Por meio de uma pesquisa minuciosa e profunda, este livro procura reconstituir a trajetória pessoal de personagens impressionantes da nossa história - os náufragos, traficantes e degredados que chegaram ao Brasil logo depois da descoberta do país, em 1500. O livro conta a história das décadas esquecidas do país, de 1500 a 1531, através destas figuras misteriosas que se tornaram fundamentais na colonização do Brasil. Leia também, do mesmo autor, 'A viagem do descobrimento', primeiro volume da coleção 'Terra Brasilis'.
No início é muito bom, quando explica bem as primeiras viagens ao Brasil (incluindo de espanhóis) e o surgimento do tráfico do Pau-Brasil. Mas depois o livro fica muito confuso, quando entra nos conflitos da região do Prata, pois o autor coloca muito conteúdo em poucas páginas. Acabou ficando muito resumido e com muitos nomes. Se tivesse um glossário ou índice onomástico teria ajudado.
Um livro incrível, que conta detalhadas histórias dos primeiros náufragos, traficantes e degredados nos primeiros 30 anos pós-descobrimento do Brasil. Entre as histórias sensacionais contidas no livro do Bueno, podemos encontrar do degredado Aleixo Garcia e sua fantástica ida da Ilha de Santa Catarina (Florianópolis) via Peabiru até os limites do império Inca, onde conseguiram atacar postos avançados e roubar ouro, trazendo de volta para Florianópolis.
Outras histórias incríveis são do Bacharel de Cananéia, Caramuru e das diversas expedições pelo Rio Amazon e Rio da Prata, em busca do ouro e prata do Império Inca.
Recomendo muito a leitura para maior conhecimento dos primeiros anos da história do Brasil.
O livro busca traz muito dos bastidores da exploração e ocupação do novo continente, nos primeiros anos de seu descobrimento, trazendo nomes que foram importantes nesse processo.
É interessante ver as estratégias que utilizaram para a exploração da região (embarcações e trajetórias), as tentativas de incursões no rio da Prata e os primeiros passos rumo à colonização.
Aprofunda também na relação entre europeus (náufragos, traficantes e degredados) e diversos grupos indígenas existentes.
Achei que a escrita fluiu melhor nesse segundo volume, em comparação ao primeiro, mas ele mistura muitos nomes, o que deixou a leitura meio confusa, às vezes.
Excelente maneira para descobrir pedaços completamente desconhecidos da exploração do Brasil e do Rio da Prata. Quase inacreditável imaginar as aventuras que os primeiros exploradores experimentaram mais de 500 anos atrás.
Antes dos tratados, antes das capitanias hereditárias e da catequese, o Brasil nasceu no improviso – e no crime. É essa a tese central de Náufragos, Traficantes e Degredados, de Eduardo Bueno, um livro-reportagem que revisita o início da colonização portuguesa com ironia, ritmo ágil e faro de detetive historiador.
Bueno reescreve a narrativa oficial do “descobrimento”, mostrando que os primeiros que pisaram em solo brasileiro não foram heróis civilizadores, mas aventureiros, degredados, contrabandistas de pau-brasil e náufragos à margem do império. Enquanto a historiografia tradicional consagra a chegada de Cabral em 1500 como um marco fundacional e civilizatório, Bueno mostra que já havia portugueses por aqui antes – e por meios bem menos nobres.
O autor também desnuda a hipocrisia de um Portugal católico que expulsava hereges e criminosos da metrópole para fundar uma colônia explorada com o uso de mão de obra indígena escravizada e depois africana. A corrupção, o tráfico, a violência e o improviso se tornaram os pilares de uma formação social profundamente desigual, o que lança luz sobre muitos vícios estruturais do Brasil contemporâneo.
Apesar do tom provocador e quase cinematográfico, o livro se baseia em documentação sólida, embora sua leveza narrativa possa passar a sensação de irreverência excessiva. Ainda assim, cumpre bem o papel de retirar o verniz da epopeia lusa para revelar o Brasil real: um país que começa não com uma missa, mas com o contrabando.
Conclusão: Náufragos, Traficantes e Degredados é um soco histórico bem-humorado na mitologia da fundação nacional. Ao expor o Brasil como fruto da informalidade e da transgressão, Eduardo Bueno nos ajuda a entender não apenas o passado, mas o presente de uma nação que desde o começo se equilibra entre a ordem e a malandragem.
Náufragos, Traficantes e Degredados: As Primeiras Expedições Ao Brasil, 1500 1531 (Terra brasilis #2) - Eduardo Bueno | 186 páginas, Objetiva 1998 | Lido de 28.05.19 a 30.05.19 | NITROLEITURAS #história
SINOPSE
Por meio de uma pesquisa minuciosa e profunda, este livro procura reconstituir a trajetória pessoal de personagens impressionantes da nossa história - os náufragos, traficantes e degredados que chegaram ao Brasil logo depois da descoberta do país, em 1500. O livro conta a história das décadas esquecidas do país, de 1500 a 1531, através destas figuras misteriosas que se tornaram fundamentais na colonização do Brasil. Leia também, do mesmo autor, 'A viagem do descobrimento', primeiro volume da coleção 'Terra Brasilis'.
RESENHA
Acho que a Coleção Terra Brasilis, da qual esse livro é o segundo, parece ter sido pensada em um único volume. Esse livro segue de onde o primeiro parou, sem muitas introduções e até com algumas repetições de conteúdo.
O tema se volta para as diversas expedições feitas pelas nações européias nas terras brasileiras. Me impresisonou a quantidade de gente que esteve no Brasil nos meados de 1500, muito além do que se imagina quando se aprende essa história na escola.
"Por volta de fins de abril e princípios de maio de cada ano, as naus – que zarpavam de Lisboa em fins de fevereiro ou início de março, para melhor aproveitar as correntes e os ventos – chegavam para recolher o pau-brasil estocado nas três ou quatro feitorias espalhadas pelo imenso litoral do Brasil. Os homens engajados no tráfico de pau-brasil eram chamados de brasileiros – “do mesmo modo que se dizem baleeiros os que vão à pesca das baleias, e que se denominavam negreiros os que se ocupavam do tráfico de africanos, e que algum dia se disseram pimenteiros os que andavam traficando pimenta”, conforme escreveu Francisco de Varnhagen em 1854. O nome dado a esses traficantes de pau-brasil acabaria se estendendo a todos os nascidos no futuro país. Ainda de acordo com Varnhagen, se as regras gramaticais tivessem sido corretamente aplicadas, os nativos do Brasil deveriam se chamar brasilienses. "
Livro fala sobre aventuras vividas (que beiram ao inacreditável muitas vezes) por portugueses, espanhóis, italianos e franceses (não necessariamente em nome de seus respectivos países) na época das Grandes Navegações, buscando novos caminhos para chegarem às Índias e esbarrando em um novo mundo.
O foco do livro começa a partir do descobrimento do Brasil até a expedição "colonizadora" de Martim Afonso, passando pela exploração da América Central e do Rio da Prata.
Fica muito claro o alto apetite ao risco e a busca muitas vezes desmedida por riqueza e poder, ao custo de muito sofrimento e muitas vidas.
Um dos melhores livros de História do Brasil que já li. Recomendo muito.
Livro muito bem escrito por Eduardo Bueno sobre os primeiros 30 anos após a descoberta do Brasil pelos portugueses. As descrições sobre as primeiras expedições depois de Cabral e sobre a exploração do pau brasil são muito detalhadas e escritas com atenção. A parte sobre a exploração do Rio da Prata e o início da colonização por parte de náufragos e degradados no entanto foi feita de forma bem rápida e não tão detalhada assim, mas acredito que a falta de documentos históricos tenha contribuído para isso.
A escrita de Eduardo Bueno é sensacional, não é por acaso que ele se tornou esse sucesso. O livro me surpreendeu com várias informações que não aprendemos na sala de aula e mostrou a importância dos portugueses para história do mundo e brasileira. Contudo, tenho minhas dúvidas quanto as interpretações do autor quanto alguns fatos, mas isso é história e essa é a perspectiva pessoal dele.
Aprendi mais com esse livro que em todas as aulas de história que tive durante a vida! A forma prazerosa como o autor nos expõe os fatos faz com que queiramos saber cada vez mais sobre os personagens obscuros que moldaram nossa identidade (com o adicional pessoal de alguns deles serem meus antepassados).
Não esperava nada além disso de Eduardo Bueno, sejamos honestos. Como sempre, aprendi muita coisa que nos meus meros nove anos de educação no Brasil nunca nem ao menos tinha escutado. Mal posso esperar para ler os outros livros nessa série e também alguns outros livros de história citados neste.
Adoro os vídeos do autor no seu canal de Youtube. Fui ler esperando bem mais. Achei um amontoado de nomes e datas que mais confunde do que esclarece. Fica a vontade de ler um livro ao mesmo tempo com mais contextualização e mais didático.
Segunda parte da saga Terra Brasilis, com certeza muito interessante especialmente o fato de estar focado nos náufragos, traficantes e degredados da história de formação do estado brasileiro. Eduardo Bueno continua no mesmo estilo narrativo, o que faz bem mais leve a leitura.