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Passaporte para a China: crônicas de viagem

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Em 1960, delegações de todo o mundo participaram da festa do 11o. aniversário do socialismo chinês. Embora não se considerasse comunista, Lygia Fagundes Telles foi incluída no grupo brasileiro e resolveu enfrentar o pânico dos “aviões a jato”. Antes de embarcar, ela recebeu outra enviar relatos da viagem para o jornal Última Hora. Daí surgiram 29 crônicas, que formam um instrutivo, comovente e divertido diário de bordo, ambientado em várias cidades. O olhar curioso, irônico e delicado se demora em paisagens, monumentos, roupas, costumes. Mas as crônicas também nascem do convívio com o povo e com detalhes do cotidiano. Além das anotações de viagem, encontram-se evocações literárias, recordações de infância e reflexões sobre o país natal, do qual a escritora jamais se esquece. O livro conta ainda com um pequeno caderno de fotos tiradas durante a viagem.       Editora ‏ : ‎ Companhia das Letras; 1ª edição (18 outubro 2011)    Idioma ‏ : ‎ Português    Capa comum ‏ : ‎ 112 páginas    ISBN-10 ‏ : ‎ 8535919651    ISBN-13 ‏ : ‎ 978-8535919653    Dimensões ‏ : ‎ 21.08 x 13.72 x 1.02 cm

102 pages, Paperback

First published January 1, 2011

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174 people want to read

About the author

Lygia Fagundes Telles

91 books558 followers
Lygia Fagundes Telles (born April 19, 1923) is a Brazilian novelist and short-story writer. She was born in São Paulo and is one of Brazil's most important living writers.

Her first book of short stories, Praia Viva (Living Beach), was published in 1944. In 1949 got the Afonso Arinos award for her short stories book O Cacto Vermelho (Red Cactus). Among her most successful books are Ciranda de Pedra (The Marble Dance) (1954), Verão no Aquário (1963), Antes do Baile Verde (1970), Seminário dos Ratos (1977) and As Horas Nuas, (1989). The book Antes do Baile Verde won the Best Foreign Women Writers Grand Prix in Cannes (France) in 1969.

Her most famous novel is As Meninas (The Girl in the Photograph), which tells the story of three young women in the early 1970s, a hard time in the political history of Brazil due to the repression by the military dictatorship. In 2005 she won the Camões Prize, the greatest literary award in the Portuguese language.[1]

She is one of the three female members of the Brazilian Academy of Letters.

From Wikipedia

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Displaying 1 - 12 of 12 reviews
Profile Image for Luciana.
516 reviews162 followers
January 14, 2025
Em setembro de 1960, Lygia compôs junto a demais escritores a delegação brasileira em vista do convite para comemoração do décimo primeiro aniversário da República Popular da Nova China. Atravessando quatro continentes, muitas horas de voo e levando consigo uma enorme curiosidade acerca das cidades ao qual passou, a escritora, por meio de um convite, se propõe a criar crônicas acerca da viagem.

Deixando a linguagem política de lado, Lygia narra o que viu e sentiu sem adentrar no campo das desigualdades ou das narrativas do país visitado; expondo livremente situações como: seu contato com mulheres da Sibéria, a curiosidade para conhecer a Praça Vermelha em Moscou e como Paris é sobretudo uma cidade feminina. Desse jeito, quase informal, coloca o leitor como bagagem junto aos sacos de café que leva para os chineses (que até então ela não sabia que odiavam café), em uma leitura que é elegante tal qual a escritora sempre o foi.
Por mais que tenha gostado da leitura, uma vez que é sempre bom ler Lygia, certamente os seus contos são mais encantadores.
Profile Image for Luana Iannone.
37 reviews
October 24, 2023
Passaporte para a China foi um livro que me transportou pra 1960, direto pro avião que Lygia pegou em direção a Pequim. É um livro sensível que mostra as percepções da nossa Madame Telezê sobre Pequim e Shangai, mas também sobre Paris, Praga, Moscou, Omsk e Irkutsk.
Me impressiona sempre a elegância da escrita da Lygia. Esse é um retrato lindíssimo sobre uma China ainda em crescimento, recortes breves de uma viagem que parece ter sido muito rica pra ela e pra delegação que foi prestigiar o 11º aniversário do regime de Mao.
Profile Image for Eduardo Peretto Scapini.
201 reviews4 followers
September 26, 2017
Baita livro!

O melhor ponto deste livro é como Lygia consegue desmistificar e quebrar tabus sobre a China, ela mostra uma realidade chinesa poucos anos após a Revolução Cultural, onde tu ficarás imerso do início ao fim da leitura.

Passaporte Para a China prova que não é necessário um livro ser calhamaço para ser um livro que consegue te conquistar e provar sua qualidade.

Recomendo!
Profile Image for Henrique Fendrich.
1,026 reviews26 followers
January 15, 2024
A China acordou, está acordadíssima. É a constatação que faz Lygia Fagundes Telles em 1960, quando fez parte de uma delegação convidada a visitar o país asiático. O objetivo era mostrar a pessoas do mundo inteiro a transformação pela qual a China havia passado desde que Mao Tse Tung assumira o comando do país, 11 anos antes. Lygia, que nunca foi comunista, seguiu o roteiro oficial da visita, mas estava muito mais interessada em pessoas do que em política. É sobre elas que falaria em crônicas publicadas à época pela “Última Hora” e lançadas em livro apenas em 2011, sob o título “Passaporte para a China: Crônicas de Viagem” (Companhia das Letras), que representa a única incursão da escritora pelo gênero de Rubem Braga.

Mas o livro não é apenas sobre a China, já que, antes de chegar até lá, a escritora fez escala em várias cidades, e sobre cada uma registrou, com sensibilidade, as suas impressões. Assim é que ela passa por Dacar, com os negros mais belos do mundo, pela feminina Paris, por Praga, com o verde mais verde do mundo, por Moscou, de onde não podia sair do hotel, mas tentou fugir para ir à Praça Vermelha, e ainda pela Sibéria, onde uma mulher a ajudou a costurar dois botões que lhe ameçavam cair da blusa. Na medida em que registra a singularidade de cada uma dessas cidades, Lygia também vai reconstruindo as suas próprias memórias afetivas.

Quanado, enfim, chega à China e termina o tormento de suas viagens de avião, ela encontra um país em que a novidade da revolução se mistura com a cultura milenar. Lygia (ou Madame Telezê, como era chamada pelo guia local) encontra no chinês um povo nem melhor nem pior, apenas diferente, a começar pelas janelas, tão difíceis de abrir para um ocidental. Ainda que destaque o grande controle fisionômico do chinês, a escritora observa que ele é um excelente ouvinte, e tão cordial que chega até a se aproximar do baiano.

Mas nem por isso o chinês deixa de estranhar o brasileiro. Lygia se espanta quando não vê um único cachorro ou gato pelas ruas de Pequim, e descobre que os chineses não os tem, porque trazem muitas infecções. As mulheres de lá também não se maquiavam, não se preocupavam com o que chamavam de “ninharias”, já que o fundamental era reconstruir a nação. Não havia nem mesmo namorados, pessoas de mãos dadas andando pelas ruas. Mas o guia tratou de tranquilizar Madame Telezê: desse jeito mesmo, eles eram maior população da terra.

É curioso o relato do encontro de Lygia com os escritores locais, muitos engajados no Partidão, e todos tendo que passar algum tempo nos meios agrícolas, para não perderem contato com o povo e também para se humanizarem. Os próprios políticos se sujeitavam à experiência. Não admira que, perguntada se o regime da China funcionaria no Brasil, a escritora disse que não. O regime da China era bom para a China, onde não faltava constância nem disciplina.

Mas Lygia gostou mesmo foi de Shangai, a velada e sinuosa Shangai, embora ela não trouxesse lembranças boas aos chineses, pois até pouco tempo era possível perceber ali a humilhação e o sofrimento trazidos pela estrangeiro. Naquela época, no entanto, a cidade já se considerava livre e renascida para uma nova fase de prosperidade. Lygia vai observando à medida em que confronta suas impressões com outras mais antigas, nascidas dos livros e dos filmes.

Claro, a escritora não podia adivinhar o que iria acontecer dali para frente, os rumos que o país iria tomar, a ditadura em que o regime viria se transformar. Seus relatos humanos ajudam a desvendar um pouco mais sobre quem é o homem que mora do outro lado do mundo, e quem ele poderá vir a ser, já que não se sabe até que ponto a China já está totalmente desperta.
Profile Image for Voando com Livros.
92 reviews1 follower
December 25, 2022
🐉"NO AMOR E NA MORTE OS POVOS TODOS SE APROXIMAM."


Que a Lygia era maravilhosa escrevendo romances e contos eu já sabia, agora tive a oportunidade de conhecer algumas de suas crônicas e cheguei a conclusão que ela era incrível em tudo o que escrevia.




"Passaporte para a China" reúne 29 crônicas de viagem que foram escritas em 1960 quando a Lygia foi convidada para fazer parte de uma delegação de escritores que visitariam a gigante China. Na época, o regime socialista de Mao Tsé-tung comemorava naquele ano seu décimo primeiro aniversário e começava a se abrir para o ocidente.


🐉"VEJO AGORA QUE O TEMPO NÃO EXISTE MESMO, COMO JÁ PROCLAMAVAM OS SOFISTAS GREGOS. EXISTE O ESPAÇO, ESSE EXISTE POR ENQUANTO AO MENOS. QUANTO AO TEMPO, NÃO PASSA ELE DE UMA FRÁGIL CONVENÇÃO PERFEITAMENTE MUTÁVEL, QUE O DIGAM AS AEROMOÇAS E OS SEUS RELÓGIOS."


Se hoje viajar para a China já é bastante demorado, imagem naquela época! Portanto o roteiro foi bastante vasto, melhor para nós, leitores. Lygia passou por Dacar, Paris, Praga, Moscou, Omsk e Irkutsk. E seu olhar perspicaz registrou com intensidade detalhes riquíssimos dessas escalas culturais.


Os depoimentos da autora sobre suas experiências são honestos, divertidos, curiosos e extremamente sensíveis.




🐉"COM A TOTAL PERPLEXIDADE DA ALMA - QUE NÃO SOFRE A AÇÃO DA GRAVIDADE - AO DESLOCAR-SE DO CORPO QUE DESCE NA LINHA QUASE VERTICAL."


Muito mais do que relatos políticos, históricos e ideológicos, Lygia nos seduz e nos conduz em uma viagem que agrega e acolhe.


A leitura é rápida e deliciosa, Se você ainda não leu, deixo aqui minha recomendação. E se você ainda não conhece a escrita da autora, está aqui um ótimo livro para começar.
Profile Image for Ana.
148 reviews
April 20, 2025
Diz o horóscopo que os do signo de Áries não devem de modo algum se arriscar no dia de hoje.
Sou do signo de Áries e daqui a pouco, em plena noite, devo embarcar num avião a jato para a China. Escalas? Dacar, Paris, Praga, Omsk, Irkutsk e finalmente Pequim. Quer dizer, atravessarei quatro continentes: América, África, Europa e Ásia. É continente demais, hein!


Uma delegação brasileira foi convidada à participar das comemorações de 11 anos da República Popular da Nova China. Entre os convidados, estava a madame Telezê, como o interprete chinês, sr. Wang a chamava. A viagem, so a ida durou 5 dias, era no ano 1960, hoje no maximo em 30 h é possivel chegar à Pequim.

Escreveu Mêncio, discípulo de Confúcio e que nasceu por volta de 380 antes da nossa era: “Em primeiro lugar está o povo, em seguida, o país. O rei é o de menos…”.

Guardei também o slogan da capital vermelha: “É preciso que o futuro saia do próprio passado”, o que significa que é preciso respeitar a Velha China, com a tradição dos seus palácios e pagodes para deles tirar a inspirada sabedoria de cinco mil anos de vida.

Diante do mapa, apontando a China, Napoleão disse um dia: “Eis um gigante que dorme. Quando ele acordar, fará tremer o mundo”.


Essas crônicas de viagem foram publicadas semanalmente pelo jornal Última Hora.
Profile Image for Gabriela Gonçalves.
309 reviews6 followers
November 4, 2022
Eu acho a escrita da Lygia muito elegante! E esse livro, que reúne as crônicas que ela escreveu pro jornal Última Hora sobre sua viagem à China, é uma delícia de ler. “Lygia não é de convencer pelo ímpeto da voz grossa. Lygia é de seduzir pelo veludo da voz felina. Da voz que inebria e não troveja; daquela que induz, não da que conduz. Voz de quem acolhe, sugere e emenda, não de quem explica, determina e reparte. É bem a voz de quem agrega, mas distingue, astuta que é”.
Profile Image for The Book Haven.
20 reviews
January 12, 2025
Comecei a leitura despretensiosamente, não esperava nada deste livro e ele entregou tudo.

Lygia descreve com riqueza de detalhes os lugares por onde passa, as pessoas, seus sentimentos e tudo que vive nessa viagem que eu senti como se estivesse viajando com ela.

Esse livro é uma verdadeira viagem sem sair de casa. Maravilhoso!
25 reviews
October 20, 2025
livrinho perfeito, retrato intimista do olhar de uma brasileira sobra a china comunista dos anos 60, e é chocante como eram diferentes os esteriótipos que o ocidente carregava sobre o oriente. me senti andando lá e fico triste que nunca verei o que ela viu de fato (embora eu sinta q vi)
Profile Image for Vanessa.
76 reviews
July 10, 2025
Uma leitura bem interessante que me despertou interesse em saber mais sobre a China.
Profile Image for Um mar de fogueirinhas.
2,194 reviews22 followers
December 21, 2015
Histórias de viagem de Lygia Fagundes Telles, que não só é alguém que escreve lindamente, mas teve o privilégio de conviver com gente tão fantástica quanto ela durante suas peregrinações literárias. Muito amor.
Displaying 1 - 12 of 12 reviews

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