For Sophia de Mello Breyner, long regarded as among Portugal's major poets, poetry is a way of seeing and receiving life.`Poetry,' she writes, `is an art of being. It does not require my time and labour. It does not ask me to have a science or an aesthetics or a theory. Instead it demands the entireness of my being, a consciousness running deeper than my intellect, a fidelity purer than any I can control.'
Greece, as much as Portugal, informs the geography, mythology and vehement light of Breyner's work. Greece also informs her sense of the achieved lyric. Even in the poems which touch most closely on personal themes of love, loss and expectation, the language remains our common language, without affectation or coy eccentricity. Her pursuit of right words and a right world is one and the same.
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDERSEN nasceu no Porto, a 6 de Novembro de 1919. Entre 1936 e 1939 frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que não concluiu. Foi Presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Escritores e Deputada à Assembleia Constituinte, pelo Partido Socialista (1975). A sua obra reparte-se pela ficção e pela poesia, embora seja nesta última que a sua inspiração clássica dá ao seu verso uma dimensão solar e luminosa, que permite ouvir nitidamente a palavra com todo o peso da sua musicalidade limpa, ao encontro do modelo clássico. Entre as suas obras poéticas contam-se Coral (1950), Mar Novo (1958), Livro Sexto (1962), Geografia (1967), Navegações (1983), Ilhas (1989), Musa (1994) e O Búzio de Cós e Outros Poemas (1997). Em ficção publicou Contos Exemplares (1962) e Histórias da Terra e do Mar (1983). Da sua literatura infantil destacam-se O Rapaz de Bronze (1956), A Menina do Mar (1958), A Fada Oriana (1958), O Cavaleiro da Dinamarca (1964) e A Floresta (1968). Em 1999 é-lhe atribuído o Prémio Camões, pelo conjunto da sua obra, e em 2001 ganha o Prémio Max Jacob de Poesia. Foi condecorada pela Presidência da República com a Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago da Espada, em 1998. Faleceu em Lisboa, a 2 de Julho de 2004.
“Es por eso que la poesía es una moral. Y es por eso que el poeta es llevado a buscar la justicia por la propia naturaleza de su poesía. Y la búsqueda de la poesía es desde siempre una coordenada fundamental de toda la obra poética. Vemos que en el teatro griego el tema de la justicia es la propia respiración de las palabras. Dice el coro de Esquilo: “Ninguna muralla defenderá a aquel que, embriagado con su riqueza, derriba el altar sagrado de la justicia.” Pues la justica se confunde con aquel amor que, según Dante, mueve el sol y los otros astros. Se confunde con nuestra fe en el universo. Si frente al esplendor del mundo nos alegramos con pasión, también frente al sufrimiento del mundo nos rebelamos con pasión. Esta lógica es íntima, interior, consecuente consigo misma, necesaria, fiel a sí misma. El hecho de estar construidos de alabanza y protesta testimonia la unidad de nuestra conciencia.” (Fragmento del discurso pronunciado el día 11 de julio de 1964 en motivo de la entrega del Gran Premio de Poesía por parte de la Sociedad Portuguesa de Escritores).
"Cuerpo a cuerpo
Lucharon cuerpo a cuerpo con el frío de las casas donde nunca nadie pasa – solos, en cuartos inmensos de vacío, con un fuego de ocaso en la ventana."
"Después
Tras la ceniza muerta de estos días cuando el vacío blanco de estas noches se gaste, cuando la niebla de este instante sin forma, sin imagen, sin caminos, se disuelva, cumpliendo su tormento, la tierra emergerá pura del mar de lágrimas sin fin donde me invento."
"Terror de amarte
Terror de amarte en un sitio tan frágil como el mundo. Mal de amarte en este lugar de imperfección donde todo nos quiebra y enmudece donde todo nos miente y nos separa."
Seguiré leyendo a Sophia de Mello y trataré de hacerlo en portugués.
Esta gente cujo rosto Às vezes luminoso E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto De luta e de combate Contra o abutre e a cobra O porco e o milhafre
Pois a gente que tem O rosto desenhado Por paciência e fome É a gente em quem Um país ocupado Escreve o seu nome
E em frente desta gente Ignorada e pisada Como a pedra do chão E mais do que a pedra Humilhada e calcada Meu canto se renova E recomeço a busca De um país liberto De uma vida limpa E de um tempo justo
As the introduction to this career-spanning collection lets us know, Sophia’s poems draw on both Portugal’s seafaring history and the influence of Greek poetry, with a dash of Byron thrown in her later works. While it’s obvious her references to gods and myth shows a strong Greek influence, I feel that Sophia is at her best when she is writing poems of sailing and navigation, which tends toward a strong Portuguese influence, often reminding me of themes in Camões’ The Lusiads, minus the super-nationalistic bent. (Granted, this is one of the few classic works of Portuguese poetry I’ve read, so I’m drawing from a limited range of knowledge!).
I was most drawn to her earlier and later poems on oceanic themes because they spoke to a universal human longing to explore: not for conquest or for glory, but for beauty and (self) knowledge.These poems of searching and discovering (not only distant spots on a map but inner landscapes as well) strike a deep chord. Like the billowing sails of a ship, they are broad and strong, but also beautiful in their delicacy and precision. I found the poems of her middle period to be darker and more myth-centric and with longer lines (even a few prose poems), although she did return to myth in her last poems, which seemed to be more elegiac than dark.
Overall, this is a strong selection from Sophia’s career and made me want to delve deeper into her work, as well as more Portuguese poetry in general.
Conheci Sophia por meio do poema-homenagem de nosso João Cabral "Elogio da Usina e de Sophia de Mello Breyner Andresen". Logo, após ouvir elogios vindos de Antonio Cicero, e tendo comprado um livro de sonetos portugueses, li meu primeiro poema de Sophia, "Em todos os jardins", um verdadeiro afago na nuca da alma. E percebi nos demais sonetos o mesmo rigor absoluto no emprego expressivo dos sons, sempre com as figuras recorrentes do mar, da terra, da luz e do vento.
Qual não foi minha alegria quando descobri que esta antologia havia sido editada no Brasil pela Companhia das Letras. Corri ao sebo mais próximo (online). O livro me consumiu por completo - não me é tão comum a leitura de volumes de poemas de cabo a rabo, mas este não teve jeito. Sophia, com sua poesia da imanência, sua poesia substantiva da vida real das coisas, traça círculos em torno das cenas mais prosaicas, extraindo delas a beleza em estado puro. Que dizer de seus tercetos arrebatadores, como:
A memória longínqua de uma pátria Eterna mas perdida e não sabemos Se é passado ou futuro onde a perdemos
A seleção de Vilma Arêas é ótima, embora eu ainda não conheça os livros originais para julgar com mais precisão. Alguns dos textos fazem referência ao salazarismo, contra o qual a autora lutou, e à Revolução dos Cravos. Alguns outros são textos em prosa, denominados "Arte Poética", em que Sophia aborda seu próprio processo. Também estão presentes homenagens a outros poetas como Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Cesário Verde e, é claro, João Cabral de Melo Neto. Para qualquer apaixonado por poesia, este livro é parada obrigatória.
É uma boa antologia dessa poetisa portuguesa, com uma amostra das suas principais obras de poesia. As imagens se sucedem em seus poemas de forma livre e descompromissada em seus versos, bem ao estilo modernista. Lado a lado encontramos manifestações poéticas interessantes e poemas belos e sugestivos.