Uma história bem contada tem que ter uma trama envolvente e personagens complexos envolvidos em relações humanas verossímeis que permitem ao leitor se identificar com o que acontece e projetar suas próprias emoções na narrativa. Posto isso, Mário César, em Ciranda da Solidão, conta cinco soberbas histórias sobre pessoas lidando com dramas reais como ciúmes, nostalgia, a descoberta da sexualidade na adolescência, encontros e desencontros amorosos, entre outras coisas. Todos temas caros a qualquer pessoa. Mas o grande charme dessas HQs é que são protagonizadas por homossexuais, e cada uma mostra um aspecto do universo LGBT, como um adolescente descobrindo- -se atraído por um colega, um idoso se lembrando de seu amor, um casal de lésbicas com complicações no relacionamento, temas que ao mesmo tempo são específicos e universais, pois os roteiros nos fazem mergulhar em emoções com as quais todo mundo se identifica. Mário César faz tudo isso em uma arte elegante e direta, que favorece a fluidez da história. Não à toa que o livro conseguiu apoio dos leitores e foi bancado por meio da plataforma Catarse, de financiamento coletivo do tipo crowdfunding.
Nascido em 1982 e graduado em Design Gráfico pela Universidade de Brasília, o filho de Maria José e Auto César já foi resenhista do site UniversoHQ (universohq.com.br) e trabalhou na Editora Via Lettera como diretor de arte e editor. Também já foi colaborador e organizador da Front, uma renomada antologia de quadrinhos, contos e ilustrações nacionais. Atualmente é chargista do informativo Jornalistas & Cia (jornalistasecia.com.br), e atua como ilustrador e designer gráfico freelancer, além de publicar tirinhas para o Top Blog (topblog.com.br/quadrinhos) da MixMD.