The Falling Sky is a remarkable first-person account of the life story and cosmo-ecological thought of Davi Kopenawa, shaman and spokesman for the Yanomami of the Brazilian Amazon. Representing a people whose very existence is in jeopardy, Davi Kopenawa paints an unforgettable picture of Yanomami culture, past and present, in the heart of the rainforest--a world where ancient indigenous knowledge and shamanic traditions cope with the global geopolitics of an insatiable natural resources extraction industry.
In richly evocative language, Kopenawa recounts his initiation and experience as a shaman, as well as his first encounters with government officials, missionaries, road workers, cattle ranchers, and gold prospectors. He vividly describes the ensuing cultural repression, environmental devastation, and deaths resulting from epidemics and violence. To counter these threats, Davi Kopenawa became a global ambassador for his endangered people. The Falling Sky follows him from his native village in the Northern Amazon to Brazilian cities and finally on transatlantic flights bound for European and American capitals. These travels constitute a shamanic critique of Western industrial society, whose endless material greed, mass violence, and ecological blindness contrast sharply with Yanomami cultural values.
Bruce Albert, a close friend since the 1970s, superbly captures Kopenawa's intense, poetic voice. This collaborative work provides a unique reading experience that is at the same time a coming-of-age story, a historical account, and a shamanic philosophy, but most of all an impassioned plea to respect native rights and preserve the Amazon rainforest.
Davi Kopenawa é xamã e líder político do povo Yanomami, presidente da Hutukara Associação Yanomami, ativista na defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica, além de autor, roteirista, produtor cultural e palestrante. É uma das lideranças intelectuais, políticas e espirituais mais importantes no panorama contemporâneo de defesa dos povos originários, do meio ambiente, da diversidade cultural e dos direitos humanos, com reconhecimento nacional e internacional. É também autor da obra A queda do céu – palavras de um xamã yanomami (2010), em coautoria com o antropólogo francês Bruce Albert.
Davi Kopenawa nasceu por volta de 1956 na vila Yanomami de Marakana, ao longo do alto do rio Toototobi, a poucos quilômetros da fronteira entre o estado de Roraima, no Brasil, e a Venezuela. Devido ao difícil acesso a essa região da Amazônia, o contato com pessoas não indígenas até o início do século XX fora raro ou inexistente entre os Yanomami. Kopenawa era criança quando viu pessoas não indígenas pela primeira vez. Sua família foi quase totalmente dizimada por doenças infecciosas trazidas por autoridades brasileiras no final dos anos de 1950 e depois, novamente, por membros da New Tribes Mission, em 1967. Como consequência, ainda adolescente, ele deixou a aldeia e passou a atuar como intérprete da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), função que desempenha desde então. No início dos anos 1980, Kopenawa se casou com a filha de um respeitado xamã na comunidade de Watoriki e lá se instalou. Foi iniciado no xamanismo por seu sogro. Durante sua iniciação recebeu, de entidades espirituais chamadas xapiri, o nome Kopenawa, em referência a espíritos-vespa conhecidos por sua bravura.
Em 1987, o território Yanomami foi invadido por cerca de 40 mil garimpeiros, um contingente duas vezes maior que a população Yanomami em território brasileiro. Algumas estimativas sugerem que um quinto da população Yanomami morreu devido à violência, à malária, à desnutrição e ao envenenamento por mercúrio. Como resultado de intensa mobilização nacional e internacional, tendo à frente Kopenawa, Bruce Albert, o missionário Carlo Zacchini, a fotógrafa Claudia Andujar e outros ativistas congregados na Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY, criada em 1978 e posteriormente renomeada Comissão Pró-Yanomami), o território Yanomami foi homologado pelo governo brasileiro em 1992, no contexto da Cúpula da Terra no Rio de Janeiro. No ano seguinte, doze indivíduos Yanomami, todos idosos, além de mulheres e crianças, foram massacrados por garimpeiros, no episódio que ficou conhecido como Massacre de Haximu. O ativismo de Davi Kopenawa em defesa de seu povo e da floresta então se intensificou. Kopenawa integrou uma ampla campanha internacional pela defesa do meio ambiente e dos povos indígenas, viajando extensivamente pelos Estados Unidos e Europa.
Kopenawa foi um dos fundadores, em 2004, da Hutukara Associação Yanomami, por meio da qual vem articulando ações políticas e projetos em defesa do território contra garimpeiros e outros invasores, assim como pela melhoria das condições de saúde e educação do povo Yanomami. Também tem trabalhado para a formação de novas gerações de conhecedores xamãs e lideranças políticas.
No contexto de desmonte perpetrado pelo governo de Jair Bolsonaro contra a FUNAI e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os órgãos de governo destinados à promoção e proteção de direitos dos povos originários e do meio ambiente, o território Yanomami foi alvo de novas invasões por garimpeiros a partir de 2019. Apesar de reiteradas ameaças de morte, Kopenawa persiste em seu trabalho intenso em defesa da causa indígena e ambiental. Em fevereiro de 2020, denunciou formalmente o governo brasileiro durante a 43ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça, por seu ataque aos povos indígenas e à floresta amazônica. Durante a pandemia do SARS-CoV-2 (Covid-19), através da Hutu
The Falling Sky is like several books in one: autobiography, what the co-author Bruce Albert calls autoethnography, cosmological treatise, creation myth, political polemic, prophetic utterance. While the book reads as though spoken directly by Davi Kopenawa, that isn't exactly true. Bruce Albert is honest and detailed about how he and Davi collaborated, and that in itself is an important part of the book. It's an exploration in linguisic collaboration, how two people from radically different cultures and linguistic systems come together to make a statement that is understandable to and at the same time changes both cultures.
The Falling Sky is about the Yanomami, most studied indigenous group of the twentieth century, and the one that in the twenty-first might have the greatest influence on the dominant culture. Kopenawa, or Kopenawa as brought to us by Albert, tells both his personal story and the story of his people. Most remarkably, and importantly, he tells these stories within the context of the Yanomami worldview. He does not impose Western notions of psychology, mythology, primitive belief systems or whatever on his telling. Rather, he uses the terms and assumptions of his people. So for Davi the world of the xapiri spirits is real, not a complex of myths that is used for symbolic purposes. The spirits come to visit him in sleep, and they have done so since he was around eleven. When he got into his teens and was picked out by his stepfather to be a shaman, he began drinking the Yakoana (called epena in other books on the Yanomami, and similar to but less wild and hard to control than the popular Ayahuasca of Peru) and this drink enabled him to access the full complex of xapiri. These spirits, all different, representing a wide variety of animals as well as such things as dry and rainy seasons and the forest itself, speak to Davi in many ways and guide his efforts to lead his people. Some of the most poetic and powerful passages of The Falling Sky come when Davi contrasts his own world of spirits with the flat, materialistic world of the "people of merchandise," or white people. Though Davi has spent decades interacting with and working with whites, though he and the French anthropologist Bruce Albert have been close friends for forty years, he is unsparing about the coldness and relentless, pointless busyness of white cities. Davi felt out of sorts, even sick, when he visited Brasilia, then Paris, London, and New York to tell the story of his people. Like other Yanomami, he is in no way awed by these places. He feels people who live in them spend their lives in pointless activity, and have lost contact with their own spirit world. He is bitterly critical of what whites call "nature," by which they mean forests, wilderness, and parks that are cut off from the real world of commerce. To the Yanomami, the world and nature are one, and the people, with the guidance of the xapiri and to keep the xapiri coming to visit them and live in their chests, from abandoning them to "the back of the sky," are nothing without the forest.
Finally, to his surprise, Davi finds himself becoming a prophet, or more accurately a shaman, to the world of white civilization. His ideas and those of his people tie in well with recent white concepts of ecology. The Yanomami, Davi Kopenawa wryly observes, have been ecologists since the beginning of time. They and the forest form one indivisible entity, and if the forest is destroyed - by rapacious gold miners, loggers, cattle ranchers, road builders - so, inevitably, are its people. And so, in the end, are the whites.
Davi Kopenawa and Bruce Albert have teamed up to produce a book that yields treasure on every page, and that hardly reveals itself after a single reading. The reader doesn't just learn how the Yanomami think. She starts to think like one herself, and in any case her own world is changed - though not abandoned - from Kopenawa's worlds. The Falling Style is a masterwork of emic ethnology, one that breaks new ground and should forever dispel the canards of primitive, genetic violence that has hung around these people's necks for decades because of certain influential, pseudo-scientific American anthropologists. Nicholas Elliott and Alison Dundy have done a beautiful job tranlating a translation, and Harvard University Press has presented a complex work in readable, aesthetically satisfying format.
Como foi dito por um crítico literário, esse livro é um monumento. De cosmologia Yanomani até uma visão crítica da prática etnográfica, está tudo, e o que há no meio, representado lá.
Não foi fácil ler o tijolo. É um material tão rico que pareceu insondável, e eu só consegui arranhar a superfície do que ele representa. É também uma enciclopédia de tão rico. Apesar de reconhecer os limites, acho que uma versão pequena dele é necessária, já que não me resta dúvidas de que esse livro é necessário e deve ser lido por muito mais pessoas.
que livrão meus amigos chega a ser criminoso eu ter lido na pressa e na afobação pra entregar trabalho porque a faculdade é tóxica abusiva desgraçada enfim [reler algum dia]
Utterly engrossing ethnography written through the words of a Yanomami shaman, who goes in depth on the cosmography of the Yanomami and the healing techniques of their shamans, who “call down” the spirits to dance, sing and heal. The process of calling down these spirits, “xapiri,” is extensively described and it. Is. Fascinating!
After many days of purifying himself by fasting from food, water, and other intoxicants, Davi ingests “yakoana,” which is blown into his nose by an elder shaman. Yakoana is the powdered bark of the virola elongata tree; it contains tons of DMT. After fairly tortuous days of inhaling yakoana, the spirits eventually appear en masse, loudly, in luminous trails in the sky, dancing and shimmering on “mirrors,” although this could be some kind of translation error. These spirits look like humans and animals, clean and lit up and brightly painted and smelling wonderful, with feathers in their ears and hair. They demand that the new shaman learn their dances and songs immediately. Then they literally hack up his spirit body with machetes and reassemble his new spirit body, upside down and ass backward.
Ok, I’m following.
Then the spirits laboriously build a wooden apartment in his chest, heaving the posts into his ribs and the roof in his clavicle, and start moving in, rock, dirt, and ant spirits first. Then come the vine and tree and flower spirits. Then the birds and forest critters: the tapirs, jaguars, peccaries, turtles, harpy eagles, anacondas and what all. Then come the water and thunder and air and wind and sun and bee and butterfly spirits. And in the basement live the underground baddies, the evil spirits, night and chaos, just in case. Everyone is welcome in this home!
After setting up shop, they dance and sing all night long, and the shaman learns the songs to heal his people and maintain the structural integrity of the sky, which is literally in danger of falling, full as it is with ancestors and orphan spirits and assaulted by epidemic smoke and metal plagues.
Davi spends a lot of time dismantling the Christian beliefs forced on him by missionaries in the ‘60s and ‘70s; the Christian god “Teosi” and Jesus, “Sesusi.” Davi rejects these as false gods nearer to Satan or the ding-dong brother of the good Yanomami creator god, Omama. The Yanomami people can see and hear their gods and spirits. Why would they need to read about invisible foreign gods that never appear to them or speak? What do these gods look like? What are their voices like!? Where do they live? They don’t heal like the xapiri.
And so they are abandoned quickly.
This is basically like witnessing the real-time colonization of an American Indian tribe, complete with epidemics; rapacious, greedy, lying white people; cruel missionaries and their useless gods; and the destruction and devastation of precious, irreplaceable ancestral land deeply connected to the living gods and spirits that undergird and oversee the entire world.
A fascinating and sad journey. I’m white. I know we won’t follow through on Davi’s advice. The sky will fall and the forests will burn and all of us will fall into the underworld, to be replaced by who knows what.
Unique world view from Yanomami perspective. Thought provoking, lyrical and depressing to see the European Other from Amazonian viewpoint. Fascinating description of shamanism and spirit world. Long and repetitive but then so is Homer. Worth the effort.
4.5 stars “When we mix with the white people, everything starts to go badly."
The Falling Sky, Words of a Yanomami Shaman, is a 600+ page read that describes the culture, history, beliefs, and challenges of the Yanomami Indians of Brazil and Venezuela. It was written by cultural anthropologist Bruce Albert in translation of the words of Davi Kopenawa, a shaman of the indigenous group. The book is composed of several sections. Davi Kopenawa gives us a thorough description of their beliefs; his life story and how he came to reach the world stage with his message; his warnings about what we—especially the white people (North Americans and Europeans) are doing to nature (what we call ecology and the environment); and the anticipated consequences.
In the balance of the book, anthropologist Bruce Albert discusses his life work with the Yanomami people and the rigors and challenges that went into developing this book. It ends with exceptional resources: Appendices, thorough notes that augment the body of the work, glossaries that are very necessary to the layman reading it, references, and an index.
If you are an armchair anthropologist as I am, allow this book to engulf you. Become empathic of the Yanomami people. Immerse yourself in their beliefs, paralleling if you must with your Western faith, but see these issues and concerns from their point of view. It is a cautionary work. Read it as such.
If you are a student, this easily could be your case study of the semester. The research and documentation are exemplary, and there are many subthemes, including climate change, fracking, materialism, politics, death due to pollution and lack of resistance to disease, disrespect for the forest . . . And a reminder that sometimes our “civilized” behavior is shameful, as is well-described in Appendix D: The Haximu Massacre.
I gave this book 4.5 stars only because I thought that there was, at times, unnecessary duplication of information. I understand from reading Mr. Albert’s section why that was done, but for me, while it served as a review, it also detracted from my progress as I read. I hope that, despite the effects that it has on his system, Mr. Kopenawa is able to continue to share his message and that many take heed.
An extraordinary, inspiring, mind-opening account reminding us to always look at things from a different perspective.
It shouldn't be surprising a community whose belief's foundation is to protect the spirits of the forest succeeds in developing a symbiotic, harmonious and sustainable connection with nature, while a species whose main credo is the value of merchandise is driving itself towards self-extinction. Yet, I find it preposterous white man wilfully chose the latter and still has the presumption to call itself wise, smart, "developed".
We're deaf, we're blind. We should open our eyes before the majesty of the forest and lend our ears to the teachings of the Yanomami shamans. Turns out the best way to move forward is going back to where we were. Since we're so wise, it shouldn't be so hard to apprehend should it?
Em tempos cada vez mais difíceis atrelados a uma falsa ideia de desenvolvimento, se torna cada vez mais necessário o conhecimento de quem sempre esteve nesta terra, que sempre a preservou, pois conhece a sua real importância. Não foi uma leitura fácil, pela quantidade de elementos e visões. Poderia classificá-la como uma enciclopédia, diante de tantos aprendizados, cosmológicos, éticos, sociais e naturais. Tiro muito proveito, mesmo sabendo que toquei apenas sua superfície.
El libro se compone de una serie textos que [[Bruce Albert]] transcribió y anotó de grabaciones de [[Davi Kopenawa]]. En ellos explica la historia reciente del [[pueblo yanomami]], su cosmovisión y como interpretan los hechos derivados de su interacción con los occidentales. El aparato auxiliar es extenso —anotaciones, mapas, glosarios, etc.—.
Tiene capítulos dedicados a sus teorías metafísicas y cósmicas, pero no son los más numerosos. Muchos de los textos se centran en los estragos causados por los buscadores de oro, la construcción de autopistas, etc.; son narraciones estremecedoras. También en las experiencias de los chamanes y su interacción con los [[xapiri - espíritus - yanomamis]].
# Cosas sueltas que me han llamado la atención
## Nombres
Los yanomamis nunca pronuncian el nombre de un individuo en su presencia, es una falta de respeto.
> No parece bien que nos nombren, pero a condición de que nuestro nombre se mantenga lejos de nosotros. Son los demás quienes lo usan, sin que nosotros lo sepamos. > p.56
Tampoco se pronuncia el nombre de un fallecido en presencia de su familia (por ejemplo, p.270).
## Primeros seres, primer mundo
Los primeros habitantes del mundo fueron los [[yarori - seres originarios yanomamis]]. Eran «seres humanos con nombres de animales» que «se metamorfoseaban constantemente», pero «poco a poco se fueron transformando en los animales que hay cazamos y comemos» (p.69). Así, todos los habitantes humanos y no humanos de la selva provienen de una raza original de humanos que se ramificó en las distintas especies animales.
Que la realidad de estos humanos fuera «inestable», que sus cuerpos no dejaran de cambiar, es característico de aquella época primigenia. Lo originario era materialmente cambiante, y lo cambiante es frágil. [[Omama]] fue la divinidad creadora de la selva; él y su hermano [[Yoasi]] «vinieron a la existencia por sí solos». La primera selva que creó Omama, la que habitaban los [[yarori - seres originarios yanomamis]], era también inestable y frágil: «no dejaba de volverse otra hasta que, finalmente, el cielo se hundió sobre ella». Los habitantes de aquella selva cayeron con ella bajo la tierra y se transformaron en seres tectónicos caníbales (p.69). La espalda del cielo que cayó es la selva actual (p.217). Ver también p.584.
Ver:: [[perspectivismo amerindio]], [[Eduardo Viveiros de Castro]], [[multinaturalismo]].
## Sueños
Son de gran importancia, están muy conectados con las experiencias de la vida de vigilia, especialmente para chamanes. «Por aquel entonces yo soñaba mucho, y por eso llegué a ser un buen cazador» (p.97).
## Anti-materialismo
Creer solo en lo observable y descartar la existencia de lo invisible es un error que pronto los niños aprenden a no cometer (p.97). En varios lugares del libro se critica la simplicidad de quien piensa que solo porque no puede ver algo esto no existe, especialmente los [[xapiri - espíritus - yanomamis]].
## Los nombres y las cosas
La relación entre las cosas y sus nombres es íntima.
> Teperesiki había empezado a entornar sus cantos para que yo los conociera. De vez en cuando, conforme los salmodiaba, escupía en el suelo los objetos que acababa de nombrar: puntas de flechas de bambú, grandes frutos alargados del árbol *aro kohi* ¡y hasta pecaríes y tapires, porque su boca era verdaderamente gigantesca! > p.108
Ver:: - [[conocer el nombre verdadero de algo es tener poder sobre ello]] - [[Si dices algo, eso sale por tu boca; dices «carro»; luego un carro sale por tu boca - Crisipo]].
## Las imágenes y las cosas
> Todos los seres de la selva poseen una imagen *utupë*. Esas son las imágenes que los chamanes llaan y hacen descender. Esas son las imágenes que se convierten en *xapiri* y hacen su danza de presentación para nosotros. Ellas son el verdadero centro, el verdadero interior de los animales que cazamos. ¡Esas imágenes son la verdadera caza, no lo que nos comemos! Son como una especie de *fotografías*. Pero solo los chamanes pueden verlas. > > Los animales de la selva son feos comparados con ellas. Los animales existen, sin más. Tan solo imitan sus imágenes. No son más que alimento para los humanos. > > Cuando se dice el nombre de un *xapiri*, no se evoca un solo espíritu, sino una multitud de imágenes similares. Cada nombre es único, pero los *xapiri* que designa son innumerables. > p.119-20
Ver:: [[simulacro]] (curioso, ya la segunda referencia al [[estoicismo]]).
## Iniciación
Muy interesante, sobre todo por los detalles. La actividad principal es el soplado de *yãkoana* en la nariz. Relatada con cuidado en p.148<.
En ocasiones cuando llegan los espíritus
> Nos seccionan el tronco, la parte inferior del cuerpo y la cabeza. Nos cortan la lengua para tirarla muy lejos, puesto que solo dice palabras de fantasma. Nos arrancan los dientes, pues consideran que están sucios y llenos de caries. Se deshacen de nuestras entrañas, llenas de restos de carne de caza que les repugna. A continuación, sustituyen todo esto por la imagen de sus propias lenguas, dientes y vísceras. > p.165
## Los *xapiri*
Viven en casas «suspendidas muy alto, en el pecho del cielo» (p.179). En el pecho de los chamanes habitan en ocasiones. Las casas del cielo de los *xapiri* imitan el interior del pecho del chamán que es su «padre».
> Las clavículas de su torso son las vigas que sostienen el arco del techo. Sus caderas son las bases de los pilotes en el suelo. Su boca y su garganta son la puerta principal. Sus brazos y sus piernas son los caminos que conducen a ella. Sus rodillas y sus codos son calveros-espejos donde los espíritus hacen una parada antes de cenar. > p.180
Son muy susceptibles a los olores humanos: a humo, a pene, etc., y no se acerca a quien huele así.
Cómo actúan los *xapiri* durante una curación chamánica en p.203-4.
También hay espíritus que actúan en la «tierra de los blancos», y por ello se explican algunas diferencias observables entre yanomamis y blancos (p.260).
Las palabras de los espíritus para defender la selva es lo que los blancos ahora llaman «ecología» (p.593). #ecología #ecocrisis
## Comer / matar
Son dos verbos en constante relación, casi intercambiables. Vengar a un muerto es «comer o matar» a un asesino (p.269)
## Personificación
#animismo Muchos elementos aparecen personificados o mostrando comportamientos humanizados, desde partes del cuerpo («su boca probablemente tenía miedo», p.270) a entidades abstractas o sistémicas («el ser del hambre, se ha instalado en la selva», p.236). Es díficil en base al texto discriminar si se emplean de forma más metafórica o literal.
## Los blancos
Su cosmovisión también da cuenta de la existencia de la raza blanca (p.292). Fueron creados por Omama, creador también de la selva, a partir de espuma, y los ubicó lejos de la selva para proteger a sus habitantes de la falta de sabiduría de los blancos. Se dejaron llevar por la cópula, creciendo en número desmesuradamente, y llevados por la euforia fabricaron mercancías y máquinas sin control. Se les hizo pequeña su tierra y decidieron ir a la selva, centro original de la creación de Omama (p.292).
Los blancos creen que un portugués ([[Pedro Álvares Cabral]]) fue el primero en ver Brasil, hace mucho tiempo. ¡Pero los yanomamis ya se encontraban allí entonces! Ellos no pretenden haber descubierto el cielo o la tierra:
> Me conformo con mirar al cielo y cazar los animales de la selva. > p.294
Los blancos continuamente hablan de Teosi (Dios).
> No dejaban de repetir el nombre de Teosi en todos sus discursos: «¡Aceptad las palabras de Teosi! ¡Volvamos juntos a Teosi! ¡Teosi nos ha enviado ¡Teosi quiso que os protegiéramos! ¡No lo rechacéis, de lo contrario arderéis en el gran fuego de Xupari después de vuestra muerte! ¡Si seguís a Satanasi y sus palabras, arderéis allí con él y daréis pena! Si, por el contrario, todos imitáis a Teosi como nosotros, un día, cuando él quiera, Sesusi descenderá hasta nosotros y lo veremos aparecer en las nubes! > p.299
Más sobre la recepción del cristianismo en p.299<, incluidas incongruencias de los creyentes. Llega un momento en la narración que su padrastro se harta:
> ¡No voy a cantar para Teosi! ¡No quiero mentir más! ¡No hace nada para cuidarnos! ¡Solo los *xapiri* trabajaban de verdad para defendernos! Vuestro Teosi es un vago. > p.322
## Dinero, posesiones
Comparación del valor del dinero y el valor de la Selva en p.433.
No hay herencias entre los yanomami, hacen desaparecer las pertenencias del fallecido, borran todas sus huellas para borrar el dolor que les recuerdan.
> Nosotros pensamos que es malo poseer los bienes de un muerto. Nos da pena. Nuestros verdaderos bienes son las cosas de la selva > p.503
El regalo de lo solicitado es parte de sus convenciones sociales. Les da pena imaginar no haber sido lo suficientemente generosos con alguien que muere. Los ancianos regalan sus pertenencias antes de morir (p.504).
Por contra, los blancos están enamorados de sus posesiones como de una mujer hermosa (p.507).
Consideraciones sobre la violencia que supone exponer posesiones de yanomamis muertos en los museos de los blancos en p.524<.
Esse livro, assim como “Os Miseráveis” eu encarei como um desafio chegar até o fim.
E não porque fosse mal escrito ou pelo conteúdo ser entediante. Mas por ser MUITO DENSO.
O livro conta basicamente a historia dos índios Yanomami, porém na visão dos próprios através dos relatos e visões do xamã Davi Kopenawa.
E isso por si só já faz esse livro ser muito interessante. A historia para eles não é uma linha reta: visões xamanicas se misturam com o dia-à-dia e com relatos de seus antepassados.
Muito interessante aprender sobre povos que tem outra interpretação do nosso mundo, e que ainda estão aqui. Mesmo que infelizmente cada vez menos numerosos graças ao agronegocio e a intensa invasão do seu território pelo homem branco.
Na semana em que escrevo essa resenha duas crianças Yanomami foram sugadas e mortas por máquinas de garimpeiros.
A leitura desse livro se torna cada vez mais necessária.
Pra quem quer entender um pouco mais sobre a relação de alguns povos indígenas com a natureza e com os brancos, uma excelente leitura. Pelo fato de ter sido escrito a partir de relatos orais, o livro pode ser repetitivo por vezes, mas vale a pena seguir até o final e sempre acompanhar as notas no decorrer da leitura.
Kopenawa can be described as an extremely intelligent indigenous thinker presenting a wonderful system of thought in philosophical anthropology. Many things and conclusions can be made based on what's written in here and I think that makes a great book.
Nunca fiquei tão triste de terminar um livro. Queria ler as palavras de Davi Kopenawa para sempre. Um alerta precioso sobre o fim do mundo, e um mergulho profundo em uma outra maneira de entender a experiência humana. Um livro que me fez outra.
This is the story of Davi Kopenawa, shaman of the Yanomami tribe in the Brazilian Amazon. The book broadly has three parts - Davi's initiation into shamanism, his early encounters with white outsiders and his travels to defend his people and his forest. The story is told by a somewhat unconventional anthropologist who spends years interviewing his friend Davi and attempting to truly convey the message that Davi wants to convey to the world.
The book is truly unique. It is rare to have such an intimate insight into a culture and worldview so totally different from one's own. That difference can make the reading challenging at times and one really needs to read with a genuine desire to understand the 'other'. It is also challenging as the author has tried to recreate Davi's 'voice' in a completely different language, which can make the flow of the narrative repetitive, and, while not difficult to follow, difficult to really immerse oneself in. The effort is worth it, however. By the end of the book, the reader comes as close as one can, I think, to experiencing another culture without actually visiting that culture. A remarkable achievement.
The reader also comes away with a visceral understanding of the devastating effects the 'merchandise-loving' culture of white people is having on indigenous tribes and on the ecology of the Amazon.
Esse é um daqueles livros necessários a serem lidos. Os "eus" narrador e redator fizem um trabalho impecável na junção de cultura, história, visão de mundo e denúncia, uma autobiografia mesclada com análise política profunda e conhecimento xamânico para além-mundo, além de tudo que vem nos intermédios. É um livro para ser lido por toda a humanidade, como deseja Davi Kopenawa. Kopenawa coloca nós, brancos/não-indígenas, em nosso lugar, mostrando como não somos nem um pouco superiores, como quer nos fazer acreditar a ideia moderna eurocêntrica exportada à América Latina por meio da colonização. O "povo da mercadoria" tem seus sonhos nublados por preocupações irreleventes e pela agitação urbana e virtual, e, por isso, não conseguimos mais sonhar os espíritos e as florestas, levando à destruição da natureza e seus povos. Assim, condenamos todos à queda do céu.
As palavras de Kopenawa são de uma sabedoria absurda, que vai muito além da nossa ciência positivista. É ancestral, enraizada na terra e voltadas para o céu. Por vezes, de uma beleza acalentadora e, depois, parte de uma raiva inexorável. Tanto a beleza, quanto a raiva presentes nesse livro nos inspira a olharmos para a natereza e para os povos das florestas para agirmos em prol deles.
Davi Kopenawa e Bruce Albert, virando quase um na construção desse livro, fizeram mais do que um livro, construíram um monumento.
El primer tercio de este extenso relato en primera persona es, sin duda alguna, una descripción sobresaliente de la cosmogonía o cultura de los indios yanomami. Una joya, al proveernos de una detallada explicación (contada en perspectiva "emic" por nada menos que un chamán) de los ritos de iniciación, percepción sensorial y caracteriología de un chamán amazónico. Sólo por esta primera parte, "La caída del cielo" se convierte en un diamante ineludible para cualquier antropólogo: difícilmente habrá una oportunidad de toparse con un discurso en bruto de esta guisa.
Las siguientes secciones, pese a tener gran interés desde una perspectiva sociológica, histórica y política -siempre relatadas desde la percepción del chamán-, se extienden en demasía reiterando machaconamente -una vez tras otra- lo que ya resulta más que evidente. Se entiende, no obstante, que eso se debe a la narratología intrínseca del yanomani, reiterando y aseverándose, en su particular individualismo comunitario. Llega un momento en que la extensión se vuelve totalmente innecesaria en su trayecto final. Sólo por esta razón, de formato más que de contenido, le he sustraído una estrella.
En conclusión, es una obra única en su temática, a la altura de los grandes ensayos antropológicos del siglo XX. Matrículada de honor, sí. Su defecto: una extensión a todas luces innecesaria.
This book is an amazing account of the devastating impact of greed and imperialism on a recently-contacted people. His words about settler-colonialist culture, greed, and the lust for merchandise destroying the world are also fairly spot-on. I wish every single person recording “haul videos” and overbuying self-ornamentation and lusting after consumer goods beyond due measure would encounter something like this that forces them to see the amount of slavery, devastation, and/or (as in this account) ethnocide behind their consumerism, be it an account from a Yanomami leader like Davi Kopenawa or another person from another part of the world. I also take to heart what his xapiri are saying to him (the only places where I’m a bit “eh?” are likely due to cultural and theurgic-context differences; it was weird to hear the solar xapiri described negatively when I worship deities who are broadly considered to have solar aspects). It is the same thing that the science says and what I have discerned in meditation and what is leading to so many anxieties from younger generations. Let’s go back to μηδὲν ἄγαν.
Um estudo etnológico perfeito! Livro escrito com gravações do xamã Davi Kopenawa, e ao ler tive essa impressão de estar ouvindo aquilo tudo de um sábio da tribo. Bruce Albert compilou de maneira primorosa todo esse conhecimento oral em um livro impecável. Uma leitura difícil, mas que abre nossas mentes. Dividido em três partes: a primeira, "Devir outro", Davi conta todos os mitos, religiosidade e rituais yanomami. A segunda, "A fumaça do metal" ele conta sobre como a abertura de estradas, as epidemias trazidas pelos brancos, o agronegócio querendo desmatar a floresta, e o garimpo ilegal quase exterminaram os Yanomami. Por fim, a terceira parte, "A queda do céu" ele compartilha sobre experiências antropológico-xamânicas adquiridas em viagens que fez ao exterior. Destaque para o emocionante encontro dele com os índios Onondaga norte-americanos. Cheio de desenhos do próprio autor, é um mergulho inesquecível em um mundo que nenhuma série de Netflix conseguiria criar igual.
Infelizmente não é obra de ficção. O livro é ditado por Davi Kopenawa, xamã yanomami, que conta sua vida, o contato com o mundo dos brancos, seus conhecimentos xamânicos e da sua comunidade. É triste demais ver o que fazemos e como tratamos os verdadeiros donos dessa terra. Terminei muito abalada pelo relato, no último dos Anexos do livro, que descreve (com detalhes) o genocídio de um grupo de mulheres e crianças yanomami por garimpeiros. Fora isso, relato único e incrível de uma sabedoria ímpar. Bruce Albert, co-autor do livro que escreveu as palavras de Davi, fez um trabalho fenomenal na construção do livro e no postscriptum, que respondeu várias perguntas que ficaram pairando na minha cabeça durante a leitura sobre a história dos yanomami, cronologia e, principalmente, sobre a amizade dos dois.
I want to want to read this. It's so detailed as to be almost unreadable. Xapiri (the spirits in the Brazilian jungle the Yanomami shamans work with) sound fascinating. This book talks about them forever, providing more and more detail. At first I thought it would be thrilling to read about a whole other spiritual perspective on reality. Eventually I felt like I was just reading a different kind of nonsense.
I think I'd feel the same way if I was reading a very elaborate description of the Mormon religion and lifestyle.
It's one of those books that's a challenge to pick up. A weighty massive thing. If you're not studying anthropology, you'll have a hard time making it to the end.
A triple translated autoethnography and stark ontological implications and existential warnings from Davi Kopenawa a Yanomami "shaman" for the lack of a better word. It is a book because it is the people who hold the superiority of the book as onto-epistemic tool that are of the ontological capitalistic world that are doing such great violence to life. Again shows the value of orthopraxis and the ethical implications of a hyper relational ontology even from a perspective where many worlds are valid. The translation as artifice again provides a self-criticality how much it is also translating a system of meaning as much as language.
Il tema è assolutamente molto interessante, la scrittura a quattro mani è ben studiata e ben realizzata. Quando viene trattato il tema dello sciamanesimo non risulta di facile comprensione, con i continui rimandi alle note di appendice. Molto molto interessante la visione che ha Kopenawa degli occidentali, che divorano la Foresta impunemente senza rispetto della natura e degli indigeni. Bellissima pure la correlazione che fa tra la sorte dei nativi americani iniziata oltre due secoli prima con quella del suo popolo avvenuta a metà ed oltre del secolo scorso. Un libro che fa riflettere
Chamar este livro de "obra" não é um exagero. Os dois autores construíram, de fato, muitas obras em uma só: literária, científica, social e, sobretudo, espiritual. O texto (ou "imagens em pele de papel", nas palavras de Kopenawa) conecta profundamente o leitor com a cosmologia Yanomami e com a luta de Kopenawa pela proteção da floresta e dos indígenas. Mais do que um registro valioso, o livro é um chamado para a transformação urgente na atual visão de mundo dominante. Leitura imprescindível para nós, brasileiros - e especialmente para nós, brancos.
Um livro que altera a sua percepção sobre tudo. O mergulho na cosmologia yanomami nos faz refletir, repensar e encontrar novas formas de lidar com a nossa e com outras existências nesse mundo compartilhado. Uma leitura potente que tive o prazer de começar no meio de uma jornada pela bacia amazônica, balançando na rede ao sabor do vento no navegar pelas águas escuras dos rios da Amazônia. Impossível não se sentir tocado. Imperdível é pouco para recomendar essa leitura. Viva uma nova existência a partir dessa experiência.
An extremely important and insightful book. It has a simple yet intricate language, and Davi Kopenawa speaks truthfully and passionately about the history and spirituality of the Yanomami. I think this book can help a lot of people gain more knowledge and empathy for Indigenous perspectives, especially in Brazil.
Leitura difícil para não-antropólogos, tem de ser lido aos poucos. Ainda assim, conseguiu me transportar muitas vezes para os sonhos e relatos xamânicos. Muito interessante para refletir sobre a tentativa de transformar rituais em "experiências" de forma completamente descontextualizada.
An excellent book. Not an easy read, but a compelling illustration of the immense hardship which the indigenous people of the world continue to suffer -- and their resilience in face of this inexcusable injustice.