From well-known Brazilian playwright Francisco Azevedo, a heartwarming debut novel about three generations of a family whose kitchen contains the secret ingredient for happiness—sure to appeal to fans of Like Water for Chocolate .
Once upon a time there was some rice. Rice planted in the earth, fallen from the sky, and gathered up from the stone. Rice that doesn’t spoil, it came from far away, by ship with three exuberant young people filled with dreams…
Once Upon a Time in Rio is a spellbinding family saga beginning with José Custódio and Maria Romana and their search for a prosperous future. As newlyweds, José and Maria immigrated to Brazil at the beginning of the twentieth century, accompanied by a special gift. During the dinner preparations to celebrate their centenary wedding anniversary, their eldest son Antonio, already a grandfather, looks back at the lives of his parents, his aunt, his brothers, their children and grandchildren, as well as his own.
Antonio knows that family is a difficult dish to get right and that happiness must be cooked up day by day; however, what separates his family from any other is its possession of a secret ingredient for the sack of magical rice given to his parents on their wedding day. With the help of the rice, whose magic is as old as fire and time, Antonio’s family has been guided through the most trying of life’s tribulations.
Lyrically written, Once Upon a Time in Rio bares the fragile yet strong nature of the human spirit and with great insight captures the solace provided by loved ones in times of need. Already an international bestseller, this is a beautifully told tale about the wisdom of past generations and the inextricable ties of family.
Playwright, scriptwriter, poet, novelist, former diplomat, Francisco José Alonso Vellozo Azevedo was born in Rio de Janeiro, in 1951. His plays Unha e Carne (Joined at the Hip) and A Casa de Anais Nin (Anais Nin’s House) won public and critical acclaim, having been produced in Brazil and abroad. His first novel, O Arroz de Palma (Palma’s Rice), has enchanted dozens of thousands of Brazilian readers, who became and are now ardent publicity agents for Francisco’s work. His second novel, Doce Gabito (Sweet Gabito), has just been published to great success.
Opet ponavljam, sjajan roman, porodična saga, za sve one koji vole Izabel Aljende... Evo vam samo naslov prvog poglavlja "Porodica je jelo koje se teško sprema" Tu vas knjiga već kupi... MUST READ!
Francisco Azevedo nasceu em 1951 no Rio de Janeiro. É dramaturgo, roteirista cinematográfico, poeta e ex-diplomata. Começou a dedicar-se à literatura em 1967, quando venceu concurso promovido pela Organização dos Estados Americanos (OEA), tem três livros publicados: O Arroz de Palma – 2008, Doce Gabito – 2012 e Os novos moradores – 2017.
Estamos em 2008, Antônio está com 88 anos, como ele diz "dois infinitos verticais", e enquanto confecciona um grande almoço de comemoração dos 100 anos do casamento dos pais, que vai oferecer aos parentes, perde-se nas suas lembranças e conta-nos a história da sua família. Logo percebemos que é uma família que raramente se reúne, e que ao longo das décadas conheceu seus temperos e destemperos.
“Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema — principalmente no Natal e no Ano-Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência.”
A história começa em Viana do Castelo, no dia do casamento de José Custódio e Maria Romana, a 11 de Julho de 1908. Palma, irmã de José Custódio, não tinha condições financeiras para oferecer um presente aos noivos, e quando vê a fartura de arroz espalhado no Adro da Igreja decidiu que esse seria o seu presente. Recolhe 12 quilos, embrulha-os num saco de estopa e oferece-o ao jovem casal com o seguinte cartão:
“Este arroz — plantado na terra, caído do céu como o maná do deserto e colhido da pedra — é símbolo de fertilidade e eterno amor. Esta é a minha bênção. Palma. Viana do Castelo, em 11 de julho de 1908.”
Este arroz, dado com tanto amor, é o motivo da primeira discussão do casal. A partir deste momento o arroz vai fazer parte da história de quatro gerações desta família - 100 anos. Antônio é o centro da história. Através das suas memórias conhecemos os seus pais, a sua infância, os irmãos, a mulher, os filhos, netos e agregados. Antônio brinca durante toda a história com analogias entre o cozinhar e a construção de uma família.
É um livro sobre família, sobre a complexidade dos relacionamentos, raízes, tradições, diferenças, amor, dedicação, escolhas, aceitação, compreensão, perseverança e união. É um livro que nos faz reflectir sobre a forma como se vive essa instituição, muitas vezes dada como quase desaparecida, A Família.
Francisco Azevedo escreve de uma forma muito bonita, simples e delicada, suave e poética. Por diversos momentos, durante a leitura, lembrei-me de Cem Anos de Solidão e d'A Casa dos Espíritos. Conquistou-me, emocionou-me, e por isso não posso deixar de lhe dar a classificação máxima.
Capela de Nossa Senhora da Ajuda, Viana do Castelo, Portugal
“(…) era uma vez um arroz. Arroz plantado na terra, caído do céu e colhido da pedra. Arroz que não se estraga, arroz que veio de longe, lá de Portugal, do outro lado do Atlântico. Veio de navio, com José Custódio, meu pai, Maria Romana, minha mãe, e Palma, minha tia. Ainda eram moços, sim! Moços viçosos e cheios de sonhos…”
Esta expressão sintetiza bem o que sinto depois de dada esta leitura por terminada. E que pena eu tive de o livro ter terminado. Não me importava nada de continuar a ler com as estórias das gerações seguintes...
Uma narrativa aparentemente simples, que aborda a emigração para o Brasil no início do século XX, sem se tornar demasiado maçuda. Antes pelo contrário! (Bem) Contada com bastante simplicidade e afectuosidade, quase que tomamos aquelas personagens como nossas próximas e, mais que isso, dá vontade de entrar na acção e viver tudo aquilo de perto .
Sem grandes pretensiosismos literários, mas com uma mensagem bastante bonita, este é um livro único e que recomendo em absoluto. Um must read!
A felicidade, meu filho, desperta mais inveja que a riqueza.
When Jose Custodio and Maria Romana marry in Lisbon in 1908, his sister Palma, retrieves all the rice thrown by well-wishers at the ceremony, and presents it to the couple as a gift, to symbolize future health and fertility. When the young couple, along with Palma, decide to emigrate to Brazil, the rice comes with them, tucked away among the linens. The novel follows the Custodios, their children, grandchildren and great grandchildren through the decades and into the 21st century.
The original Portuguese title – O Arroz de Palma – translates as “Palma’s Rice” and the rice definitely has a role in this delightful multi-generational saga of love, adventure, joy, disappointment, fear, prosperity and all those ingredients that make up the delicious dish we know as family. The story is told by Antonio, son of Jose & Maria, who at the outset of the book is already a grandfather himself and planning a family celebration in honor of what would be his parents’ 100th wedding anniversary. As Antonio looks back, he is remembering the stories his beloved Aunt Palma told him about his parents and his own early childhood, and then his own recollections of his youth and the sibling rivalry between he and his brothers and sister as they grow to adulthood and leave the family home to seek their own fortunes.
It reminded me at times of the Spanish telenovelas my grandmother loved to listen to on the radio. Weddings, births, funerals, fights and making up. Such drama and histrionics! Such love and passion! I was engaged and interested from beginning to end.
Um livro muito cutxi-cutxi. Arroz de Palma é uma viagem pela vida, pelos laços familiares, pelo amadurecimento. Uma escrita simples e eficaz, bonita q.b., personagens interessantes e enredo bem estruturado. Uma agradável surpresa.
"Fico cismando: o que aconteceria se nos fosse possível somar todo o amor que há nessas mínimas memórias guardadas em silêncio nos fundos das gavetas do mundo?"
Adorei o início, e a leitura fluiu bem are 1/3. A partir daí começou a tornar-se repetitivo, e a partir da segunda metade já li em modo sprint. Começou a cansar-me e a história parecia não andar. Fiquei triste, porque depois de um início tão bom, esperava ficar encantada com o livro, o que não aconteceu.
O arroz de Palma é um livro brasileiro que se tornou best-seller internacional e teve os direitos adquiridos para virar novela. Ele trata da imigração portuguesa, e parece que foi pioneiro nesse sentido. Muito se fala de portugueses na colonização. Mas essa segunda leva que veio como imigrante em busca de condições melhores não é muito comentada. Esse aspecto foi algo que me atraiu porque meus avós maternos vieram para o Brasil nessa época, meu avô fugindo da fome e minha avó ainda pequena no colo da minha bisavó. Mas quando fui ler vi que minha história e a do protagonista são bastante divergentes.
O eixo dessa história é Antonio que do alto dos seus oitenta anos se lembra da história da família, desde seus pais (e tia Palma) até a pré-adolescência dos netos. Além de acompanharmos sua história e a da sua família vemos também como o mundo vai mudando em termos de pensamento e tecnologia. Antonio que escrevia cartas com caneta tinteiro termina o livro trocando emails com o filho que foi morar fora, por exemplo.
O arroz de Palma é um livro bem Poliana, onde tudo é positivo, do bem, fofinho, tão galera, o que é construído com competência pelo autor com certo lirismo. Esse jeito Poliana é seu ponto forte e seu ponto fraco, porque traz o recurso da normatização de absolutamente tudo como fórmula de felicidade para histórias complexas de vários personagens. Nada é repreensível, nada é subversivo, tudo se resume a manter a família unida e aprender a lidar com as diferenças. Isso me incomodou bastante, na real. "Filho gay? Fico triste, mas ele precisa se sentir acolhido." Coisas assim. Mesmo a ditadura é só um detalhe desagradável afastando a família por um período.
Não é a visão do autor, é a visão do personagem, o que pelo menos ajuda a deixar as coisas mais interessantes, porque ele também usa essa visão Poliana para falar dos próprios erros e falhas de caráter. Então nisso de desculpar tudo que vem dos outros ela acaba desculpando tudo que vem de si por tabela (inclusive um chifre que mete na esposa e que deixou muitas resenhistas de cabelo em pé). Sua gentileza e compreensão excessivas fazem ele se passar, aos olhos do leitor, por um narrador confiável, mas com atenção aos detalhes dá para ver que não é bem assim. Por exemplo, a visão que ele tem de dois funcionários que trabalharam para os pais e agora trabalham para ele e a esposa é a de que "são quase da família".
Sobre o tal arroz do título, é um arroz que não se estraga e que é dado ao protagonista por seus pais e sua tia Palma como presente de casamento. Esse arroz atravessa a história inteira da família até encontrar seu final derradeiro. A brincadeira além de servir para amarrar início e fim traz um aspecto de realismo mágico pro livro e abre porta para outro detalhe: a visita dos mortos em sonhos.
Algo que eu queria ter visto mais num livro que atravessa tantas décadas diferentes era uma ambientação mais sólida. Mas isso aparece de forma muito pontual. Foi meio como fugir de equívocos comentando o mínimo possível sobre as épocas retratadas. O foco fica na família, sempre. Aliás, a maneira como o autor lida num livro tão curto com uma quantidade imensa de personagens e tantos anos de história é algo que merece atenção pra quem gostaria de escrever algo do tipo.
No fim me deu uma sensação de gostei de ter lido, mas não leria os próximos. Talvez quem tenha uma família mais normativa com esse conceito de "unidos até o fim" se identifique mais. Alguém com uma vivência queer como eu e que não viu os avós e bisavós enriquecerem como os parentes do Antônio nem encontrou compreensão transbordando de todos os lados talvez tenha dificuldade de driblar a polianice sem olhar crítico do protagonista. Ter lido no mesmo ano em que conheci "Tese sobre uma domesticação", de Camila Sosa Villada, deixou o choque de abordagens ainda mais claro.
It's been a while since I've done a list version of a book review. To shake things up I'm going to do that with this book.
Beautiful writing. Transports you throughout the decades. Shows the importance of family. Conveys the struggles families go through. Love the deep respect these characters have for their elders. (even when they think they are nuts) The art of storytelling. The magical rice. The source of so much drama. Aunt Palma. She's such an amazing character, and reminds me of my great-grandmother. Full of wisdom and advice. Antonio, the main character. He's a dreamer, and tends to wander off in his mind. The timeline. We get a view of him now, in his 80's and flashbacks of his childhood and growing up.
There's so many great things about this book. I couldn't put into words how I feel. I do know that I definitely came away from this book knowing that my relationship with my family means a lot.
É uma história bonita e gosto da forma poética da escrita apesar de não ser grande apreciadora do português do Brasil. Mas por vezes parece que a história se arrasta, com maior enfoque nos pensamentos do narrador do que propriamente nos acontecimentos externos...
Família é prato difícil de preparar. Mas também é prato preferido. Nesta história temos entrada livre nos pensamentos de António, o nosso narrador. E com a entrada livre veem os pensamentos que queremos ouvir e os que não queríamos saber. É giro como ele diz que é o António do passado, presente e futuro num só. Mas não será um tanto limitativo? Três é um número muito finito. Não seremos esses 3 mais o António que gostávamos de ser? E o que nos arrependemos de ser? E também o António segundo os outros? E em que cada um descreve diferente. Somos todos esses Antonios e somos cada pedacinho da família que temos. Aqui família é arroz “plantado na terra, caído do céu e colhido da pedra”, abençoado e milagroso, temperado com um pouquinho de sal, junto com feijão preto. O toque especial de um almoço de união. Brindemos então à família, durante o almoço, à que nos fez nascer, à que veio antes de nós e à que nós vamos construindo.
Muita gente amou esse livro, mas ele não funcionou muito pra mim. Não consegui me importar com o personagem que narra a história, e consequentemente, com a família dele. Achei que o autor tenta fazer umas analogias e escrever de maneira poética, mas acaba tendo trechos bem bregas. Essa lance do arroz também me cansou demais. Um arroz centenário, que já devia estar cheio de bolor e boró, e esse povo comendo. Fora que a personagem catou grão por grão no chão. Quanto de arroz ela teria que ter catado pra durar tantas refeições!? eu hein. Só sei que da metade pra frente fui fazendo leitura dinâmica, e só consegui terminar porque estava lendo com um grupo de leitura!
Daha ilk sayfasında içine çeken samimi bir aile hikâyesi. Artık 88 yaşına gelmiş Antonio'nun, anne-babasının evliliği ve Brezilya'ya göçlerinden itibaren çizdiği bir aile tarihçesi. Güzeldi.
"Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes." - Esta é, para mim, a grande premissa de toda esta magnífica obra. Quando tive a oportunidade de ler as primeiras páginas, ainda antes de ter a obra completa em minha posse, fiquei completamente rendida. Arroz de Palma acabou por se tornar numa leitura autêntica, deliciosa, de, quase literalmente, comer e chorar por mais!
Iniciamos a viagem através da história de José Custódio e Maria Romana que se casam com a benção de um arroz muito especial oferecido por Palma, irmã de José. Este casal, que fica mais de dez anos sem conseguir ter um filho, brevemente descobrirá os poderes do que é que um presente cheio de amor é capaz. O arroz de Palma, tão desprezado por Custódio, será a chave motriz de todo o enredo.
"A felicidade, meu filho, desperta mais inveja que a riqueza."
É através de António, filho de José e Maria, que nos são relatados os cem anos de uma família, de origem portuguesa, que começou com a benção do arroz de Palma. Palma, esta mulher fantástica e independente, não tem descendência própria, mas é como uma segunda mãe para António e é através dela que ele tanto vai aprendendo, retendo todas as lições que esta prontamente lhe vai ensinando.
Arroz de Palma é uma história familiar, com todos os componentes que as grandes famílias acabam por ter: felicidades, tristezas, desentendimentos, traições, reconciliações, segredos, preferências, revoltas, etc. Contada com uma mestria única, o leitor vai-se rendendo a uma velocidade sem precedentes a toda a trama. A escrita, que ao início me custou um pouco acostumar por estar em português do Brasil, rapidamente se torna um elemento essencial na conjectura do livro.
"Agora não tem volta. Está dito. Se eu pudesse apagar o que está gravado aí na sua mente. Mas, não. A Vida não me dá esta opção. Tudo o que eu disser se somará ao que foi dito. Peso inútil. Mais perigo. Mais risco de desentendimento. Posso afirmar o contrário, posso negar, posso ponderar que não era a minha intenção. Não adianta. O que foi verbalizado não voltará em silêncio para dentro de mim."
Sem dúvida que esta obra de arte não voltará em silêncio para dentro de mim. Penso que, a seu tempo, a releitura será inevitável e é incrível como ainda não consegui para de recomendar este Arroz de Palma. Uma excelente aposta da Porto Editora que me aqueceu o coração, comoveu e sem dúvida deixou a sua marca em mim. Afinal, uma obra, tal como uma família, "é um prato que, quando se acaba, nunca mais se repete". Um livro único.
Fantástico, história que se encaixa bem em qualquer família. Cheio de passagens lindas, de pequenos trechos que descrevem lindamente o cotidiano da família. Por exemplo, "Jovens, queremos o impossível, e isso é bom, porque o desatino nos dá preparo físico e fôlego para a realização de nossos sonhos. Adultos, aprendemos aos poucos a nos contentar com o possível, a beleza possível, a ousadia possível - e isso é bom, porque a moderação nos vai ensinando o desapego necessário para, chegada a hora, podermos deixar a vida que é vigorosa e linda demais." Este é apenas um dos trechos que marquei, são inúmeros, rabiscaria a maioria das páginas desse livro, que li rápido, envolvente, difícil parar de ler.
What a lovely book ( read the Spanish edition) If you like Isabel Allende or Laura Esquivel don't miss it. It's a family saga that follows the lives of Portuguese emigrants in Brasil at the beginning of the 20th century. It's a pity I know squat of the original language (well not enough in any case). Maybe a course of Portuguese would be in order.
"Siempre acompañamos con ojos nostálgicos al globo que sube al cielo y se mezcla con el azul. Nos pasa a todos. Después, sólo quedan historias, unas cuantas fotos y recetas caseras. La familia es un plato que, cuando se acaba, nunca más se repite."
Porodica to je i kiselo i veselo, smenjuju se i tako u krug. Porodica...to je ova priča. Uživao sam čitajući ovu knjigu i prisećao sam se svih onih trenutaka koji su obeležili moj život i porodične odnose. Paralelno sa time, maštao sam i o mojoj budućoj porodici. U pojedinim trenucima su me neke stvari iznenadile i, u tom pogledu, ova knjiga se razlikuje od drugih. Vredi je pročitati!
Arroz de Palma, de Francisco Azevedo, foi um daqueles livros que me tocaram profundamente, da primeira à última página. Logo no início, criei um laço imediato com Antônio, o narrador, que nos conduz pela saga de sua família, vinda de Viana do Castelo, em Portugal, para recomeçar a vida no Brasil.
A escrita de Azevedo é delicada e envolvente, daquelas que nos convida a entrar na casa, sentar à mesa e compartilhar das alegrias e dores da família. Com eles, eu ri, chorei, gargalhei. Me emocionei com os nascimentos, as despedidas e as transformações inevitáveis que o tempo impõe.
É uma história sobre raízes, afetos e memórias. Sobre como a família, com todas as suas imperfeições, é o que nos sustenta. Como diz o autor, da dedicatória à última linha: “Família somos todos.”
"Família é prato difícil de preparar" O livro se inicia com Antônio aos 88 anos preparando um almoço para comemorar o que seria os cem anos do casamento de seus pais, imigrantes portugueses. Seu desejo é reunir sua imensa família, dispersa Brasil afora e separada pelas circunstâncias da vida. Aos poucos vai se recordando da trajetória de cada um, partindo do dia do casamento de seus pais, passando por tia Palma, a figura central da família e uma exímia contadora de histórias, a fatídica história de seu arroz e todos os descendentes e agregados. Difícil não se identificar com a narrativa ágil e algo lírica do autor, já que a obra trata de memórias, lembranças de infância, sentimentos e, principalmente, as nem sempre fáceis relações familiares. Lindo, emocionante, saboroso e muito bem escrito. Não diria que é triste, é um pouco a história de todos nós. "Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete."
""Família somos todos."
""Era uma vez um arroz. Arroz plantado na terra, caído do céu e colhido da pedra. Arroz que não se estraga, arroz que veio de longe, lá de Portugal, do outro lado do Atlântico. Veio de navio, com José Custódio, meu pai, Maria Romana, minha mãe e Palma, minha tia. Ainda eram moços, sim! Moços viçosos e cheios de sonhos."
""Água que flui, água que cai. O que deve ficar fica. O que deve seguir vai."
""Já reparaste como são ridículos os comentários de pêsames? Coitada, descansou. Que Deus a tenha. Também, já era bem idosa, aproveitou a vida. O Lá de Cima só quer os bons. Gente ruim não morre. Morreu feito passarinho... Como será morrer feito passarinho? Nunca vi os últimos minutos de um passarinho."
""Não entendo porque ligamos desumano ao que é cruel, se a crueldade é algo que só nós, os humanos, conhecemos."
""A memória pode ser bela, mas pesa. O esquecimento é leve. Pode at�� ser alívio."
""Se creio na ressurreição da carne, na vida eterna, amém? Tudo julgado, aprovado e carimbado em 24 horas? Tenho cá minhas dúvidas. Muita gente na fila de espera. Cada processo mais complicado que o outro."
"""Choro. Muito. Não paro. Será fome? É. Me calo no peito de minha mãe. Será amor o líquido branco que engulo? Será esta mulher a minha amada? Estamos tão visceralmente colados, o mesmo sangue, a mesma carne. Assim, grudado em outro corpo, não me sinto tão pequeno."
""Se avô é pai com açúcar, neto é filho com proteínas, vitaminas e sais minerais. Um abraço de neto a cada 24 horas substitui perfeitamente qualquer tipo de medicamento."
""Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras, apimentadíssimas. Há também as que não tem gosto de nada - seriam assim um tipo de família diet, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser sempre servido quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete."
""Eu aqui na fazenda. Eu aqui na cozinha, quatro e pouco da manhã. Eu aqui, um velho de 88 anos. Revejo meus filhos quando ainda estavam perto e eram meus."
Lo primero que he de decir es que me esperaba encontrar un libro bastante diferente, sin tener una idea preconcebida pero a la vez creyendo que iba a ser de una manera que luego resultó ser otra, pero que ha conseguido que disfrutara muchísimo de la lectura, tanto por la historia como por la manera de contarla.
El narrador de esta historia es Antonio, un viejecito de 88 años que se ha levantado temprano con un propósito: preparar la comida del día de hoy, en la que reunirá por primera vez a toda su familia; toda. Esta familia nació en Portugal en 1908 cuando los padres de Antonio, José Custódio y Maria Romana, se casaron en la pequeña iglesia de su pueblo, y la hermana del novio, Palma, recogió todo el arroz que en la ceremonia lanzaron a los novios para ofrecérselo como regalo, asegurándoles que ese arroz era fruto del amor y que debían guardarlo porque el amor no puede derrocharse ni rechazarse.
Para salir de la extrema pobreza y poder tener una vida digna, la joven pareja debe emigrar a Brasil, y Palma, que sabe que la necesitarán allí, viaja con ellos; eso sí, cuidando de llevarse el arroz consigo. Porque el arroz de Palma obrará milagros, como el nacimiento de los hijos de José y Maria Romana después de 11 años si haber podido engendrar ninguno. Es mágico ese arroz.
Antonio, nuestro narrador, nos va contando la historia de su vida, tanto de lo que él protagonizó como de las cosas que ocurrieron antes de que naciera, porque su tía Palma se lo contó en forma de historias sin orden cronológico; de obras de teatro que ella creaba y daba vida y que forman parte de esa familia de compleja elaboración, como todas las familias. Los amores, las riñas entre hermanos, los nacimientos, las muertes, las cartas y ahora los emails; el arroz de Palma y la familia, tal cual es.
Es una historia que transcurre a lo largo de 100 años y cuyo eje central es la tía Palma, una mujer que no tuvo hijos pero que fue madre de una familia que después de tantos años todavía conservan ese amor los unos por los otros que les lleva a unirse una vez más, a conocerse y a reencontrarse a pesar de las distancias geográficas, los distanciamientos del orgullo y de la envidia y de los años transcurridos. Antonio nos lo cuenta con maestría, preparando ese arroz que no les dará la felicidad, porque ya la tienen, sino que hará que la conserven. Una historia que recorre multitud de escenarios y de edades y que emociona de principio a fin; escrita con maestría y creo que con mucho amor.
Os animo a que conozcáis a la tía Palma, el corazón de una familia que todavía hoy sigue unida, y lo estará por mucho tiempo.
Sendo uma pessoa muito ligada à família, este foi um livro que me tocou bastante. Passado numa outra época, os seus relacionamentos não são menos intensos pela separação do tempo. Se soubessem a quantidade de passagens que marquei com post-its até se riam.
A história não podia ser mais simples e a sinopse diz tudo. É curioso como não existem grandes reviravoltas na história desta família. Existem alguns momentos marcantes, mas não é daqueles enredos cheios de cenas com impacto. Simplesmente é a história de uma família e de como as pessoas mudam ao longo do tempo, como se separam, se zangam pelas coisas mais ridículas, fazem as pazes com uma facilidade arrepiante, e se juntam nos momentos de dor, mais depressa que nos momentos de alegria. Triste? Nem por isso! É a vida e esta família é suficientemente interessante, suficientemente humana para que até os momentos de tristeza sejam familiares para o leitor.
Confesso que não gostei, nem entendi, certas escolhas que o autor fez para a história e as suas personagens. Nomeadamente o facto de o António trair a mulher, numa noite, sem razão nenhuma, nem qualquer antecedente que levasse a justificar tal coisa. Isto irritou-me, confesso. Outra coisa que não entendi totalmente foi o facto de ser referido que, para o funeral da Tia Palma todos compareceram, mas para o funeral dos Pais não. A sério? Os pais! Todos que lêem o livro sabem que a Tia Palma é o pilar da família mas os pais foram bons para os filhos e não havia razão para eles não comparecerem todos à cerimónia. Enfim, eu isso não compreendi.
Em termos de personagens, confesso que não amei nenhuma, à excepção da Tia Palma (Já era de esperar, não), mas também não odiei nenhuma. Consegui foi relacionar-me com todas. Impressionante!
Simplesmente há algo de muito humano nestas pessoas, nesta família, e é fácil entrar neste 'prato'.
A escrita do autor é muito bela. Não me aborreceu nunca e, como já referi, foram dezenas as passagens que eu marquei ao longo do livro. Frases belíssimas que sussurraram ao meu íntimo e fizeram eco na minha consciência.No entanto também notei algumas frases mal conseguidas, que queriam ser poéticas mas acabaram por ser inconvenientes. Foram poucas, felizmente. Também não apreciei a descrição pormenorizada dos encontros sexuais do António. O primeiro, com a Isabel, fazia sentido, mas todos os outros, coma Isabel, foram 'palha' e nada mais.
Em suma, Arroz de Palma não é um livro perfeito mas é um belo livro, que merece ser saboreado devagarinho e, acredito que, todos os que valorizam a família conseguirão apreciar.
Este livro andava aqui nas prateleiras de casa já há alguns meses. Comprei-o porque a M* falou várias dele e eu fiquei interessada mas nunca era o momento de o ler. Acabou por ser esta semana porque olhei para a estante e o livro - acreditem ou não - olhou para mim e pediu-me que o levasse comigo. Coincidência (ou não), esta semana fez 14 anos que o meu avô Manuel faleceu que, tal como António, o meu avô adorava a família e, acima de tudo, adorava cozinhar para a família (as saudades das torradas, da caldeirada e de outros pratos que ele fazia só são superadas pelas saudades que tenho dele próprio).
"Se avô é pai com açúcar, neto é filho com proteínas, vitaminas e sais minerais. Um abraço de neto a cada 24 horas substitui perfeitamente qualquer tipo de medicamento."
Arroz de Palma é Portugal no Brasil. Arroz de Palma é uma casa portuguesa, com certeza, com pão e vinho sobre a mesa e com amor. Muito amor. Com o arroz que Palma apanhou e que deu ao seu irmão e cunhada no dia do casamento e que, 100 anos mais tarde, é servido de refeição a todos os membros da família.
Arroz de Palma mistura o cheiro da cozinha com a família. Um prato difícil de preparar, a família. Muitos ingredientes, pessoas, intrigas, amores e desamores, casamentos e separações. Palavras que se dizem sem sentir
"Agora não tem volta. Está dito. Se eu pudesse apagar o que está gravado aí na sua mente. Mas, não. A Vida não me dá esta opção. Tudo o que eu disser se somará ao que foi dito. Peso inútil. Mais perigo. Mais risco de desentendimento. Posso afirmar o contrário, posso negar, posso ponderar que não era a minha intenção. Não adianta. O que foi verbalizado não voltará em silêncio para dentro de mim."
Arroz de Palma é, seguramente, um livro de afectos. Que não deixa ninguém indiferente. Que nos faz pensar. Leiam. Vão perceber rapidamente o meu encanto.
Li "Arroz de Palma" seduzida pela sua sinopse, mas estava longe de pensar no belíssimo conteúdo que iria encontrar. Este livro é fascinante, viciante até! Um excelente romance que se inicia com a partida de um jovem casal de portugueses para o Brasil, à procura de uma nova e melhor vida. Este livro é todo ele narrado por António, filho do jovem casal emigrante, desde o momento da viagem para o outro lado do Atlântico até ao tempo presente, quando António vai já avançado na idade, contando com 88 anos. O autor encontrou uma forma muito cativante para a personagem António narrar todos os acontecimentos ao longo de tantos anos e fez-me ver o conceito "família" de uma forma ainda mais enternecedora. O ponto principal é o arroz de Palma e a pessoa em si, a tia de António, a própria Palma. Um arroz que, apesar de parecer apenas arroz, é mais do que isso. E vamos descobrir o que é mais ao longo de todo o livro. Gostei do facto do livro não ter sido adaptado para português de Portugal e continuar no original. Na minha opinião, deu-lhe mais personalidade e valor. Parecia mesmo que estávamos a ler cartas ou um diário escrito pelo António. Um excelente livro!
Arroz de Palma es la historia de una familia, desde la infancia temprana del protagonista hasta su vejez tardía, él mismo nos va sumergiendo en su propia familia, con las peculiaridades que las caracterizan. Con una narración sencilla y particular, aunque a veces se hace algo repetitivo o lento, conoceremos a esta familia y su especial relación con el arroz y la comida. Temas muy presentes en ella. Eso sí, es un libro que me costaría recomendar debido a su estilo muy peculiar, dado a divagar, pero manteniendo siempre un estilo muy embellecido y familiar.