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As pequenas doenças da eternidade

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Nesta seleta de contos, uma edição especial para leitores brasileiros, Mia Couto traz histórias que tratam de grandes males que assombram a sociedade, dos tempos mais remotos aos dias atuais. A perspectiva da finitude, o medo do abandono, indiferença, traições, guerras e pandemias — são estes alguns dos temas que perpassam os textos aqui reunidos.

"Peço a Deus que me dê a felicidade das pequenas doenças", assim começa o conto que dá título a esta coletânea de textos de Mia Couto. Nele, uma mãe e seu filho rezam para evitar graves enfermidades e tentam, sem sucesso, postergar o próprio fim. A saúde — assim como a paz, a igualdade, a dignidade — é a súplica que permeia todas estas páginas.
O velho que recebe em casa um enfermeiro em serviço de rastreio da covid-19; uma mulher que aguarda a volta do marido; um rapaz que retorna à sua aldeia e não é reconhecido; as sombras do abandono numa sala de espera de hospital. Entre uma reflexão e outra, o leitor encontra personagens e cenas que não lhe sairão tão cedo da memória.
As pequenas doenças da eternidade reúne algumas das mais belas histórias que Mia Couto tem publicado na revista portuguesa Visão. Para esta edição — ligeiramente diferente da publicada em Portugal sob o nome O caçador de elefantes invisíveis —, o autor revisitou todos os contos, modificou pequenos detalhes e abdicou de alguns textos.

176 pages, Kindle Edition

First published October 1, 2021

50 people are currently reading
414 people want to read

About the author

Mia Couto

110 books1,378 followers
Journalist and a biologist, his works in Portuguese have been published in more than 22 countries and have been widely translated. Couto was born António Emílio Leite Couto.
He won the 2014 Neustadt International Prize for Literature and the 2013 Camões Prize for Literature, one of the most prestigious international awards honoring the work of Portuguese language writers (created in 1989 by Portugal and Brazil).

An international jury at the Zimbabwe International Book Fair called his first novel, Terra Sonâmbula (Sleepwalking Land), "one of the best 12 African books of the 20th century."

In April 2007, he became the first African author to win the prestigious Latin Union Award of Romanic Languages, which has been awarded annually in Italy since 1990.

Stylistically, his writing is heavily influenced by magical realism, a style popular in modern Latin American literature, and his use of language is inventive and reminiscent of Guimarães Rosa.

Português)
Filho de portugueses que emigraram para Moçambique nos meados do século XX, Mia nasceu e foi escolarizado na Beira. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira e três anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Lourenço Marques (agora Maputo).
Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até à destruição das suas instalações em Setembro de 1975, por colonos que se opunham à independência. Foi nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o tempo da guerra de libertação. A seguir trabalhou como diretor da revista Tempo até 1981 e continuou a carreira no jornal Notícias até 1985.
Em 1983 publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que inclui poemas contra a propaganda marxista militante. Dois anos depois demitiu-se da posição de diretor para continuar os estudos universitários na área de biologia.

Além de ser considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué.

Na sua carreira, foi também acumulando distinções, como os prémios Vergílio Ferreira (1999, pelo conjunto da obra), Mário António/Fundação Gulbenkian (2001), União Latina de Literaturas Românicas (2007) ou Eduardo Lourenço (2012). Ganhou em 2013 o Prémio Camões, o mais importante prémio para autores de língua portuguesa.

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19 (3%)
1 star
6 (1%)
Displaying 1 - 30 of 55 reviews
Profile Image for Marta Xambre.
249 reviews29 followers
November 1, 2023
28/10/23

Que maravilhosa surpresa!
Nunca tinha lido nenhum livro do Mia Couto e, sem estar nos meus planos de leituras a curto e médio prazo, este pequeno e fascinante livro chegou às minhas mãos graças a alguém que o estava a ler e a aprazerar-se com os pequenos contos que ia "degustando" e partilhando comigo alguns pormenores dos mesmos. Não hesitei em querer experienciar essa leitura e ainda bem que o fiz.
Ler estes contos foi uma delícia, o estilo de escrita do autor é simplesmente maravilhoso, conjuga as palavras de uma forma perfeita, aufere beleza às frases e, através delas, imprime emoções e reações às quais nenhum leitor fica imune. A forma como narra os contos é, sem dúvida, um deleite para quem os lê.
Mia Couto, um grande contista da verdade e da atualidade, recorrendo magistralmente, à fantasia, à magia e à ficção.
Lerei, com certeza, mais obras do autor, inclusivamente de outros géneros literários.
A bisbilhotice literária é tramada! Leitores entenderão, certamente, este meu desabafo.😉😁
Profile Image for António.
123 reviews22 followers
October 7, 2024
A escrita sempre bela de Mia Couto, nesta coleção de pequenos contos que nos transportam para o seu maravilhoso universo literário.
Profile Image for Susana.
50 reviews
May 14, 2022
Não há dúvida que Mia Couto domina a arte da escrita imprimindo imensa beleza, utilizando metáforas e mensagens tão subtis. Contudo, os pequenos contos não são de todo o meu género literário e fico sempre com a sensação de que apenas li um “teaser” de uma bonita história.
Profile Image for Nicole Alves.
146 reviews28 followers
February 18, 2022
Uma coleção de contos que tem como temas/ideias centrais a pandemia de Covid-19, Moçambique, realismo mágico (ou melhor, realismo animista), pássaros, refugiados, água, maternidade, sororidade, e violência machista.
Os contos foram, originalmente, publicados um de cada vez na revista Visão e eu adorava tê-los lido nesse formato periódico. Mas lê-los em conjunto num livro também foi enriquecedor por podermos notar os temas/ideias centrais que transparecem ao longo de todos os contos, conferindo-lhes um sentimento de unidade e criando um estilo/género próprio do autor.
Atribuí uma cotação a cada uma das pequenas histórias, de forma a distingui-las, mas no geral o livro foi fantástico como companheiro das minhas últimas semanas. O meu prazer ao ler as histórias vai de 2* (uma história okay, sólida), a 3* (uma boa história), a 4* (uma história excelente que irei partilhar) até 5* (uma história que me tocou de forma especial e única).

Contos:
1. Um gentil ladrão – 4,5*. “Depois de anos de tormento, reconcilio-me com a humanidade: um ladrão tão desajeitado só pode ser um homem bom. Para a semana, quando ele voltar, vou deixar que roube a velha televisão que tenho no quarto.”

2. A imortal quarentena – 2*. “O vírus é cego, mas a quarentena tem as suas hierarquias sociais.”
É difícil sentir pena do protagonista enquanto ele descreve a vida bem mais complicada da sua empregada e faz com que ela espere duas horas por transporte durante uma pandemia para ir tomar conta dele. Penso que o objetivo do autor era mesmo celebrar esta empregada, a sua bondade, humildade e lealdade. E eu penso que o estado mental do protagonista não é algo a menosprezar, a saúde mental é extremamente importante e não é garantida pelo nosso nível de privilégio na sociedade. Mas a história acaba por contrastar as duas vidas (do protagonista e da empregada) de uma forma que o protagonista fica a parecer um bebé grande, ainda que self-aware até certo ponto.

3. O caçador de elefantes invisíveis – 2,5*. “O homem está a perguntar se, desta vez, não lhe deixamos uns frasquinhos com álcool-gel.”

4. O vestido vermelho – 3*. “As armas pesam sobre as espáduas dos homens que são bons, pensei. Talvez fosse por causa disso que este pequeno soldado coxeava da perna direita.”

5. O observatório – 3*. “Não se engane, senhor padre: o senhor também trabalha nos subterrâneos. Aliás, não há nesta vida trabalho que não seja de mineiro, seja ele executado por cima ou por baixo da terra. Arrancamos pedaços do mundo e, nesse vazio escuro, vamos deixando de nos ver uns aos outros. Só sabemos que estamos juntos quando um desastre faz desabar o teto da mina que todos partilhamos, neste mundo tão sombrio.”

6. As pequenas doenças da eternidade – 3,5*. “Penteava a mãe, dizia ele, para que ela nunca morresse. Contrariava assim os pedidos que a progenitora dirigia a Deus, encomendando-Lhe doenças avulsas. Por via dos seus cuidados, a mãe ficava imune a essas encomendadas maleitas. Mais do que curada: Margarida Malato tornava-se eterna.”
Quem me dera que fosse um pouco mais comprido!

7. A fumadora de estrelas – 3,5*. “A mão dela foi, por um instante, a boca de todas nós.”

8. O meu primeiro pai – 3*. “Esse primeiro marido que ela inventava era, afinal, este nosso pai num outro tempo, antes do desemprego e da bebida. E nós éramos filhos, aliás órfãos desse outro que se extinguiu dentro do atual esposo.”
Um pouco confuso na parte final.

9. Pássaros cegos – 2*. “Ele sempre foi assim, impondo caprichos a quem ele mais amava.”

10. De reis mortos e águas-vivas – 3,5*. “Lembrou-se então das palavras da sua velha mãe: há momentos em que Deus ensina quanto o joelho precisa do chão.”

11. A borboleta – 2,5*. “Mas a borboleta deu meia volta e voou na direção oposta. Pousou num quadro pendurado na parede do lado oposto. A borboleta tinha escolhido essa cor como o seu pouso definitivo. O céu que restava lá fora era demasiado escasso para voar. E demasiado sujo para morrer.”

12. As mãos, as mães – 2,5*. “Na rua enrosquei os dedos uns nos outros, com medo de que, ao abrir as mãos, a vida tombasse aos meus pés.”

13. As cinzas – 4*. “Amanhã, uma vez mais, quem vai varrer sou eu.”

14. Matar o mar – 3*. “A manhã nasceu e vi o mar voando sobre a nossa aldeia. As asas do mar roçaram-me os pés e os velhos sapatos, como duas indolentes canoas, foram-se afastando de mim. Para longe, tão longe da terra, tão dentro de mim.”

15. Guaparivás – 5*. “Contrariado, o homem deixa-se balançar. Os pés são raízes mais fundas do que a própria casa. Há anos que marido e mulher não se encostam assim tão cheios de corpo.”
Lembrou-me a minha família, de uma forma querida e wholesome, o que muito raramente acontece.

16. A culpa – 4*. “E dizem os que viram (e há sempre quem jure ter visto) que havia um menino que corria, alegre, ao lado da mulher.”

17. O vice-viajante – 3*. “No fundo, sou eu que estou grato: cada história minha é uma reza que faço junto à anónima cova onde se deitaram os meus pais.”

18. A outra – 3*. “Nessa madrugada, com as próprias unhas, Ntavase abriu uma cova num terreno baldio. Sabia que esse serviço não teria nunca fim. Para enterrar um filho é preciso uma cova maior que o mundo.”

19. O apeadeiro – 2,5*. “Pelas costas de um homem sabe-se da sua vida: a quem ele se curvou, que raivas refreou, que sonhos o visitaram.”

20. O parto póstumo – 2,5*. “Pouco me importava o tempo: eu ansiava esquecer o mundo, exilar-me da cidade, emigrar de mim. Eu tinha fome de longe, mas a minha verdadeira doença era o antecipado tédio de haver um destino.”

21. A gota – 3*. “Às vezes , meu velho, mentir é a única maneira que nos resta de rezar.”

22. A parede – 4*. “O que vê em mim não são rugas. É excesso de pele. O meu medo é que estas pelancas me cubram os olhos e eu, como certas plantas, sufoque com a minha própria casca.”

23. A libélula – 3,5*. “Ai mãe, que te caiu um pé!” “Melhor assim” disse Mariana, sorrindo. “Melhor assim, que não tenho sapatos.”

24. A alma têxtil – 3,5*. “No assalto às bases do inimigo o coronel Covas dava ordem aos soldados para que não fizessem prisioneiros. Ei-lo agora, prisioneiro do que foi, a alma para sempre amarrada ao uniforme.”

25. Colóquio de pedras – 4*. “Vamos fazer uma praça nova, mulher. Amanhã mesmo começamos a construir estátuas novas. Estátuas de todos, estátuas para todos. Nativos e forasteiros, amigos e inimigos. Tudo junto, ali no mesmo terreno. Quem vier à praça vai escutar as estátuas a conversarem.”

26. Um país sem nome – 3*. “E sentaram-se os dois no sofá, com as mãos cruzadas sobre um país onde nunca ninguém tinha morrido.”


Vou sentir falta deste companheiro na carteira, que ficava tão bem em fotos, que combinava sempre com a minha roupa e que, mais importante, me proporcionava uma pequena história ao longo do dia.
Profile Image for tiago..
464 reviews135 followers
January 17, 2023
Não se engane, senhor padre: o senhor também trabalha nos subterrâneos. Aliás, não há nesta vida trabalho que não seja de mineiro, seja ele executado por cima ou por baixo de terra. Arrancamos pedaços do mundo e, nesse vazio escuro, vamos deixando de nos ver uns aos outros. Só sabemos que estamos juntos quando um desastre faz desabar o teto da mina que todos partilhamos, neste mundo tão sombrio.

Ainda que peque, por vezes, de ser um pouco formulaica, a escrita de Mia Couto consegue, no seu melhor, um encanto acessível a poucos. No mundo lusófono, poucos mais que Saramago conseguem ser tão inteligentes como ele no uso de metáforas e alegorias para descobrir uma realidade sempre evasiva; e este pequeno livro de contos, que pecam sobretudo por curtos, não é exceção. Aqui, recompila uma série de contos publicados na revista Visão que exploram, sobretudo, a pandemia do COVID-19. Entre os que mais me seduziram encontram-se Um gentil ladrão e A gota.
Profile Image for Maísa.
79 reviews
July 5, 2023
Muito bom, obrigada Madi!!
Profile Image for Cláudia.
34 reviews
November 3, 2021
Absolutamente perfeito. O mundo mágico de Mia Couto. Palavras são insuficientes para descrever a beleza da sua escrita.
Profile Image for Roberta Gomes.
79 reviews
September 19, 2023
"O pranto toldava-me a visão e eu chorava apenas para deixar de ver o mundo." pg. 29


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Profile Image for Marcelo Ottoni.
55 reviews10 followers
October 10, 2023
São tão belas as palavras, que carregam de brilho e esperanças a terra e a vida das pessoas retratadas nas histórias de cada canto.

A beleza, na verdade, é uma cortina translúcida, que disfarça o sofrimento e a dor dessas mesmas pessoas em diversas localidades de Moçambique, mas que representam tantas outras mundo afora.

"A vantagem das pequenas enfermidades é que acontecem sem causa nem culpa", atenua uma personagem. Mas também ela está olhando através da cortina das belas palavras. As doenças das histórias não são pequenas, tampouco livres de causas e culpas.

O que lemos nos diversos contos são um deleite literário com um convite à reflexão e ao olhar para o que não é belo no mundo: opressões, violências e descaso com tantas e tantas pessoas.

Sim, a reflexão traz uma sombra opaca e pesada após a leitura. Entretanto, se vir acompanhada de alguma atitude e consciência, reacendem o brilho e a esperarança de toda a beleza. A beleza dessas pessoas, doídas e sofridas, que inspiraram o livro.
Profile Image for Filipa Batista.
214 reviews8 followers
November 14, 2021
Conheci pessoalmente o Mia no passado sábado aqui na vila, precisamente, na apresentação deste livro que vocês estão a ver na fotografia. Tive oportunidade de conhecer de perto o homem que escreve os melhores contos de sempre!! 🥰

Este livro não falhou em nada para me conquistar. É certeiro nas metáforas tão bem construídas e na crítica por detrás do humor. No mesmo encontramos 26 contos repletos de temas atuais como a pandemia e os refugiados... 💡

Escusado será dizer que houveram contos que me marcaram mais, tais como "O meu primeiro pai"e "A Culpa". Cheios de simbolismos e de lições que ressaltam a olhos vistos. Leiam para descobrir do que vos falo 💫

É um livro que se lê num abrir e fechar de olhos e que não cansa!
Recomendo para quem não conhece obras do Mia Couto ou até mesmo para quem queira apreciar uma leitura mais fluída e cheia de significados e reflexões 💭

5☆
.
Profile Image for Jorge Faria.
5 reviews
August 10, 2025
Em O Caçador de Elefantes Invisíveis, Mia Couto conduz o leitor por um mosaico de crónicas onde o real e o imaginário se entrelaçam com naturalidade. Através de uma escrita de rara beleza, ele transforma acontecimentos cotidianos em histórias carregadas de significado, revelando um país vivo, múltiplo e profundamente humano.
Profile Image for Rui.
184 reviews10 followers
July 12, 2022
Como um sábio contador de histórias que é, Mia não desilude, não baixa um milímetro na fasquia da qualidade. Obrigado por mais este, Mia. Forte abraço.
Profile Image for Madi.
161 reviews5 followers
June 23, 2023
Perfeito, leiam já!
Profile Image for Linda Lin.
37 reviews1 follower
October 25, 2025
這本書薄薄的,卻讀得很慢,因為每個短篇都像是被作者丟進某個莫三比克的尋常百姓生活裡,那些人類的情感不會因為國籍語言不同而有所隔閡,讀完一篇,總免不了要闔上書本沉澱一下。
Profile Image for Filipa Costa Pereira.
74 reviews4 followers
January 12, 2024
Cada vez que regresso à escrita de Mia Couto volto a perceber porque é um dos meus escritores preferidos.
Num livro de contos consegue fazer sorrir, arrepiar, indignar, chorar e maravilhar. Como é que alguém consegue escrever sobre guerra, miséria , violência, solidão, loucura com poesia? Que olhar sobre a vida é preciso ter para conseguir acrescentar humanidade quando o mundo se revela profundamente desumano? Um privilégio ler o seu olhar.
Profile Image for Madalena Braga.
3 reviews
October 17, 2024
Foi com expectativas altas para este livro, tinha gostado muito do livro “um rio chamado tempo, uma casa chamada terra” do mesmo autor, no entanto acabou por ser uma pequena desilusão, uma leitura muito lenta e com pouco desenvolvimento sendo que cada conto tem 2 ou 3 páginas. Por outro lado como eram contos foi uma boa leitura para ler antes de dormir.
Tinha frases muito bonitas e ideias muito interessantes, isso foi o que me fez dar estrelas a este livro.
Devo de admitir que senti falta de uma emoção mais forte🥲!!
Profile Image for Marina.
80 reviews1 follower
September 10, 2023
Gostei muito dos contos, mas teve uma hora que as metáforas com a lua, rio e mar me encheram um pouco. Era como se eu já soubesse o que iria ser escrito só porque todo conto tinha uma comparação ou uma metáfora com esses elementos.
Profile Image for Fernando Delfim.
399 reviews13 followers
November 14, 2023
“Não se engane, senhor padre: o senhor também trabalha nos subterrâneos. Aliás, não há nesta vida trabalho que não seja de mineiro, seja ele executado por cima ou por baixo da terra. Arrancamos pedaços do mundo e, nesse vazio escuro, vamos deixando de nos ver uns aos outros. Só sabemos que estamos juntos quando um desastre faz desabar o teto da mina que todos partilhamos, neste mundo tão sombrio.”

“[…] escolhemos viver longe dos lugares onde há hospitais. Ela, coitada, não sabia que era o inverso: os hospitais é que se instalam longe dos pobres.”

“Quem precisa de musas inspiradoras são os escritores menores. Um bom texto deve ser impenetrável.”

“O vírus é cego, mas a quarentena tem as suas hierarquias sociais”

“O invencível foi derrubado pelo invisível” (O Caçador de Elefantes descrevendo a pandemia da Covid 19)

“Em Kalimbué há um velho provérbio: uma pedra pode atrapalhar mais do que uma montanha.”

“A arte de que apanha, dizia ela, é evitar marcas. Dói mais exibir essas nódoas que o sofrimento da pancada.”

“Há casos em que a solidão é um incêndio e a pessoa fica consumida por dentro”

“A verdade é que não tenho tempo para ser filho”

“Os médicos bons são aqueles que vemos uma vez na vida”

“Para longe, tão longe da terra, tão dentro de mim”

“moro muito longe. Lá até a rádio chega atrasada”

“as pessoas têm artes mágicas de se enclausurar. Somos os mais competentes carcereiros de nós mesmos.”

“- O que vê em mim não são rugas, é excesso de pele”

“Longe de casa, todo o filho vive em parte incerta”

“Estão a morrer todos? Quando chegar a minha vez já não haverá mais morte…”

“- Eles andam a vasculhar os livros à cata de incorreções, com diligência maior do que os inquisidores do Tribunal do Santo Ofício.
- Antes de condenar os Lusíadas terão que questionar a própria Bíblia, o Alcorão, a Torá.”
Profile Image for Matheus Soares.
12 reviews
September 25, 2023
No seu mais novo livro publicado no Brasil, Mia Couto parte dos horrores da Pandemia de Covid-19 para narrar as mazelas históricas da humanidade. Em 27 contos, o escritor moçambicano conta histórias sobre a fome, o desamparo e as guerras que milhares de cidadãos enfrentam diariamente, principalmente às margens da história ocidental. E faz isso com uma delicadeza poética, como se pisasse nesses terrenos acidentados com muito respeito.

Em algumas narrativas, Couto utiliza o limite das páginas (em média, os contos são de 4 a 5 páginas) para criar histórias concisas, mas ao mesmo tempo impactantes, com personagens interessantes que refletem questões contemporâneas e que, sem dúvidas, marcarão meu percurso como leitor. Gostei bastante do "Gentil ladrão", "O caçador de elefantes invisíveis" e "Morrer de raça". São nessas histórias que vemos, por exemplo, a violência colonial do progresso do Ocidente perante a essas vidas "à margem".

Ao longo das 169 páginas, porém, o moçambicano perde o fôlego algumas vezes. Nesses momentos, me pareceu que o autor estava mais preocupado em desenvolver um argumento do que contar uma história. Além disso, certos esquemas de escrita são repetidos em contos diferentes. Isso me fez passar por algumas narrativas sem muito brilho do olho - mas desgostar de alguns contos, afinal, me parece natural. Três estrelas, um bom livro.
845 reviews
February 2, 2022
Este volume reúne as crónicas/contos de Mia Couto na Visão, escritas e publicadas em tempos de pandemia e de terror em Cabo Delgado. Umas mais inspiradas, outras menos, em todas brilha o fulgor da língua.
Entre as minhas preferidas está «Colóquio de Pedras» (pp. 161-166), em que as estátuas de Camões e de Vasco da Gama, com a ajuda de um professor, trazem para a roda os heróis de Moçambique sem estátua, e assim conseguem por todas a conversar; «A Gota» (pp.133-139) e a dor de um viúvo numa cidade bombardeada; ou «A outra» (pp. 115-120) lemos como as vítimas podem tornar-se heroínas.

«Conheço bem essa doença. Chama-se indiferença. Era preciso um hospital do tamanho do mundo para tratar essa epidemia.» P. 16
Profile Image for Rodrigo.
23 reviews
April 14, 2022
Sou um bebedor de horizontes. Esquecem-se me os limites, e quase já nem os sinto.
São indescritíveis as sensações. Incontáveis as experiências que cada palavra carrega.
Adoro ler contos do mia. Com este livro o meu maior problema foi lê-lo de seguida. (tenho uma pressa estúpida de ler rápido)
Sinto a sua escrita como um abraço. Como se fosse acolhido, e nada fosse posto de parte. Tentar ser mais que humano, não me parece bom apesar de seguir ideais assim. Na contra capa falava sobre o olhar do mia e em como nele cabe tudo. Qualquer história que conte, é com carinho. E isso faz me querer ser inteiro. Seja o que for. Mas sempre um movimento da humanidade, o bocado que vivo.
Profile Image for Maria Elisabete.
40 reviews2 followers
January 1, 2022
"O estilo é sóbrio e preciso, os temas são vários e diversos, o lugar donde o autor vê o mundo /Moçambique/ e o retrata neste livro é tão amplo que nele cabe tudo.
Entre a história do pobre velho, ou melhor, de um velho pobre que recebe em casa um enfermeiro em serviço de rastreio da covid 19, e, já no fim do livro, a conversa das estátuas que descem dos seus pedestais, descem e não são derrubadas, para conversarem sobre os males e os equívocos deste mundo, entre uma e outra destas histórias o leitor encontra personagens e cenas que não lhe sairão tão cedo da memória." (Wook)
Profile Image for Diogo Spencer.
13 reviews
August 27, 2022
Uma coleção de contos de Mia Couto, a maior parte deles são contos que ele escreve para a Visão.
Um bom livro de bolso para ler quando se tem pequenos momentos mortos durante um dia ou uma viagem .
Tristes, bonitos, mágico-realistas, humanos, estes contos são pequenos mas dão em que pensar.
Ah e claro Mia Couto é daqueles autores que trata tão bem a língua portuguesa que quando lemos as suas obras percebemos o quão sortudos somos por ser portugueses.
Profile Image for Gabriela Henriques.
3 reviews1 follower
July 12, 2025
O Caçador de Elefantes Invisíveis” é um livro cheio de histórias pequenas que nos fazem pensar e sentir. Mia Couto fala sobre a vida em Moçambique com palavras simples, mas tão bonitas que parecem poesia. Ele mistura coisas reais, como a pandemia e a guerra, com um pouco de magia e humor. É daqueles livros que nos deixam a refletir e com frases que ficam na cabeça muito tempo depois de ler. Perfeito para quem gosta de textos curtos e cheios de emoção
Profile Image for Chema Caballero.
269 reviews20 followers
March 14, 2023
Libro de cuentos cortos escritos durante la pandemia y publicados primero en un periódico. Son muy desiguales. Algunos geniales, otros no tanto. Pero siempre Couto en estado puro, con sus juegos de palabras, sus metáforas, sus giros inesperados, su dulzura y su amargura. Todo un tratado sobre la condición humana, una vez más.
Profile Image for Fernanda Carrascosa.
43 reviews3 followers
May 22, 2023
Este pequeno livro de contos foi meu primeiro contato com Mia Couto, e só posso dizer que a vontade de conhecer mais da sua obra só aumentou. Esses contos foram de uma lindeza tal, uma sensibilidade poética, que eu não imaginava. Como histórias tão curtas por diversas vezes quase me levaram às lágrimas, não sei explicar. Gostaria que algumas delas se tornassem um livro inteiro.
Profile Image for Lísia Marioti.
37 reviews
November 15, 2023
Meu. Deus. É a primeira vez que leio Mia, e não fazia a mínima ideia do tipo de livro que este era - nem sabia que era de contos. Cada um deles mexeu comigo de uma forma diferente, muito forte, mas também muito sutil, assim como considero ser a escrita do autor. Me apaixonei pelo estilo de contar do Mia - e confesso que achava que ele era uma mulher haha. Leitura super rápida e muitíssimo bela.
Profile Image for Antonio Morais Leitão.
8 reviews
July 1, 2025
I liked the book, there is something to be said of reading Mia Couto’s work in tales it’s less dark and confusing that if it were in book form. However there is a certain magic spell, invocation or even prayer in all its tales even the most dark ones. I would recommend this book to anyone who wants to breath a bit of African poetry whilst no liking poetry.
Displaying 1 - 30 of 55 reviews

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