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A Menina sem Palavra: Histórias de Mia Couto

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Os dezessete contos desta antologia foram escritos em fases distintas da carreira do escritor Mia Couto e compõem um panorama surpreendente do universo infantil em Moçambique. Acostumados a reconhecer nos povos africanos a violência e a miséria, o leitor encontrará nessa seleção uma delicadeza que não se vê nos relatos oficiais. As histórias selecionadas mostram a complexidade que move as relações familiares, a orfandade em um país que viveu por anos em guerra, a realidade das crianças submetidas ao trabalho infantil e os resquícios da luta pela independência.
Mia Couto é um prosador bastante sensível às complexidades da vida e um escritor que constrói as narrativas inspiradas na linguagem oral, revelando a sua influência e admiração pelo nosso Guimarães Rosa, sem contar a presença do fantástico e do religioso em suas histórias.

160 pages, Paperback

First published September 15, 2013

11 people are currently reading
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About the author

Mia Couto

110 books1,378 followers
Journalist and a biologist, his works in Portuguese have been published in more than 22 countries and have been widely translated. Couto was born António Emílio Leite Couto.
He won the 2014 Neustadt International Prize for Literature and the 2013 Camões Prize for Literature, one of the most prestigious international awards honoring the work of Portuguese language writers (created in 1989 by Portugal and Brazil).

An international jury at the Zimbabwe International Book Fair called his first novel, Terra Sonâmbula (Sleepwalking Land), "one of the best 12 African books of the 20th century."

In April 2007, he became the first African author to win the prestigious Latin Union Award of Romanic Languages, which has been awarded annually in Italy since 1990.

Stylistically, his writing is heavily influenced by magical realism, a style popular in modern Latin American literature, and his use of language is inventive and reminiscent of Guimarães Rosa.

Português)
Filho de portugueses que emigraram para Moçambique nos meados do século XX, Mia nasceu e foi escolarizado na Beira. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira e três anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Lourenço Marques (agora Maputo).
Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até à destruição das suas instalações em Setembro de 1975, por colonos que se opunham à independência. Foi nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o tempo da guerra de libertação. A seguir trabalhou como diretor da revista Tempo até 1981 e continuou a carreira no jornal Notícias até 1985.
Em 1983 publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que inclui poemas contra a propaganda marxista militante. Dois anos depois demitiu-se da posição de diretor para continuar os estudos universitários na área de biologia.

Além de ser considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué.

Na sua carreira, foi também acumulando distinções, como os prémios Vergílio Ferreira (1999, pelo conjunto da obra), Mário António/Fundação Gulbenkian (2001), União Latina de Literaturas Românicas (2007) ou Eduardo Lourenço (2012). Ganhou em 2013 o Prémio Camões, o mais importante prémio para autores de língua portuguesa.

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Displaying 1 - 11 of 11 reviews
Profile Image for G.
797 reviews21 followers
February 21, 2018
Os livros de literatura pós-colonial me deixam triste.

Tão simples, tão complexo e tão agustiante. Trata de orfandade, da exploração infantil, da vontade de estudar, do sentimento de abandono e de não pertencimento...é tocante.

Pra quem leu Pepetela, escritor angolano, é impossível não lembrar de Ngunga.
Profile Image for Valmir Almagro.
75 reviews4 followers
December 13, 2020
Esta antologia reúne alguns contos de Mia Couto. Muitos deles me pareceram literatura fantástica. Seus contos são agradáveis mesclando mitos e lendas com realidade.
Profile Image for Caio Silva.
38 reviews1 follower
July 1, 2018
Mia Couto nasceu em Beira, uma das cidades mais afetadas pela guerra civil de Moçambique (1976 a 1992). Ele ganhou diversos prêmios, inclusive o Prêmio Camões, um dos mais importantes da Literatura em língua portuguesa.

A Menina sem Palavra é um livro com vários contos do autor, que escreve de uma forma sublime e cheio de neologismos, lembrou-me bastante a escrita de Guimarães Rosa, principalmente pela sutileza para tratar de temas como a morte e a guerra.
No curso de Letras da UFSC sempre ouvi falar bastante sobre ele, mas foi só quando um amigo meu emprestou o livro dizendo para eu ler porque gosto de Guimarães Rosa que decidi ler. Me chamava atenção ouvir o nome do autor, principalmente por não conhecer a literatura africana.
Mesmo sendo branco, Mia couto consegue mostrar as dificuldades e tristezas de ser negro na época das revoluções moçambicanas. Além disso, o livro é cheio de cultura e lendas populares do país que faz fronteira com a África do Sul, país que sofreu anos com o apartheid. Fico impressionado com a forma com que o escritor e jornalista descreve toda uma tradição que me fez lembrar, também, do Brasil. Temas como o descaso dos pais com os filhos e/ou necessidade de fazer dinheiro a qualquer custo, mesmo que seja necessário perder a filha para isso.
Fiquei sem palavras para descrever a sensação que me causou ler vocábulos como "poscípicio". Realmente, a escrita se parece com a de gênios como Guimarães Rosa e Gabriel García Marquez. É leitura obrigatória para estudantes e estudiosos de literatura, ou até para amantes desta arte.
Profile Image for Alan Henrique.
131 reviews2 followers
December 31, 2017
Acho que me habituei bem à escrita do Mia Couto com esses contos e 'O gato e o escuro' e que já tô preparado pra ler um romance dele - na verdade tô é com muita vontade de ler mais coisa dele logo. Claro que vou revisitar esses contos muitas vezes ainda.
Profile Image for Jéssica.
75 reviews
October 6, 2023
Registro para a eu do futuro.
Contos preferidos, em ordem decrescente:
O embondeiro que sonhava pássaros
A menina sem palavra
Nas águas do tempo
O dia em que explodiu Mabata-bata
As baleias de Quissico
123 reviews
July 10, 2024
Foram 17 contos, cada um com a sua particularidade, de uns eu gostei mais, de outros, gostei menos, mas, em suma, todos tem seu lado bom. As histórias selecionadas nesse livro mostram a complexidade que move as relações familiares.
Profile Image for Matheus.
9 reviews
March 14, 2019
Simplesmente lindo. Os contos de Mia Couto são de uma sensibilidade comovente, um passeio pela África lusitana perpassando todas as almas que lá habitam/habitaram.
Profile Image for DNß.
18 reviews
November 2, 2025
Quanta admiração. E inveja.

O apocalipse privado do tio Geguê, O rio das Quatro Luzes e O adiado avô são contos que estarão sempre comigo.
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