Os Meus Problemas

by Miguel Esteves Cardoso, Rui Ricardo (Illustrator)

O regresso de MEC

«Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas.
Os amigos, como acontece com os amantes, têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro.»

Genres: Humor, Portugal, Fiction, Literature

220 pages, Paperback

First published January 1, 1988

About the author

Miguel Esteves Cardoso is a Portuguese writer, translator, critic and journalist. He's a well known monarchist and conservative.

Miguel was born in a middle class family in Lisbon. His father, Joaquim Carlos Esteves Cardoso, was Portuguese and his mother, Hazel Diana Smith, was English. He had a good education and the advantage of a bilingual and bicultural upbringing, helping him to develop an outsider's detachment from the culture of his birth country. In 1979, he graduated from Manchester University in political studies and four years later, in 1983, he received his doctorate in Political Philosophy. While there he made contact with some of the New Wave bands of the Factory records like Joy Division or New Order.

In 1981 Cardoso became the father of twin girls. One year later he returned to Portugal, where he worked as an assisting investigator of the Social Studies Institute on the Lisbon University. He later became a supporting teacher of political sociology in ISCTE and then returned to Manchester University for a postdoctorate in Political Philosophy oriented by Derek Parfit and Joseph Raz.

Reviews

[Luís · Rating 3 out of 5]

These chronicles are very current in general. I got used to seeing his editorial columns in the newspaper "Público" with some pleasure. However, I think we are used to reading within the genre of an average book.

[João Moura · Rating 4 out of 5]

Deliciosa colectânea de crónicas do autor dos anos 80 que apesar de tudo se mantêm actuais...Ainda é do tempo da CEE, Ecus, escudos, banco Pinto & Sotto Mayor, Mário Soares a presidente, etc, mas isso são pormenores se comparados com os temas que aqui se contam, ou melhor, problemas, problemas de todos nós, portugueses e portuguesas, homens e mulheres, bichos, bichas e biscoitos (os bi sexuais segundo o autor, já que andam entre dois coitos)

Como um manual de instruções, ou volume enciclopédico, o autor dá a sua ideia sobre variadas problemáticas e a forma de como as resolver, criando ao mesmo tempo um mordaz retrato de todos nós. Com um tanto de filosófico como de humorístico, os Meus Problemas é uma leitura bastante prazerosa e aconselhável...

[Carla Oliveira · Rating 4 out of 5]

1º livro que li deste senhor e garanto que não será o único.
Há muito que sabia quem era (quem não sabe?) mas nunca tinha lido nada, uma crónica aqui outra ali, principalmente no público, mas sinceramente nunca achei nada do outro mundo. Diga-se de passagen que estas últimas crónicas eram assim para o fraquito, basicamente, cozinha para aqui, restaurante para ali, alimentos para acolá etc. Tudo à base de gastronomia.
Mas este livro em particular está fe-no-me-nal.
Bem o que eu me ri, é dificil ler estas cronicas sem ter permanentemente um sorriso estampado.
Faz magia realmente, vai buscar coisas do arco da velha e a maneira como as expôe, a ironia que usa dificilmente se encontra algo semelhante.
Posto isto vou ler outro, desta vez "As Minhas Aventuras na Républica Portuguesa"

[Daniel · Rating 4 out of 5]

Li este livro quando era bastante novo. O estilo de humor de MEC era novo e, acima de tudo, diferente. Actualmente, apesar de já ter perdido um pouco o efeito por culpa da quantidade de cópias que entretanto foram aparecendo na paisagem humorística nacional, retém uma acutilância, essa sim, difícil de imitar e que merece toda a atenção. A ler.

[Maria Silva · Rating 3 out of 5]

Uma coleção de crónicas do escritor Miguel Esteves Cardoso. Cada uma retrata aspetos dos portugueses, com uma abordagem humorística, ainda atual em muitos aspetos.
Por ex. o tratamento em contexto social. O uso do diminutivo “inho”. Observação detalhada do comportamento social e dos costumes portugueses.
O feminismo. O nome de algumas aldeias. A amizade entre homens e mulheres. Alguns aspetos de política e outras crónicas divertidas, mas que afinal, brincando se dizem as verdades.
“Há que ser minimamente grande” MEC. Referindo-as a Portugal e aos portugueses.
“O problema da raça” é muito divertido, pois segundo MEC “praticamente ninguém tem cara de português” “Não é pela cara que se topam os portugueses. É pela expressão. Os portugueses têm sempre cara de caso. É gente aflita… Os portugueses têm cara de preocupados”…

[Isabel · Rating 4 out of 5]

Ouvi o episódio do "Não mandas em Mim", da Inês Lopes Gonçalves, com o M.E.C. enquanto fazia uma viagem. Para além de algumas das suas crónicas no Público, nunca tinha lido nada dele. Depois de ouvir o episódio do podcast fiquei com muita vontade de ler este livro.
Embora haja alguns elementos que se encontram datados, por o livro ter sido escrito no fim da década de 1980, é um bom livro para degustar as generalizações e divagações do M.E.C. sobre a sociedade, sobre a vida, sobre Portugal.
Desde então, não perco as suas crónicas e percebo agora o porquê de ser um autor tão apreciado.

[Iceman · Rating 3 out of 5]

Miguel Esteves Cardoso foi um jornalista que durante os anos 80 e início dos anos 90, teve uma voz activa na vida social portuguesa, quer enquanto simples cronista do “Expresso” e “Público”, quer mesmo, enquanto membro permanente na “Noite da Má Lingua”, onde ele e uns tantos batiam e evidenciam vários “podres” da nossa sociedade.

Dono de uma forma de se expressar extremamente mordaz mas bem objectiva, Esteves Cardoso era bastante corrosivo na forma como elaborava as suas análises, quer aquelas proferidas no programa de tv, quer as outras que foi escrevendo para os jornais.

E são precisamente algumas dessas crónicas, nomeadamente algumas publicadas no “Expresso” entre 1986 e 1987, numa coluna chamada “Os meus problemas”, que compõe este livro que tem tanto de brilhante como de hilariante.

Assim, este livro é simplesmente um conjunto de crónicas onde Esteves Cardoso opina sobre a forma de estar, ver e agir do povo português, evidenciando as suas mais carismáticas manias e fobias, sempre num tom irónico e mordaz.

Começando por “Cartas portuguesas”, as “classes automóveis”, “libertação dos maridos”, “a fogueira do ciúme”, “adeus, ó tchau, vai-te embora”, enfim, acreditem é dos livros mais hilariantes que já li e ao mesmo tempo, um livro que toca em vários defeitos do povo português. Pese embora as distâncias, um género de Woody Allen.

E é curioso constatar que não é necessário escrever-se livros sérios, estudos filosóficos do “ser português”, pois qualquer um em a capacidade de análise e de formar opinião, no entanto, Miguel Esteves Cardoso demonstra uma capacidade de análise que vai além dessa simplicidade, ele, para além de evidenciar alguns dos “nossos” defeitos, demonstra o quão ridículo e caricata são muitas das situações que se sucedem dia após dia e, mais importante, a gravidade e importância que se dão a essas situações.

Não sei se me fiz entender…

Demonstrando que não é necessário ser um génio despótico para se imitir qualquer tipo de análises, Esteves Cardoso lega-nos um conjunto de crónicas extremamente bem elaboradas e com alvos bem definidos.

Grandes gargalhadas que se soltam daquelas páginas.

[carpe librorum :)]

Pior capa de sempre. Mqs como não julgo um livro pela capa, resolvi dar-lhe uma oportunidade. Não foi fácil, o que vale é que as crónicas são coisas que se lêem rápido, numa ida á casa de banho ou num intervalo do trabalho, caso contrário teria desistido. Nota-se o passar do tempo por algumas delas, por isso esforcei-me por contextualizar, afinal, já passaram quase vinte anos. Algumas continuam a ter piada, outras irritaram-me bastante. Não por não concordar, mas pela falta de argumentos válidos. Esperava melhor, acho que o pus numa espécie de pedestal desde "A Noite da Má Língua. Tenho de ler outra coisa, talvez um registo mais atual a ver se melhora.

[Ana Ricardo · Rating 4 out of 5]

7/10

[Vera Malhao · Rating 4 out of 5]

Muito bom mesmo!

[Luís Branco · Rating 4 out of 5]

Miguel Esteves Cardoso apresenta-nos um Portugal de dentro para fora e o faz de forma irónica e extrovertida. Merece ser lido por aqueles que procuram entender o estilo português de ser.

[Rosa Ramôa · Rating 5 out of 5]

Impossível esquecer a noite da má língua!
Os podres humanos todos à vista...
MEC é MEC :)
Livro com crónicas!
Gargalhar...

[Ana Ribeiro · Rating 2 out of 5]

Não gostei do livro, "Como é linda a luta da vida" é melhor, achei-o maçudo, com textos com muita palha, cansativo de ler, salvo dois ou três textos de que gostei.

Fiquei bastante desiludida.

[Maria Saraiva de Menezes · Rating 3 out of 5]

“As coisas boas, como o amor e a sabedoria, não trazem a felicidade pela simples razão que as coisas boas têm, para ser boas, de ser boas por si mesmas. Não podem ser boas por aquilo que trazem. Pelo contrário, têm um preço. O mais das vezes, o preço do amor e da sabedoria, ambos artigos finos, artigos de luxo, coisas boas, é a infelicidade. Quando se ama, ou quando se estuda muito, fica-se sujeito às vontades e às verdades mais alheias. Nada depende quase nada de nós. E sofre-se. Irritam as pessoas que esperam que o amor traga a felicidade. É como esperar que os morangos tragam as natas. O amor não é um meio para atingir um fim - não é através do amor que se chega à felicidade. O amor é um exagerador - exagera os êxtases e as agonias, torna tudo o que não lhe diz respeito (o mundo inteiro) numa coisa pequenina.”

“O problema é a escassez cada vez maior de problemas. Portugal sempre foi, tradicionalmente, um país cheio de problemas. Agora, de repente, vemos que muitos problemas já foram resolvidos e que há vontade confessa de resolver, dentro em breve, os já poucos problemas que nos restam. Que será de nós sem os nossos problemas?
(1987)

“Cada vez que ouço falar no problema do álcool - e cada vez
ouço mais
assola-me o deseio sincero de beber um whisky. Na
verdade, parece-me uma leviandade falar no álcool como um problema. Fossem todos os nossos problemas como esse! (Muito mais grave que o problema do álcool, por exemplo, é o problema da sede.)
Ninguém duvide que o álcool é o lubrificante essencial da máquina social portuguesa. Sem whisky não haveria decisões financeiras ou políticas. Sem vinho não haveria jornalismo. Sem cerveja não haveria música pop. Sem bagaço, o proletariado português, que vive miseravelmente mas ainda não reparou, há muito que se tinha revoltado.
O bagaço é a única força viva que faz frente ao PCP. É a única coisa entre nós e o caos”.
Miguel Esteves Cardoso, Os Meus Problemas ⭐️⭐️
@kumquat.livros

[Ana Monteiro · Rating 5 out of 5]

Falo conjuntamente dos 4 livros de crónicas de Miguel Esteves Cardoso: As Minhas Aventuras na República Portuguesa, A Causa das Coisas, Os Meus Problemas e Ultimo Volume.

Quando se junta um escritor hábil e talentoso com uma visão do mundo lúcida e actualizada e uma cultura considerável, obtemos crónicas notáveis, como as do Miguel Esteves Cardoso.
Lembro-me de haver partes destes livros a que voltava vezes sem conta, tanto era o sentido de oportunidade e a graça. Algumas crónicas geravam sempre gargalhadas. Outras, reflexões pertinentes.
Actualmente, o autor já não tem paciência para este estilo (e faz bem, tudo tem o seu tempo), mas nas suas mais recentes incursões no Público, continua oportuno.
A estes livros de crónicas, ninguém tira o seu lugar na história. Ao mesmo tempo marcam uma dada época e fazem parte da história pessoal de muitos leitores.

[Rui · Rating 4 out of 5]

Excelentes textos do MEC nos saudosos anos 90 (parece-me que as crónicas do livro se passam nesta década. É para mim, uma lacuna que não estejam identificadas com a data.). Dá para ter um panorama do que se passava em Portugal nessa altura, sobretudo Lisboa, na verdade. Ainda com grandes resquícios da entrada na UE (então CEE), a chamada época das "vacas gordas" onde parecia que Portugal ia finalmente se desenvolver. Só que não! Estamos em 2025 e muitas das crónicas poderiam ter sido escritas ontem!
Gostei mais, talvez também por causa de circunstâncias da vida (a má da fita sempre), do último terço do livro. Parece-me crónicas mais bem humoradas, mais sarcásticas (a minha segunda língua).
MEC disseca um verdadeiro retrato da portugalidade.

[Ana Sousa · Rating 5 out of 5]

Miguel Esteves Cardoso captivates readers with his distinctive style of writing, blending wit and irony to illuminate the nuances of Portuguese culture. Through his keen observations, he delves into the intricacies of human behaviour, inviting readers to ponder the essence of individuality within the collective experience. His unique perspective offers a thought-provoking exploration of the human condition. I highly recommend giving his work a read

[Clara Anunciação · Rating 5 out of 5]

Para mim, Miguel Esteves Cardoso não é para ler de uma assentada, é para se ir lendo e apreciando. O seu retrato fiel dos costumes e tradições dos portugueses aparece aqui com a grandeza de uma epopeia, mas, ao mesmo tempo, com o humor de uma caricatura. MEC tem uma escrita inteligente, um génio que ilumina as sombras mais escuras e lê-lo é sempre redescobrir-nos a nós próprios!
Vale a pena ler e reler. Com calma.

[Carolina Pinto · Rating 5 out of 5]

Crónicas fantásticas, uma visão do mundo e da sociedade, nomeadamente a portuguesa, muito interessante. Fácil de ler e cheio de surpresas!

[Bic · Rating 3 out of 5]

Li-o como sequela d «A Causa das Coisas». Achei-lhe menos graça. Não me lembra se eram crónicas do saco de plástico, se do «Independente». Cuido que eram dêste último.

[Joana Gato · Rating 3 out of 5]

O Miguel nunca me falhou, nem falhou aqui. O homem até me podia dar a sua lista de compras que ia achar pura poesia. Infelizmente fui eu que falhei na época em que devia ter lido este livro - apanhei crónicas muito boas, mas muitas delas já estão desatualizadas, como Portugal na CEE

[Maria Gorjao-Henriques · Rating 4 out of 5]

Gostei do livro e das crónicas; eram divertidas. Ajudaram-me também a perceber como era Portugal e a sociedade na década de 80, que, ao contrário de quase todos os comentários, achei muito pouco atual - uma sociedade mesmo diferente da de hoje em dia em vários aspetos: na maneira de falar, na visão de Portugal e da relação com o estrangeiro e com estrangeiros, na forma como se via a cultura pop e o mainstream, na forma de ver política e de ver o dinheiro (infelizmente, os livros que li da década de 40 parecem mais atuais que este).
A maioria das crónicas eram muito divertidas, outras achei irritantes, mas faz parte. O autor tem aquela característica de apontar tudo o que se lembra como traço específico dos portugueses.
No fim do dia, diverti-me bastante a ler as crónicas ao longo dos últimos meses.

[Antonio Coelho · Rating 5 out of 5]

Adorei.
Mas sou suspeito: Gosto de Crónicas! Não perco as do Público.

[Ana Beatriz · Rating 3 out of 5]

Li este livro numas férias no Rio de Janeiro então tem um lugar especial no meu coração. O MEC tem esta capacidade de se (e nos) ver de fora, e de erguer um espalho sobre o ridículo. No entanto, não sou grande fã de crónicas, e daí ter dado três estrelas. Para férias e uma leitura boa, leve e muitas vezes engraçada.

[Simão Pedro · Rating 5 out of 5]

Tão bom.