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Preconceito Linguístico

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Pela Editora Loyola, todas as edições (1ª à 55ª) possuem o mesmo ISBN: 8515018896. O autor fez diversas atualizações no conteúdo ao longo dos anos, por isso o número de páginas da sua edição pode ser diferente.

O preconceito lingüístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua. A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta.
Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser autoritariamente aplicada a todo o resto da língua - afinal, a ponta do iceberg que emerge representa apenas um quinto do seu volume total. Mas é essa aplicação autoritária, intolerante e repressiva que impera na ideologia geradora do preconceito lingüístico.

146 pages, Paperback

First published January 1, 1999

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About the author

Marcos Bagno

74 books30 followers
Marcos Araújo Bagno é um intelectual, professor, doutor em filologia, linguista e escritor brasileiro. É professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília, doutor em filologia e língua portuguesa pela Universidade de São Paulo, tradutor, escritor com diversos prêmios e mais de 30 títulos publicados, entre literatura e obras técnico-didáticas. Atua mais especificamente na área de sociolinguística e literatura infanto-juvenil, bem como questões pedagógicas sobre o ensino de português no Brasil. Em 2012 sua obra As memórias de Eugênia recebeu o Prêmio Jabuti.

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Displaying 1 - 30 of 51 reviews
Profile Image for Amanda Alexandre.
Author 1 book56 followers
February 8, 2016
Ainda me falta ler uma obra politizada que não incorresse em um pouco de hipocrisia... mesmo que concorde em geral com suas ideias. A razão é óbvia: partindo de seu próprio viés, o autor escolhe quais críticas cabem a seus oponentes, e quais delas não cabem a si próprio. Tendenciosismo político? Isso é para os outros.

Exemplo? Logo no começo, Bagno alerta que não há como se falar em preconceito linguístico sem incorrer em política. De onde eu vim isso se chama “não quero analisar os dados de forma científica, por isso vou usar o blablablá político”. Que irônico que Bagno, em sua defesa de um mundo melhor, incorra à mesma postura argumentativa assumida pelos piores chefes e gerentes que encontrei em minha carreira corporativista, coisa de capitalismo antigo, ruim, bem a la Wall Street de anos 80. Ai, ai, ai.


Este GIF foi inserido de propósito para enojar os esnobes literários que acham que linguagem corporal “é para os fracos”.


E mais longe, ele se ofende por ser “acusado” de “esquerdista de meia-pataca”. Afinal, meu amigo, você é esquerdista ou não? Não foi você que afirmou há 100 páginas atrás que não há como sujar as mãos com política ao falar de preconceito?


Mas demos um desconto ao autor. Seu objetivo foi, nas palavras de Bagno, “simplificar (talvez demais) os conceitos da Lingüística para torná-los acessíveis a um público mais amplo.” E isso é louvável. A verdade é que, toda vez que um intelectual escreve uma dessas obras intragáveis de ler, que só os universitários obrigados a aguentá-los terminam, inadvertidamente aliena-se a camada da população que mais precisa dela. Por um lado isso é necessário (na academia, não dá pra abrir mão de rigor científico, embora eu veja muitos intelectuais que não o observam sendo louvados – e pior – referenciados nas ciências sociais da vida), mas nossos brasileiros “comuns” também precisam de mais conhecimento. E para isso, precisamos de mais intelectuais que abram mão um pouco do prestígio acadêmico, desçam do cavalo e expliquem “a grosso modo” alguns conceitos básicos de sua área. Assumir a postura de “educador das massas”, para mim, é mais útil do que a fábrica de preciosismo intelectual e falácias ad hominem que é o “cenário intelectual” (isso existe?) de agora.

Para educar o leigo sobre linguística, o autor escolhe uma trilha bem interessante. Primeiro, vai perfilando os mitos sobre nossa língua e mata-os na cabeça, um a um. Esta é de longe a parte mais divertida do livro, e também a que contém os argumentos mais fortes...


O que aconteceu, ao longo do tempo, foi uma inversão da realidade histórica. As gramáticas foram escritas precisamente para descrever e fixar como “regras” e “padrões” as manifestações lingüísticas usadas espontaneamente pelos escritores considerados dignos de admiração, modelos a ser imitados. Ou seja, a gramática normativa é decorrência da língua, é subordinada a ela, dependente dela. Como a gramática, porém, passou a ser um instrumento de poder e de controle, surgiu essa concepção de que os falantes e escritores da língua é que precisam da gramática.


Ou seja, o que aconteceu com a gramática foi o mesmo que acontece diariamente com milhares de processos burocráticos em nossas esferas pública e privada: nasceu com boas intenções, mas depois se perdeu. O carimbo, a assinatura, o papel, a gramática, todos eles obedecem a si próprios, e não ao objetivo ao qual foram inicialmente criados.


... se Chico Buarque, Manuel Bandeira e Machado de Assis (que [...] escreveu: “Mas aonde te vais agora,! Onde vais, esposo meu?”) não servem como exemplos de usuários da “língua culta”, quem servirá?


Lendo a desmistificação de várias balelas que circulam por aí e que servem como alicerce do preconceito linguístico atualmente, me espantei porque desde sempre li muitos livros, e "falei bem" o português por causa disso, e só agora percebi que não e preciso estudar gramática para falar e escrever bem!… E que erro de português é uma coisa, erro de ortografia é outra, mas que muita gente que ensina português não sabe a diferença? Minha parte favorita diz respeito ao mito de que no Maranhão se fala o melhor português do Brasil (balela).

E o engraçado é que, mesmo bem intencionado, Bagno comete erros:


É sabido que no Maranhão ainda se usa com grande regularidade o pronome tu, seguido das formas verbais clássicas, com a terminação em —s característica da segunda pessoa: tu vais, tu queres, tu dizes, tu comias, tu cantavas etc.


Como maranhense, sei de primeira mão que o autor está desatualizado. Conjugávamos bem o tu nas décadas de 50 ou 60, porém, com a crescente imigração de pessoas do interior, o tu vem “sofrendo”. Mas até hoje ouço ludovicenses batendo no peito e dizendo que “São Luis fala o melhor português do Brasil, porque não temos 'sutaque'.”


[...] um instrutor de auto-escola quer formar bons motoristas, e não campeões internacionais de Fórmula 1. Um professor de português quer formar bons usuários da língua escrita e falada, e não prováveis candidatos ao Prêmio Nobel de literatura!


Mesmo cientes do quão tendencioso o autor é, às vezes os argumentos são tão bons que a gente liga o foda-se e só quer que ele suba no palco e sambe!


poucas instituições houve no Brasil tão obtusas, nefastas, injustas, antidemocráticas e perniciosas quanto o vestibular. Nunca consegui entender por que uma pessoa que quer estudar Direito precisa fazer prova de física, química, biologia e matemática, se o que ela aprendeu dessas matérias já foi avaliado na conclusão do 2° grau. Com o fim do vestibular, desaparecerá também toda a indústria que se formou em torno dele: os nefandos “cursinhos” onde ninguém aprende nada, onde não há nenhuma produção de conhecimento mas apenas reprodução de informações desconexas, onde centenas de alunos se apinham numa sala, onde tudo o que se faz é entupir a cabeça do aluno com “truques” e “macetes” que em nada contribuem para a sua verdadeira formação intelectual e humanística."


Mas faltam alguns esclarecimentos. Ao defender-se de suas acusações de ser “demagógico” ou “relativista”, Bagno diz que os linguistas na verdade defendem na escola o ensino da norma-padrão. Ué? Mas eu, sou ignorante em termos de linguistas, como vou saber que diabos é essa tal de norma-padrão? É a variação culta de nossa língua portuguesa, como falada pelos membros mais “cultos” de nossa sociedade? É uma versão acessível da gramática atual? O que é isso?

E ás vezes, é difícil levar o autor a sério:
“Ninguém comete erros ao falar sua própria língua materna, assim como ninguém comete erros ao andar ou ao respirar. Só se erra naquilo que é aprendido, naquilo que constitui um saber secundário, obtido por meio de treinamento, prática e memorização...”


Mas fofinho, falar uma língua estruturada não é tão natural ou intuitivo como andar ou respirar. Aliás, até andar como bípede depende de contato com outros humanos, segundo pedagogos. Aprendizado é um processo social, e a língua se situa neles. Então não engulo de todo o argumento de que “não há erro de português porque falar é algo natural”. Emitir grunhidos, talvez. Mas falar uma língua com um mínimo de estruturação? Não creio, e que fique bem claro que essa é somente uma asserção minha e que não tenho conhecimentos científicos para corroborar minha posição.

E é esta a impressão geral que tive ao ler este livro: concordei com a ideia chave de que precisamos utilizar menos a língua como instrumento de exclusão, mas a série de tendenciosismos e pequenas inconsistências que permeiam o texto o torna difícil de ser levado a sério como um todo.
Profile Image for Augusto.
1 review
March 30, 2009
Existe uma regra de ouro na Lingüística que diz: "só existe língua se houver seres humanos que a falem".E o velho e bom Aristóteles nos ensina que o ser humano "é um animal político". Usando essas duas afirmações como os termos de um silogismo (mais um presente que ganhamos de Aristóteles), chegamos à conclusão de que "tratar da língua é tratar de um tema político", já que também é tratar de seres humanos. Por isso, o leitor e a leitora não deverão se espantar com o tom marcadamente politizado de muitas de minhas afirmações. É proposital; aliás, é inevitável. Temos de fazer um grande esforço para não incorrer no erro milenar dos gramáticos tradicionalistas de estudar a língua como uma coisa morta, sem levar em consideração as pessoas vivas que a falam. O preconceito lingüístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua. A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas
é parcial (no sentido literal e figurado do termo) e não pode ser autoritariamente aplicada a todo o resto da língua - afinal, a ponta do iceberg que emerge representa apenas um quinto do seu volume total. Mas é essa aplicação autoritária, intolerante e repressiva que impera na ideologia geradora do preconceito lingüístico.
Profile Image for Rafael da Silva.
82 reviews114 followers
April 16, 2017
Difícil existir um livro que tenha tratado do tema de forma tão bem feita. O autor desfaz toda a rede que sustenta esse tipo de preconceito que, diferentemente de outros tipos de preconceito, perdura com plena liberdade entre todos os segmentos da nossa sociedade.

O autor desfaz os mitos linguísticos que ainda hoje são ouvidos em todos os lugares, entre eles a tão alardeada suposta dificuldade de nosso idioma, assim como a nossa esperada servidão às regras gramaticais do outro lado do Atlântico.

Como diz o autor, de forma mais direta e bem feita, nosso idioma é lindo e está vivo. Ele não pertence aos livros de gramática nem aos gramáticos, mas sim aos falantes.
Profile Image for Milena Machado.
99 reviews12 followers
September 15, 2020
Um livro que todo estudante e professor de letras tem que deixar na cabeceira da cama para consultar todos os dias.
Profile Image for Felipe Beirigo.
210 reviews19 followers
August 23, 2023
LOKOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! É O VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA DA GRAMÁTICA BR
8 reviews5 followers
October 2, 2018
Não só recomendo como gostaria de ter lido coisa de quinze anos atrás. De leitura muito simples e fluida, me ajudou a identificar e ressignificar muitos preconceitos, tanto meus e que tenho tentado trabalhar, quanto alheios e que agora me sinto mais embasada para tentar combater. Um tanto repetitivo, o que não chegou a me incomodar, inclusive acaba por reforçar ideias muito centrais e relevantes do livro.
Profile Image for Andrea Bucci.
36 reviews5 followers
December 28, 2020
Apesar de um certo pé atrás com o tema do livro (por meus próprios posicionamentos e preconceitos, frutos de um ensino bastante conservador), eu tinha expectativas altas e elas foram não apenas atingidas mas facilmente ultrapassadas. A forma como Bagno se coloca e a riqueza de exemplos, explicações e demonstrações fazem com que se torne bem óbvio o teor anticientífico e obscurantista da chamada gramática tradicional.
Profile Image for Joao.
8 reviews2 followers
October 28, 2010
Resume-se o livro pelas primeiras palavras da página 104: um festival de asneiras.
Profile Image for Suellen Rubira.
954 reviews89 followers
August 29, 2016
Um ótimo convite à reflexão a respeito da linguagem e seu papel não apenas como instrumeto de comunicação, mas também como perpetuador de preconceitos.
Profile Image for Maria Fernanda  Gonzalez.
67 reviews10 followers
August 22, 2013
Em primeiro lugar, não leia esse livro se você estiver se preparando para algum concurso ou para prestar o vestibular, ou qualquer outra coisa que ainda cobre a tal "norma culta" da língua. O ataque que o autor faz é tão convincente que vai ficar ainda mais doloroso ter que voltar aos exercícios de gramática depois de ler esse livro. Experiência própria, gente, vai por mim.

Embora eu tenha concordo com praticamente todas as ideias que Marcos Bagno apresenta aqui, não posso deixar de criticar um pouco o tom que ele usa. Bagno é tão, mas tão radical em suas críticas que o texto às vezes se torna repetitivo e cansativo. O lado bom é que ele não esconde de ninguém suas posições políticas; pelo contrário, chega a ser quase panfletário em sua defesa, o que faz com que o livro se torne quase um libelo.

Ainda assim, é um texto que deve ser lido obrigatoriamente por todo falante de português. Apesar do foco ser a língua portuguesa, desconfio que possa ser útil até mesmo para quem está aprendendo uma segunda língua - eu me lembro que meu professor de Espanhol na faculdade nos recomendou o volume uma vez, e até mesmo citou Marcos Bagno como fonte quando deu um discursos tentando nos convencer a não ter vergonha de praticar nosso espanhol incipiente.

Por fim, só queria entender o que leva uma pessoa a escrever uma carta de mais de dez páginas para a revista VEJA. Quero dizer, só esse ato já deixa muito claro o quão puto (mas muito mesmo) Bagno ficou com a reportagem deles de 2001. Não lhe tiro a razão, porque a VEJA mais escreve besteiras (e não só sobre português) do que qualquer outra coisa, mas me surpreendi com a atitude.

Enfim, leia porque explica noções básicas de linguística, e ajuda a esclarecer umas coisas sobre nossa querida linguinha que todo mundo deveria saber. E é curtinho.

Evite se você não curte discursos radicais (mas eu leria mesmo assim).
Profile Image for Felipe Vieira.
787 reviews17 followers
July 26, 2022
Eu acredito que a maioria da população brasileira é preconceituosa linguisticamente. Isso tudo devido ao ensino que forca somente na norma culta da língua portuguesa (de Portugal). É porque conhecimento é poder e muitos o querem.

É um livro essencial para entender o que é preconceito linguístico e desconstruí-lo.

O autor demonstra no livro quais são os mitos que regem o preconceito contra a língua e quais as formas que nós podemos desconstruí-la. Mesmo lendo e entendo o que Marcos Bagno queria demonstrar a minha impressão é que ainda será muito difícil deixar esse tipo de preconceito de lado. Assim como todos os outros que já estão enraizados na nossa população. Primeiro porque há uma grande necessidade de seguir a norma culta. É exigido de nós a todo instante. Bagno afirma que é justamente essa mentalidade que devemos mudar. Concordo, mas ainda acho difícil. Outro ponto importante é que o português seja o europeu ou o brasileiro não é nos ensinado de forma humanizada.

Muito do que é mostrado por Bagno no livro me parece muito acadêmico e vai ficar por lá caso as escolas não coloquem em prática o que ele e o Ministério da Educação sugerem.

É um livro essencial para pensar o Brasil, o português brasileiro, os preconceitos de raça e classe e políticas.

Recomendadíssimo.
Profile Image for Thiago André.
32 reviews6 followers
August 25, 2014
"o conhecimento mecânico da doutrina gramatical se transformou num instrumento de discriminação e de exclusão social. “Saber português”, na verdade, sempre significou “saber gramática”, isto é, ser capaz de identificar — por meio de uma terminologia falha e incoerente — o “sujeito” e o “predicado” de uma frase, pouco importando o que essa frase queria dizer, os efeitos de sentido que podia provocar etc.
Transformada num saber esotérico, reservado a uns poucos “iluminados”, a “gramática” passou a ser reverenciada como algo misterioso e inacessível — daí surgiu a necessidade de “mestres” e “guias”, capazes de levar o “ignorante” a atravessar o abismo que separa os que sabem dos que não sabem português..."

Livro sensacional! Digo isso, pois é a primeira vez que me deparo com esses argumentos. Pode ser apenas um deslumbre inocente de quem sempre foi refém da "gramática ortodoxa", mas gostei muito do que li. Bagno é ácido e direto ao ponto. Sem meias palavras, em todo o livro direciona suas críticas dando nome aos bois. Não deixa escapar os celebres do mainstream, de Pasquale a Sacconi. Enfim, gostei muito.
Profile Image for Uendel S. Damacena.
28 reviews
August 8, 2025
Escrita simples mostrando um tipo de
discriminação ao qual geralmente não estamos
atentos, demonstrando o porque dela existir, a
quem ela serve e como combatê-la. Até me sinto mais livre para falar e escrever.

Ah! E não precisa estudar letras ou afins para ler
(eu faço farmácia, por exemplo) já que é uma
leitura leve, rápida e sem muitos termos técnicos.
Profile Image for fe nakazoni.
55 reviews1 follower
April 15, 2024
Esse livro foi uma indicação pra um debate na minha aula de linguagens na faculdade de Jornalismo e por ser uma leitura acadêmica, já presumimos que seja uma leitura chata e maçante, mas na verdade trouxe muitas ideias e reflexões que eu nunca tinha pensado antes!!

O autor já aplica seu debate ao escrever com uma linguagem simples, que mesmo sendo acadêmica, é acessível para que todos os público possam debater sobre o preconceito linguístico.

Algo que me empacou na leitura e diminuiu meu ritmo foi a parte II do livro em que o autor praticamente aplicou todas suas decepções e frustrações no mundo acadêmico em relação a professores preconceituosos e pensadores elitistas. Acabou virando um grande desabafo em que eu parava e pensava: ok, já deu pra entender sua revolta. Mas que bom que ele se revolta também!

Suas reflexões foram muito modernas mesmo sendo aplicadas em 2007, ele levanta questões como acesso a direitos básicos humanos para assim atingir a “linguagem certa”, preconceito social, xenofobia principalmente com o dialeto nordestino e etc.

Achei uma leitura muito necessária que tenta desconstruir essa noção de viralatismo brasileiro em relação à Portugal, uma grande síndrome de colonizado para o colonizador mesmo. Além disso, também rebate o discurso de que a representação da língua, a língua escrita, deveria ser o molde em que todos devemos nos encaixar, não importa nossas origens. Afinal, o que seria do tão admirado multiculturalismo do Brasil sem seus “erros”?
Profile Image for ‧₊ júlia laís ‧₊.
287 reviews
March 6, 2022
uma recomendação de leitura bem válida de uma professora da faculdade. fui ouvir pela primeira vez sobre preconceito linguístico não muito tempo e achei legal saber que rola uma conscientização sobre isso no ensino superior, mesmo que breve.

também fui aprender aqui a diferença entre língua e gramática. o autor se dirige ao leitor muitas vezes de forma descontraída, tornando a leitura mais dinâmica. foi triste também saber o tanto de livro que circula por aí com alto prestígio na área da linguística e que na verdade é um verdadeiro show de ignorância e preconceito social, racial e não para por aí.

acho que da metade para o final, o livro se torna um pouco repetitivo. o autor vai retomando o que já havia antes abordado que ao meu ver, não tinha muita necessidade de repetição, se não for para acrescentar algo novo junto.
Profile Image for x.
29 reviews3 followers
Read
March 28, 2020
Ouço tanta gente falar mal deste livro e, no entanto, nele não encontrei nada de absurdo, afora algumas inserções político-partidárias aqui e ali, as quais podem acabar inflamando os humores do público mais suscetível. Basicamente, contém aquilo que qualquer linguista responsável diria sobre o assunto, ainda que a partir de um estilo “engajado” e “provocante” – fato também no todo justificável, considerando a proposta do texto: uma espécie de haute vulgarisation, tendo como alvo a demolição de certas opiniões para lá de irrefletidas (p. ex., quando dizem que no Brasil se opera o “monolinguismo” ou a “homogeneidade linguística”, ou que só em determinado lugar as pessoas sabem “usar o idioma do modo correto” etc.)..
Profile Image for Rony Peterson.
173 reviews1 follower
July 15, 2023
Combate ao preconceito linguístico

O livro do Prof. Bagno é um marco muito importante neste combate aos preconceitos linguísticos. Os mitos de que "o português é muito difícil", que "apenas com a gramática (normativa), o estudante aprende a falar e escrever bem", entre outros, circularam bastante no imaginário popular do português. É claro que não se nega a importância de estudar a Norma-Padrão, até para permitir que os estudantes acessem as variedades de prestígio e tenham acesso aos direitos que deveriam ser de todos os cidadãos. É uma leitura boa, não é pesada e é acessível para todos os estudantes do curso de Letras e também para qualquer outra pessoa interessada em entender melhor o assunto.
Profile Image for Mallena.
21 reviews
July 21, 2021
Eu sempre busquei escrever e falar corretamente, seguindo as regras gramaticais por puro prazer e por mais que eu tenha esse conhecimento, jamais me senti confortável em corrigir as pessoas, nem por mensagem.
Na minha concepção se eu entendi o que a pessoa quis me dizer, já tá bom, não vou interromper o raciocínio dela pra mostrar como eu sou inteligente.
Preconceito Linguístico é um livro excelente que aborda desde questões cotidianas à legislações e burocracias que através da linguagem afastam as pessoas dos próprios direitos.
É uma leitura importante para todo mundo, fluida e que volta e meia precisa ser revisitada.
Profile Image for Al.
270 reviews1 follower
April 8, 2022
Radical no combate ao preconceito das variedades do falar, o livro, mesmo com algumas incoerências e contradições, ganha o leitor ao fazê-lo se identificar como potencial alvo dos "puristas" da língua. Se no começo da leitura as primeiras reações são de estranheza e resistência, conforme os argumentos são apresentados vê-se melhor a paisagem em amplitude, o que leva à compreensão de como se formam e se transformam as línguas e, por sua vez, aponta para a necessidade de se rever os métodos de ensino de forma a incorporar o estudo da lógica da formação das palavras. Leitura indispensável para quem quer chegar ao século XXI.
Profile Image for Margarida.
85 reviews28 followers
January 8, 2019
''Ao ver uma
placa com os dizeres "Ferra-se cavalos", o histérico gramático tentou
explicar ao ferreiro que o verbo deveria estar no plural porque o
"sujeito" da frase era "cavalos". E foi obrigado a receber esta aula
perfeita de sintaxe brasileira:
-- V. Sa. me perdoe, mas o sujeito que ferra os cavalos sou eu, e eu não sou
plural. Aquele SE da tabuleta refere-se cá a este seu criado. ''
Profile Image for Bruno Anselmo.
18 reviews
October 12, 2020
Um livro especial para o fim do preconceito linguístico (assim como o próprio título e subtítulo sugerem). A forma como Bagno desmitifica questões no Brasil faz o leitor refletir no que necessita mudar.
Logicamente não há uma aceitação geral no pensamento (principalmente pelo viés político empregado no livro, que inclusive o autor deixa isto bem claro), mas é um excelente início para o fim do preconceito nesta área.
Profile Image for Hypado.
31 reviews2 followers
June 19, 2022
Um livro simplesmente maravilhoso. Este livro explora o quão ridículo é ficar abusando de pessoas só por que elas supostamente não 'sabem' o próprio idioma materno. E esta grande obra foi a que despertou novamente em mim o interesse por aprender Gramática normativa. Mas não, é claro, para abusar da pessoas mais humildes.
Profile Image for Nathan Loureiro.
16 reviews
June 8, 2025
Um livro extremamente necessário para o nosso momento atual da Língua Portuguesa. Desfaz diversos mitos e preconceitos, e de quebra nós traz uma grande aula de sociologia aplicada na linguística.

Marcos Bagno ensina muito neste livro, um grande linguista, e um ótimo escritor, sabe muito bem o uso das palavras e quando usá-las para fortalecer seus argumentos.
Profile Image for Angelo Ribeiro.
12 reviews
February 19, 2020
Um livro acessível a qualquer tipo de leitor. Apoiado em uma reflexão linguística serena e científica com algumas críticas referente as imposições normativas. Instrumento de consulta para estudantes interessados em variação linguística e objeto de reflexão da língua para qualquer indivíduo.
Profile Image for Bruna.
10 reviews6 followers
August 7, 2022
A obra aborda um tema muito importante para a linguística e Bagno apresenta bons argumentos para expor seu ponto de vista. O defeito do livro está apenas em ser extremamente repetitivo, tornando mesmo a escrita leve e descomplicada um tanto tediosa.
Profile Image for Vitória.
3 reviews
May 20, 2025
Livro excelente! Já tive bastante preconceito linguístico e esse livro me fez ver a linguagem de outra maneira além de me fazer questionar diversos pontos na forma de ensino na língua atualmente.
Recomendo!
4 reviews
November 4, 2025
melhor leitura do ano até agora, me fez repensar muitos conceitos pre estabelecidos, mesmo não sendo tão recente (principalmente se tratando de língua as coisas movem rápido), os problemas tratados são extremamente atuais
Displaying 1 - 30 of 51 reviews

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