Décimo mandamento para bem-viver na Terra dos "naquela terra de fomes tantas e lei tão pouca, quem não come é comido". A sábia conclusão é de Cosme Fernandes, o Bacharel da Cananéia, um dos "degredados" que aqui chegaram nos primeiros anos do descobrimento, cuja vida é recriada com saboroso humor nessa paródia, escrita por José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta. Cosme Fernandes tem muito o que contar sobre suas experiências em terras brasileiras. Ele logo aprendeu que nesta terra é preciso dar presentes sem parcimônia, fazer alarde de qualquer dificuldade, pois aqui vale mais o colorido do frasco que o próprio remédio, que na terra de Santa Cruz não há quem não troque honradez por honraria. Com mordaz ironia, Pimenta e Torero recontam episódios da nossa história, inventam outros tantos, construindo uma narrativa deliciosamente irreverente e crítica. Capa 192 páginas Alfaguara; Ediçã Nova (6 de julho de 2011) Português 8579620880 978-8579620881 Dimensões do 23,2 x 15 x 1,2 cm Peso de 318 g
José Roberto Torero Fernandes Júnior, conhecido como Torero, é um escritor, cineasta, roteirista, jornalista e colunista de esportes brasileiro.
Formado em Letras e Jornalismo pela Universidade de São Paulo, é autor de diversos livros, como O Chalaça, vencedor do prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil.
Cursou, sem concluir, pós-graduação em Cinema e Roteiro. No Jornal da Tarde, de São Paulo, iniciou sua carreira de cronista e depois começou a escrever para revista Placar textos sobre futebol, colabora com a Folha de São Paulo desde 1998. Como roteirista nos longas A Felicidade É e Pequeno Dicionário Amoroso.
É sócio proprietário da Realejo Livros, em Santos.
É um livro divertido. Acho que representa o conflito do brasileiro, que ao mesmo tempo ama seu país, ama toda a sua riqueza natural, mas se enraivece com a forma com a qual se explora essa riqueza. Ao mesmo tempo, o próprio brasileiro que ama o Brasil, também não tem o maior respeito pela terra. Isso ficou mais evidente para mim pela inclusão de 10 mandamentos sobre como viver bem da Terra dos Papagaios,
O maior problema que tive enquanto li, foi superar o fato de que o livro não representa bem o Brasil pré-colonial. Nem na descrição dos povos, nem das frutas e vegetação, nem tanto da fauna. Em alguns casos é perceptível que os autores fizeram isso de propósito, como no caso da descrição dos animais que inclui seres ficcionais.
Como já disse, esse livro me foi uma grata surpresa. Coincidência, ou não, foi o segundo livro de ficção histórica sobre o Brasil que li esse ano. O primeiro foi "A mãe da mãe de sua mãe e suas filhas", de Maria José Silveira, que traz um olhar mais romântico (mas não menos crítico) que "Terra Papagalli", falando sobre várias mulheres de uma mesma família que começa em 22 de abril de 1500. Enfim, esse aqui foi um livro que me fez dar muitas risadas, porém é difícil não se entristecer vendo nessas páginas as descrições do nascimento da nossa nação, marcado, acima de tudo, pela violência. A história de Cosme Fernandes, o Bacharel, tem de tudo um pouco, impossível não gostar.
Terra Papagalli é um livro surpreendentemente engraçado, que narra (em forma de paródia) a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500. Escrito em capítulos curtíssimos, o livro não deixa de criticar a formação de uma "moral" e de um "comércio" envolto em mentiras, superstições e escravidão nas terras brasileiras. Vale a pena a leitura.
um livro de fantasias que também traz fatos reais. A obra se propõe a contar as aventuras de Cosme Fernandes, o querido Bacharel, que por meio de seus escritos narra suas desventuras de forma divertida e cativante, muito me agradou o final, um livro que lembrarei com carinho.