Em seu sexto livro de poesia, Bruna Beber conduz o leitor por um caminho limiar entre tempo e espaço, vida e morte.
"Pai celestiá/ ninguém sabe quem varre nossas porta/ Se vento ventoso, vento de arrasá/ ou vento de ninar cantiga/ Por isso santa Rita nóis canta/ advindo disso santa Rita nóis reza". Com uma prece, pedindo licença, entramos no novo livro da poeta Bruna Beber. Veludo rouco é dividido em quatro partes — "Amor e morte", "Natureza e fantasia", "Ofício e graça", "História e geografia" —, cada qual uma vereda por onde se aventurar em torno de diferentes tempos, vozes e lugares. Circulando por ruas de São Paulo, Rio de Janeiro ou do sul da África, invocando personagens vivos e mortos, a autora constrói a cada verso um lugar próprio, nos convidando a visitá-lo e conhecer seus habitantes. "Nas frestas dessas estranhas grandezas", escreve Luiz Antonio Simas, que assina o texto de orelha, "a poesia vai se aconchegando grudada à vida, como os quebra-queixos da meninice grudavam nos dentes e arrancavam obturações".
Bruna Beber é uma poetisa e escritora brasileira. Ela colaborou, durante os anos 2000, com diversos sites e revistas impressas de literatura, poesia, música e Internet. Fez a curadoria da exposição Blooks – Letras na rede, ao lado do poeta Omar Salomão, em setembro de 2007, sob coordenação de Heloísa Buarque de Hollanda. Foi vencedora do 2º Prêmio QUEM Acontece na categoria revelação literária de 2008.
eu fui muito indelicada quando falei desse livro aqui, também foi indelicado a forma que fui ler esse livro, espero que as(os) poetas me perdoem pela minha indiscrição e insensibilidade!
moldo, embalo, presenteio de volta o tempo com todos os pesares e graças que vivi na voz da minha vizinha. é dela essa mania de escrever, cantar e viver.
Teve uns dois poemas que gostei bastante. Eu amo poesia, leio poesia, mas não entendi algumas coisas. Muitos poemas me passaram a impressão de que juntaram frases aleatórias (algumas poéticas, outras nem tanto) e chamaram isso de poema. Eu li e reli e não entendi. Mandei pra alguns amigos pra ver se eles entenderiam e também não entenderam.
“As matas, circunscritas pelas nuvens, é que depois percorrem o ar sem renúncia, num rompante sem ossos, sem moldura; durante mergulham na escuridão da terra e rastejam endiabradas; olho vivente reaviva ilusões; receba estes ombros ombros ombros de pesca.”
Esse é um trecho de um dos poemas. Eu achei bonito, mas isso não me diz nada. Não me traz um momento. Nada. Talvez seja falha minha. O que era pra ser entendido? Pra quem não tem o hábito de ler poesia, um livro desses te manda pra longe.
Enfim. Dos dois poemas que eu gostei, eu gostei muito. O resto foi esquecido assim que terminei de ler.
do nada entrei nessa empreitada de ler os poetas de hoje, e assim volto na bruna. o engraçado é que achei alguns poemas bons mesmo, coisas que eu nem esperava de tão boas, mas ainda assim a maior parte deles não me desceu. uma pena porque o título é bom.