutamente fã e espero ansiosamente pelo lançamento do próximo volume desta série. Até lá quero ver se leio os outros livros que Pedro Garcia Rosado já tem publicados...
Começa com uma morte extremamente violenta (à machadada, cuja descrição pode impressionar leitores mais sensíveis), envolta em algum mistério mas, aos poucos, o autor vai "abrindo" um pouco o jogo e vemos que há outras condicionantes envolvidas. Falo de corrupção, branqueamento de capitais, violação de normas ambientais, entre outras. Onde o não olhar a meios para atingir fins é a "palavra de ordem"...
Conforme ia lendo o livro cheguei à conclusão que isto poderia ter acontecido na realidade. Falo da realidade de Portugal, País (ainda) de brandos costumes. Por algum motivo, na contracapa é referido o seguinte: Casos e processos solidamente baseados na realidade nacional. Aí o autor foi exímio e penso que só lendo é que podem tirar as vossas próprias conclusões. A escrita é acessível mas não é por isso que o autor tenha retirado relevo às verdadeiras motivações do assassino. Conforme a narrativa vai decorrendo, com suspense em crescendo, o próprio leitor faz também esse exercício. Falo da razão pela qual o crime foi cometido, à medida que vamos tomando algumas personagens por suspeitas Além disso, Pedro Garcia Rosado não deixa de tocar em "feridas" que, embora ficcionadas, poderiam remeter para os tantos casos de colarinho branco de que vamos tendo conhecimento. Fá-lo de forma elegante, sem recorrer à ironia/sarcasmo, deixando que nós próprios concluamos sobre a realidade/ficção. Permite também uma reflexão sobre quem comete esse tipo de crimes: pessoas com cargos elevados e com uma boa posição social, o que não implica necessariamente ser uma pessoa imaculada...
Ponto positivo também para a menção ao recurso a blogues anónimos para discutir e/ou denunciar os casos que costumam ser silenciados por ordem, directa ou não, dos envolvidos. De facto, a era digital há muito que faz o seu papel e, mais uma vez, o autor esteve de parabéns ao abordar isso. Porque a realidade é essa, de facto...
Por último quero referir a forma soberba como foi descrita a vida da maioria dos agentes/inspectores da Polícia Judiciária. Pessoas que retiram (bastantes) horas da sua vida familiar para poder deslindar os sucessivos casos acabando, por vezes, por prejudicar a vida pessoal em prol do combate ao crime. O viver de perto esta realidade através de pessoas que me são bastante próximas permite-me atestar a forma verossímil como tudo isto é descrito.
Faço minhas as palavras que surgem na contracapa do livro: Fazem falta em Portugal policiais do estilo dos criados por Pedro Garcia Rosado . Eu fiquei absolutamente fã e espero ansiosamente pelo lançamento do próximo volume desta série. Até lá quero ver se leio os outros livros que Pedro Garcia Rosado já tem publicados...
March 12, 2013
Quando vi a sinopse achei que iria gostar do livro. A ideia de um crime brutal aguçou-me desde logo a curiosidade.
E é mesmo aí que a trama começa. O criminoso vai em busca da sua vítima e descreve todos os passos enquanto a mata.
É chamada Patrícia Ponte, inspetora-coordenadora da Polícia Judiciária, que ao ver quem é a vítima decide pedir ajuda ao ex marido, Gabriel Ponte. A vítima é conhecida de ambos, pertence-lhes ao passado. Gabriel tem estado até então aposentado, passando a sua vida na sua casa de praia, com a sua cadela companheira Filó. Tudo estava calma até aqui. Tudo vai mudar...
O que motivou este homicídio brutal? Terá sido alguma vingança do foro amoroso? É essa a primeira impressão, e começam as investigações.
Acontece que a pouco e pouco outros nomes vêm ao de cima, juntamente com o caso de um futuro complexo de luxo a ser construído. Começa a parecer que este homicídio poderá estar relacionado. Patrícia e Gabriel cooperam nas investigações, que são vastas e a pouco e pouco vão descobrindo os contornos deste caso. Entram então num mundo político repleto de interesses financeiros, corrupção, subornos e tudo o que for preciso para atingir o fim desejado. Trata-se do complexo de luxo.
Gostei desta trama. Pareceu-me muito real e actual. Quando há um interesse que se tornará muito rentável a várias pessoas tudo tem de ser feito para o projecto ir em frente. Não interessam os meios. Se for necessário destruir a natureza, destrói-se. Se for preciso acabar com o habitat de espécies em risco, acaba-se, "são só animais". E se for preciso aprovações deste ou daquele, suborna-se, paga-se o que for preciso. Havendo dinheiro, tudo se faz. É o estado actual do nosso país, o dinheiro comanda a vida e todos os interesses. Não se olham a meios para atingir os fins.
De certo modo achei a trama simples, mas a minha revolta por ver que esta estória retrata tão bem casos reais acabou por me prender à leitura e desejar descobrir o assassino e acabar com os envolvidos no negócio. Ajudou a empatia que criei com as personagens. O meu interesse foi bastante, a leitura fluiu e foi com agrado que cheguei à resolução do caso.
Aconselho este livro aos interessados no género criminal e político, além do facto de ser de um autor português que merece ser reconhecido e enfatizado...
Aguardo pelo próximo livro...
E é mesmo aí que a trama começa. O criminoso vai em busca da sua vítima e descreve todos os passos enquanto a mata.
É chamada Patrícia Ponte, inspetora-coordenadora da Polícia Judiciária, que ao ver quem é a vítima decide pedir ajuda ao ex marido, Gabriel Ponte. A vítima é conhecida de ambos, pertence-lhes ao passado. Gabriel tem estado até então aposentado, passando a sua vida na sua casa de praia, com a sua cadela companheira Filó. Tudo estava calma até aqui. Tudo vai mudar...
O que motivou este homicídio brutal? Terá sido alguma vingança do foro amoroso? É essa a primeira impressão, e começam as investigações.
Acontece que a pouco e pouco outros nomes vêm ao de cima, juntamente com o caso de um futuro complexo de luxo a ser construído. Começa a parecer que este homicídio poderá estar relacionado. Patrícia e Gabriel cooperam nas investigações, que são vastas e a pouco e pouco vão descobrindo os contornos deste caso. Entram então num mundo político repleto de interesses financeiros, corrupção, subornos e tudo o que for preciso para atingir o fim desejado. Trata-se do complexo de luxo.
Gostei desta trama. Pareceu-me muito real e actual. Quando há um interesse que se tornará muito rentável a várias pessoas tudo tem de ser feito para o projecto ir em frente. Não interessam os meios. Se for necessário destruir a natureza, destrói-se. Se for preciso acabar com o habitat de espécies em risco, acaba-se, "são só animais". E se for preciso aprovações deste ou daquele, suborna-se, paga-se o que for preciso. Havendo dinheiro, tudo se faz. É o estado actual do nosso país, o dinheiro comanda a vida e todos os interesses. Não se olham a meios para atingir os fins.
De certo modo achei a trama simples, mas a minha revolta por ver que esta estória retrata tão bem casos reais acabou por me prender à leitura e desejar descobrir o assassino e acabar com os envolvidos no negócio. Ajudou a empatia que criei com as personagens. O meu interesse foi bastante, a leitura fluiu e foi com agrado que cheguei à resolução do caso.
Aconselho este livro aos interessados no género criminal e político, além do facto de ser de um autor português que merece ser reconhecido e enfatizado...
Aguardo pelo próximo livro...
October 27, 2013
Gostei muito da leitura, mas no inicio parecia-me um pouco "parada" mas o final foi sem dúvida excelente e deslumbrante :-)
Agora quero ler o 2º da saga em breve, espero eu... :-)
Agora quero ler o 2º da saga em breve, espero eu... :-)
July 29, 2024
Muito bom. O primeiro livro que leio deste autor português e que me deixou com vontade de descobrir outros livros do mesmo autor. Gostei da história e gostei dos ambientes descritos. É sempre bom "ver" nos livros os ambientes que conhecemos. Menos positivo? Ler-se depressa.😁
July 8, 2020
[2,5 estrelas]
Este livro já estava na minha estante há algum tempo, desde que andei a pesquisar sobre o que existia de autores portugueses no género policial. Aproveitei uma promoção para o comprar, mas entretanto ainda não tinha surgido a oportunidade certa para o ler. A leitura na língua materna do desafio Read Along e foi um empurrão que me faltava para finalmente pegar nele!
No início não gostei muito da escrita e pensei que não me ia prender muito. Ainda por cima, não sou nada de reparar na escrita, nem pela positiva nem pela negativa! Então, nas raras ocasiões em que o faço, é geralmente algo mesmo muito notório. Neste caso incomodou-me o estilo do autor de dizer em vez de mostrar. Exemplo logo no início do primeiro capítulo "Separam-nos quase 90 centímetros. O homem que empunha o machado tem quase dois metros de altura. A sua vítima não chega a ter um metro e oitenta. O primeiro tem sessenta e dois anos e o segundo tem sessenta e cinco." Senti-me a ler uma descrição das consultas infantis de rotina para medir as crianças! Qual é a relevância de ter dados tão precisos, ainda por cima enunciados de uma forma tão directa e pobre?
Felizmente depois ganhou fôlego e acabou por terminar como uma leitura satisfatória dentro do género e até por me deixar um pouco curiosa por pegar no segundo volume. Não criei muita empatia com nenhum personagem, porém considero que foram realistas e bem desenvolvidos, assim como os próprios contextos que envolveram o crime. Penso que algumas situações e motivações poderiam ter sido mais sólidas. De qualquer forma, no geral o enredo prendeu sem reviravoltas absurdas para chocar, portanto ponto positivo! Talvez valha a pena mencionar que apesar de a acção decorrer na zona das Caldas da Rainha, e ser a minha estreia com livros criminais portugueses, não senti grande familiaridade decorrente desse aspecto.
Em suma, duas estrelas pelo início que achei mais fraco. A certa altura a história embalou e tornou-se uma leitura sólida de 3 estrelas.
Este livro já estava na minha estante há algum tempo, desde que andei a pesquisar sobre o que existia de autores portugueses no género policial. Aproveitei uma promoção para o comprar, mas entretanto ainda não tinha surgido a oportunidade certa para o ler. A leitura na língua materna do desafio Read Along e foi um empurrão que me faltava para finalmente pegar nele!
No início não gostei muito da escrita e pensei que não me ia prender muito. Ainda por cima, não sou nada de reparar na escrita, nem pela positiva nem pela negativa! Então, nas raras ocasiões em que o faço, é geralmente algo mesmo muito notório. Neste caso incomodou-me o estilo do autor de dizer em vez de mostrar. Exemplo logo no início do primeiro capítulo "Separam-nos quase 90 centímetros. O homem que empunha o machado tem quase dois metros de altura. A sua vítima não chega a ter um metro e oitenta. O primeiro tem sessenta e dois anos e o segundo tem sessenta e cinco." Senti-me a ler uma descrição das consultas infantis de rotina para medir as crianças! Qual é a relevância de ter dados tão precisos, ainda por cima enunciados de uma forma tão directa e pobre?
Felizmente depois ganhou fôlego e acabou por terminar como uma leitura satisfatória dentro do género e até por me deixar um pouco curiosa por pegar no segundo volume. Não criei muita empatia com nenhum personagem, porém considero que foram realistas e bem desenvolvidos, assim como os próprios contextos que envolveram o crime. Penso que algumas situações e motivações poderiam ter sido mais sólidas. De qualquer forma, no geral o enredo prendeu sem reviravoltas absurdas para chocar, portanto ponto positivo! Talvez valha a pena mencionar que apesar de a acção decorrer na zona das Caldas da Rainha, e ser a minha estreia com livros criminais portugueses, não senti grande familiaridade decorrente desse aspecto.
Em suma, duas estrelas pelo início que achei mais fraco. A certa altura a história embalou e tornou-se uma leitura sólida de 3 estrelas.
November 13, 2013
Morte com Vista para o Mar foi o meu romance policial de estreia do autor Pedro Garcia Rosado. Com uma curiosidade impossível de conter, rapidamente me vi envolvida no meio do mistério sobre a morte do professor Alberto. Tendo como pano de fundo Caldas da Rainha, o enredo simples, mas cativante, trata de temas tão actuais como a corrupção, branqueamento de capitais e lavagem de dinheiro.
Com um imagético muito forte desde o início, o autor prossegue com a construção da trama apresentando-nos as várias personagens intervenientes. É após o cenário de uma morte violentíssima que conhecemos Gabriel e Patrícia Ponte, já divorciados há alguns anos, mas unidos para resolver um crime que tem todo o ar de ser bem mais do que um simples assalto com resistência por parte da vítima.
O ritmo que o autor põe com os seus capítulos curtos, prende automaticamente o leitor. Não sendo completamente imprevisível, Pedro Garcia Rosado compensa com a complexa essência das personagens envolvidas. Não só há muito para descobrir sobre os protagonistas como também o triângulo amoroso, constituído por Gabriel, Patrícia e a jornalista Filomena, aguçam o apetite para saber de que maneira todos os factores se irão harmonizar no desvendar do crime e não só.
As componentes política e social, com abordagem ao crime capital, ao papel de blogues anónimos e ao perigo que existe em tentar contrariar magnatas sem escrúpulos, estão muito bem exploradas. Ler um policial escrito por um português em terras lusas foi sem dúvida uma experiência diferente e que quero voltar a repetir. As personagens são reais, bem caracterizadas e exploradas.
A escrita de Pedro Garcia Rosado é simples, fluida, visual e sem qualquer tipo de amortecimento no que toca a descrever cenários de violência. Um autor que conta já com nove romances publicados, tendo sido este o seu oitavo, e que deixou em mim a indelével vontade de ler Morte na Arena, o seu nono romance. Gostei.
Com um imagético muito forte desde o início, o autor prossegue com a construção da trama apresentando-nos as várias personagens intervenientes. É após o cenário de uma morte violentíssima que conhecemos Gabriel e Patrícia Ponte, já divorciados há alguns anos, mas unidos para resolver um crime que tem todo o ar de ser bem mais do que um simples assalto com resistência por parte da vítima.
O ritmo que o autor põe com os seus capítulos curtos, prende automaticamente o leitor. Não sendo completamente imprevisível, Pedro Garcia Rosado compensa com a complexa essência das personagens envolvidas. Não só há muito para descobrir sobre os protagonistas como também o triângulo amoroso, constituído por Gabriel, Patrícia e a jornalista Filomena, aguçam o apetite para saber de que maneira todos os factores se irão harmonizar no desvendar do crime e não só.
As componentes política e social, com abordagem ao crime capital, ao papel de blogues anónimos e ao perigo que existe em tentar contrariar magnatas sem escrúpulos, estão muito bem exploradas. Ler um policial escrito por um português em terras lusas foi sem dúvida uma experiência diferente e que quero voltar a repetir. As personagens são reais, bem caracterizadas e exploradas.
A escrita de Pedro Garcia Rosado é simples, fluida, visual e sem qualquer tipo de amortecimento no que toca a descrever cenários de violência. Um autor que conta já com nove romances publicados, tendo sido este o seu oitavo, e que deixou em mim a indelével vontade de ler Morte na Arena, o seu nono romance. Gostei.
February 20, 2014
Este é o meu primeiro romance deste autor e tenho pena de ser (pelo menos, pelo que parece) a voz discordante entre tantas criticas elogiosas.
O romance, de facto, lê-se muito bem, tem uma escrita acessível e que convida a avançar sempre mais, tem personagens sólidas e tridimensionais. Até aqui, estaremos de acordo.
As minhas reticências prendem-se com as "pontas soltas" que o autor quis deixar, neste primeiro romance de uma série, que vai ter como personagens principais o Gabriel, a Patrícia e a Filomena - foram muitas pontas soltas, muitos indícios do passado partilhado, que surgiam no meio da narrativa, por vezes sem muita ligação e parecendo ser inseridas "á força".
Outro aspecto que me pareceu forçado foi a sugestão de incesto - foi sugerido, sem no entanto adicionar nada á trama ou ao desenlace, parecendo uma referência gratuita, aquele toque de escândalo tão ao gosto de Oscar Wilde, não sei para que fim.
O romance, de facto, lê-se muito bem, tem uma escrita acessível e que convida a avançar sempre mais, tem personagens sólidas e tridimensionais. Até aqui, estaremos de acordo.
As minhas reticências prendem-se com as "pontas soltas" que o autor quis deixar, neste primeiro romance de uma série, que vai ter como personagens principais o Gabriel, a Patrícia e a Filomena - foram muitas pontas soltas, muitos indícios do passado partilhado, que surgiam no meio da narrativa, por vezes sem muita ligação e parecendo ser inseridas "á força".
Outro aspecto que me pareceu forçado foi a sugestão de incesto - foi sugerido, sem no entanto adicionar nada á trama ou ao desenlace, parecendo uma referência gratuita, aquele toque de escândalo tão ao gosto de Oscar Wilde, não sei para que fim.
September 4, 2013
Logo que este livro saiu fiquei com muita curiosidade até porque não tinha lido ainda nada de Pedro Garcia Rosado. Finalmente tive oportunidade de comprá-lo e não mais o larguei. Apesar de este não ser o primeiro livro escrito pelo autor, Morte com Vista para o Mar é o primeiro volume de uma série onde entra o ex-inspector Gabriel Ponte, de Patrícia Ponte, sua ex-mulher, e da jornalista Filomena Coutinho.
Residente nas Caldas da Rainha, o autor decidiu escolher como cenário para os crimes este concelho de Portugal, colocando-o num esquema de corrupção e interesse de construção de um resort numa grande área de espaços verdes.
O livro começa com a morte brutal do professor catedrático Alberto Morgado, que é assassinado à machadada. Para os amantes de género de literatura este começo promete :)(...)http://marcadordelivros.blogspot.pt/2...
Residente nas Caldas da Rainha, o autor decidiu escolher como cenário para os crimes este concelho de Portugal, colocando-o num esquema de corrupção e interesse de construção de um resort numa grande área de espaços verdes.
O livro começa com a morte brutal do professor catedrático Alberto Morgado, que é assassinado à machadada. Para os amantes de género de literatura este começo promete :)(...)http://marcadordelivros.blogspot.pt/2...
February 14, 2016
3.5 stars
"Morte com Vista para o Mar" foi a minha estreia com o autor Pedro G. Rosado, um autor cujo trabalho queria ter conhecido no ano passado, mas que no meio de tantas leituras acabou por ficar para trás. Policial não é dos meus géneros favoritos, confesso que é muito raro sair um policial e eu me sentir entusiasmada ou pensar que quero comprar o livro e talvez por isso este livro se tenha tornado numa boa surpresa. A escrita de Pedro G. Rosado é agradável e a história bem conseguida acabando por me prender ao livro. Não fiquei particularmente fã de nenhuma personagem, mas desenvolvi alguma simpatia por todas. O final do livro foi sem duvida a parte mais electrizante e que me fez devorar as últimas páginas para conhecer o desfecho.
Irei com certeza ler os restantes volumes desta trilogia!
"Morte com Vista para o Mar" foi a minha estreia com o autor Pedro G. Rosado, um autor cujo trabalho queria ter conhecido no ano passado, mas que no meio de tantas leituras acabou por ficar para trás. Policial não é dos meus géneros favoritos, confesso que é muito raro sair um policial e eu me sentir entusiasmada ou pensar que quero comprar o livro e talvez por isso este livro se tenha tornado numa boa surpresa. A escrita de Pedro G. Rosado é agradável e a história bem conseguida acabando por me prender ao livro. Não fiquei particularmente fã de nenhuma personagem, mas desenvolvi alguma simpatia por todas. O final do livro foi sem duvida a parte mais electrizante e que me fez devorar as últimas páginas para conhecer o desfecho.
Irei com certeza ler os restantes volumes desta trilogia!
August 6, 2014
Bem... só faltava um pouquinho pra acabar o livro pelo q fiz um esforço para n deixar para amanhã :)
Os livros do PGR continuam a ser uma aposta segura. Mais um bom livro, a iniciar uma nova serie de policiais.
Apesar de abordar os complicados crimes de natureza económica, é bastante agradável de ler.
Abordou foi pouco o background do Gabriel Ponte, por isso tenho alguma curiosidade em ler o proximo livro.
Os livros do PGR continuam a ser uma aposta segura. Mais um bom livro, a iniciar uma nova serie de policiais.
Apesar de abordar os complicados crimes de natureza económica, é bastante agradável de ler.
Abordou foi pouco o background do Gabriel Ponte, por isso tenho alguma curiosidade em ler o proximo livro.
April 27, 2013
Mais um êxito do Pedro Garcia Rosado..desta vez encabeçada pelo ex-inspector Gabriel. Gostei bastante e fico contente de ler estes êxitos escritos por portugueses, e com o nosso Portugal como cenário. Apontaria apenas 1 ou 2 pormenores minimos que não me agradaram tanto, mas tudo bem!! Lê-se optimamente, bastante rápido, e faz-nos pensar até conseguirmos ligar todas as peças do puzzle.
Curiosa com o próximo titulo desta nova colecção.
Curiosa com o próximo titulo desta nova colecção.
May 7, 2014
A pontuação justa seria 3,5*.
Gostei muito da escrita do autor, é fluída e consegue manter-nos interessados o tempo todo.
Fico com muita curiosidade para ler os seguintes :)
Gostei muito da escrita do autor, é fluída e consegue manter-nos interessados o tempo todo.
Fico com muita curiosidade para ler os seguintes :)
June 5, 2014
Crítica do Refúgio dos Livros aqui:
http://refugio-dos-livros.blogspot.pt...
http://refugio-dos-livros.blogspot.pt...
March 31, 2020
Não foi um livro muito dificil de ler, pois começa logo com um crime bastante violento o que me fez ficar curiosa.
Desenvolveu bem e deixou-me sempre com vontade de mais o que até é bastante bom pois não sendo fã deste genero, acabei por ficar rendida e com vontade de ler os próximos.
Opinião completa em: https://aviciadadoslivros.blogspot.co...
Desenvolveu bem e deixou-me sempre com vontade de mais o que até é bastante bom pois não sendo fã deste genero, acabei por ficar rendida e com vontade de ler os próximos.
Opinião completa em: https://aviciadadoslivros.blogspot.co...
June 14, 2020
Muito bom! O primeiro capítulo começa de forma brutal.
Portugal é tão rico em casos e em personagens “interessantes”.
O escritor Pedro Garcia Rosado explora muito bem essa “riqueza” e constrói policiais de grande qualidade. Li o livro todo em dois dias.
Sendo um livro sobre crimes, eu divirto-me imenso com as semelhanças com os casos e personagens nacionais.
Portugal é tão rico em casos e em personagens “interessantes”.
O escritor Pedro Garcia Rosado explora muito bem essa “riqueza” e constrói policiais de grande qualidade. Li o livro todo em dois dias.
Sendo um livro sobre crimes, eu divirto-me imenso com as semelhanças com os casos e personagens nacionais.
September 3, 2020
Gostei das primeiras cem páginas do livro, prometia muito. No entanto, a história acabou por seguir outro rumo e tornou-se demasiado descritiva. O fim foi muito violento e curto, não deixou suspense algum.
Fiquei um pouco desiludida do livro. A minha personagem favorita é a Filó *_* criatura mais fofa, não merecia aquele fim.
Fiquei um pouco desiludida do livro. A minha personagem favorita é a Filó *_* criatura mais fofa, não merecia aquele fim.
July 15, 2021
É um prazer ler policiais que se enquadram na nossa realidade lusa. Sentir o enredo e os personagens com o sabor nacional. A geografia é familiar. Fiquei fã do autor e adquiri os livros todos que consegui. Os livros tem o ritmo certo, sem encher "chouriços". Acho que devemos apoiar e promover os nossos autores. Sem dúvida este merece ser descoberto e incentivado a publicar mais.
August 5, 2024
Um bom policial, com laivos de thriller. Só peca, a meu ver (e a minha opinião vale o que vale), por sabermos, a um terço do fim, quem são os assassinos. 3,7 ⭐️
September 30, 2014
LINK: http://www.clubedoslivros.org/2013/06...
Morte com vista para o mar, é o 8º thriller do autor, mas por outro lado trata-se do 1º de uma nova série que se estreia publicada pela TopSeller. Digamos que, sem dúvida alguma, uma excelente aposta por parte da editora no policial nacional.
Nesta obra acompanhamos a investigação de um caso, que logo de início me deixou de boca aberta e cheio de vontade de ler o livro, cheio de sangue, cheio de violência, cheio de brutalidade, cheia de machadadas. Digamos que não esperava isto, mas o impacto causado fez o click - “Este livro é para ti, é do que tu gostas! Um policial daqueles…”, pressentimento correcto e certeiro, sem dúvida.
Gabriel é um ex-inspector da PJ, que vive com Filó (sua cadela) e os seus fantasmas em Leiria, é convidado por Patrícia, a sua ex-mulher que pertence à PJ, para participar na investigação deste violento caso que se consumou perto da sua residência, e Filomena, um antigo caso amoroso que é a jornalista que entra em cena, e desta forma está o triângulo amoroso montado. A este triângulo, acrescenta-se um homicídio violento, uma grupo de corruptos poderosos e manipuladores com um jogo fortíssimo de interesses, e… Está o enredo montado. A vítima que logo no início do livro nos é apresentado, é alguém que Gabriel preferia não ouvir falar ou contactar, e até que poderia muito bem ter sido ele a cometer este homicídio, pois razões para tal ele até encontraria, e se calhar até que foi ele. Deixo isto para vossa descoberta.
Todas as personagens são bem desenvolvidas e facilmente criamos uma relação com elas, e com o espaço onde a acção decorre porque entre as páginas que viajamos, conseguimos facilmente criar cenários com o que o autor nos dá. Nota-se que, quer os bons, quer os maus da fita, são personagens “inteligentes”, que estão muito bem construídas, são fiáveis e humanas, tanto que conseguimos pensar com eles e assim “ajudar” na resolução da investigação que têm em mãos. Durante o livro os capítulos são curtos, e bem estruturados e alinhados. O autor, com ajuda de uma escrita fluída e simples, dá-nos uma obra de fácil interpretação e sem “palha para encher” páginas. Este ainda toca em pontos muito actuais e noutros intemporais, como a traição, problemas da vida pessoal, fantasmas que nos assolam e atormentam, ódio, amor, e também aborda temas como offshores, tráfego de diamantes, jogos de interesses e corrupções autárquicas que cada vez mais nesta mundo parecem ser descobertas, e não só de autarquias é claro.
Fiquei bastante satisfeito com a leitura deste livro e com o trabalho do autor que não desilude. É disto que precisamos, e é disto que no género de policial em Portugal para Portugueses deve servir de exemplo. Em Setembro vem outro título a caminho “Morte na Arena: A Descida aos Infernos”, o 2º da série e também com a TopSeller, é claro, é Top e basta, e que continuem desta forma a postar no que é realmente Top, que nós agradecemos.
Nota: Para terminar o que já vai longo, um ponto que é importantíssimo e que no livro é um grande sinal de que ele existe mesmo, é o poder de um blogue. Um blogue, de um anónimo que começa a divulgar informações que deixam alguém a temer e em alvoroço, obrigando alguém a cometer loucuras, tais como este homicídio por aquilo que divulga.
O blogue tem poder, e muito! O meu obrigado ao autor por mostrar isso mesmo na sua obra e os meus parabéns. ;-)
Morte com vista para o mar, é o 8º thriller do autor, mas por outro lado trata-se do 1º de uma nova série que se estreia publicada pela TopSeller. Digamos que, sem dúvida alguma, uma excelente aposta por parte da editora no policial nacional.
Nesta obra acompanhamos a investigação de um caso, que logo de início me deixou de boca aberta e cheio de vontade de ler o livro, cheio de sangue, cheio de violência, cheio de brutalidade, cheia de machadadas. Digamos que não esperava isto, mas o impacto causado fez o click - “Este livro é para ti, é do que tu gostas! Um policial daqueles…”, pressentimento correcto e certeiro, sem dúvida.
Gabriel é um ex-inspector da PJ, que vive com Filó (sua cadela) e os seus fantasmas em Leiria, é convidado por Patrícia, a sua ex-mulher que pertence à PJ, para participar na investigação deste violento caso que se consumou perto da sua residência, e Filomena, um antigo caso amoroso que é a jornalista que entra em cena, e desta forma está o triângulo amoroso montado. A este triângulo, acrescenta-se um homicídio violento, uma grupo de corruptos poderosos e manipuladores com um jogo fortíssimo de interesses, e… Está o enredo montado. A vítima que logo no início do livro nos é apresentado, é alguém que Gabriel preferia não ouvir falar ou contactar, e até que poderia muito bem ter sido ele a cometer este homicídio, pois razões para tal ele até encontraria, e se calhar até que foi ele. Deixo isto para vossa descoberta.
Todas as personagens são bem desenvolvidas e facilmente criamos uma relação com elas, e com o espaço onde a acção decorre porque entre as páginas que viajamos, conseguimos facilmente criar cenários com o que o autor nos dá. Nota-se que, quer os bons, quer os maus da fita, são personagens “inteligentes”, que estão muito bem construídas, são fiáveis e humanas, tanto que conseguimos pensar com eles e assim “ajudar” na resolução da investigação que têm em mãos. Durante o livro os capítulos são curtos, e bem estruturados e alinhados. O autor, com ajuda de uma escrita fluída e simples, dá-nos uma obra de fácil interpretação e sem “palha para encher” páginas. Este ainda toca em pontos muito actuais e noutros intemporais, como a traição, problemas da vida pessoal, fantasmas que nos assolam e atormentam, ódio, amor, e também aborda temas como offshores, tráfego de diamantes, jogos de interesses e corrupções autárquicas que cada vez mais nesta mundo parecem ser descobertas, e não só de autarquias é claro.
Fiquei bastante satisfeito com a leitura deste livro e com o trabalho do autor que não desilude. É disto que precisamos, e é disto que no género de policial em Portugal para Portugueses deve servir de exemplo. Em Setembro vem outro título a caminho “Morte na Arena: A Descida aos Infernos”, o 2º da série e também com a TopSeller, é claro, é Top e basta, e que continuem desta forma a postar no que é realmente Top, que nós agradecemos.
Nota: Para terminar o que já vai longo, um ponto que é importantíssimo e que no livro é um grande sinal de que ele existe mesmo, é o poder de um blogue. Um blogue, de um anónimo que começa a divulgar informações que deixam alguém a temer e em alvoroço, obrigando alguém a cometer loucuras, tais como este homicídio por aquilo que divulga.
O blogue tem poder, e muito! O meu obrigado ao autor por mostrar isso mesmo na sua obra e os meus parabéns. ;-)
April 6, 2021
Eu adoro cinema!
Lembro-me que quando saiu “A Rede Social” (The Social Network) de David Fincher, em 2010, ter pensado “que raio de interesse há-de ter a forma como uma empresa foi criada, ao ponto de se fazer um filme sobre isso?!” O certo é que é um filme muitíssimo bom!
Este exemplo (e podiam ser milhentos outros) serve para dizer que por vezes a história retratada num filme, num livro, etc..., não tem de ser extraordinária para a obra ser boa. Precisa é de quem pegue nela, a molde e a transforme em arte. No caso do “A Rede Social” é o mágico Aaron Sorkin que escreve um argumento delicioso!
Não, não estou a dizer que Morte com Vista Para o Mar tem um enredo fraco!
Pelo contrário, serve isto para salientar que uma das coisas que gostei neste livro foi a sensação de realismo! Todos sabemos que estão na moda livros de grandes conspirações mundiais, intrincados esquemas intercontinentais, civilização em perigo...E nada contra! Adoro essas obras “Dan Brownescas”! Mas este escritor português consegue-nos agarrar com um enredo bem verossímil, focado na pitoresca realidade do poder local, lobbies, (alegadas) falcatruas, que é tão familiar a tantos portugueses, profissional ou pessoalmente.
Como policial que é, arranca com um crime bem violento e a introdução de interessantes personagens: a principal, Gabriel Ponte, ex-inspector da PJ; Patrícia Ponte, inspectora no activo e a jornalista Filomena Coutinho.
Ao contrário do que também é tradicional em livros deste género, não há grandes “twists” ou “cliffhangers”, sendo o mistério destapado lentamente, de forma gradual e muito natural, o que é mais um ponto positivo até pela originalidade.
Algo que também apreciei foi o ritmo incutido na parte final do livro. Os sub-capítulos surgem-nos muito curtos, mostrando a acção do ponto de vista de vários intervenientes, puxando-nos para a imagem dos split-screens cinematográficos, o que dá uma envolvência muito interessante.
As três personagens principais referidas são bem desenvolvidas e criam uma boa base para o futuro da saga.
Foi o primeiro livro do Pedro Garcia Rosado que li e fiquei com muita vontade de ler os outros.
Resta-me dizer que não percebo como este autor não tem mais destaque no panorama nacional deste tipo de literatura. Rosado não fica nada a dever (antes pelo contrário) a todos esses mais “famosos”!
Review em https://bluebooks-pt.blogspot.com ou
https://www.instagram.com/bluebooks_pt/
Lembro-me que quando saiu “A Rede Social” (The Social Network) de David Fincher, em 2010, ter pensado “que raio de interesse há-de ter a forma como uma empresa foi criada, ao ponto de se fazer um filme sobre isso?!” O certo é que é um filme muitíssimo bom!
Este exemplo (e podiam ser milhentos outros) serve para dizer que por vezes a história retratada num filme, num livro, etc..., não tem de ser extraordinária para a obra ser boa. Precisa é de quem pegue nela, a molde e a transforme em arte. No caso do “A Rede Social” é o mágico Aaron Sorkin que escreve um argumento delicioso!
Não, não estou a dizer que Morte com Vista Para o Mar tem um enredo fraco!
Pelo contrário, serve isto para salientar que uma das coisas que gostei neste livro foi a sensação de realismo! Todos sabemos que estão na moda livros de grandes conspirações mundiais, intrincados esquemas intercontinentais, civilização em perigo...E nada contra! Adoro essas obras “Dan Brownescas”! Mas este escritor português consegue-nos agarrar com um enredo bem verossímil, focado na pitoresca realidade do poder local, lobbies, (alegadas) falcatruas, que é tão familiar a tantos portugueses, profissional ou pessoalmente.
Como policial que é, arranca com um crime bem violento e a introdução de interessantes personagens: a principal, Gabriel Ponte, ex-inspector da PJ; Patrícia Ponte, inspectora no activo e a jornalista Filomena Coutinho.
Ao contrário do que também é tradicional em livros deste género, não há grandes “twists” ou “cliffhangers”, sendo o mistério destapado lentamente, de forma gradual e muito natural, o que é mais um ponto positivo até pela originalidade.
Algo que também apreciei foi o ritmo incutido na parte final do livro. Os sub-capítulos surgem-nos muito curtos, mostrando a acção do ponto de vista de vários intervenientes, puxando-nos para a imagem dos split-screens cinematográficos, o que dá uma envolvência muito interessante.
As três personagens principais referidas são bem desenvolvidas e criam uma boa base para o futuro da saga.
Foi o primeiro livro do Pedro Garcia Rosado que li e fiquei com muita vontade de ler os outros.
Resta-me dizer que não percebo como este autor não tem mais destaque no panorama nacional deste tipo de literatura. Rosado não fica nada a dever (antes pelo contrário) a todos esses mais “famosos”!
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April 2, 2013
Boa história embora penso que perca um pouco na questão do crime económico e outras questões adjacentes.
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