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248 pages, Paperback
First published November 10, 2011
Minha Querida Inês é o primeiro livro histórico de Margarida Rebelo Pinto e o 2º que leio desta autora. Devo dizer que adorei este livro, devorei-o em questão de dias.
Margarida Rebelo Pinto presenteia-nos com a "sua" versão dos últimos dias desta galega ruça, amada por uns e detestada por outros. Assim, vamos assistindo ao desenrolar dos últimos 7 dias da sua vida, no Convento de Santa Clara à medida que vamos observando as intrigas e conspirações políticas que se vão adensando culminando no desfecho trágico que acabou por transformar esta mulher numa lenda romântica.
Ao longo do livro são-nos apresentadas várias personagens envolvidas nesta teia complexa de intrigas que envolvem el-Rei D.Afonso, pai de D.Pedro "O Cruel/Justiceiro/Louco" que, no seu papel de monarca preocupado com o destino e a paz deste pequeno reino decreta num conselho presidido pelo seus validos, a morte de Inês devido ao facto de esta ser irmã de Fernando e Álvaro de Castro, 2 espanhóis que tinham demasiada influência no seu filho fraco de espírito manipulando-o conforme lhes dava maior proveito. Desta forma, Inês envolve-se numa complexa teia da qual não conseguiu sair pois acabou por se apaixonar perdidamente por Pedro muito antes deste se casar oficialmente com D. Constança, amiga de infância de D. Inês. Consequentemente, esta foi desde muito cedo exilada da corte pelo rei para tentar diminuir a sua influência junto de Pedro já que, este fazia tudo o que ela queria. Passado pouco tempo depois de D. Constança ter falecido devido a razões ainda hoje desconhecidas (há quem diga de tuberculose, de consequências do parto, de desgosto, etc.) Pedro traz Inês de volta para a corte, desafiando o rei acabando por tornar toda a situação ainda mais tensa.Assim, D. Inês acabou por ir viver para o Convento de Santa Clara na esperança de aí se encontrar segura. É neste espaço geográfico que se desenrola toda a história e onde ela vive tristemente os seus últimos dias, constantemente à espera de Pedro e sentindo o fim inevitável cada vez mais próximo.
Minha Querida Inês é um livro agradável de se ler, aprende-se duma forma bastante fácil toda a situação que envolve a morte trágica da personagem feminina e o porquê, mostrando a algumas das perspectiva das partes envolvidas, colocando em cima da mesa a questão que ainda hoje suscita muitas discussões: D. Inês: donzela inocente perdidamente apaixonada por D. Pedro ou galega ambiciosa e manipuladora?
Um dos aspectos menos agradáveis referente à leitura foi o facto do livro tornar-se um pouco repetitivo em certos aspectos como é o caso da revolta de D. Afonso contra o pai, por este ter sempre preferido os seus bastardos ao filho legítimo, toda a situação política que envolve Portugal-Espanha e pior de todos, os suspiros incessantes, a nostalgia e depressão de D. Inês por não ter Pedro constantemente a seu lado. Este livro não é, com certeza um dos melhores livros sobre esta temática e nem dos mais complexos ao nível de enredo e escrita mas fora isto, gostei o livro que apesar de ser o 1º do género desta autora está interessante.