Como seria Portugal se D. Miguel tivesse vencido a guerra civil?
Quando a guerra civil terminou em 1834 com a vitória de D. Miguel, o Pai da Nação instalou uma monarquia absolutista, exterminou os liberais e recuperou o Brasil para a coroa. Sucedeu-lhe D. Miguel II, o Unificador, responsável pela União Ibérica que anexou a coroa espanhola à portuguesa.
Entretanto, Lisboa, capital desse novo império que se espalhava pelos cinco continentes, cresceu para se tornar na primeira megacidade do mundo. E a Guerra do Ultimato, que esmagou os ingleses no final do século XIX, obrigou-os a pagar pesadas compensações e tornou a União Ibérica na maior potência industrial e militar da Europa.
Com D. Miguel III a acabar de subir ao trono, o futuro de Lisboa parece luminoso, mas uma metrópole tão grande esconde muitos segredos. E os mais perigosos têm a ver com a própria dinastia miguelista. Com dirigíveis nos céus, polícias corruptos nas ruas e um Sindicato do Crime a controlar o submundo, prepare-se para visitar uma Lisboa onde tudo pode acontecer.
Luís Corte Real fundou a Saída de Emergência em 2003. Desde então criou a Coleção Bang! (que lança em Portugal os melhores autores de fantástico da atualidade e muitos clássicos) e a Revista Bang! (uma publicação semestral e gratuita dedicada à fantasia, FC e horror). Também editou autores como a Nora Roberts e Mark Manson, mas vocês não querem saber disso. As paredes de sua casa estão ocupadas por todo o tipo de livros, banda desenhada, manuais de Dungeons & Dragons e Call of Cthulhu, jogos de tabuleiro, action figures e mais caixas de Lego do que aquelas que consegue montar. O Deus das Moscas Tem Fome é a sua primeira obra — uma espécie de X-Files na Lisboa de Eça de Queiroz, com influências que vão de H. P. Lovecraft e Arthur Conan Doyle a Mike Mignola.
Gostei da visão desta Lisboa alternativa e a sua Lismá. Gostei do detetive Ulisses Garcia. Mas não gostei que fosse em contos. Esperava uma história contínua.
Estava com algum receio de ter de me relembrar (forçosamente) de parte da história de Portugal, mas tal não foi necessário. O livro é divertido e repleto de momentos irónicos, nada aborrecido, com personagens muito caricatas, mulheres fortes. Uma visão muito diferente da Lisboa que conhecemos. Algumas frases arrancaram-me gargalhadas (Ulisses Garcia é uma personagem "daquelas"), e até temos um "lamiré" de Fernando Pessoa. Adorei a forma como alguns contos foram entrelaçados. Um livro leve, ideal para se ler no final de um dia cansativo.
Fiquei com vontade de ler este livro desde que vi o seu lançamento na Feira do Livro dos Jardins do Palácio de Belém, o ano passado. Quando surgiu a oportunidade, comprei-o. Gosto de dar oportunidade e ler autores portugueses. No inicio, confesso que estive quase a desistir mas ainda bem que não o fiz, pois acabei por gostar bastante do livro. Acho que ficou uma porta aberta para uma possível continuação
A primeira vez que li a sinopse deste livro na Wook com a Filipa mijámo-nos a rir. Joke's on me, porque eu engoli estas páginas em 3 dias do quão investido eu estava na história. Surpreendeu-me imenso a qualidade do livro, atendendo que a sinopse basicamente vende uma fanfic reles do Wattpad (não julguem o livro pelos 3 parágrafos da contracapa). Desde os arranha-céus, ao vigilante mascarado, ao detetive tarado, estava tudo tão coeso que esqueci que estava a ler contos interligados. Fiquei fã e aguardo pela sequela, quero saber o quão verdadeiramente unhinged o autor consegue ser neste universo alternativo que ele criou.
Não conhecia a escrita do Luís e fiquei grande fã. Uma compilação de contos, que se interligam uns com os outros, formando um cenário cheio de suspense e mistério, que me conquistou.
Passado numa realidade alternativa em que a nossa Lisboa é a cidade mais poderosa do mundo. Uma Gotham city portuguesa, cheia de perígos e seduções e com várias personagens inesquecíveis, que vão ficar na minha memória.
Se adoram o Thyrion Lanister do George Martin têm de conhecer o Ulisses do Luís. Com a língua igualmente afiada, vão-se divertir com os seus comentários insolentes, tanto quanto eu.
Um livro fora do comum, audacioso e politicamente incorreto que vos desafio a ler e a conhecer a Lisboa e a Lismá, nas palavras carregadas do humor sarcástico do Luís Corte-Real.
É o segundo livro do Luís que leio e gostei ainda mais deste do que do primeiro.
Antes de mais nada quero agradecer imenso ao Luís e á Saída de Emergência a oportunidade de ter sido betareader deste livro que tanto gostei!
O Luís tem uma capacidade incrível para criar universos e atmosferas fantásticas nos seus livros!
Neste livro vamos conhecer um Portugal alternativo com personagens extraordinárias, todas muito diferentes umas das outras e únicas desta versão alternativa que o autor criou.
É mais um livro dividido em contos à semelhança dos restantes livros do autor. Esta estrutura funcionou perfeitamente porque vamos conhecendo várias personagens em situações diferentes que, eventualmente se irão cruzar e criar momentos inesquecíveis!
Com muita ação, investigação, descrição e sarcasmo, este livro foi, para mim, uma grande surpresa!
Completamente fora da caixa Surpreendente Irónico Divertido Sarcástico Cruel Macabro Roger rabbit com os policias negros americanos, com filmes negros e de 2ª, com ficção científica com Júlio Verne Nem sei Delicioso Noir noir noir Porque é que não dou 5 ⭐ porque não gostei de um dos convidados, e porque queria mais Ulisses e Sofia Lobeira
Uma história diferente das minhas leituras habituais, mas bastante engraçada e muito bem conseguida. Personagens muito caricatas. Gostei bastante do mix locais/personalidades reais VS ficção bastante alternativa.
(PT) Numa Lisoa alternativa, uma série de personagens pululam por uma cidade de contrastes, o centro de um império que se estende por três continentes, onde o futuro parece risonho. Mas por trás da cara resplandecente, há uma outra, onde o crime impera, a pobreza é chutada para canto e sobretudo, um enorme segredo poderá ser suficiente para fazer abalar as undações do império.
Primeiro ponto: claramente eu ando perdida no mundo da lua porque eu não sabia que eram contos e não ia preparada para isso.
Apesar deste contratempo, adorei o mundo criado pelo autor e as personagens estão muito bem conseguidas. Adorava ter lido uma história com fio condutor que envolvesse todos estes personagens caricatos.
O meu favorito foi o Sem Pavor, ansiosa por mais aventuras deste vigilante da noite.
Com uma escrita acessível e um ritmo rápido, saltamos de conto em conto e vamos conhecendo um pouco desta Lisboa distópica.
Julgo que ler tem como expoente máximo o entretenimento fundamental de quem lê. O conseguir abstrair da vida real, o poder viajar a todos os recantos do Universo em diversas linhas temporais sem sair da segurança do nosso conforto. Este livro, dividido por vários contos, com ilustrações fantásticas permite-nos isso e muito mais. Que “loucura” de leitura compulsiva temos aqui… a imaginação brutal do autor aliado a uma escrita fluída, agradável, com personagens altamente carismáticos e as mais diversas referências a situações da “vida real”, com humor e sarcasmo na medida certa fazem desta obra uma das melhores que li nos últimos tempos (e mais rápida tendo em conta o número de páginas) seja pela enorme criatividade ao colocar Lisboa como o pináculo da evolução Mundial (e tudo o que isso acarreta) em inícios do século XX, seja pela forma como as personagens se interligam, se misturam numa “dança” a vários ritmos que nos deixam a querer saber mais e honestamente se o livro tivesse mais contos, eu iria ler com a mesma avidez que li os já existentes. Esta realidade alternativa que o Luís criou dava efetivamente para diversos caminhos e rumos e julgo que os escolhidos foram efetivamente os certos e que permitem e fazem deste livro um sucesso garantido. É mais uma obra de autor Nacional com qualidade acima da média, não ficando atrás de nada já escrito internacionalmente nos mesmos géneros (literatura fantástica/ policial/realidade alternativa) e fica o convite para lerem e apostarem porque vão ficar “agarrados” surpreendidos e rendidos a estas personagens e estórias mirabolantes. E o marcador é GENIAL!
Este livro é um manjar de Easter Eggs, com múltiplas referências a cultura pop portuguesa (e não só). Grande destaque para a Lisboa alternativa, recriando o ano de 1928 de forma … fantástica. O formato de contos ligados (Hemingway também teve o seu Nick Adams) pode tornar a leitura menos fluida para quem só quer uma história. Mas o universo apresentado, cheio de personagens inesquecíveis e tão lisboetas, o detective Ulisses Garcia, o vigilante Sem Pavor, a escritora “polpa” Sara Lobeira, para referir apenas alguns nomes, merece continuidade!
História alternativa, mistério, personagens cativantes e irreverentes resultam em um livro simplesmente muito bom e que me deixa em expectativa pelo próximo.
Gostei da ambiência da realidade distópica de uma Lisboa alternativa onde D. Miguel deu continuidade à dinastia de Bragança, ganhando a guerra civil, com todas as implicações políticas inerentes. O desenvolvimento cosmopolita dessa Lisboa deixa-me a pensar nas implicações ideológicas do livro, mesmo que contrapostas à crítica sociopolitica inerente. Uma teia de contos bem estruturados e interligados, destacando-se os protagonizados por Ulisses (que nada tem que ver com o livro da Teolinda! 🤪) Leitura interessante, dentro do género, com alguns momentos de mais ação (para mim dispensaveis) mas geralmente apostando na - bem mais interessante- intriga constante. Leitura apetecível, grande ambiência.Prendeu bastante, enquanto leitura. Pouco é, no entanto, explicado, o arco narrativo é vago, o que lhe retira 1 estrela.
A escrita do Luís é incrível, leva-nos de facto para dentro da história, com todos os pormenores dos locais, os nomes dos personagens, a forma de falar e linguagem utilizada por cada um deles e sem medo! Faz-me lembrar os livros e BD que encontrava no quarto de adolescente do meu tio quando era pequena, sobre aventuras com detectives e heróis.
Apesar de ser um livro de contos, cada um deles da continuidade à história e ao tempo e espaço onde nos encontramos, tornando esta realidade alternativa cada vez mais real.
Saliento também as ilustrações do livro que são maravilhosas! (E o marcador enorme a condizer)
A sério, que livro incrível!! Espero que tenha continuação.
What an incredible surprise, this Author, new to me but apparently with several books published already, which I am going to read next!
The fictional presentation of an alternative history of Portugal and the inclusion in each short story of the presence of the occult, is superb! I just LOVE the result!!! And such a new voice!
Regarding the book, the plot, the ambience, the characters (larger than life) all concurs to make a reader very happy!
The sense of humor is subtle, the atmosphere is dense, the plot is witty and some of the characters are irresistible.
Este livro tem tudo. Tem fantasia, tem policial/thriller, comédia. Vão gostar de ler sobre esta Lisboa alternativa e de conhecer todas as personagens de cada conto! É um livro muito rico! Amei.
A escrita do autor é algo que me deixa sempre fascinada, tal como a sua capacidade para nos fazer entrar nos mundos criados pelo mesmo ou de épocas anteriores à nossa. Sou uma grande fã do detetive do oculto e dos seus contos, cada um com o seu plot próprio. O que, para mim, não existiu tanto neste livro. Senti que os contos não tinham início, meio e fim na sua maioria, eram um conhecer das personagens e, apesar de eles terem uma certa linha de continuação, não sinto que exista um arco que seja fechado neste livro. Por outro lado, tive personagens de quem gostei muito, como a Petra e a Lobeira, consegui identificar-me com elas. Continuarei a ler mais do autor e aguardarei ansiosa pelo próximo número!!
(Ps: seria interessante lançar-se a revista falcão lusitano para todos os escritores da atualidade que tenham contos para serem conhecidos 🤭)
Pensei que "as aventuras de Benjamin Tormenta" fosse uma ideia bastante original, mas Luís Corte-Real conseguiu provar-me que a sua imaginação não tem limites. Comecei a ler "Lisboa Noir" e deduzi que fosse só um livro de detetives e História alternativa. Pois bem, esta Lisboa e este Império dos Três Reinos têm camadas e camadas por explorar!
Luís Corte Real transporta-nos para um universo alternativo em que Lisboa se tornou a primeira mega metrópole do mundo na década de 1920, povoada por 10 milhões de pessoas, arranha-céus, avenidas colossais e dirigíveis.
Foi uma leitura bastante divertida. Tal como nos livros do Benjamim Tormenta, também este está dividido por capítulos/contos que funcionam como uma espécie de episódios: podiam ser lidos individualmente, mas, ao mesmo tempo, acabam por estar ligados entre si. Em cada capítulo, acompanhamos uma personagem diferente, o que nos permite conhecer os vários cantos desta Lisboa, desde as avenidas principais e luxuosas, passando pelos recantos históricos no Cais do Sodré e na Mouraria, até aos bairros de lata onde espreita o crime, na margem sul (apelidada de "Lismá").
O mistério principal, em relação à dinastia miguelista e às ordens secretas, está bastante intrigante, ainda para mais com as insinuações no final do último conto. Parece que o progresso de Portugal neste universo não foi coincidência, mas sim facilitado por forças ocultas e objetos mágicos malditos que caíram nas mãos dos monarcas absolutistas.
O único ponto negativo que tenho a apontar é que por vezes a maneira como as mulheres eram escritas me irritou um pouco. Ora eram femme fatales e todos os homens praticamente caíam a seus pés (geralmente, as personagens femininas principais), ora eram descritas como feias, gordas ou de aparência medíocre e facilmente esquecíveis (geralmente, as personagens femininas secundárias). As personagens femininas mais fortes e determinadas eram sempre convencionalmente atraentes (inclusive a Petra Mil-Homens, que, apesar de super musculada, tinha curvas nos sítios "certos"). As personagens femininas não bonitas eram sempre esquecíveis e mal passavam de figurantes. Não havia propriamente nuances. Teria sido interessante se a aparência das mulheres não tivesse sido um enfoque tão grande e se não estivesse tão associada ao seu caráter. Nesse sentido, o conto "Voos de Vingança e Pesar", de Gerdon Lodi-Ribeiro, foi uma lufada de ar fresco. A personagem de Maria Elisa era determinada e de fortes convicções, e a aparência dela quase não era referida.
Apesar disto, o meu conto preferido foi "O Outro Lado de Lisboa". Achei fofo o quase romance entre a Sara Lobeira, uma jovem escritora tímida que escreve romances de polpa sob pseudónimos para revistas baratas, e Petra Mil-Fontes, uma mulher crescida na margem sul com um passado negro e uma força (física e mental) inabalável.
Estava a adorar o livro…até aos últimos capítulos.😞
Vamos por partes:
-uma história enquadrada na história de Portugal, onde um pequeno detalhe diferente do que aconteceu na realidade, transforma Portugal num dos impérios dominantes e Lisboa na maior metrópole do mundo. Uma distopia portanto;
-impossível ler este livro sem nos passar pela cabeça Sin City, referências aos anos 1920/30, tabaco e bourbon. Tudo coisas que me fascinam. Sou fan destas décadas, boa música, boa bebida, bons clubes, roupas com classe, publicidade maravilhosa…
-muitos personagens apaixonantes com nomes fora do normal e bem engraçados. O Sem-Pavor lembra o Batman, Lisboa lembra Gotham, etc… A linguagem é explícita e apesar de muita gente poder não gostar, adequa-se perfeitamente à história, que retrata uma sociedade suja, corrupta e violenta;
-o mau: ao chegar aos últimos capítulos, fiquei desiludido porque nenhum personagem teve um desfecho da sua história e, consequentemente, a história não tem desfecho. Fica tudo em aberto o que é uma grande desilusão e a razão para não ter dado 5*. De resto, história mesmo “up my alley”.
Um fascinante e intrigante livro que me fez descobrir que distopias serão o meu género literário favorito e que tenho de explorar mais!! Nem se percebe que é constituído por contos, dado a complementaridade e a sequência entre eles. O único de que não gostei muito foi o do autor convidado, não propriamente por estar em português do Brasil, mas porque não achei a escrita dele tão viciante quanto a do Luís e até a da Sónia. O meu conto favorito foi sem dúvida alguma o da Lana Bronze, que, apesar de ser o mais comprido, foi o que me prendeu mais! E o final foi bastante inteligente. Adorei a dificuldade do Ulisses Garcia em dizer "pseudónimo" e a inclusão do artigo da revista. Para não falar que a inclusão das ilustrações cativam ainda mais o leitor! Sem dúvida alguma um livro que me marcou, cujas personagens continuarão na minha mente e de cujos cenários alternativos continuarei a querer falar!
Num exercício de história alternativa, D Miguel voltou do exílio, recuperou o Brasil, tornou-se rei de Espanha e, com a ajuda dos seus descendentes, criou o maior império do mundo, que até derrotou os ingleses na Guerra do Ultimato. A ação passa-se na Lisboa dos anos vinte que é uma megalopolis misto de Nova York durante a lei seca e filme de Fritz Lang. LCR criou este mundo onde se desenrolam os contos do livro, num pastiche intencional de tudo que é literatura noir e de cordel da primeira metade do século XX. Os primeiros contos são divertidos mas é preciso gostar do estilo para continuar a partir daí, o que não o meu caso.
Andava super curiosa com este livro, que foi muito falado por aqui! Infelizmente, não é o meu género de livro. 🥲
Adorei a escrita do autor, o que achei super inteligente, irónica e divertida, mas acabei a perder me nos pormenores… (culpa do meu cérebro, não do autor que acho que foi fantástico!)
É uma história de fantasia e um policial num universo alternativo. Temos um detetive anão (que eu adorei a personagem), o sem pavor (um vigilante que parece saído de um filme da Marvel), o Rei D.Miguel III, Fernando Pessoa e os seus pseudónimos e, o mais importante 🤭🤭 mulheres incríveis!
Apesar de não ser o meu género de livro, aconselho imenso a lerem! 😍
Safa, que espectáculo, mindblowing…totalmente fora do baralho e nada do que estava à espera. A ideia e o cenários são fantásticos, perfeitamente plausíveis e ainda melhor caracterizados. Como fan de SciFi e distopias, sem ser especialista ou dotado em literatura, diria obra prima!